quinta-feira, 3 de setembro de 2015

STF abre caminho para impeachment ao liberar votação de contas na Câmara, sob comando de Eduardo Cunha



Por: Felipe Moura Brasil  
O recurso de Eduardo Cunha surtiu efeito. Dilma Rousseff tem mais um motivo para se preocupar.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que ainda não há uma determinação do tribunal para que a análise das contas de presidentes da República ocorram em sessão conjunta do Congresso, com deputados e senadores, como havia orientado o ministro Luís Roberto Barroso.
Com isso, o poder de comando sai do presidente do Congresso, Renan Calheiros, e volta para o presidente da Câmara, que pode dar início à análise das contas de Dilma de 2014, cuja rejeição em decorrência de pedaladas fiscais e contingenciamentos indevidos pode levar ao processo de impeachment.
A discussão chegou ao Supremo porque a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) pediu para anular a sessão da Câmara que aprovou as contas de Itamar Franco, FHC e Lula.
Barroso não as anulou, mas deu a nova orientação agora derrubada.
Naturalmente, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski – aquele da reunião secreta com Dilma em Portugal -, repetiu o discurso petista, dizendo ter estranhado a pressa com que as contas de ex-presidentes foram colocadas em votação na Câmara.
“O que causa espécie é o açodamento do julgamento das contas. De repente, foram julgados num bloco só. É algo a se pensar.”
Eu penso, de fato, como é lindo ter aberto o caminho para o impeachment de Dilma Rousseff.
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O Advogado Matheus Sathler Garcia polemiza ao dizer: 'Dilma, renuncie, fuja do Brasil ou se suicide'. PT move ação por ameaça




No Youtube, o advogado Matheus Sathler Garcia disse: 'após ser buscado por ex integrantes da CUT/MST para assumir processo revolucionário popular, advogado dá prazo final para Dilma largar governo opressor da classe operária assalariada e empresarial'.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), apresentou nesta segunda-feira (31) uma série de requerimentos à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça, ao Ministério Público Federal e à Ordem dos Advogados (OAB), solicitando investigação das ameaças feitas por um advogado de Brasília à presidente Dilma Rousseff.

Candidato a deputado federal pelo PSDB do Distrito Federal em 2014, Matheus Sathler Garcia divulgou um vídeo na internet em que sugere à presidente que renuncie, fuja do Brasil ou suicide até o próximo domingo (6), sob pena de ser destituída pelos militares e ter a cabeça arrancada. “Caso contrário, o sangue vai rolar. E não de inocentes. E vamos fazer um memorial na Praça dos Três Poderes: um poste de cabeça pra baixo. Com a foice e o martelo, nós vamos arrancar sua cabeça e fazer um memorial”, disse o advogado, no vídeo de 2 minutos e 58 segundos, gravado por ele mesmo no último dia 25. (Com informações do Congresso em Foco)

ASSISTA AO VÍDEO COM A DECLARAÇÃO POLÊMICA

O Advogado Matheus Sathler Garcia afirma: 'Dilma, renuncie, fu...
Dilma, Povo dá prazo final!O Advogado Matheus Sathler Garcia polemiza ao dizer: 'Dilma, renuncie, fuja do Brasil ou se suicide'. PT move ação por ameaçahttp://cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2015/09/o-advogado-matheus-sathler-garcia.html.
Posted by Osvaldo Aires Bade on Quinta, 3 de setembro de 2015

PT aparelhou TSE, TCU, PGR, STJ, STF, OAB, CNBB, UNE… Só o impeachment de Dilma ressuscitará a democraciaOu a cassação, claro. Veja o resumão

Resumão do dia em notas e tuitadas infladas, após uma tarde longe do computador [volto já, com a nova investida de Gilmar Mendes]:
– Nestor Cerveró pode entregar Lula. Pedro Corrêa, além de ex-ministros petistas, pode entregar Dilma. Rodrigo Janot pode recusar (ou filtrar) ambas as delações. Façam suas apostas.
– Janot apontou empresa fantasma (sem estrutura nem empregados) usada por Collor, mas arquivou pedido de investigação da gráfica fantasma da campanha de Dilma. O procurador só encontra o que quer.
– A Polícia Federal indiciou José Dirceu e João Vaccari Neto por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e mais uma porção de crimes. Maria do Rosário (PT-RS), que defendeu ambos os comparsas na CPI, poderá levar comidinha a suas celas.
– A PF concluiu que os recursos desviados da Petrobras para a empresa de Dirceu, JD Consultoria, foram usados para “pagamento de empregados, despesas de filhos e ex-mulheres, assim como toda a ‘guerrilha’ midiática à época do julgamento do MENSALÃO que visava desqualificar as autoridades” (…), “como por exemplo com o pagamento de R$ 120.000,00 para LEONARDO ATTUCH, por meio da EDITORA 247 LTDA”, responsável pelo site petista Brasil 247, que continua me matando de orgulho por ter-lhe dado anos atrás o apelido de Brasil 171.
– A única atividade desenvolvida pela JD “era albergar uma esquadra de jornalistas voltados a polir a imagem do ora investigado e seu grupo político”. Incrivelmente, não há menções a Maria do Rosário.

Maria do Rosário agora, também, defende bandidos maiores - Zé Dirceu é um deles
Maria do Rosário chama José Dirceu de inocente na CPI da Petrobras. .
Posted by Osvaldo Aires Bade on Quinta, 3 de setembro de 2015
– Delatores Julio Camargo e Augusto Mendonça confirmaram propina e participação da Odebrecht no Clube do Bilhão. Na CPI da Petrobras, Marcelo Odebrecht não quis comentar (porque bilhão é coisa pouca).
– Questionado se tinha intenção de fechar um acordo de delação premiada, Marcelo deu o exemplo de suas filhas quando brigam e ele pergunta quem provocou a briga. “Eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com quem fez o fato”, disse o empresário. Mistura de confissão, recado e ameaça?
– Regra número 1 do manual de conduta e moralidade da Odebrecht: não dedurar os chefes.
– Marcelo Odebrecht ainda tenta se safar da prisão e está confiante de que o STJ vai lhe dar um habeas corpus, em decorrência do golpe que denunciei aqui e aqui. Caso não consiga e entre na fase de amenizar a pena, seu pai analisará se o Brahma tem sido um bom operário.
– Na tribuna do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) defendeu o lobby de Lula no exterior como gerador de empregos. De fato, gerou milhões da Odebrecht para o Brahma.
– Opositores entregaram uma carta ao presidente do Congresso, Renan Calheiros, pedindo que devolvesse ao governo o projeto de Orçamento para 2016, com previsão (maquiada) de déficit de R$ 30,5 bilhões: “A oposição não pactuará com a elevação da carga tributária que penalize o setor produtivo e/ou os trabalhadores, tampouco com a subtração de direitos trabalhistas”, diz o documento.
“Eu não cogito devolver a proposta orçamentária. É papel do Congresso melhorá-la, dar qualidade a ela e sugerir caminhos para a superação do déficit fiscal”, disse o aliado Renan à imprensa. Que surpresa. Resta à oposição ir ao Supremo para surpreender-se de novo.
– Capa do Estadão desta terça-feira (1): “Déficit faz Dilma buscar apoio para elevar impostos”. Sim: é a busca de comparsas para assaltar você.
– Dilma encurrala o brasileiro: se ele quer tomar um porre para esquecer o desemprego, a bebida é mais cara por causa do “Imposto da Pinga”; se ele quer fugir do Brasil, o dólar é R$ 3,70.
– O procurador Julio Marcelo, do TCU, repetiu que Dilma se “beneficiou eleitoralmente” com pedaladas fiscais.
“Essa mudança de panorama de agosto para outubro, na opinião do ministério público, caracteriza um dolo evidente de manifestar uma situação fiscal irreal no período pré-eleitoral e só trazer a realidade após o período eleitoral”.
O PT aparelhou parcial ou completamente TSE, TCU, PGR, STJ, STF, OAB, CNBB, UNE etc. Só o impeachment de Dilma poderá ressuscitar a democracia no Brasil.
– Eduardo Cunha, após encontro com a petista, declarou: “Todos nós estamos dispostos a ajudar o país. As instituições têm de estar presentes para isso”. Sim: para cumprir a lei do impeachment.
– Quem duvida que Dilma tenha oferecido a Cunha a rejeição da denúncia no STF em troca da desistência do impeachment? Com o PT, todo acordão é possível.
– Advogados de Cunha pediram mais tempo para apresentar a defesa ao Supremo. Aprenderam com Dilma Rousseff.
– Não falei que teatrinho de FHC contra o PT dura pouco? Já está dizendo que foi mal interpretado quando pediu renúncia. Um amarelão incurável.
– O ator Alexandre Nero interpreta, em “A regra do jogo”, um socialista defensor de bandido, que é bandido também. É a parte realista da nova novela da Globo.

Na casa do bandido, a imagem do porco assassino Che Guevara

Calma, mocinhas. Enquanto a infância sofrida não lhe rende uma reviravolta que o exima de seus crimes, ele é o suposto vilão
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MARIA DO ROSÁRIO, TAMBÉM, DEFENDE BANDIDOS MAIORES!Por Francisco Faria"Na CPI circense da Petrobras, a deputada Maria...
Posted by Osvaldo Aires Bade on Segunda, 31 de agosto de 2015

PGR pode responder por prevaricação?



Publicado por Jáder Ribeiro


Desde de muito tempo ouvimos e lemos que na época do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, o PGR, à época, Dr. Geraldo Brindeiro, recebeu o apelido de "engavetador geral da república", pois arquivava pedidos de investigação feitos contra o ex-presidente e seu partido.


Tal afirmação é comumente utilizada em épocas de eleição, em programas eleitorais e nos debates em que os candidatos de oposição citam os escândalos de corrupção ocorridos no governo do PT.

Pois bem. Tenho uma explicação que sempre considerei factível para isso, qual seja, que essas acusações, em geral se davam com base em dossiês e notícias falsas criadas pelo próprio PT para tentar iniciar uma ação penal, e, assim, buscar um processo de impeachment contra o ex-presidente FHC - lembram do "FORA FHC!"?. Se você tem dúvidas quanto a isso, procure no Google, "dossiê Cayman", "Lista de Furnas" e "Pasta Rosa" e tire suas conclusões.

Sigamos.

Vendo o que ocorre atualmente no caso em que o TSE determinou que houvesse investigação de crime cometido na campanha da presidente Dilma por uma empresa fantasma, que recebeu milhões de reais por serviços supostamente prestados, e, após o PGR ter determinado o arquivamento do pedido, coloquei a cachola para funcionar dentro do Direito Penal e Processual Penal.

O PT, desde sempre, teve ao seu lado juristas de renome, como Celso Antonio Bandeira de Mello, Dalmo Dalari, Edson Fachin, etc. Imagino que suas excelências, todos com notável saber jurídico, poderiam tomar providências contra o PGR à época (Geraldo Brindeiro), a fim de que o mesmo pudesse ser responsabilizado, na esfera competente, por seus supostos atos omissivos.

Por que ninguém fez nada?!

Ou realmente Brindeiro era um engavetador geral e ninguém fez nada, ou, esse termo é mais uma das tantas maneiras que o PT tem de difamar aqueles que não fazem o que ele quer!

Voltando aos dias atuais e, tendo em conta que Rodrigo Janot pode, mais uma vez, insistir em arquivar o pedido do TSE, mesmo o Tribunal entendendo que há fortes indícios de crimes no caso, poderia o PGR responder a ação penal por crime de prevaricação?


O que acham colegas?

COMENTÁRIOS DO BLOG:

JANOT??? 


Bem não é exatamente assim, Janot não É tão JANOT como se pensa. 
Mantém um assessor que está envolvido em escândalos de corrupção quando ainda estava TSJ, contratos de 5 milhões se transformaram em 35 milhões, apesar das advertencias.

Será que na PGR também corre um cx 2 pra campanha? 
Por que Dilma brigou tanto pela permanência de dito cujo? 
O que corre nesse rio turvo, certamente não é água. 
Até ai está aparelhado? 
É você acreditando que manifestando vai mudar alguma coisa. Entendam, a história está ai pra confirmar, DITADOR só sai na BALA, são todos frouxo. 
FFFAA NELES.

CORRUPÇÃO ATÉ NA JUSTIÇA???

JONOT, CORRUPÇÃO ATÉ NA JUSTIÇA
PGR pode responder por prevaricação? http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com/2015/09/pgr-pode-responder-por-prevaricacao.html.
Posted by Osvaldo Aires Bade on Quinta, 3 de setembro de 2015
Assessor de Rodrigo Janot é citado em suposto esquema de desvio

21/03/2015 - 20h29 - SBT Online

Documento mostra um suposto esquema para fechar contratos milionários dentro da área de tecnologia do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Entre os servidores citados está o de Maurício Carvalho, que atualmente é assessor do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que lidera as investigações sobre a Operação Lava-Jato. Reportagem exibida no SBT Brasil. 

http://tvuol.uol.com.br/video/assessor-de-rodrigo-janot-e-citado-em-suposto-esquema-de-desvio-04028D1C316AC4A15326


Gilmar Mendes, e, acredite! Até Tóffoli, criticam Janot por “advogar por Dilma” e pressionam por investigação

Gilmar Mendes fez um pedido formal para que Janot, o Procurador Geral da República, investigue a gráfica fantasma que recebeu R$ 23 milhões da campanha de Dilma em 2014, Janot, numa surpreendente ação, pediu o arquivamento do pedido.
Mendes criticou severamente Janot, que, segundo ele, agiu como advogado de Dilma, em vez de apurar o caso.
Mesmo com a negativa do PGR em investigar o caso, que pode jogar por terra a eleição de Dilma, alguns ministros do TSE se uniram para pressioná-lo a apurar o escândalo.
Gilmar Mendes,  João Otávio de Noronha, Henrique Neves, e, acredite se quiser, Dias Tóffoli, ex-advogado do PT, galgado ao STF por Lula e atual presidente do TSE, também resolveu apoiar Mendes e pressionar Rodrigo Janot a apurar o caso.
Para não deixar cair a peteca da imagem de amigo da grei petista, Tóffoli alegou que a investigação pode apurar, inclusive  “desvios que podem ter como vítima a própria campanha”.
O PGR, que já tinha dito “não” para investigar a campanha de Dilma, ainda não se pronunciou sobre a pressão dos ministros.  (Com informações: Veja)

Youssef e deputado aliado de Cunha que o estaria ameaçando batem boca na CPI





O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da operação Lava Jato, acusou nesta terça-feira (25) o deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ) de usar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara dos Deputados para o intimidar. "Vossa excelência insiste em me intimidar, em desvirtuar a situação", disse.

As declarações de Youssef foram feitas durante uma acareação entre o doleiro e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na comissão. Em julho deste ano, o doleiro procurou a PGR (Procuradoria Geral da República) para se queixar de pressão feita a ele pela CPI da Petrobras. Ele se referia a requerimentos aprovados pela CPI para tomar o depoimento das duas filhas e da mulher de Youssef. Ao procurar a PGR, Youssef havia dito que estava sendo pressionado por um "pau mandado" do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado pela PGR por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ao falar sobre as pressões que estaria sofrendo, Youssef disse que se sentia ameaçado, mas inicialmente não nomeou quem seria o deputado que estaria por trás das ameaças.
"Já ficou bem claro que esse parlamentar não está aqui para investigar assuntos da Petrobras. Ele está aqui para fazer insinuações e intimidações a respeito da minha intimidade, da minha família, eu vim aqui para esclarecer assuntos referentes às operações feitas pela Petrobras. Estou aqui para colaborar com a verdade. Não estou aqui para fazer insinuações ou contar uma mentira ou incriminar alguém que não esteja realmente envolvido no processo que eu participei. É lamentável isso."
Divulgação
Pressionado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), na foto, Youssef apontou o peemedebista como autor das intimidações que ele e sua família vêm sofrendo
Ao ser questionado pelo próprio Pansera sobre quem o estaria pressionando, Youssef desabafou. "É vossa excelência. Vossa excelência insiste em me intimidar. Vossa excelência sabe que está errado. Estou aqui para falar de situações de envolvimento com a Petrobras, não com a minha família. Minha família nunca esteve envolvida nisso", afirmou o doleiro. Pansera é autor de requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas de Youssef.
Logo após a declaração de Youssef, Pansera, que é aliado de Eduardo Cunha, disse que ele é quem se sentia ameaçado. "Só quero me dizer que eu me senti ameaçado.  Não tenho arma, não tenho porte de arma, não tenho segurança. Sou um cidadão, eu vivo com um cidadão comum. Me sinto ameaçado por um bandido, que já está, inclusive, condenado. A CPI tem que tomar uma iniciativa para defesa da minha vida", disse Pansera.
Após a fala de Pansera, foi a vez de Youssef  responder. "Vossa excelência não precisa temer porque não sou bandido. Não vou lhe agredir", disse.

O parlamentar também nega ser "pau mandado" de Cunha.

10 coisas que você não sabia sobre a relação entre o PT e o PSDB

PT e PSDB são os irmãos Karamazov da política nacional. Nas últimas décadas, ambos os partidos travaram duelos apaixonados e transformaram o debate público brasileiro num imenso caldeirão, um Fla-Flu. De um lado os azuis, do outro os vermelhos. De um lado o tucano, do outro a estrela. De um lado o professor, do outro o operário.
O que poucas pessoas sabem é que há mais coisas em comum entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido da Social Democracia Brasileira do que julga nossa vã filosofia. PT e PSDB nasceram no mesmo lugar, no coração da esquerda paulistana, com concepções políticas e econômicas muito parecidas, e com duas figuras históricas – Lula e Fernando Henrique Cardoso – que não teriam ascendido sem o outro. E tudo isso nunca foi negado por seus criadores. Pelo contrário.
“Nós estamos que nem dois jogadores de futebol, somos amigos, somos até irmãos e estamos jogando em times diferentes”, jádisse Lula sobre a relação entre os partidos.
“Nossas diferenças com o PT são muito mais em relação à disputa de poder do que sobre ideologia”, já assumiu Fernando Henrique Cardoso.
De fato, é muito difícil desassociar a história de ambos. O sociólogo francês Alain Touraine, de esquerda, ex-professor e amigo pessoal de Fernando Henrique, chegou a afirmar que o futuro do Brasil seria a união dos partidos. Em 2004, Touraine disse que os governos de FHC e Lula faziam parte de um mesmo projeto. E tal cenário é assumido por seu pupilo. Para FHC, há uma massa política atrasada no país e a polarização entre PT e PSDB serve para tirá-lo desse atraso.
“Os dois partidos que têm capacidade de liderança para mudar isso são o PT e o PSDB. Em aliança com outros partidos. No fundo, nós disputamos quem é que comanda o atraso”disse.
Aqui, 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre os dois partidos que mais pediram o seu voto nos últimos tempos.

1) LULA JÁ GARANTIU ELEIÇÃO PARA FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. E LOGO NA ESTREIA DOS DOIS NA POLÍTICA PARTIDÁRIA.

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Foi em 1978.
Fernando Henrique Cardoso era o príncipe dos sociólogos, um membro ativo da comunidade acadêmica paulistana que havia deixado a universidade para abraçar a vida pública. Era sua estreia de gala, o candidato de esquerda na corrida ao Senado pelo maior estado do país, a nova aposta do MDB.
Lula era o sapo dos operários, um líder do movimento sindical que tinha “ojeriza” à política partidária. Convencido por alguns amigos, abriu uma exceção para a candidatura do sociólogo do Morumbi. Pediu em troca sua adesão às bandeiras econômicas dos sindicatos, prontamente atendidas. Tal qual FH, era sua primeira vez nas corridas eleitorais. E a meta era clara: somar o máximo de votos possíveis para Fernando Henrique Cardoso.
Como conta o próprio Lula:
“Acontece que em 78, primeiro ano das greves do ABC, o MDB estava lançando sua chapa de senadores. Algumas pessoas, alguns jornalistas cujos nomes não vou dizer, queriam que a gente apoiasse Cláudio Lembo, da Arena. Fui apresentado a Fernando Henrique Cardoso. Aí fomos para a campanha. Fui representar Fernando Henrique Cardoso em vários comícios.”
Lula levou FHC às portas de fábrica e rodou com ele pelo interior do estado. Era o príncipe e o sapo unidos em torno da criação do mesmo reino – a maior figura daquilo que viria a ser o PSDB com a maior figura daquilo que viria a ser o PT. Num palanque do MDB, com artistas e figuras ilustres da esquerda paulistana, o líder operário irritou-se com a festividade. Virou-se para Ulysses Guimarães e esbravejou:
“O trato é que iria pedir votos só para o Fernando Henrique Cardoso. Todo mundo sabe que sou o principal cabo eleitoral do Fernando Henrique Cardoso. Agora querem que eu peça votos também pro Montoro. Eu não vou pedir. Se não me deixarem fazer o que eu quero, eu desço e levo o palanque todo comigo, e vamos fazer o comício em outro lugar.”
Era o início de tudo. Fernando Henrique acabaria eleito primeiro suplente do senador Franco Montoro e, quatro anos depois, quando Montoro virou governador, assumiu a vaga, dando princípio à carreira política que o levaria ao cume do poder nacional. Sem o apoio de Lula em seus primeiros passos, nada disso seria possível.

2) EDUARDO SUPLICY, LULA E FHC JÁ DIVIDIRAM UMA CASA DE PRAIA EM UBATUBA

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Na década de setenta, Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa de praia em Picinguaba, Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Em 1976, entre as indas e vindas de sua vida acadêmica dentro e fora do país, deixou o imóvel nas mãos de um amigo de longa data que conhecia desde os tempos de garoto – um sujeito chamado Eduardo Matarazzo Suplicy.
“Em 1976, aluguei uma casa em Paraty e fui conhecer Picinguaba. O Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa lá, que acabou me emprestando por seis meses quando ele foi para a França. O filho da caseira me mostrou um terreno, onde acabei construindo minha casa, dois anos depois”,conta Suplicy. 
Um ano depois, o fundador do PSDB abriria as portas para o fundador do PT e sua esposa – Lula e Marisa – passarem um final de semana no imóvel. Lula ficou extasiado com a paisagem. Só reclamou dos mosquitos.

3) LULA E FERNANDO HENRIQUE CARDOSO QUASE CRIARAM UM PARTIDO POLÍTICO

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Fernando Henrique Cardoso no alto, à esquerda, Lula no centro da imagem.
No final da década de 1970, Fernando Henrique e Lula participaram de uma reunião no ABC paulista, com intelectuais e dirigentes sindicais, para discutir o que fazer diante da iminente redemocratização no país. Nesse espaço, discutiram a criação de um partido socialista. Mas a ideia não foi pra frente. Como contao sociólogo Francisco Weffort, fundador do PT e posteriormente ministro do governo FHC:
“Apesar das muitas afinidades, prevaleceu a divergência. Daquele grupo, uns saíram para criar o PT e outros, anos depois, o PSDB.”
Segundo Eduardo Suplicy, que reuniu Lula e Fernando Henrique diversas vezes em sua casa para discutir o futuro do país e a possível criação de uma nova legenda, ela só não nasceu pelo conflito de liderança entre os dois:
“Cada um avaliava que seria o líder maior da organização que se formasse. Tinham dificuldade de aceitar a liderança um do outro, e ficava muito difícil para ambos ficar no mesmo partido”, conta.
Por muito pouco, PT e PSDB não se tornaram um único partido.

4) OS POLÍTICOS DE PT E PSDB SE CONFUNDEM COM A HISTÓRIA DA ESQUERDA BRASILEIRA

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A história dos principais caciques tucanos se confunde com a história dos principais caciques petistas. Juntos, ajudaram a construir a esquerda brasileira.
Fernando Henrique Cardoso sempre foi um estudioso do marxismo, por influência de Florestan Fernandes. Na década de 50, auxiliava a edição da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro. Também integrava um grupo de estudos dedicado à leitura e discussão da obra O Capital, de Marx. Em 1981, ao lado de Eduardo Suplicy, ingressou numa lista da Polícia Federal. Era tratado como comunista pela ditadura.
O economista José Serra foi uma das principais lideranças estudantis de seu tempo, presidente da UNE e um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda que revelaria os petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovam Buarque. Serra é amigo pessoal e conviveu por anos no exílio com a economista petista Maria da Conceição Tavares, uma das principais influências intelectuais do Partido dos Trabalhadores e referência particular de Dilma.
O tucano Aloysio Nunes, vice de Aécio Neves na última eleição, foi membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella – era seu motorista e guarda-costa. Aloysio realizou inúmeros assaltos à mão armada em nome da revolução socialista.
Alberto Goldman, ex-governador tucano de São Paulo, teve uma educação marxista. Foi membro do clandestino PCB durante a ditadura.
José Aníbal, uma das figuras mais proeminentes do PSDB paulista, foi amigo de adolescência de Dilma Rousseff, com quem estudava matemática depois das aulas, e seu parceiro na Organização Revolucionária Marxista Política Operária, também conhecida como POLOP. Aníbal foi um dos fundadores do PT, antes de ser presidente do PSDB.
Juntos, eles fundariam os dois partidos políticos mais relevantes do país.

5) NAS ELEIÇÕES DE 1989, O PSDB APOIOU LULA CONTRA COLLOR

Mario Covas, Lula e Brizola.
O recém formado PSDB, criado por dissidentes de esquerda do MDB, lançou o senador Mario Covas candidato à presidência em 1989. Covas alcançou pouco mais de 7 milhões de votos no primeiro turno e terminou a corrida na quarta colocação. O que pouca gente se lembra é que o PSDB apoiou Lula no segundo turno – o PMDB, de Ulysses Guimarães, tentou seguir o mesmo caminho, mas acabou rejeitado pelo Partido dos Trabalhadores. Os tucanos, por outro lado, foram acolhidos. Em almoço com o prefeito de Belo Horizonte eleito pelo PSDB, Pimenta da Veiga, Lula ouviu do tucano:
“Eu tenho também a alegria de saber que, pela primeira vez, aqui se reúnem representantes de todas as forças progressistas do país, nesta tarde, neste almoço. Eu estou certo que isso terá desdobramentos. E acho que deve ser assim, porque o Brasil deseja mudanças em profundidade. E só essas forças progressistas podem fazer essas mudanças.”
Lula perderia a eleição para Collor em poucas semanas.

6) “LULA, VENHA CONHECER A CASA ONDE VOCÊ UM DIA VAI MORAR”

Lula e FHC
Em 1993, o Brasil passou por um plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do país. De um lado, o PT articulava a formação de uma Frente Presidencialista. De outro, o PSDB defendia a implementação do parlamentarismo. Numa conversa informal, Lula e FHC chegaram a conversar sobre um plano em que o operário se tornaria presidente e o sociólogo primeiro-ministro.
Em 1998, como revela numa conversa com o ex-senador petista Cristovam Buarque, FHC recebeu Lula no Palácio do Alvorada e arriscou uma nova previsão.
“Cristovam Buarque: Em novembro de 1998, acompanhei o Lula para visitá-lo. Quando o senhor abriu a porta do apartamento residencial no Alvorada, disse: “Lula, venha conhecer a casa onde você um dia vai morar”. Foi generosidade ou previsão?
Fernando Henrique Cardoso: Não creio que tenha sido uma previsão, mas sempre achei uma possibilidade. E também um gesto de simpatia. Eu disse ao Lula naquele dia: “Temos uma relação de amizade há tantos anos, não tem cabimento que o chefe do governo não possa falar com o chefe da oposição”. Era uma época muito difícil para o Brasil. Eu disse lá, não sei se você se lembra: “Algum dia nós podemos ter de estar juntos”. Eu pensava numa crise. E disse ao Lula: “Não quero nada de você. Só conversar. É para você ter realmente essa noção de que num país, você não pode alienar uma força”. Lula conversou comigo no dia da posse. E foi bonita aquela posse… Na hora de ir embora, o Lula levou a mim e a Ruth até o elevador. E aí ele grudou o rosto em mim, chorando. E disse: “Você deixa aqui um amigo”. Foi sincero, não é?”
Em 1999, Fernando Henrique relatou o quanto respeitava Lula. Numa conversa com Eduardo Suplicy, revelou que quando Lula aparecia na televisão falando mal dele, simplesmente desligava o aparelho.
“Fico triste, perco até o humor. Para vocês terem uma ideia do quanto eu gosto e admiro o Lula. Você sabe, Eduardo, o que eu fiz com Lula quando ele esteve comigo no Alvorada, mostrei a ele o meu quarto e disse: “Um dia isso aqui vai ser os seus aposentos”. A gente faz isso com adversário, nem com todos os amigos a gente faz isso. Pois eu mostrei a Lula as dependências da residência oficial em que moro. Mostrei o meu quarto.”
Em três anos, Lula viraria presidente. A profecia tucana se cumpriu.

7) FERNANDO HENRIQUE FEZ CAMPANHA SECRETA PARA LULA EM 2002

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Nas eleições de 2002, FHC retaliou José Serra, candidato pelo PSDB à sucessão presidencial, por ataques feitos a Lula durante a campanha. Fernando Henrique disse também, em conversas reservadas, que foi um erro o ataque direto ao presidente do PT, o então deputado federal José Dirceu. Dirceu era o petista mais próximo de seu governo e a ordem era que se suspendesse imediatamente as críticas a ele. Seu puxão de orelha foi transmitido ao comando do marketing da campanha de Serra.
Com Lula eleito, FHC iniciou uma campanha secreta em sua defesa. A história é narrada no livro ”18 Dias — Quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush”, escrito por Matias Spektor, doutor em relações internacionais pela Universidade de Oxford e colunista da Folha de São Paulo. Como conta Spektor:
“Lula despachou José Dirceu [que viria a ser o chefe de sua Casa Civil] para os Estados Unidos e acionou grupos de mídia e banqueiros brasileiros que tinham negócios com a família Bush. Disciplinou as mensagens de sua tropa e abriu um canal reservado com a embaixada americana em Brasília. Lula não fez isso sozinho. Operando junto a ele estava o presidente brasileiro em função – Fernando Henrique Cardoso. FHC enviou seu ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em missão à Casa Branca para avalizar o futuro governo petista. O presidente também instruiu seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a construir uma mensagem comum junto ao homem forte de Lula, Antonio Palocci.
Eles fizeram uma dobradinha para dialogar com o Tesouro dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e Wall Street. Fernando Henrique ainda orientou Rubens Barbosa, seu embaixador nos Estados Unidos, a prestar todo o apoio a Lula.”
Sem esse apoio, Lula certamente não conseguira a estabilidade internacional que teve. Não fosse FHC, sua história teria tomado outros rumos. E a do Brasil também.

8) O HOMEM FORTE DA ECONOMIA DO GOVERNO LULA ERA… UM TUCANO!

No início dos anos 2000, Henrique Meirelles deixou de lado uma vida bem sucedida como executivo do setor financeiro para candidatar-se a deputado federal por Goiás. Recebeu 183 mil votos e se tornou o deputado mais votado do estado. Seu partido era o PSDB. Com o sucesso eleitoral e o respeito do mercado financeiro, foi convidado por Lula para ser o primeiro presidente do Banco Central de seu governo, cargo que ocuparia por longos 7 anos. Meirelles ainda receberia as bençãos de FHC, antes de se desfiliar do PSDB e deixar o cargo que havia sido eleito. Lula telefonou para Fernando Henrique para avisar a escolha.
Em 2003, Marcos Lisboa, outro homem forte da economia do primeiro governo Lula, declarou que a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso merecia uma “estátua em praça pública” por ter promovido os acordos com os governos estaduais e municipais na negociação da dívida e também por ter criado a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Anos mais tarde, Fernando Henrique revelou comemorar as conquistas do governo Lula.
“Eu também comemoro a melhoria na distribuição de renda. A política dele é a minha”, disse.

9) FERNANDO HENRIQUE CARDOSO EVITOU OIMPEACHMENT DE LULA EM 2005

EX PRES LULA
Durante todo governo Lula, duas figuras construíram uma ponte entre o presidente operário e o ex-presidente sociólogo: os então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. Os encontros foram confirmados por ambos – Palocci confirmou que esteve pessoalmente com FHC “pelo menos cinco vezes”; Bastos disse ter conversado pessoalmente com o ex-presidente apenas uma vez, em junho de 2005, mas confirmou que os contatos por telefone eram muito frequentes. Lula sempre soube das conversas e, mais de uma vez, em momentos difíceis, sugeria a Palocci: “Vai conversar com Fernando Henrique”.
Em 2005, no auge do escândalo do Mensalão e com a pressão por impeachment, Lula orientou seus dois homens fortes para pedirem a FHC que aplacasse os ânimos da oposição. O tucano aceitou de prontidão. Na conversa com Thomaz Bastos, FHC concordou que um impeachment de Lula, à época uma ameaça real, “tornaria o país ingovernável”. Fernando Henrique dizia que não queria criar “uma cisão no Brasil”. Os tucanos acataram a ordem e a história do impeachment perdeu força.

10) NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, PT E PSDB ESTAVAM COLIGADOS EM 999 DISPUTAS DE PREFEITURAS

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PT e PSDB são tratados como antagonista no cenário político nacional, mas a verdade é que em pelo menos 999 cidades (o correspondente a 18% das 5.569 cidades brasileiras), os partidos fizeram parte da mesma coligação nas últimas eleições municipais. Só no estado de São Paulo, esse número foi de 54 municípios.
Em Schroeder, Santa Catarina, por exemplo, o prefeito eleito foi o tucano Osvaldo Jurck; seu vice foi o petista Moacir Zamboni. Em 149 casos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as chapas que contaram com o PT foram encabeçadas por candidatos a prefeito pelo PSDB.
Tudo como se fossem feitos um para o outro.