segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Fernando Pimentel, o governador caixa dois


PROPINA - A PF suspeita que a campanha eleitoral de Pimentel foi financiada com dinheiro oriundo de negócios escusos com o governo federal(LINCON ZARBIETTI / O TEMPO/VEJA)
A Polícia Federal confirma que a campanha do petista ao governo de Minas Gerais, em 2014, recebeu dinheiro de origem suspeita e não declarado à Justiça. O nome disso: crime eleitoral
Por: Hugo Marques e Rodrigo Rangel
No projeto de poder traçado pela cúpula do PT, vencer as eleições para o governo de Minas Gerais em 2014 era mais que uma questão de honra. Era vital. As pesquisas indicavam que havia chances reais de o petista Fernando Pimentel interromper a hegemonia do PSDB no estado. No plano nacional, Dilma Rousseff também estava de olho nas urnas mineiras. Um bom desempenho em Minas poderia garantir a disputa a seu favor. Um mau desempenho poderia influir na disputa presidencial e consolidar de vez a imagem de candidato imbatível do seu principal adversário, o ex-governador mineiro Aécio Neves. Não havia uma segunda opção. O PT montou uma estrutura de campanha como poucas vezes se viu. Carros, aviões, farto material de propaganda, marqueteiros contratados a peso de ouro, centenas de comitês municipais. Não faltou dinheiro. De azarão, Fernando Pimentel logo passou a franco favorito e ganhou no primeiro turno. No plano nacional, o segundo maior colégio eleitoral do país assegurou a Dilma a vitória no segundo turno por uma diferença apertada de pouco mais de 3 milhões de votos. Só Minas Gerais garantiu 6 milhões de votos à presidente. A investida se mostrou per­feita. Quase perfeita.
Dois dias depois do primeiro turno, com o petista Pimentel ainda comemorando a vitória esmagadora, a Polícia Federal interceptou no aeroporto de Brasília um avião turboélice procedente de Belo Horizonte. Uma denúncia anônima alertou os agentes sobre a presença de dinheiro clandestino a bordo. Não era trote. Os agentes encontraram 113 000 reais dentro de uma sacola. Mais interessante, porém, era a identidade de um dos passageiros. Assustado, falando intensamente ao telefone desde que a aeronave havia sido cercada pelos policiais, estava o empresário Benedito de Oliveira Filho. Amigo íntimo de Fernando Pimentel, Bené, como é conhecido, é um daqueles personagens que ninguém sabe ao certo de onde surgiram, o que fazem, para quem trabalham. É um daqueles personagens que, de uma hora para outra, aparecem do nada, são tratados como autoridade, se comportam como autoridade e vivem as delícias de uma autoridade. Doutor Bené tinha todos esses predicados.
Em 2010, quando Dilma foi eleita presidente pela primeira vez, Doutor Bené saiu das sombras pela primeira vez. Ninguém sabia, mas, no governo petista, ele se transformara num megaempresário. Em poucos anos ganhou contratos que somariam mais de 500 milhões de reais - muitos deles sem licitação e, pior, sem a devida prestação de serviço. Mesmo com esse currículo desabonador, Bené foi escolhido como uma espécie de gerente do comitê central da campanha presidencial do PT. Ao mesmo tempo em que faturava milhões do governo, ele era o responsável por pagar as despesas do comitê - as corriqueiras e também as nada republicanas. Uma delas, a que trouxe o operador à luz, resultou num grande escândalo. O empresário arregimentou um grupo de arapongas para produzir dossiês contra adversários da candidata petista. Na época, o coordenador da campanha e chefe de Bené era Fernando Pimentel. Quatro anos depois, a história se repetiu.
A bordo da aeronave, além do dinheiro, a Polícia Federal encontrou documentos e arquivos digitais que, pouco depois, se mostrariam cruciais para uma descoberta muito maior. Sempre nas sombras, Bené tinha participado ativamente da vitoriosa campanha do amigo Fernando Pimentel ao governo de Minas. Os papéis e anotações mostravam que o protagonismo do empresário no escândalo da campanha de 2010 não serviu, sequer, como lição - nem para ele, nem para seu patrão. Bené continuou a ganhar milhões no governo federal e, paralelamente, a prestar auxílio financeiro aos seus companheiros petistas, em especial a Fernando Pimentel. Planilhas apreendidas indicavam que o dinheiro do empresário bancou parte da campanha de Pimentel, além de suas contas pessoais, passeios e mordomias, inclusive no período em que ele esteve no cargo de ministro do Desenvolvimento do governo Dilma. A mão generosa era extensiva a Carolina Oliveira, a mulher do governador. Era generosidade com dinheiro público.
Deflagrada pela Polícia Federal a partir dos indícios surgidos no flagrante do aeroporto, a Operação Acrônimo mergulhou num poço de ilegalidades patrocinadas pela dupla Bené-­ Pimentel que extrapola em muito os limites do favorecimento pessoal. Os investigadores já descobriram que o empresário atuou como um eficiente pagador de despesas não contabilizadas da campanha de Pimentel ao governo. Em um relatório juntado aos autos na terceira etapa da operação, iniciada na semana retrasada, a delegada encarregada do caso afirma, taxativamente, que o governador cometeu crime eleitoral ao esconder de sua prestação de contas despesas milionárias contabilizadas apenas no caixa dois administrado por Bené. Os policiais juntaram aos autos cópias de notas fiscais que mostram que gráficas da família de Bené produziram uma parte significativa do material de campanha usado pelo PT, sem que esse custo fosse declarado à Justiça Eleitoral, como manda a lei. Um crime que pode resultar na cassação de mandato do governador. Mas é ainda mais grave.
As investigações estão comprovando que o dinheiro que abastecia esse caixa dois era proveniente de negócios escusos fechados no governo federal nos tempos em que Pimentel era ministro e tinha em mãos uma caneta poderosa, sob a qual estavam vinculadas, por exemplo, decisões importantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), subordinado à pasta que ele comandava. A partir dos documentos apreendidos, de e-mails e mensagens telefônicas interceptadas, a polícia já reuniu provas de que os amigos de Pimentel cobravam propina de empresas em troca de decisões do ministério e do BNDES. Para a PF, a quadrilha começou a vender facilidades em 2011, com Pimentel, e seguiu com o sucessor dele, Mauro Borges. Quem intermediava as decisões de interesse das empresas era Bené. E, depois que Pimentel deixou o governo federal, quem atuava para que essas decisões fossem tomadas era Mauro Borges, também amigo do petista. Os lucros eram repartidos entre todos - incluindo a campanha, o governador e sua mulher.
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Em delação, Fernando Baiano diz que pagou despesas pessoais de filho de Lula




POR LAURO JARDIM 11/10/2015

 
Está destinada a causar um estrondoso tumulto a delação premiada de Fernando Baiano, cuja homologação foi feita pelo ministro Teori Zavascki na sexta-feira.
O operador (de parte) do PMDB na Petrobras pôs no olho do furacão nada menos do que Fábio Luís Lula da Silvao Lulinha.
Baiano contou que pagou despesas pessoais do primogênito de Lula no valor de cerca de R$ 2 milhões. Ao contrário dos demais delatores, que foram soltos logo após a homologação das delações, Baiano ainda fica preso até 18 de novembro, quando completa um ano encarcerado. Voltará a morar em sua cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca.
A propósito, quem teve acesso ao conteúdo da delação conta que Eduardo Cunha é, sim, citado por Baiano, que reconhece suas relações com o presidente da Câmara. Mas não entrega nada arrasador contra Cunha.

BOMBALULINHAMÁRIOLEWANDOWSKISÃO AMIGOSÍNTIMOSIGUALAO PAPAI E AOTITIO (LULA ERICARDO LEWANDOWSKI)

LEWANDOWSKI SOBRINHOFILHO DE LULA - lUIS CLÁUDIO LULA DA SILVA
Quando Luis Claudio Lula da Silva entrou no negócio do futebol americano, Mario Lewandowski, sobrinho de Ricardo Lewandowski, já estava em campo.
Ele criou seu próprio time (São Paulo Storm), organizou a associação nacional e o Torneio Touchdown, do qual Lulinhazinho virou captador de patrocínio..
Filho de Luciano Lewandowski, irmão de Ricardo, o jovem empreendedor foi também diretor financeiro da Associação Esportiva Tempestade Paulista e diretor de marketing da Associação de Futebol Americano do Brasil.
Hoje é dono da agência “Contra-ataque Marketing Esportivo Ltda” e mantém um pé na política, tendo coordenado as redes sociais da campanha do deputado federal Walter Feldman e liderado o movimento pelo voto distrital.(Via O Antagonista)

Claudia Leitte terá R$ 5,8 mi da Lei Rouanet; Rita Lee e Detonautas também estão na lista

Tiago Dias
Do UOL, em São Paulo

Claudia Leitte, Rita Lee, Humberto Gessinger e a banda Detonautas estão na lista dos artistas autorizados a captar recursos, via Lei Rouanet, para a realização de projetos, shows e gravações de DVD.

A cantora do sucesso "Largadinho", porém, foi a maior beneficiária na lista divulgada pelo Ministério da Cultura (MinC) nesta semana. Claudia Leitte foi autorizada a captar R$ 5,8 milhões para a turnê de doze shows que fará nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, entre maio e julho deste ano.

Ao UOL, a assessoria de imprensa de Claudia Leitte afirmou que a verba solicitada vai servir para levar os shows da cantora para cidades que não possuem "condições de bancar grandes eventos alicerçados apenas na cobrança de ingressos".

"A intenção é levar as apresentações para praças onde seria inviável pensar num show do porte de Claudia Leitte, com todos os custos inerentes a um evento dessa dimensão", afirmou a assessoria.

A lista do MinC autoriza o contemplado a buscar incentivos de empresas em troca de abatimento de impostos, o que sempre gerou polêmica quando envolve nomes de artistas conhecidos e populares.

Em 2011, Maria Bethânia chegou a receber protestos na internet por estar envolvida em um projeto de um blog de poesia – autorizado, na época, a captar R$ 1,3 milhão, via Lei Rouanet.

A cantora Rita Lee, que anunciou a aposentadoria dos palcos em 2012, terá incentivo de pouco mais de R$ 1,8 milhão para apresentações e gravação de DVD.
O ex-vocalista da banda Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, é outro contemplado: ele terá pouco mais de R$ 1 milhão para gravar um DVD em comemoração aos 50 anos de vida.

Já o grupo Detonautas recebeu a autorização prévia de R$ 1,08 milhão para um projeto.

Artistas e projetos de artes cênicas e visuais também foram contemplados via Lei Rouneut, como a segunda etapa de restauro da Catedral Metropolitana de Vitória (ES), o 23º Festival de Inverno da UFPR, a exposição "Memórias Femininas da construção de Brasília", e a publicação do livro "Aeroporto Santos Dumont - História e Patrimônio Arquitetônico". A lista completa de projetos aprovados pode ser consultada no site do MinC.

* com informações da EBC

COMENTÁRIO DO BLOG:

O Tico fumou todo o Teco.

20 meses após inauguração, porto 'brasileiro' gera frustração em Cuba


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Jovem cubano que trabalha em Mariel diz que pretende migrar para os EUA

  • 12 outubro 2015

Na casa de paredes ásperas e sem pintura que divide com a mulher e os dois filhos, o pescador Juan Alberto Valdez Rodriguez se lembra de quando as carroças e bicicletas que trafegam pela vizinhança deram lugar a uma longa fila de carros escoltados por viaturas policiais.
A passagem da comitiva - que incluía a presidente Dilma Rousseff e outros dois líderes sul-americanos - se devia à inauguração, em janeiro de 2014, da maior obra em Cuba desde a Revolução de 1959, a reforma do porto de Mariel. A cargo da empreiteira brasileira Odebrecht, a obra contou com um empréstimo de US$ 802 milhões (R$ 3,1 bilhões) do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
"Achei que depois daquele dia tudo mudaria: teríamos mais dinheiro, mais oportunidades, mais investimentos", diz Rodriguez, morador de uma vila vizinha ao porto, a 40 quilômetros da capital Havana.
A reforma de Mariel foi uma etapa crucial da maior aposta do governo Raúl Castro para atrair investimentos estrangeiros e estimular a economia cubana: a criação de uma zona econômica especial numa área de 465 quilômetros quadrados vizinha ao porto, projetada para abrigar um parque industrial e um centro logístico.
A modernização do porto deixou muitos moradores de Mariel esperançosos de que a cidade de 40 mil habitantes, até então um modesto entreposto comercial bastante dependente de recursos estatais, viveria dias mais próspero.

Vinte meses após a inauguração de Mariel e a criação da zona especial, porém, Rodriguez e vários outros moradores disseram à BBC Brasil que quase não houve benefícios para a cidade e que continuam a lidar com problemas comuns a outros pontos do país.
"Se você vai buscar comida no mercado, não há. Se vai buscar frango, não há. Dinheiro, não há. Aqui não há nada", afirma o pescador.
Embora o porto já esteja funcionando a pleno vapor e a reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos tenha feito muitos empresários voltarem as atenções para a ilha caribenha, até agora nenhuma indústria se instalou na zona especial.
Para analistas, a manutenção do embargo econômico dos Estados Unidos e as complexas regras para investimentos estrangeiros em Cuba fazem com que empresários resistam a investir em Mariel.
Já a agência que administra a área diz que sete empresas - duas estatais cubanas e cinco pequenas companhias estrangeiras (nenhuma do Brasil) - tiveram seus projetos aprovados e começarão a operar ali em 2016.

Financiamento 'secreto'

O financiamento do BNDES ao porto de Mariel se tornou objeto de disputa na última campanha presidencial brasileira. Políticos da oposição, entre os quais o então candidato tucano Aécio Neves, condenaram o repasse de dinheiro público brasileiro à obra.
Na inauguração do porto, Dilma afirmou que Mariel simbolizava a "amizade duradoura" entre Brasil e Cuba. Em dezembro passado, ela disse que o anúncio de que Washington e Havana retomariam os laços diplomáticos reforçaram a importância da obra "para a região e para o Brasil".
Em nota à BBC Brasil, o BNDES diz que o empréstimo - com prazo de 25 anos para ser quitado - vem sendo pago normalmente e gerou empregos e receitas no Brasil, tendo mobilizado uma "extensa cadeia de fornecedores de bens e serviços nacionais". Segundo o banco, o ritmo de outras obras associadas ao empreendimento "não comprometem a pertinência e o cumprimento dos objetivos" do financiamento.
A Odebrecht afirma que já encerrou seus trabalhos no porto e que está estudando opções de investimento na zona especial.

Segunda revolução

Para alguns moradores, é questão de tempo até que Mariel e Cuba sintam os benefícios dos novos empreendimentos.
Na praça à beira da baía da cidade, o pedreiro aposentado Pedro Antonio Rodrigues, 83 anos, aponta para os cargueiros que passaram a trafegar pelas águas após o aprofundamento do calado do porto.
Com a reforma, Mariel hoje pode receber embarcações com até 18 metros de profundidade e movimentar cerca de 1 milhão de contêineres por ano, ou um terço da capacidade do porto de Santos, o maior do Brasil. O porto é administrado por uma empresa de Cingapura.

Image captionPedro Antonio Rodrigues (dir.) e seu filho estão otimistas com o futuro de Mariel

Rodrigues diz que aquele mar só viveu dias tão agitados entre abril e outubro de 1980, quando centenas de barcos partiram cheios de cubanos para os Estados Unidos. O êxodo dos 125 mil "marielitos", como os imigrantes ficaram conhecidos na Flórida, ocorreu em meio ao declínio da União Soviética, na época o maior parceiro econômico de Cuba.
Rodrigues diz que, diferentemente daquela época, a movimentação atual na baía prenuncia tempos auspiciosos. "Tive a sorte de presenciar a Revolução em 1959", ele afirma.
"Agora espero viver o suficiente para testemunhar a revolução que virá com o novo porto."
Para Rodrigues, "empresas do mundo todo brigarão para se instalar" na zona econômica assim que embargo econômico americano à ilha for derrubado (a medida depende do Congresso americano e não tem prazo para ocorrer). A área fica a cerca de 180 quilômetros da costa da Flórida, o que a tornaria um ponto privilegiado para a exportação de produtos para os Estados Unidos.

Burocracia e desânimo

Na mesma praça, outros moradores se disseram desanimados com os efeitos do empreendimento.
Uma funcionária de um órgão estatal cubano diz que tentou se candidatar a vagas de trabalho no porto e em indústrias que venham a se instalar na zona especial, mas que exigências burocráticas lhe fizeram desistir. A seu lado, uma jovem recém-formada em contabilidade conta que pôde se cadastrar no banco de dados, mas jamais foi chamada para entrevistas.
Elas afirmam ainda ter esperança de conseguir empregos, apesar das dificuldades e da falta de informações sobre os projetos. O principal atrativo para as duas é a chance de trabalhar com empresas estrangeiras e receber mais.
A possibilidade, porém, ainda é incerta. Analistas dizem que um dos maiores entraves aos investimentos em Mariel é a determinação, prevista na legislação cubana, de que empresas estrangeiras contratem funcionários de cooperativas indicadas pelo governo.
A prática busca garantir que os trabalhadores recebam salários equivalentes aos de empregos públicos, limitados a algumas dezenas de dólares por mês. O procedimento barateia a mão de obra, mas é rejeitado por várias empresas interessadas em investir em Mariel e que preferem pagar salários maiores que a média para manter os funcionários motivados.

Image captionCarroça passa pelo centro de Mariel, onde o clima rural ainda predomina
Image captionVilarejo próximo a Mariel; nenhuma empresa ainda se instalou na nova zona econômica especial

'Experimento capitalista'

Os salários pagos no porto hoje são a principal queixa de cubanos que trabalham no empreendimento.
Na principal avenida que cruza a cidade, dois homens com macacões alaranjados conversavam enquanto aguardavam o ônibus que os levaria para casa após o serviço.
Ambos atuam no porto como técnicos assistentes e dizem receber cerca de 30 pesos cubanos (R$ 116) por mês para jornadas de 12 horas diárias, de segunda a sábado. Para sobreviver, dizem fazer bicos.
Ainda que os salários sejam comparáveis aos do setor público cubano, eles dizem que, pelo montante investido no porto e a presença de empresas estrangeiras, achavam que receberiam mais.
Um deles diz ter se interessado pelo emprego ao ouvir que Mariel seria um "experimento capitalista", onde vigorariam práticas de trabalho distintas.
O escritório da Zona de Especial de Desenvolvimento (ZED) Mariel não respondeu repetidos pedidos de entrevista da BBC Brasil nem quis comentar críticas ao empreendimento.
Em entrevista recente ao portal Cuba Debate, a diretora geral da ZED, Ana Teresa Igarza, disse que empresas estrangeiras que se instalem na zona terão liberdade para negociar os salários com os funcionários cubanos.
Igarza afirmou que as cinco companhias estrangeiras que tiveram os projetos aprovados para operar ali são pequenas e que muitas empresas grandes com que teve contato atribuem o receio de investir em Mariel ao embargo econômico americano.
Ela ainda disse que a zona começará a gerar resultados em cinco anos e que o ritmo de implantação do projeto está "mais ou menos" dentro do previsto.

Novos 'marielitos'

Nem todos pretendem esperar. Mesmo ganhando 60 pesos cubanos (R$ 233), o dobro do que recebem seus subordinados, um jovem técnico cubano que trabalha no porto diz à BBC Brasil que o valor não cobriria nem a roupa que ele vestia naquele dia, a camisa do jogador português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid.
Ele afirma que só pôde comprar a peça porque seu pai mora em Miami e lhe envia dinheiro todos os meses. O jovem diz que, no ano que vem, se juntará ao pai nos Estados Unidos.
"Tudo em Cuba é incerto, não há garantias de que as coisas vão melhorar amanhã ou daqui a dez anos", ele afirma.
"É por isso que os 'marielitos' se foram, é por isso que muitos continuam e continuarão a ir embora."

EDUARDO CUNHA DESAFIA JANOT! A NOTA OFICIAL MAIS DURA DA NOVA REPÚBLICA


1) O Presidente da Câmara nunca recebeu qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão público ou algo do gênero. Ele refuta com veemência a declaração de que compartilhou qualquer vantagem, com quem quer que seja, e tampouco se utilizou de benefícios para cobrir gasto de qualquer natureza, incluindo pessoal.
2) Os seus advogados ingressarão, na terça-feira, com petição ao Supremo Tribunal Federal pedindo o imediato acesso aos documentos que existam no Ministério Público Federal, para que eles possam dar a resposta precisa aos fatos que por ventura existam.
3) Até o presente momento, o Procurador Geral da República divulgou dados que, em tese, deveriam estar protegidos por sigilo, sem dar ao Presidente da Câmara o direito de ampla defesa e ao contraditório que a nossa Constituição assegura, e o faz, estranhamente, de forma ostensiva e fatiada entre os principais órgãos de imprensa, ao fim de uma sexta feira véspera de feriado prolongado, tendo como motivação  gerar o constrangimento político da divulgação de dados que, por serem desconhecidos, não podem ser contestados.
4) Certamente, os advogados do Presidente da Câmara, após conseguirem ter acesso a alguma coisa, saberão dar as respostas e acionarão o STF para responsabilizar os autores desse vazamento político de dados que, em tese, estão sob a guarda do próprio PGR.
5) O Presidente da Câmara reitera que mantém o que disse, de forma, espontânea à CPI da Petrobrás.
6) Em relação a qualquer pedido de afastamento ou de renúncia por parte do Presidente da Câmara, ele informa que foi eleito pela maioria absoluta dos deputados, em primeiro turno, para cumprir um mandato de 2 anos e irá cumprí-lo, respeitando a posição de qualquer um que pense diferente, mas afirmando categoricamente que não tem intenção de se afastar nem de renunciar.
7) A Constituição assegura o amplo direito de defesa e a presunção da inocência, e o Presidente pede que seja respeitado, como qualquer cidadão, esse direito. Não se pode cobrar explicação sobre supostos fatos aos quais não lhe é dado o acesso para uma digna contestação.
8) Por várias vezes desde o início desse processo, o Presidente da Câmara tem alertado para o viés politico do PGR, que o escolheu para investigar depois o escolheu para denunciar e, agora, o escolhe como alvo de vazamentos absurdos, que impõem o constrangimento de ser ver incluído em tudo que se refere à apuração de responsabilidades nesse processo de corrupção na Petrobras, que tanto envergonha o Brasil e está muito distante dele.
9) A pergunta que não quer calar e onde estão as demais denúncias? Onde estão os dados dos demais investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa obstinação pelo presidente da Câmara? Alguma vez na história do Ministério Publico um PGR respondeu a um ofício de partido politico da forma como foi respondido com relação ao Presidente da Câmara? A quem interessa essa atuação parcial do PGR? São algumas das perguntas que gostaríamos de ver respondidas para que a atuação do PGR não exponha ainda mais a respeitada instituição Ministério Público. Saímos de um passado de que se acusava um PGR de atuar como engavetador geral da República para um que se torna o acusador do governo geral da República.

Israel vai ajudar a Rússia na guerra contra o ISIS na Síria


Theodore Shoebat
Então, onde está agora a compatibilidade da ideia de que a Rússia é “Magogue” e vai invadir Israel (segundo alguns interpretam Ezequiel 38) quando a realidade é que Israel vai dar apoio e ajuda para a Rússia esmagar o ISIS na Síria?
As notícias que estão vindo de Israel estão desmentindo as hordas que acham que a Rússia está usando a Síria como pretexto para acabar invadindo Israel. De acordo com os próprios meios de comunicação de Israel:
Israel fornecerá para a Rússia informações sobre locais da oposição síria para facilitar as operações militares de Moscou, noticiou o Canal 2TV. Essa rede de televisão israelense disse que uma delegação de autoridades militares russas de elevada patente chegará a Israel na terça-feira para coordenar a cooperação militar entre os dois países.
A delegação será liderada pelo primeiro vice-presidente do Chefe do Estado Maior General Nikolai Bogdanovsky, que se encontrará com um militar israelense de patente semelhante, o general de divisão Yair Golan assim como autoridades de alta patente dos serviços de inteligência militar, a força aérea e o Mossad de Israel. O Canal 2 comentou que a visita está acontecendo depois do encontro entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente russo Vladimir Putin em Moscou três semanas atrás.
De acordo com reportagens dos meios de comunicação, Israel apresentará mais pedidos aos russos em troca de ofertas “atraentes” para facilitar as operações militares do exército russo na Síria. Essas reportagens também revelaram que Netanyahu e Putin concordaram com várias questões em princípio, inclusive um compromisso russo de parar o fluxo de armas da Síria para o Hezbollah, assim como permitir que a Força Aérea de Israel execute operações livremente na Síria, mesmo em áreas em que o exército russo está estacionado na costa síria.
Autoridades elevadas das Forças Aéreas da Rússia e Israel discutirão os mecanismos para coordenar sobrevoos israelenses no espaço aéreo sírio para evitar conflitos com aviões russos em operações contra grupos oposicionistas. Provavelmente, Israel pedirá que a Rússia coordene seus movimentos no Mediterrâneo de um modo que não afete as missões dos submarinos israelenses que coletam dados de inteligência sobre o Líbano e a Síria.
Outra reportagem da Rádio Israel no domingo afirmou que o governo israelense fornecerá dados vitais de Inteligência aos russos com o objetivo de reduzir a influência iraniana na Síria.
É essa a Rússia que chamam de Gogue?
Tradução de declaração de Putin postada na foto do site Shoebat:
Nós na Rússia conhecemos muito bem a tragédia do Holocausto. Seis milhões de judeus foram mortos na União Soviética e Europa. Ao mesmo tempo, sabemos muito bem que os representantes do povo judeu que lutaram no Exército Vermelho contra o nazismo eram trabalhadores políticos. Eram apenas soldados comuns, em geral médicos, e fizeram uma contribuição digna na luta contra o nazismo.
Mas a tragédia que o povo judeu sofreu tem, evidentemente, um lugar especial nos muitos crimes cometidos pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Repito: nós na Rússia sabemos o que é isso e sentimos o sofrimento como ninguém mais, porque mais de 20 milhões de soviéticos, a vasta maioria deles russos, foram mortos durante a luta contra o nazismo.
Quero lhes assegurar que faremos todo o possível para impedir que tais tragédias ocorram novamente no futuro.
Consideramos Israel nesse aspecto um aliado dos mais íntimos, e peço-lhes também nos considerar como tal.
Traduzido por Julio Severo do artigo original do Shoebat: Israel Is Going To Be Assisting And Helping Russia In Its War Against ISIS In Syria
Leitura recomendada:

Origem dos nomes dos países da América do Sul



Mapa: América do Sul Fonte: Infoescola

No dia 12 de outubro é comum as pessoas comemorarem o Dia das Crianças. Para os católicos, é também o Dia de Nossa Senhora Aparecida, considerada a Padroeira do Brasil. Mas, para a História, este dia marca a chegada dos europeus em terras americanas. O fato aconteceu aos 12 dias de outubro de 1492, quando Cristóvão Colombo e sua esquadra aportaram no Novo Mundo: é o Dia do "Descobrimento da América".

Em entrevista ao portal UOL Educação, o historiador Carlos Guilherme Mota* conta que "Colombo deixou o porto de Palos, na Andaluzia, Espanha, em 3 de agosto de 1492. Comandava uma nau, a Santa Maria, e duas caravelas, Pinta e Nina. Graças aos ventos alísios, navegou com boa velocidade e logo alcançou a ilha Grande Canária. Ele escondeu de sua tripulação o número de léguas navegadas para não assustar os marinheiros, mas ainda assim enfrentou um motim. Afinal, em 12 de outubro encontrou a ilha de Guanaani, atual Watlig, no arquipélago das Bahamas. Batizou-a de San Salvador. Em 29 de outubro chegou à costa de Cuba e, a 15 de dezembro, ao Haiti, que chamou de Hispaniola. Em 16 de janeiro do ano seguinte, começou o regresso, mas Colombo deixou em Hispaniola cerca de 40 homens". 

Mas o que vamos tratar neste post, como indica o título, é da origem dos nomes dos países da América do Sul. E aí surge a primeira curiosidade: por que a América não se chama Colômbia, em homenagem ao "descobridor"?

Mota explica que Américo Vespúcio publicou, em 1503, o livro "Mundo Novo", em que defendia a ideia de que as terras encontradas faziam parte de um continente desconhecido e não da Ásia (Índias Ocidentais, como denominou-a Colombo). Por este fato, em homenagem ao navegador Américo, italiano assim como Colombo, que provou sua tese por meio de estudos e viagens, adotou-se o nome de América para o novo continente. 
Ok, está explicado. Mas Colombo não foi esquecido, não. E os colombianos sabem muito bem disso. 
A Revista Mundo Estranho trouxe há algum tempo uma publicação sobre a origem do nome dos 12 países sul americanos. É interessante notar que muitos nomes provêm das características geográficas, dos recursos naturais ou de algum personagem importante da história do local. 
Veja só que curioso: 

HOMENAGEM AO DESCOBRIDOR
Colômbia significa algo como "Terra de Colombo", numa homenagem óbvia ao navegador italiano Cristóvão Colombo (1451-1506), que, como todo mundo sabe, descobriu o continente americano em 1492.

DIVISÃO IGUALITÁRIA
O Equador foi batizado com o mesmo nome da linha imaginária que atravessa seu território e corta o nosso planeta ao meio. A palavra deriva do latim aequus, ou "igual", numa referência à divisão da Terra em duas partes iguais, os hemisférios Norte e Sul.

POLÊMICA INCA
A origem do nome Peru é controversa, com duas interpretações conflitantes. A primeira afirma que se trata de derivação do nome Birú, um importante chefe inca. Para a segunda, a mesma palavra significa também "terra de riqueza e esperança".

HERÓI LIBERTADOR
O general e estadista Simon Bolívar (1783-1830) tornou-se um dos principais heróis sul-americanos ao lutar pela independência de vários países da região, inclusive da própria Bolívia, batizada em homenagem a seu libertador.

O FIM DA TERRA
Antes mesmo da colonização, o Chile já era chamado assim pelos índios aimarás, que habitavam o norte do país. Na língua deles, a palavra chilli quer dizer "onde acaba a terra", referência à posição geográfica do território: o extremo oeste do continente.

PEQUENA VENEZA
A Venezuela deve seu nome a Américo Vespúcio (1454-1512), explorador italiano naturalizado espanhol. Ao visitar a região, ele encontrou indígenas que construíam suas casas em palafitas sobre as águas do lago Maracaibo, no noroeste do país. Isso o fez chamar o lugar de "Pequena Veneza": Venezuela.

PRATA FARTA
A Argentina impressionou seus descobridores pela grande quantidade de riquezas minerais encontradas em seu solo, principalmente prata. Daí vem seu nome, inspirado em argentum: prata, em latim.

ADEUS INDÍGENA
O Suriname tomou seu nome dos índios surinen, habitantes originais da região. Uma lembrança triste, uma vez que, quando os primeiros exploradores ali chegaram, a tribo já havia praticamente desaparecido, expulsa e dizimada por outros grupos indígenas que passaram a ocupar a área.

TERRA DAS ÁGUAS
A Guiana e sua vizinha Guiana Francesa - situadas entre os rios Orinoco, Amazonas e Negro, além de serem banhadas pelo Oceano Atlântico - eram conhecidas pelos nativos como guyana, termo que, em seu idioma, significa "terra de muitas águas". A Guiana Francesa obviamente leva esse adjetivo por ser possessão da França.

ÁRVORE EM BRASA
Essa aqui é moleza, hein? Produto de grande importância comercial no século XVI, a árvore de pau-brasil batizou nosso país, onde os colonizadores portugueses encontraram florestas fartas dessa madeira. "Brasil" quer dizer algo como "em brasa", referência à forte coloração avermelhada do tronco, utilizado para fazer corante.

O RIO É REI
O Uruguai acabou ganhando o mesmo nome que os índios tupis e guaranis haviam dado ao grande rio que atravessa seu território. No idioma deles, a palavra significa "rio dos caracóis".

CAMPEÕES AQUÁTICOS
Quando o Paraguai foi descoberto pelos espanhóis, a região era habitada por índios chamados payaguaes. Excelentes nadadores e hábeis navegadores, eles viviam às margens do rio que dava nome à tribo. O termo pode ser traduzido como "rabo de mar", "rio ornado" ou "rio que dá origem ao mar" - mas também identifica um tipo de papagaio.

Fontes:



* Carlos Guilherme Mota é professor titular em História pela Universidade de São Paulo e tem pós-doutorado na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Foi professor visitante das Universidades do Texas, Londres e Stanford.