terça-feira, 14 de abril de 2015

Aprovação do projeto de lei da terceirização preocupa concurseiros do país


"Hoje, me sinto desmotivada. Sei que não tem nada definido, mas temo que uma eventual sanção da presidente reduza o número de contratações e a frequência de lançamento de novos editais, ou pior: que seja o fim dos concursos", critica a estudante Tatiane Barrozo, 32 anos


Demora na aprovação do Orçamento deste ano, ajuste fiscal e a aprovação do texto-base do projeto de lei da terceirização preocupa estudantes que almejam uma vaga no serviço público

Além da escassez de concursos importantes e da iminência de congelamento de contratações, a aprovação do texto-base do projeto de lei 4.330/04, na Câmara dos Deputados, trouxe mais preocupações aos concursandos. A proposta que prevê a regulamentação da terceirização no país pode abrir de vez as portas à mão de obra terceirizada em empresas públicas e sociedades de economia mista da União, estados, municípios, e no Distrito Federal, como Petrobras, Correios, Caixa e Banco do Brasil.


Entretanto, especialistas recomendam que os interessados por uma vaga no funcionalismo não abandonem os livros, já que a terceirização não atinge a administração direta. E não faltam oportunidades. Estão abertos em todo o país 189 certames para provimento de 23.383 vagas para cargos de todos os níveis de formação, com salários de até R$ 23,9 mil.



O atraso da aprovação da Lei Orçamentária Anual, no Congresso, e o ambiente de economia recessiva não preocupavam a estudante Tatiane Barrozo, 32 anos. “Sei que a máquina pública necessita repor o quadro de pessoal em função de aposentadorias”, explicou. Contudo, a aprovação do PL 4.330/04 pelos deputados federais tem tirado o sono dela. “Hoje, me sinto desmotivada. Sei que não tem nada definido, mas temo que uma eventual sanção da presidente Dilma Rousseff reduza o número de contratações e a frequência de lançamento de novos editais, ou pior: que seja o fim dos concursos”, critica.


Para o advogado especialista em concursos públicos Max Kolbe, do escritório Kolbe Advogados Associados, a proposta vai escancarar a participação de terceirizados em empresas públicas. “Sem norma, a utilização dessa mão de obra já é uma realidade. Com lei, o cenário será agravado”, avaliou. Ele, contudo, acredita que a Constituição prevalecerá. “O artigo 37 é muito claro. A ocupação de um cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso”, acrescenta.



Para o juiz e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Henrique Blair de Oliveira, não há possibilidades do projeto atingir os concursos públicos. “O texto é um Projeto de Lei, e não uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Deve ser interpretado dentro dos limites da constituição, e não fazer com que a constituição caiba no projeto”, avalia. “Não é possível que, em virtude de norma legal seja permitida que, por exemplo, hospitais tenham todos seus serviços médicos terceirizados. Acho muito improvável que a Suprema Corte tenha entendimento favorável ao PL”, acrescenta.



O presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Marco Antônio Araújo, acredita que até professores poderiam ser empregados na educação pública. “A matéria permite empresas quarteirizem a mão de obra. Não seria uma surpresa saber da contratação de docentes em universidades públicas”, analisa ele, que não descarta a possibilidade de uma redução do número de vagas, apesar de considerar a hipótese remota. “É possível que esse efeito ocorra apenas no próximo ano”, diz.



Oportunidades
Perderão a chance de conquistar uma vaga no serviço público aqueles que abrirem mãos dos estudos. O momento é de manter o foco, estudar matérias básicas e realizar provas de seleções passadas. Para o Judiciário, estão abertas 228 vagas para juiz substituto do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). No Executivo Federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) oferece 242 oportunidades para níveis médio e superior em diversos cargos no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com salários de R$ 2,9 mil a R$ 6,3 mil.


  
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Partido dos Trabalhadores 5º. Congresso Nacional Caderno de Teses. Um Partido para Tempos de Guerra

 
PT Discurso de ódio


FONTE: (aqui)


  
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Grupo de gays e bissexuais faz moção de repúdio à condecoração de Bolsonaro


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Grupo pede que condecoração seja concedida “a pessoas que realmente prestam serviços relevantes à população sul-mato-grossense e que não violem os Direitos Humanos”. (Foto: Reprodução)

Grupo pede que homenagem a deputado seja revogada
Pedro Heiderich
A Rede Apolo (Rede de Homens Gays e Bissexuais de Mato Grosso do Sul) protocolou nesta segunda-feira (13), na Assembleia Legislativa, moção de repúdio à condecoração de Bolsonaro. O capitão da reserva do Exército e deputado federal Jair Bolsonaro (PP) será homenageado pelo Governo a pedido do Comando da PM/MS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
Na moção, a Rede frisa que “é de conhecimento notório que Bolsonaro defende pautas extremamente discriminatórias contras as mulheres, negros, indígenas, LGBT, crianças e adolescentes, vítimas de tortura, além do que defende a volta da ditadura militar e práticas de torturas como legítimas”.A Rede ainda apela que a decisão seja revogada. “A medalha Tiradentes é uma honraria que deve ser concedida a pessoas que realmente prestam serviços relevantes à população sul-mato-grossense e que não violem os Direitos Humanos”.
A homenagem
A PM/MS concederá a medalha Tiradentes, uma homenagem a pessoas que prestam serviços relevantes à população e a Polícia Militar do Estado, a Bolsonaro e mais 30 pessoas públicas. A lista foi divulgada nesta sexta-feira (10) no Diário Oficial do Estado.
A medalha Tiradentes tem por objetivo condecorar cidadãos. De acordo com o Decreto N. 1.542, de 25 de fevereiro de 1982, artigo 1º, ela é “destinada a galardoar civis e militares que tenham prestado assinalados serviços a Corporação, e policiais militares que, no seio da classe, se destaquem pelo seu valor pessoal de modo a contribuir decisivamente para o aperfeiçoamento e projeção da Instituição no âmbito nacional ou estadual”.
A assessoria da Polícia Militar foi questionada pela equipe de reportagem sobre qual o serviço relevante prestado pelo deputado a Mato Grosso do Sul e informou que Bolsonaro é um ‘grande defensor das políciais militares do Brasil e de seus integrantes’.
A entidade revelou ainda que o parlamentar serviu o Exército Brasileiro no município de Nioaque, como capitão, entre os anos 1979-1981, durante o período de ditadura militar.
O progressista, famoso nacionalmente pelas declarações consideradas preconceituosas por ativistas negros e homossexuais, foi procurado para comentar o assunto, mas não foi encontrado em seu gabinete parlamentar.
  
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