terça-feira, 24 de dezembro de 2013

HOLANDA ‘ARREPENDIDA’ COM A LIBERAÇÃO DA MACONHA E DA PROSTITUIÇÃO. 67% DA POPULAÇÃO É, AGORA, A FAVOR DE MEDIDAS MENOS LIBERAIS



A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas”

Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta.
Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os cafés já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas.
Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”. A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.
E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus cafés, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.




..

GOVERNO HOLANDÊS ESTUDA FECHAR PRISÕES DEVIDO À FALTA DE CRIMINOSOS

27/06/2013 09h29 - Atualizado em 27/06/2013 09h32

Secretário de Estado anunciou fechamento de 19 cadeias no país.
Baixa criminalidade e uso de tornozeleiras deixou celas vazias.

Governo holandês estuda fechar diversas prisões devido à falta de criminosos (Foto ilustrativa: Anne-Christine Poujoulat/AFP)
O governo holandês está enfrentando protestos da população após anunciar que irá fechar 19 prisões no país, como forma de economizar 271 milhões de euros do orçamento devido à falta de criminosos no país.
De acordo com a emissora de TV holandesa “NOS”, o secretário de Estado Fred Teeven foi criticado inicialmente ao sugerir o fechamento de 26 cadeias, o que representaria um corte de 340 milhões de euros mas, ao mesmo tempo, o desaparecimento de 3.400 empregos. Em vez disso, 2.000 funcionários seriam dispensados.
Uma das razões da medida anunciada pelo Estado é a diminuição da taxa de criminalidade e a utilização de tornozeleiras com rastreadores em vez de deixar os presos encarcerados, o que deixou muitas das celas vazias. A oposição está tentando reverter a medida, afirmando que o equipamento “não é alternativa à prisão”.
A falta de criminosos na Holanda foi muito discutida pela mídia internacional pela primeira vez em 2009, quando o governo inicialmente anunciou o fechamento de 8 unidades prisionais, e, diante das demissões que seriam feitas, estava estudando a possibilidade de importar 500 criminosos da Bélgica, para que possa manter um contingente nas prisões.
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 



  atualizado às 15h34

Maconha regulada tira a "tensão" sobre a droga, diz prefeitura de Amsterdã

Amsterdã recebe cerca de 12 milhões de turistas por ano, muitos em busca da experiência de fumar um cigarro de maconha no "red light district"

Quadro convida clientes a beber e fumar maconha em um coffee shop de Amsterdã: muito mais uma atração turística do que um hábito dos moradores Foto: Viviane Vaz / Especial para TerraQuadro convida clientes a beber e fumar maconha em um coffee shop de Amsterdã: muito mais uma atração turística do que um hábito dos moradores


Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra/Direto de Amsterdã

Não é raro sentir uma brisa de maconha em algumas ruas e parques de Amsterdã. Também não é difícil encontrar um coffee shop aberto de dia ou de noite onde o cliente até pode tomar café, além de comer um bolinho de maconha (spacecake) ou fumar a cannabis. Mas também é verdade que a maioria dos moradores parece aliviar mais o estresse do dia a dia pedalando pelas ruas de Amsterdã e remando por seus canais do que fumando um baseado.
Na Holanda, o fato de ser regulado, tira a tensão e o mistério
Machteld Ligtvoet, gerente de relações públicas da prefeitura de Amsterdãsobre o consumo de maconha no país
Uma pesquisa realizada em 2010 pelo instituto Peil demonstrou que 57% dos holandeses nunca usou drogas leves; 25% experimentou apenas uma vez; e 7% usa "às vezes". "A maioria das pessoas nos coffee shops são visitantes estrangeiros ou, quando são daqui, são jovens entre 18 e 22 anos”, afirma Machteld Ligtvoet, gerente de relações públicas da prefeitura de Amsterdã. “Na Holanda, o fato de ser regulado, tira a tensão e o mistério”, afirma.

Corredores participam da maratona de Amsterdã Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Corredores participam da maratona de Amsterdã
Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra

Amsterdã recebe cerca de 12 milhões de turistas por ano. No ranking de nacionalidades, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, França e Espanha ocupam o topo da lista. Mas o número de brasileiros tem aumentado nos últimos anos. Segundo os dados da prefeitura, os turistas chegam à capital holandesa atraídos pelo seu conjunto.
“A atmosfera da cidade é tranquila, oferece muita cultura e lindos canais. E Amsterdã não é um museu a céu aberto, mas uma cidade viva”, afirma Machteld. Uma cidade também ligada ao esporte: além de uma maratona internacional que contou com a presença de 500 corredores brasileiros neste mês de outubro, Amsterdã realizou pela segunda vez, em setembro, uma maratona aquática - centenas de nadadores profissionais e amadores percorreram os canais para arrecadar fundos para pesquisas de saúde.


Holandeses e estrangeiros participam de maratona aquática nos centenários canais da capital
Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra

Turismo da maconha
Uma pesquisa realizada pela prefeitura indica que 35% dos turistas em Amsterdã costumam aproveitar a estadia para visitar um coffe shop. Em 2011, o governo holandês tentou estabelecer uma lei que permitiria apenas holandeses ou residentes registrados com um passe tivessem acesso aos coffee shops. Depois de muita polêmica em todo país, o gabinete de ministros que assumiu o governo em 2012 estabeleceu que fica a cargo dos governos locais a decisão de vender cannabis para turistas.



O objetivo inicial era tentar evitar que traficantes comprassem cannabis na Holanda e vendessem a erva a outros países, inclusive da União Europeia. Por outro lado, os donos dos coffeshops consideraram a medida discriminatória contra os residentes europeus no país e um perigo para o negócio, cujo 90% da renda provém dos turistas estrangeiros.
O prefeito de Amsterdã, Eberhard van der Laan, optou por continuar a permitir a venda aos visitantes. Para ele, os turistas que “varreriam” a cidade buscando um baseado causariam muita confusão. “Poderia levar a mais assaltos, brigas por drogas falsificadas e nenhum controle sobre a qualidade das drogas no mercado - tudo pelo que trabalhamos para avançar seria perdido”, disse no ano passado aos jornais locais.

Passear no distrito da luz vermelha (red light district) é um clássico de Amsterdã Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Passear no distrito da luz vermelha (red light district) é um clássico de Amsterdã
Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra

Machteld confirma que atualmente não existe intenção de “fechar coffeshops, nem bordeis”, nem tampouco incentivá-los. “Nós percebemos que junto com design, arte e moda, eles fazem parte de Amsterdã”. Ela também revela que existe um plano de longo prazo para continuar a revitalização e aumentar a segurança do distrito vermelho (o famoso "red light district") - um dos bairros de maior concentração de coffeshops, sexshops, bordeis, restaurantes e bares. É também onde se encontra o edifício mais antigo da cidade: a igreja antiga ou “Oude Kerk”, do século XIII, e local onde o pintor Rembrandt se casou.
Busca pelo equilíbrio
A lei na Holanda não legaliza o consumo da maconha, mas descriminaliza o consumo individual em pequenas quantidades (máximo 5 gramas por dia). Machteld não descarta que o modelo holandês sirva de inspiração para o Uruguai, primeiro país a legalizar a maconha. “O mundo está falando sobre drogas leves e de como são perigosas, e compartilho este sentimento. Mas o álcool também pode provocar grandes conflitos nas ruas. É uma regra que se aplica a tudo: não devemos abusar de nada, devemos buscar o equilibrio”, ensina.

O mundo está falando sobre drogas leves e de como são perigosas, e compartilho este sentimento. Mas o álcool também pode provocar grandes conflitos nas ruas. É uma regra que se aplica a tudo: não devemos abusar de nada, devemos buscar o equilibrio
Machteld Ligtvoet, gerente de relações públicas da prefeitura de Amsterdã








Para o governo holandês, o modelo de coffee shops evita que consumidores de drogas leves adquiram as substâncias em ambientes criminosos. “Aqui em Amsterdã os coffeshops têm uma lista de preços, pagam impostos, é seguro, é limpo, e você sabe que não há crime. Os clientes recebem um aviso sobre o que estão comprando e são aconselhados a não misturar com álcool, por exemplo. E não há drogas pesadas, porque são ilegais aqui como em qualquer outro lugar”, explica Machteld.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Trimbos demonstrou que os holandeses são os usuários mais moderados de cannabis, quando comparados a outros países da UE. O pesquisador Franz Trautmann, realizador do estudo, concluiu que o uso de cannabis pelos holandeses é baixo em todas as faixas etárias e os usuários mais “intensos” costumam consumir 310 gramas por ano. O Reino Unido aparece no topo da lista com 374 gramas. “Em outras palavras, nossa política de fazer vista grossa não leva a um uso maior. Os jovens experimentam, mas muitos param”, afirma Trautman.


Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 

DEBORAH SECCO APARECE EM PELE E OSSO EM FILMAGEM

Deborah Secco nos bastidores do longa Boa Sorte (Cristina Pena / AgNews

Cristina Pena / AgNews
Deborah Secco nos bastidores do longa 'Boa Sorte'
Deborah Secco nos bastidores do longa

No Recreio dos Bandeirantes, no Rio, atriz rodou cenas do longa 'Boa Sorte', de Carolina Jabor, em que interpreta uma soropositiva em estado terminal

Deborah Secco, conhecida por ter um corpo forte e curvas esculturais, chamou a atenção nesta quinta-feira por sua magreza extrema. A atriz foi clicada no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, durante filmagem do longa Boa Sorte, de Carolina Jabor, em que interpreta Judite, uma soropositiva em estado terminal que quer aproveitar ao máximo seus últimos dias de vida.

No longa, Deborah contracena com Fernanda Montenegro, que interpreta a avó da sua personagem. Estão no elenco também Cássia Kiss Magro e Felipe Camargo. O roteiro, assinado por Jorge Furtado, é uma adaptação do conto Frontal com Fanta

Boa Sorte é o primeiro longa de ficção de Carolina, filha do cineasta Arnaldo Jabor, que dirigiu os documentários Milton Nascimento - A Sede do Peixe e O Mistério do Samba, além das séries televisivas Mulher Invisível e Ó Paí, Ó. 

Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 

BRASILEIRO É OTÁRIO?

 

RODRIGO CONSTANTINO
Publicado:24/12/13 - 0h00

Americanos são bobos, egoístas, uns capitalistas insensíveis. Mas vejam que coisa: os serviços básicos funcionam, as estradas são boas, quase todos possuem carros decentes

Sempre que vou aos Estados Unidos retorno com essa questão: somos um povo otário? Afinal, adoramos nos vangloriar de nossa “malandragem”, de nosso “jeitinho”, mas vivemos imersos em um mar de ineficiência, corrupção, carestia e criminalidade. Há malandro demais para otário de menos por aqui.

Os americanos são bobos, egoístas, uns capitalistas insensíveis. Mas vejam que coisa: os serviços básicos funcionam, as estradas são boas, quase todos possuem carros decentes, pelos quais pagaram um terço do valor que nós pagamos, e podem andar com vidros abertos e ter casas sem muros. Que otários!

Ainda bem que somos diferentes, desconfiamos do lucro, dos empresários, e delegamos ao papai Estado todo nosso destino. Temos agora até universidade marxista voltada exclusivamente para o trabalhador, para não deixá-lo “alienado”, e sim um camarada “politizado”, engajado na luta pela justiça social. Somos muito melhores!

Temos um governo metido nos piores escândalos de corrupção, mas ainda favorito para mais um mandato em 2014. A economia não cresce, paramos de gerar empregos, a inflação continua alta demais, cada vez mais gente depende de esmolas estatais, a carga tributária sobe sem parar, mas ninguém parece se importar. A Copa vem aí, e somos a pátria de chuteiras.

Após oito anos, os mensaleiros finalmente foram presos, mas ainda tentam vender a imagem de injustiçados. Um deles recebe amplo apoio dos artistas e “intelectuais” da esquerda caviar, pois teria um currículo louvável (comunista por acaso pode ter passado digno de aplausos?) e não teria roubado para si próprio. O outro se compara a Mandela.

E o PT faz evento oficial para defender os bandidos presos e atacar o STF, ao lado de uma presidente da República conivente, passiva, cúmplice. Alguém pode imaginar isso nos Estados Unidos? Claro que não. Eles não são tão compreensivos e cordiais como nós.

Estive em Miami e Orlando. Só brasileiro, nem preciso falar. Estamos por toda parte, comprando e comprando. “Consumistas burgueses”, diria um típico comuna. “Classe média fascista”, diria Marilena Chauí. Mas que mal há em desejar pagar um terço do preço que se paga no Brasil pelos mesmos produtos? Compram em Miami os que não são ricos a ponto de poder comprar no Brasil.

“Ah, mas é preciso financiar a justiça social”, alegam os esquerdistas. Ora, o governo americano é a polícia do mundo (felizmente), e nós precisamos de um governo ainda maior em termos relativos? Haja esmola, para pobre e para rico (BNDES).

Sem falar que, no Brasil, reina o culto do pobrismo. As esquerdas amam a miséria, não os pobres. E odeiam os ricos mais do que “amam” os necessitados. Não existem abutres sem carniça, não é mesmo?

O Brasil realmente testa nossa paciência. A impressão digital do governo inchado está em todas as cenas do crime, mas eis que boa parte da população pede, como solução para nossos males, mais governo! Seria cômico, não fosse trágico.

Mas é véspera de Natal, e não quero estragar a ocasião. Quero até aproveitar a oportunidade e fazer meus pedidos a Papai Noel. É verdade que ele tem toda pinta de marxista: usa roupa vermelha, distribui presentes pagos por terceiros, e coloca outros para fazer o trabalho pesado enquanto fica com a fama de bondoso. Não importa. Faço minha lista, na esperança de ser atendido:

1. Que o povo brasileiro possa acordar em 2014 e ter o bom senso de evitar um destino trágico como o da Argentina ou da Venezuela para nosso lindo país.

2. Que o funk não seja mais visto como “apenas” uma forma artística diferente, tão boa quanto música clássica ou ópera.

3. Que a doutrinação marxista nas nossas universidades chegue ao fim e que cada vez mais alunos e professores tenham a coragem de se rebelar contra tal covardia.

4. Que a hegemonia de esquerda na política nacional seja finalmente vencida e que algo NOVO possa surgir como alternativa.

5. Que esses ecochatos e politicamente corretos arrumem algum passatempo individual e nos deixem em paz para vivermos de acordo com nossas preferências pessoais.

6. Que todos aqueles que conseguem defender a ditadura cubana em pleno século 21 resolvam abandonar a hipocrisia e comprar uma passagem só de ida para a ilha-presídio caribenha.

7. Que os brasileiros passem a ler mais, de preferência bons livros.

8. Que todos aqueles que querem “salvar o mundo” antes arrumem o próprio quarto.

9. Que todos lembrem de que solidariedade é algo voluntário, não compulsório, via impostos dos outros.

10. Que nosso povo seja menos “malandro”, como os americanos.

Feliz Natal.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/brasileiro-otario-11144935#ixzz2oPKYsLWv
© 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 

A CASA DO PT CAIU! OU: ATÉ QUANDO A IMPRENSA VAI IGNORAR ESSE ESTADO POLICIAL?




07/12/2013 
às 20:37 \ CorrupçãoDemocraciaInstituições


Após uma pausa do lixo para enaltecer o belo, é hora de mergulhar fundo na lama novamente. Como já disse, ossos do ofício. O Brasil precisa se livrar desse estado policial montado pela máfia petista. E agora alguém de dentro, bem lá de dentro, trouxe acusações gravíssimas que não podem ser simplesmente ignoradas.
Falo, claro, do “livro-bomba” de Romeu Tuma Júnior, que a Veja coloca em destaque essa semana. Abaixo, alguns trechos de sua entrevista:
Por que Assassinato de Reputações?

Durante todo o tempo em que estive na Secretaria Nacional de Justiça, recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo. 0 PT do Lula age assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida. Mas sempre me recusei. (…) Havia urna fábrica de dossiês no governo. Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os dossiês fajutos que chegaram ate mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma máquina de difamação. Assassinaram minha reputação. Mas eu sempre digo: não se vira uma página em branco na vida. Meu bem mais valioso é a minha honra.

De onde vinham as ordens para atacar os adversários do PT?

Do Palácio do Planalto, da Casa Civil, do próprio Ministério da Justiça… No livro, conto tudo isso em detalhes, com nomes, datas e documentos. Recebi dossiês de parlamentares, de ministros e assessores petistas que hoje são figuras importantes no atual governo. Conto isso para revelar o motivo de terem me tirado da função, por meio de ataque cerrado a minha reputação, o que foi feito de forma sórdida. Tudo apenas porque não concordei com o modus operandi petista e mandei apurar o que de irregular e ilegal encontrei.

[...]
O senhor afirma no livro que o ex-presidente Lula foi informante da ditadura. É uma acusação muito grave.

Não considero uma acusação. Quero deixar isso bem claro. 0 que conto no livro é o que vivi no Dops. Eu era investigador subordinado ao meu pai e vivi tudo isso. Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir no sofá da sala do meu pai. Presenciei tudo. Conto esses fatos agora até para demonstrar que a confiança que o presidente tinha em mim no governo, quando me nomeou secretário nacional de Justiça. não vinha do nada. Era de muito tempo. 0 Lula era informante do meu pai no Dops.

O senhor tem provas disso?

Não excluo a possibilidade de algum relatório do Dops da época registrar informações atribuídas a um certo informante de codinome Barba.

O deputado Ronaldo Caiado (DEM) já se prontificou a atender a demanda do próprio Tuma, de ser convidado ao Congresso para explicar as acusações e mostrar a grande quantidade de documentos que diz ter. Afinal, Tuma foi secretário nacional de Justiça do governo Lula entre 2007 e 2010, ou seja, teve acesso a muita informação sigilosa e importante.
Máfia só costuma ser desbancada quando alguém que conheceu suas entranhas resolve colocar a boca no trombone. Os petistas, naturalmente, tentarão desqualificar Tuma custe o que custar. Já vinham fazendo isso, pois temiam justamente a quebra de seu silêncio.
Mas não está em jogo quem é Tuma aqui, e sim o que ele disse. Afinal, não vamos esquecer que o próprio escândalo do mensalão estourou quando Roberto Jefferson partiu para o ataque. Ninguém precisa achar que Jefferson era o bastião da integridade para compreender a enorme relevância dos fatos que ele trouxe à tona.
Portanto, como concluiu Reinaldo Azevedo, “O estado policial petista tem de parar. E parte da imprensa precisa deixar de ser o seu braço operativo”. Vamos investigar? Vamos escutar Romeu Tuma Júnior e ver suas provas e evidências? Só quem deve muito pode se negar a fazer isso…
Tags: 

. LOBÃO ENTREVISTA TUMA JR. E CLAUDIO TOGNOLLI
 .




Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 

HISTÓRIAS SECRETAS DE PLAYBOY (4): O DIA EM QUE PELÉ FOI, PESSOALMENTE, RECOLHER TODAS AS FOTOS DE XUXA NUA


Xuxa abraçando Pelé nos bons tempos: namoro foi de 1981 a 1986
Campeões de Audiência
20/10/2012 
às 18:10 \ Bytes de Memória
(Amigos, com a reedição deste post damos continuidade à série que, brincando, chamamos de “Campeões de Audiência” porque se trata de reapresentar aos muitos leitores novos do blog, em dias diferentes, os posts mais acessados desde o início desta coluna, a 13 de setembro de 2010.

Refiro-me aos posts mais acessados, e não aos mais comentados. O post abaixo foi publicado originalmente no dia 27 de novembro de 2010).
De repente, ali estava ele: o sorriso planetariamente conhecido, o topete típico, inimitável, metido dentro de um estranho traje entre o terno e um conjunto esportivo, com calças e uma espécie de paletó ou casaco sem gola e do mesmo material: couro macio azul. No mais, uma camiseta cinza-clara também sem gola, sapatos pretos reluzentes, um relógio vistoso no pulso esquerdo.
O Rei, o Atleta do Século, o mago, o mito. O homem mais famoso do mundo, Pelé, acabara de chegar a uma sala no 6º andar da na época sede da Editora Abril, na Avenida Marginal do Tietê, em São Paulo, naquela tarde de um dia de um determinado mês, provavelmente maio, de 1985.
Celebridades eram rotina naquele edifício, mas Pelé causou grande alvoroço
Naquele edifício era comuníssimo, fazia parte do dia-a-dia o entra-e-sai de celebridades de todos os calibres — governantes, inclusive presidentes, líderes políticos, ídolos do esporte, estrelas da TV e da música popular, modelos de sucesso –, para realizar visitas de cortesia, conceder entrevistas, tirar fotos ou almoçar com jornalistas ou diretores da empresa no restaurante do chamado Roof, um espaço ajardinado situado na cobertura que incluía um heliporto.
Mesmo assim, tratava-se de Pelé, s sua chegada provocou grande alvoroço. Corre-corre na chegada, gritinhos, pedidos de autógrafo, uma atmosfera que incluiu até as secretárias, algumas venerandas, do Sexto Andar — o andar abaixo do da redação de VEJA e onde se instalava a diretoria, e cuja numeração ordinal designava, na gíria interna da Abril, o poder na empresa. “O Sexto Andar vai gostar desta capa”, dizia-se. “O Sexto Andar ainda não decidiu pelo lançamento da revista tal”. E por aí vai.
Reprodução de parte do pôster da edição de 10º aniversário de "Plabyoy": última foto da estrela nua na revista
A missão do Rei: recolher todas as fotos de Xuxa nua
Pelé abrira espaço na sua movimentadíssima agenda para uma missão de caráter pessoal: recolher, ele mesmo, todos os cromos (slides) e negativos de todas as fotos em que Maria da Graça Meneghel, a Xuxa, namorada do Rei desde 1981, aparecia nua nas páginas de Playboy. Xuxa, àquela altura, ultrapassara de longe a categoria de estrelinha em busca de popularidade, que exibia o corpo no Carnaval e surgia seminua ou despida em revistas, e se consolidava havia dois anos na TV como a apresentadora de programas infantis que se tornaria a “Rainha dos Baixinhos”.
Preocupada com sua nova imagem, Xuxa, que posara nua em cinco oportunidades para uma concorrente de Playboy de circulação menor, a extinta Ele & Ela, da Bloch Editores, não queria deixar rastros dessa fase de sua vida. Pelo que entendi da conversa, as fotos da revista dos Bloch já haviam retornado a suas mãos, já que ela era a grande atração da também já extinta Rede Manchete de Televisão, do mesmo grupo. (Xuxa iria se transferir no ano seguinte, 1986, para a Globo, onde trabalha até hoje. No mesmo ano terminaria seu longo caso com Pelé).
A apresentadora ainda tomaria medidas polêmicas nessa refeitura de imagem, que incluíram a apreensão, graças a uma medida judicial, de todas as cópias em vídeo e DVD do filme Amor Estranho Amor (1982), do respeitado cineasta Walter Hugo Khouri, no qual sua personagem não apenas aparecia nua como introduzia um menino de 12 anos no mundo sexo.
Os advogados de Xuxa argumentaram, com sucesso, que o contrato para o filme não previa versão para vídeo ou DVD. Xuxa viu-se muito criticada uma vez que, não mais sendo reprisado no cinema, e raríssimas vezes na TV — hoje em dia, certamente não na Globo –, o filme praticamente desapareceu da cultura brasileira.

Xuxa e Pelé durante coquetel oferecido à colônia brasileira em Nova York, no dia 27 de setembro de 1982
Apagar o passado de símbolo sexual
A reunião na Editora Abril ia na mesma linha de apagar o passado da estrela como símbolo sexual. E Xuxa jogara pesado: enviara ninguém menos do que Pelé como seu emissário. A reunião fora acertada entre Pelé e o diretor de Redação na época, o quase legendário Mário Escobar de Andrade, que comandou direta ou indiretamente a revista desde pouco tempo após o lançamento, em 1975, até falecer de forma prematura em 1991, quando, sem deixar de supervisionar Playboy, vinha acumulando outras funções.
Eu era redator-chefe da revista por ocasião da reunião com o Rei – só muito tempo mais tarde, em 1994, depois de trabalhar em diferentes veículos, inclusive fora da Abril, seria convidado a tornar-me diretor de Redaçãod de Playboy. Naquele 1985, como redator-chefe, supervisava o trabalho de editores e repórteres, cuidava das reportagens, entrevistas, matérias de serviço e de todo o texto, da primeira à última palavra, mas nada tinha a ver com a contratação das garotas de capa nem com os ensaios de mulheres nuas, atribuição de outros colegas e do diretor de Redação.
Mesmo assim Mário, por alguma razão, me quis presente à reunião, talvez como testemunha. As redações das revistas mensais da Abril não mais cabiam no edifício da Marginal do Tietê, e a maioria delas, inclusive a de Playboy, localizava-se num prédio no bairro paulistano do Brooklyn. De lá viemos para o encontro. À nossa espera estava o dr. Edgard de Silvio Faria, um dos diretores da Abril, cujas funções incluíam a área jurídica.
Depois de atravessar com paciência o torvelinho de assédio a que estava inteiramente acostumado há décadas, o Rei chegou à sala sem assessores ou advogados, acompanhado apenas de seu irmão, Jair Arantes de Nascimento, o Zoca, dois anos mais novo, que funcionava como uma espécie de assessor pessoal. Feitas as apresentações, todos se sentaram e, após alguns minutos de small talk, Mário foi à luta.
Na reunião, o irmão de Pelé pingava adoçante no cafezinho do Rei
Sempre cativante e diplomático, como de seu feitio, Mário de Andrade começou elogiando Pelé pelo que representava para o Brasil e por sua simplicidade a despeito da fama, agradecendo o fato de ter vindo pessoalmente à Abril. Disse que a devolução das fotos era uma deferência especial a ele, Pelé, e também uma consideração para com Xuxa.
Nesse meio tempo, me impressionou o relacionamento de Pelé com o irmão que tentou, sem êxito, ser jogador de futebol profissional pelo mesmo time do Santos. Zoca agia como uma espécie de mordomo de Pelé, que por sua vez se comportava em relação ao irmão como patrão. Se o garçom da Abril servia um café a Pelé, Zoca apressava-se, a um sinal do Atleta do Século, a pingar adoçante na xícara. Confesso que fiquei um tanto chocado com o servilismo de Zoca, e com a naturalidade com que Pelé o encarava.
Com a passagem dos anos, Zoca também mudara muito fisicamente, em relação à figura do jogador efêmero de que eu me lembrava. Na juventude, embora não fosse parecido com Pelé, tinha a mesma cor e o mesmo tipo de cabelo do irmão. O Zoca à nossa frente, porém, com um bigodinho fininho, pele bem mais clara e cabelos esticados, lembrava um portorriquenho de filme americano.
Lá pelas tantas na conversa, Mário de Andrade introduziu espertamente um tema: Playboy completaria 10 anos de existência no mês de agosto daquele ano. Um perfil de Pelé em Nova York – onde ele vivia a maior parte do tempo, como executivo da Warner Communications – seria perfeito para a edição especial planejada. Pelé não poderia, em troca da gentileza da devolução das fotos (algumas, por contrato, ainda poderiam ser publicadas), atender com especial atenção a um jornalista da publicação, “abrindo” sua vida de maneira mais livre do que costumava fazer com jornalistas?
Pelé aceita abrir sua vida para o editor Nirlando Beirão
Pelé topou na hora e Mário, rápido, já indicou quem iria procurá-lo: o editor Nirlando Beirão que, além de ser um dos melhores jornalistas do país já na época, era (e é) um gentleman impecável, diante de cuja inteligência, simpatia e magnetismo pessoal os entrevistados não costumavam resistir.
O dr. Edgard, que pouco interveio durante o encontro porque, experiente, percebeu que as coisas andavam bem, diante do acerto amigável estendeu a Pelé minutas de contrato previamente preparadas para sacramentar a devolução das fotos, pelas quais o Rei se tornou responsável. Mário passou a Pelé um envelope com as fotos de Xuxa.
Não era tanto material como muita gente poderia imaginar. Xuxa, na verdade, protagonizou apenas um único ensaio para Playboy, publicado na edição de 7º aniversário, em agosto de 1982, e ao lado da irmã Maruska. As chamadas de capa falavam em “Segredo de família” e “As fotos que Pelé quase proibiu”. Fotos desse ensaio, algumas inéditas, seriam depois republicadas, em diferentes edições. A última de todas seria um pôster na edição de 10º aniversário, concessão que Mário obteve de Pelé no finzinho da reunião.
Xuxa na edição de 7º aniversário de "Playboy": "As fotos que Pelé quase proibiu"
O que ocorreria é que Playboy, aproveitando a capa com Xuxa e a irmã, acabou explorando o “veio Xuxa” a partir de então. Vieram, em consequência, capas com a hoje atriz Luciana Vendramini (uma das “xuxetes”, denominação que precedeu a das “paquitas”), em dezembro de 1987, com Andréa Veiga (paquita), em setembro de 1988, com Regina Meneghel (cunhada de Xuxa), em maio de 1989, com Deborah Meneghel (prima), em outubro de 1989, com Ângela Matos (secretária e irmã de sua então empresária Marlene Mattos), em abril de 1991, e com a também xuxete Shirley Miranda, em julho de 1992. Em minha gestão, fizemos uma capa com a ex-paquita Andréa “Sorvetão”, em dezembro de 1995.
(Eu não conseguiria recuperar a trajetória de Xuxa na revista, nem as de estrelas de capa a ela ligadas, se não fosse o auxílio do Romário de Oliveira, o maior fã de Playboy que já conheci, e que trabalhou no atendimento ao leitor da revista — e na descoberta de garotas para posar — de 1990 a 1998. Romário é um arquivo vivo de Playboy, a quem agradeço aqui pela colaboração).
A reunião toda entre Pelé, Mário de Andrade e Edgard de Silvio Faria, presenciada por mim e por Zoca, não durou uma hora. Mário, por via das dúvidas, anotou todos os telefones de Pelé para passar a Nirlando.
Feitas as despedidas, Mário e eu, em meio a novo alarido pelos corredores da Abril, acompanhamos Pelé até o térreo, onde um carro com motorista o esperava.
Regina Meneghel, cunhada de Xuxa, na edição de setembro de 1988: o "veio Xuxa"
Pelé em Nova York: um belo apartamento, casa em meio a milionários, um Cadillac com motorista, amigo de Robert Redford e Muhammad Ali
O resultado da negociação, para Playboy, seria um perfil espetacular publicado na edição de 10º aniversário, em agosto de 1985, escrito por Nirlando Beirão sob o título “A Vida do Rei em Nova York”.
Preciso contar a vocês, amigos do blog, um pouco do que contém essa matéria.
Pelé para Nirlando: “Um dia desses, descendo para almoçar, acho que no Charley O’s da rua 48, com o Robert Redford, estávamos eu e ele na rua, e ele, de repente, espantado, me disse: ‘Fuck, man, how popular you are!’ Também pudera: eu já tinha dado uns dez autógrafos e ele, o Robert Redford, nenhum”.
O grande ator era amigo e vizinho de escritório de Pelé — no mesmo prédio, no mesmo andar.
Pelé para Nirlando: “A Jackie Kennedy me cumprimentou, e na mesma hora senti aqueles olhares em volta, como se o pessoal estivesse pensando: ‘Pô, o crioulo está com tudo’, e eu lá, pensando, ‘Ela nem é bonita, nem dá tesão’”.
Pelé para Nirlando: “Estraçalhei o [cineasta Steven] Spielberg numa partida de tênis em East Hampton [paradisíaco reduto de milionários à beira-mar em Long Island, próximo a Nova York] ele não acerta uma bola…”
Pelé para Nirlando: “Uma noite, indo jantar, eu e o [extraordinário campeão mundial dos pesos-pesados Muhammad] Ali (…). “Ele chorou na minha festa de despedida”.
Executivo da multinacional Warner, com dez anos de casa e responsabilidades de globetrotter, como escreveu Nirlando, o Rei naquela época vestia ternos da centenária loja Brooks Brothers, levava um Rolex de ouro no pulso, desfilava num imenso Cadillac preto do ano, com telefone a bordo — décadas antes dos celulares –, presente da empresa.
"A Vida do Rei em Nova York": um perfil espetacular de Pelé publicado por "Playboy" na edição de 10º aniversário
Vivia na Rua 54, esquina com a Segunda Avenida, num apartamento igualmente presenteado pela Warner, de dois salões e três quartos, para o qual se mudara seis anos antes, depois de separado da primeira mulher, Rose Cholby do Nascimento – processo penoso, caro e lento que levou dois anos para terminar. Há 25 anos, o apartamento valia 700 mil dólares.
E o dono tinha entre seus vizinhos Dustin Hoffman e Al Pacino.
Ajudava financeiramente os tios em Três Corações, lavava a própria roupa, relaxava em bangalô de rico em East Hampton
Famoso, poderoso e rico, no entanto, Pelé lavava e secava sua própria roupa na lavanderia do edifício, como faz todo mundo em Nova York.
Continuava ajudando financeiramente os pais, Dondinho e Celeste, alguns tios e primos na sua cidade natal de Três Corações (MG). Pagava religiosamente pensão para a ex-mulher e bancava as despesas dos filhos Kelly Cristina, Edinho e Jennifer. Só Edinho lhe custava, na época, 8 mil dólares mensais.
Para relaxar, costumava esticar nos fins de semana no bangalô construído em meio a 1.500 metros quadrados de um dos mais valorizados braços de mar de East Hampton, o balneário chique dos novaiorquinos, dotado de piscina, um ancoradouro para a lancha e uma garagem para o barco a vela.
Era, por sinal, o único negro em redondezas que abrigavam emweekends ou temporadas gente como a atriz Lauren Bacall, o diretor de cinema Sidney Lumet e legendário diretor do jornal The Washington Post, Ben Bradlee.
120 mil quilômetros viajados em 6 meses — e 14 passaportes cheios de vistos e carimbos
Para ter e dispor de tudo isso, o homem trabalhava duro, verificou Nirlando. Pelé a essa altura da vida passava sete meses no circuito Nova York-Europa e cinco meses fazendo do Brasil ponte para viagens. (No Brasil, possuía uma grande casa em Santos, sua cidade de adoção, cedida aos pais, uma casa e uma cobertura em São Paulo e a casa recém-inaugurada no Guarujá, litoral paulista, onde vive até hoje).
Nem havia terminado aquele primeiro semestre de 1985 e o Atleta do Século já viajara 120 mil quilômetros de avião, em primeira classe, naturalmente, algo como 134 horas de voo.
Do Brasil para Nova York e vice-versa inúmeras vezes, e de Nova York para Los Angeles, Tóquio (duas vezes), Frankfurt, Munique, Londres, Paris, Sidney (Austrália), Nairobi (Quênia), Kampala (Uganda), as ilhas caribenhas de Saint Thomas e Guadalupe, Assunção (Paraguai) e Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), com compromissos já agendados para países como a Arábia Saudita e, uma vez mais, a Austrália.
Não é de estranhar que, àquela altura, já acumulasse 14 passaportes repletos de vistos e carimbos de entrada e de saída. Achava tempo, no entanto, para praticar judô e karatê.
Quanto ganhava o Rei? Bom de drible, Pelé desconversou, mas deu pistas. “Uma nota”, reconheceu. “Mas não dá para calcular porque o forte é o que vem em royalties, faturamento de publicidade, de merchandising”. Calculava ter 50 pessoas trabalhando com ele na Warner, sem contar seus representantes pessoais em países como o Japão e a Inglaterra.
Precursor em relação ao que enche os bolsos dos atletas de hoje, há 25 anos a gigante de alemã de artigos esportivos já havia lançado toda uma linha de chuteiras com seu nome.
Pelé abre o coração: casou com Rose, a primeira mulher, sem amá-la
A parte mais delicada e reveladora do perfil escrito por Nirlando, porém, seria a em que Pelé abordou aspectos da vida pessoal, sobretudo de seu casamento com Rose. Veja só:
“Eu nunca disse isso para ninguém: eu gostei muito da Rose numa época, quando eu a conheci ela tinha uns 13 para 14 anos, e eu 18 para 19. Eu saía pra caçar com o pai dela, pra pescar, ia na casa dela, eu e outros jogadores do Santos, a gente ia em grupo. Ela e as irmãs, são três irmãs, eram fanáticas pelo Santos, a gente fez amizade, começamos a sair juntos, amigo, amiga, acabei namorando e casando. Depois eu descobri que não amava, eu casei sem amar.”
Nirlando perguntou: “E ela?”
“Não sei, da mesma maneira que eu pensei que amava, e não amava, só gostava, talvez ela tivesse pensado que amava e só gostava. Mas, por educação religiosa, essas coisas, eu não queria separar de jeito nenhum. Um dia, ela quis separar, propôs uma coisa que eu não iria cumprir, porque eu sou honesto. Ela queria, depois que a gente veio para cá [Nova York], em 1975, que eu deixasse de fotografar, de fazer comerciais com mulher, que eu deixasse de filmar, que eu vivesse só para ela e pro Cosmos [time de futebol da Warner que contratou Pelé em 1977, três anos depois de ele encerrar sua carreira no Santos].Ou isso ou a separação. Quer dizer, ela me botou na parede”.
Mais adiante, depois que Pelé revela como o casamento estava complicado, Nirlando pergunta:
– Mas vocês ainda tiveram a filha Jennifer. Foi uma tentativa de salvar o casamento ou aconteceu sem esperar?
“É uma coisa meio difícil pra eu explicar, porque a gente não tinha combinado nada, já estávamos aqui em Nova York e já tínhamos tido problemas. Ela tomava pílula depois do Edinho, engordou, depois recuperou, mas ela não queria tomar. E, um dia, me disse que estava grávida”.
– Cá entre nós, talvez tenha sido uma tentativa de te segurar…
“É, pode ser, mas acontece que…”
– Acontece que nasceu e vocês se separaram.
“É, nasceu, e na mesma semana a gente se separou. Eu voltei da Copa do Mundo [na Argentina, em 1978] e a gente se sseparou. Foi um negócio chato, triste, e a educação religiosa que eu te falei, minha família não aceitava muito. Agora, a gente tem uma amizade relativa. Não é uma coisa muito boa, mas a gente conversa.”
Xuxa sentada no colo de Pelé, na residência de Alfredo Saad, em janeiro de 1986
Xuxa era virgem quando se conheceram
Naturalmente a conversa abordou o tema Xuxa. Pelé contou que a conheceu durante uma foto de capa para a falecida revista Mancheteintitulada “Gaiola de Ouro”, abordando a recém-adquirida liberdade do Rei como homem solteiro. Posou com quatro modelos, entre as quais Xuxa e Luíza Brunet. Jogou seu olho comprido em direção a Luíza, convidou-a para ir a um show no Canecão e recebeu um fora: mesmo com 17 anos, a Brunet era casada.
Mais tarde, sairia com Xuxa em um grupo, até que a convidou para uma festa na casa do empresário Alfredo Saad à qual precisou levar também os pais e o irmão da modelinho, então com 17 anos.
Aí revelou a Nirlando um segredo até então bem guardado: Xuxa era virgem nessa época. Pelé não elaborou o assunto, mas deu a entender que só viria a namorá-la de fato tempos depois, quando havia uma amizade entre os dois e Xuxa se acostumara a procurá-lo, pessoalmente ou por telefone, para conversar e pedir conselhos.
O fato é que a certa altura começou um namoro de celebridades que ocupou manchetes durante anos. Quando Nirlando entrevistou Pelé para o perfil, o casal estava junto há quase cinco anos. Mesmo assim, com grande naturalidade, Pelé, enquanto Xuxa estava no Brasil, mantinha seu intenso ritmo de relacionamentos breves com outras, com muitas mulheres.
Como narrou Nirlando, em sua prosa elegante: “Pelé é um desbravador das noites, das louras vaporosas, dos amores secretos, das incansáveis badalações do jet set”…
É a vez de Xuxa falar. Depois da separação, ela considerava Pelé “pequeno”. E detestava o pé do Rei
Aquela reunião de 1985 de certa forma repercutiria 11 anos depois. Estando eu já na direção de Playboy, conseguimos para a edição de 21º aniversário, em agosto de 1996, uma rara, longa e reveladora entrevista de Xuxa – a segunda que ela concedia à revista. Conferimos a missão ao editor contribuinte Guilherme Cunha Pinto, amigo querido que infelizmente teria, como Mário de Andrade, morte súbita e prematura, antes de a entrevista ir às bancas.
Nessa época já uma celebridade estelar, Xuxa, como não poderia deixar de ser, foi perguntada sobre Pelé. E mostrou-se claramente revoltada com o fato de o Rei haver revelado sua condição de virgem quando se conheceram. Só que ela atribuiu a revelação a uma longa e excelente entrevista que Pelé concedera a Juca Kfouri, o diretor de Playboy que me antecedeu, para a edição de agosto de 1993, e não, como de fato ocorreu, ao perfil de autoria de Nirlando Beirão que acabamos de mencionar.
A longa e reveladora entrevista de Xuxa publicada na edição de 21º aniversário de "Playboy", em agosto de 1996
De todo modo, na entrevista de Xuxa a Guilherme Cunha Pinto em 1996 o tema veio à tona, junto com uma avaliação bastante rigorosa da estrela a respeito de seu namorado durante mais de cinco anos.
Confira o trecho abaixo da conversa entre Xuxa e Guilherme Cunha Pinto:
PLAYBOY – Sabe uma impressão que fica? Que uma pessoa comum nunca vai ter chance com você. Pensando nos seus namorados, ou são celebridades, como Pelé e Ayton Senna, ou modelos de beleza, como esse rapaz [referia-se ao então modelo Luciano Szafir, que tempos mais tarde seria pai de sua filha, Sasha]. É isso?
XUXA – Não, não é. As coisas simplesmente aconteceram. O encontro com o Pelé foi por acaso, a gente se conheceu numa fotografia que fui fazer. E no caso do Ayrton foi ele que buscou, de todas as maneiras, chegar perto de mim. Eu me apeixonei por duas figuras conhecidas, mas pode pintar qualquer pessoa.
PLAYBOY – A aparência não é importante? Se não for um sujeito bonitão…
XUXA – E tu acha o Pelé bonitão?
PLAYBOY – [Confuso.] O Pelé?
XUXA – Na época eu achava ele o máximo! Lindo. Mas já achava e continuo achando o pé dele horrível. O resto eu achava maravilhoso. Entendeu?
PLAYBOY – Você não gosta dos pés do Pelé?
XUXA – São horríveis.
PLAYBOY – Aqueles pés que fizeram…
XUXA – Horríveis. Parecem garras.
PLAYBOY – Aqueles pés ganharam três Copas do Mundo!
XUXA – Uma mulher que gosta de pé não pode olhar para o pé dele.
PLAYBOY – Você deve ser a única pessoa do mundo que não admira os pés do Pelé.
XUXA – Eu dizia para ele: “Se um dia tu arrumar uma namorada que tenha tara por pé, tu tem de ficar de meia”. Você não viu o pé dele[risos.]
PLAYBOY – Você e o Pelé namoraram durante seis anos, no começo da sua carreira. Agora faz tempo que não se falam?
XUXA – [Séria.] Eu não falo mais com ele. Faz tempo, já.
PLAYBOY – Foi por causa da entrevista que ele deu para PLAYBOY três anos atrás? [Nessa entrevista, em meio a diversos outros comentário e afirmações sobre Xuxa, Pelé disse que ela teria revelado ser virgem quando os dois se conheceram, no início da década de 80. E que a teria aconselhado a “resolver esse problema” antes de se envolvder com ele.]
XUXA – Não. Foi por uma série de coisas que aconteceram.
PLAYBOY – Mas e o que ele falou na entrevista?
XUXA – O Pelé faz parte da minha história e eu faço parte da história dele, mas acho que isso era uma coisa que não deveria ser dita, porque se alguém teria de falar seria eu. Ficou uma coisa grotesca. E, já que ele resolveu falar, que falasse a verdade. Quando a gente se conheceu, ele não sabia que eu era – eu não me apresentava às pessoas e dizia: ”Olá, meu nome é Xuxa, eu sou virgem”. Eu era virgem, mas ele só foi descobrir depois, quando a gente já estava junto.
PLAYBOY – Você teria dito, depois dessa entrevista do Pelé, que se por acaso se apaixonasse de novo por um rei, não seria um rei tão pequeno como ele. A raiva continua tão grande?
XUXA – Vamos dizer assim: tive momentos bons e ruins com ele. Às vezes, a gente aprende muito mais errando. E eu aprendi muito com ele. Hoje, não poderia ficar com uma pessoa tão pequena.
PLAYBOY – Pequena em que sentido, precisamente?
XUXA – É aqui [apontando a cabeça.] Saem coisas que, às vezes, não dá para entender. Dá o microfone para ele falar, que você vai sentir, vai ouvir. Ele é pequeno. Mas faz parte, fez parte da minha vida. Não posso negar isso, nunca.
PLAYBOY – Numa certa medida ele apresentou o mundo para você, não foi?
XUXA – Ele me apresentou muita coisa. Muita coisa boa, também. Um ponto que o Pelé tinha de legal é que queria me ver crescendo profissionalmente. Mas talvez não soubesse que eu teria tantas oportunidades. Uma vez ele disse para mim: “Nunca queira ser a melhor. Porque é muito difícil ser o primeiro”. Quando eu quis sair da [extinta Rede] Manchete [de Televisão] para ir para a Globo, ele disse: “Não faça isso. Não queira. Você vai ter de provar que é a melhor todo dia”. Pois hoje posso dizer que é muito bom ser a melhor. Não gostaria de ser a segunda.
Leia também:




Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 

- XUXA MENEGHEL – ONDE ESTÁ A VERDADE? (aqui)