sábado, 26 de outubro de 2013

MANIFESTAÇÃO NA PORTA TV GLOBO




O Sindicato dos Radialistas RJ, convoca todos os interessados na democratização da Comunicação no Brasil e na valorização dos trabalhadores de empresas de radiodifusão para uma manifestação que seguirá pelas ruas do Jardim Botânico até a porta da emissora Globo. 



CAMPANHA SALARIAL 2013:

A manifestação faz parte da Campanha Salarial dos Radialistas. Que traz como principais reivindicações, o fim do" BANCO DE HORAS" imposto covardemente pela Bancada Patronal nas negociações, e a valorização dos Radialistas através de reajuste salarial com aumento real e cláusulas sociais no CCT.

POR QUE NA REDE GLOBO?

A Rede Globo é a maior empregadora de radialistas do estado do Rio de Janeiro. Acreditamos que apesar de as emissoras brigarem por audiência, se mostram unidas na hora de manipular a população e explorar trabalhadores. Visto que, nestes quesitos as outras emissoras sofrem maior influência da Rede Globo.

OS TRABALHADORES ESTÃO CONTRA SUA PRÓPRIA EMPRESA?

Nós, trabalhadores das empresas de radiodifusão do Rio de Janeiro, não aceitamos mais ser explorados por essa minoria que domina a mídia comercial em nosso país.
Gostaríamos de expor ao público geral as péssimas condições de trabalho oferecidas pelos donos destas empresas.
Somos obrigados a trabalhar muitas horas além de nossa jornada normal de trabalho sem receber nada além de um salário vexatório, tudo isso porque o Sindicato Patronal de nossa categoria, nos faz engolir um covarde “Banco de Horas”.
Acreditamos que o caminho para sermos valorizados é o fim deste OLIGOPÓLIO que domina as comunicações no Brasil, e a Democratização da Mídia no nosso país. Queremos a revisão das concessões de TV Aberta, Fiscalização de sonegação de impostos na Rede Globo!

SÃO SEIS FAMÍLIAS DOMINANDO AS COMUNICAÇÕES. BATENDO, ANO APÓS ANO, RECORDE DE LUCROS, E INFORMANDO APENAS O QUE LHES É CONVENIENTE. GOSTARÍAMOS DE DEIXAR CLARO QUE NÓS, TRABALHADORES DESTAS EMPRESAS, SOMOS ESCRAVOS DESTE SISTEMA, PORÉM ACREDITAMOS QUE ISSO PODE MUDAR ATRAVÉS DO APOIO DE TODA A SOCIEDADE.

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Eu não acredito nessa conversa mole.
Jornalistas no Brasil, assim como professores, e artistas são os maiores comunistas do Brasil



CARTILHA RONDON!

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QUAL A OPÇÃO CORRETA?



CIDADÃO LEIA ISSO E DESCUBRA COMO UMA CAMPANHA PLANEJADA MANIPULA A OPINIÃO DAS PESSOAS


O QUE A MÍDIA NÃO MOSTRA?

Em um sistema democrático autêntico o governo trabalha para empregar os recursos disponíveis de forma coerente e justa com o objetivo de suprir as principais necessidades da população (serviços públicos), existe a liberdade de opinião e de escolha de forma que o legislativo representado pelos deputados e senadores deve decidir com base na opinião da sociedade (a maioria). Na economia predomina as leis do livre mercado. Isso significa que as relações civis e comerciais acontecem naturalmente como tem de ser e todos tem oportunidade.

                Aqueles cidadãos que se destacam com seu esforço ou com sua capacidade são, consequentemente, mais valorizados em comparação com aqueles menos esforçados ou de menor capacidade.

                Para que tudo isso funcione bem é necessário um sistema moral que valorize a honestidade e com igual rigor despreze a desonestidade em quaisquer de suas formas. Infelizmente não é bem assim que acontece no Brasil.

                Em qualquer sociedade sadia o sistema moral é a base que define o que é certo e o que é errado e define os parâmetros de um sistema de valores, ou seja, não há dúvida se a gente está agindo corretamente ou não.

                Se o(a) senhor(a) analisar vai perceber que é justamente esse sistema moral que vem sendo destruído sistematicamente por aqueles que deveriam defendê-lo.  

                Escuto diariamente pessoas confusas e indignadas com a inversão de valores e do senso de justiça.




                A consequência disso é justamente os males atuais que tanto reclamamos:

- A impunidade;
- O alto número de crimes e homicídios;
- Crianças abandonadas e a desvalorização da vida (aborto);
- Crescente constante do consumo de drogas;
- A desvalorização da família (crescente aumento de separações e divórcios);
- O crescente controle da vida privada pelo Estado.

                Nesse cenário os cidadãos de bem são os que mais sofrem, pois apesar de serem a maioria, não são ouvidos, são calados por uma minoria barulhenta e mal intencionada.

                Nós somos a maioria, quase 80% e estamos aceitando a imposição de uma política perversa que destrói as bases morais de nossa sociedade.

Esse ataque é feito de maneira disfarçada e as vezes com temas que parecem justos, mas só na aparência.

AGORA MANDA ABORTAR?


Leia alguns exemplos:

LEI DA PALMADA

Esta lei mal intencionada, que se apresenta como uma defesa para as crianças que são espancadas por pais extremamente violentos, na verdade tem outros objetivos.

                Os pais vão perder o direito de educar seus filhos e ao mesmo tempo seus filhos vão funcionar como agentes do estado dentro da sua própria casa.

                É um claro mecanismo de intervenção do Estado na vida particular da família brasileira.


O médico estava no meio do processo de aborto, quando o feto colocou a mão para fora e segurou o seu dedo. É uma súplica pela vida, onde não podemos fazer vista grossa. A imagem foi adotada como símbolo principal de muitas organizações anti-aborto. Compartilhe esta cartilha se você é contra o aborto.

LEI DO DESARMAMENTO

                Essa lei foi justificada para diminuir o número de mortes por arma de fogo e diminuição das armas nas mãos dos criminosos.

                A realidade é outra: Essa medida causou uma enorme desproporção que acabou por gerar mais violência. Isso a mídia esconde. A violência e o número  de mortes aumentou.

                O criminoso tem a quase certeza de que a vítima não tem condições de se defender, por isso age sempre confiante.

                Além disso, o grande número de indiciados com base nessa lei são pessoas de bem que possuem armas para se defender e não possuem o registro por não ter condições de pagar as taxas exigidas. (mais uma mentira do Estado para confundir o senso de certo e errado).




MAIORIDADE PENAL

                O Estatuto da Criança e do Adolescente gerou uma legião de marginais “menores de idade” que têm a certeza da impunidade.

É sempre assim: Justificam uma medida completamente imoral através de uma causa nobre e acabam por gerar uma enorme injustiça, onde você cidadão de bem, fica acuado e sem direito de fazer valer a sua opinião.




DIREITOS HUMANOS

                Na verdade, para os defensores dos Direito Humanos, humanos são só os marginais, os demais cidadãos não são humanos.

Eu nunca vi alguém dos tais Direitos Humanos defender alguma família que teve algum ente querido vítima dos marginais ou algum cidadão de bem trabalhador morto em um assalto. Eu nunca vi alguém dos Direitos Humanos apoiar os familiares de algum policial morto no cumprimento do dever.

                Mais uma vez temos um exemplo de distorção da realidade, distorção do senso de justiça e valores sociais, orquestrado justamente por quem deveria nos defender.




PL 122

A CRIAÇÃO DE UMA ELITE GAY COM SUPER-PODERES.

Com a aprovação deste Projeto-de-Lei estaremos conferindo àqueles nobres cidadãos, poderes de processar e prender qualquer pessoa que eles julguem ameaçar seus “direitos” ou que não aprovarem sua opção sexual.

                Isso é o cúmulo da falta de senso de proporção, puro exagero desonesto.

                Vai completamente contra o princípio de que todos são iguais perante a lei.

                Porque um crime de agressão deve ser punido com mais rigor no caso de o ofendido ser homossexual? Não faz sentido. Ele é um cidadão como todos os outros e deve gozar dos mesmos direitos.

                Isso nada mais é do que um instrumento que pretende confundir o senso de justiça, mais um ataque ao sistema de moralidade da sociedade. Quero deixar claro que não tenho nada contra a opção sexual de quem quer que seja. O que chama a atenção é o tratamento diferenciado que veio contra o senso de justiça e igualdade.



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Sabe qual foi a primeira coisa que Stalin, Hitler e Mao Tsé Tung - os maiores genocidas da história mundial - fizeram quando chegaram ao poder?

O desarmamento do povo.

Diga não ao desarmamento civil!




REPORTAGEM DA BAND SOBRE DESARMAMENTO

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COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA CÂMARA APROVA ADOÇÃO DA “PEDAGOGIA DE BANHEIRO PÚBLICO” NO CURRÍCULO ESCOLAR


A Comissão de Educação aprovou na quarta-feira (24) o Projeto de Lei (PL) 7627/10, da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), que torna obrigatória a inclusão da temática gênero e suas relações intra e interpessoais nos currículos escolares.


O objetivo é incentivar o a adoção da chamada “Pedagogia de Banheiro Público”, bem como incentivar o estudo e o diálogo sobre o tema gênero, promovendo uma mudança cultural em favor da igualdade entre os sexos.

Feministas protestaram contra a aprovação do projeto, pois, segundo elas, “caso seja implementada a igualdade entre os sexos, seremos obrigadas a nos submeter ao serviço militar obrigatório e não poderemos nos aposentar cinco anos antes que os homens”.

O projeto altera a Lei 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática gênero.

De acordo com a deputada, a proposta também visa promover debates e reflexões sobre a violência contra as mulheres e entre gêneros. “Pode ser um bom instrumento para uma convivência harmoniosa entre alunos.”

Segundo o pedagogo Genival Genildo Gonorreia dos Santos, “a pedagogia de banheiro público somente é assimilada se você estudar toda a obra de Paulo Freire, se escrever sobre Paulo Freire, formular problemáticas a partir dos questionamentos de Paulo Freire, acordar pensando em Paulo Freire, defecar pensando em Paulo Freire e se masturbar em homenagem a Paulo Freire”.

O projeto será remetido para apreciação da presidente Dilma Rousseff.

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fonte : (aqui)
24/10/2013 - 20h11

Comissão aprova temática de gênero no currículo da rede de ensino

A Comissão de Educação aprovou na quarta-feira (24) o Projeto de Lei (PL) 7627/10, da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), que torna obrigatória a inclusão da temática gênero e suas relações intra e interpessoais nos currículos escolares.
O objetivo é incentivar o estudo e o diálogo sobre o tema gênero, promovendo uma mudança cultural em favor da igualdade entre os sexos.
Reprodução Tv Câmara
Dep. Jean Wyllys (PSOL-RJ)
Wyllys: apesar da Lei Maria da Penha, ainda é muito grande a violência contra mulher e isso é uma questão cultural.”
O projeto altera a Lei 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática gênero.
De acordo com a deputada, a proposta também visa promover debates e reflexões sobre a violência contra as mulheres e entre gêneros. “Pode ser um bom instrumento para uma convivência harmoniosa entre alunos.”
Janete Pietá esclarece que a Lei Maria da Penha (Lei11.340/06) não é suficiente para coibir a violência doméstica contra a mulher.
Segundo o relator substituto na comissão, deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), o projeto não trata de uma disciplina no currículo e sim da garantia, na lei, de que a temática será abordada entre as disciplinas ministradas. "É importante porque o Brasil é um dos países campeões de feminicídio, de violência, de assassinato de mulheres e violência contra a mulher. Apesar da Lei Maria da Penha, ainda é muito grande a violência contra mulher e isso é uma questão cultural.”
Na opinião do parlamentar, trabalhar a equidade de gênero, é explicar para a comunidade escolar que homens e mulheres devem ser tratados de maneira igual e ter acesso igualitário aos direitos e a dignidade e que as escolhas e a liberdade têm de ser respeitadas. “Assim, a gente descontrói essa cultura de violência contra a mulher".
Para a professora de História, Identidade e Cidadania da Universidade de Brasília (UnB) Renizia Cristina Garcia Filice, o projeto se justifica porque o Brasil enfrenta uma realidade de violência e preconceito contra as mulheres que precisa ser tratado. "À medida que a mulher vai avançando, também há uma resistência da maturidade ainda muito patriarcal, para que ela não ocupe determinados espaços. Falar de educação de gênero nas escolas é tratar com muita tranquilidade, de uma forma pedagógica, questões que são muito atuais".
Da Redação - RCA
Colaboração - Lidyane Barros

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'


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"COISA DE ÍNDIO - ILHA DE PROSPERIDADE", ALDEIA GUARANI PRODUZ TUDO SEM DEPENDER DA FUNAI

Rebanho de 180 porcos é mantido pela comunidade e carne é dividida entre as 120 famílias (Foto: João Garrigó)

Reserva em Paranhos colhe um milhão de quilos de mandioca, cria porcos e tem frota própria, de caminhão e ônibus

Edivaldo Bitencourt, enviado especial a Paranhos 02/09/2013 08:00

Em meio a violência, miséria e falta de terras, uma aldeia da etnia Guarani Kaiowá surpreende ao se tornar auto sustentável e viver com boa qualidade de vida. Em Paranhos, a 440 quilômetros da Capital, a Aldeia Sete Cerros, com 556 habitantes, consegue garantir renda, alimentos e até comprar equipamentos sem depender do poder público.
A saga até parece inacreditável entre os 43 mil índios guaranis, de um população indígena total de 61.737 em Mato Grosso do Sul, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2012. A etnia é marcada por sofrer com a falta de terra, a miséria, a violência, drogas, alcoolismo e suicídios. 
Na reserva de 8,5 mil hectares, cada uma das 120 famílias obtém uma cesta básica por mês, contam com ônibus próprio de 46 lugares para ir à cidade, que fica a 48 quilômetros, três vezes por semana e dois tratores.
A renda mensal está garantida com o arrendamento de 3 mil hectares para pecuaristas da região, que deixam 1,6 mil bovinos nas pastagens da reserva. Os índios ganham em torno de R$ 11,2 mil por mês pelo arrendamento. A prática, que é condenada pelo Ministério Público Federal em outras regiões do Estado, garante a independência financeira aos moradores do local.
Índios no meio da plantação de mandioca, que deve dobrar área cultivada neste ano (Foto: João Garrigó)
Graças ao arrendamento, eles não precisam ficar dependendo do poder público para comprar óleo diesel para cultivar 40 alqueires de lavoura. Neste ano, segundo o capitão Pedro Valiente, 39 anos, foram colhidas aproximadamente um milhão de quilos de mandioca. O faturamento da produção chegou a R$ 170 mil.
Só um grupo de sete mulheres ganhou R$ 20 mil com o plantio da mandioca, já que a lavoura é cultivada por grupos. Todos trabalham na aldeia, que não registra suicídio, casos de desnutrição nem violência, um fato raro entre as comunidade da etnia Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul.
Com apenas a segunda série do ensino fundamental, o capitão comanda a revolução na aldeia. Ele faz planos ousados. A primeira meta é dobrar a área plantada, de 40 para 80 alqueire. Tudo preparado com recursos próprios. Os 20 mil litros de diesel enviados anualmente pela Funai (Fundação Nacional do Índio) não são suficientes para atender uma das cinco aldeias do município, reconhece o prefeito Júlio César de Souza (PDT).
O cultivo e o arrendamento permitem a Aldeia Sete Cerros investir em logística, digamos assim. Além do ônibus, os índios compraram um Ford 4000, ano 2004, e estão trocando uma caminhonete Ranger por uma Fiat Strada.

Ônibus adquirido com recursos próprios leva moradores até a cidade (Foto: João Garrigó)

Um dos dois tratores: índios não dependem da Funai para obter óleo diesel (Foto: João Garrigó)Um dos dois tratores: índios não dependem da Funai para obter óleo diesel (Foto: João Garrigó)
Eles não ficam dependendo de favores do poder público para iniciar o plantio. Compram a própria semente de milho e a rama da mandioca. E completam o óleo diesel dos dois tratores estacionados na “sede” da reserva.
A fartura é grande. Além de cada família criar galinhas, a comunidade tem um rebanho de carneiros, 96 vacas leiteiras e porcos. Geralmente, Valiente mata de cinco a seis leitões e divide a carne entre os índios.
Os 180 porcos ficam soltos durante o dia e são recolhidos à noite em um chiqueiro, que fica em um canto da reserva. Um dos dois cuidadores dos porcos é o aposentado Lucildo da Silva, 65 anos. Ele contou que dá ração aos animais dois vezes por dia. “A vida é boa”, conta ele, aos risos.
Não é o único que aparenta estar feliz. Juvenil Vera Martins, 36 anos - pai de quatro filhos de 1, 6, 10 e 13 anos – cultiva a mandioca e o milho. Ele vende a produção que garante o sustento da família. Todos os filhos estudam na escola da aldeia. Um já concluiu o 5º ano do ensino fundamental e vai utilizar o transporte escolar para chegar na escola urbana.
Velasques criou oito filhos e vive bem na reserva indígena (Foto: João Garrigó)

Alison Valiente, 19 anos, dá aula de educação física na escola indígena. Ele está cursando o último ano do ensino fundamental, mas já sonha com a faculdade de Educação Física. O jovem conta com uma motocicleta para participar dos campeonatos de futebol amador em Paranhos e na cidade paraguaia de Ype-Jhú.
Até quem não costuma sair da reserva reclama. O aposentado Francisco Velasques, 67 anos, tem oito filhos. Sete já estão casados. Ele diz que não tem do que reclamar. Enquanto outras aldeais se queixam da falta de médico, um profissional realiza atendimento duas vezes por semana no posto de saúde local. Também não falta remédios, garante o capitão.
Pedro Valiente tem sonhos ambiciosos para a família, formada por cinco filhos e a esposa, Elza, 32 anos. A maior aposta está no filho Cleber Valiente, 15 anos, que é o Vinícius da dupla sertaneja Pedro Paulo e Vinicius. Eles já gravaram o primeiro DVD e promovem shows pela região. A dupla será uma das atrações da Expobai (Exposição Agropecuária de Amambai), um dos principais eventos do agronegócio da região sul do Estado.
A boa convivência dos índios com os grandes produtores da região é outro destaque na Sete Cerros. Para o capitão, o conflito não é bom para ninguém.
Capitão dirige F-4000 que tem ar condicionado e até quente para proteger do frio (Foto: João Garrigó)

E a aldeia Sete Cerros tem bons números para mostrar. O último suicídio ocorreu há mais de cinco anos, conforme as lembranças do capitão. Para o prefeito de Paranhos, a reserva é um exemplo para os índios da região e de todo o País.
“Eles têm qualidade de vida”, analisa o pedetista, que quer espalhar o exemplo para todo o município. Com esse objetivo, o prefeito articulou a retomada da farinheira, uma fábrica de farinha de mandioca que estava fechada há vários anos.
A proposta é reabrir a fecularia em 90 dias com capacidade para 110 mil toneladas de mandioca por ano. O faturamento pode chegar a R$ 18,7 milhões por ano.
Diante do sucesso, o plano é levar o exemplo da Sete Cerros para as outras quatro aldeias do município. Pela proposta, cada grupo de 7 a 8 famílias cultivariam de cinco a sete hectares de mandioca. “Se esperar pela Funai, não tem nada”, avisa Júlio César.
Capitão com a esposa e os filhos, a boa qualidade de vida na aldeia (Foto: João Garrigó)
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O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA


02/09/2013 
às 5:25

É o título de uma coletânea de textos de autoria do filósofo sem carteirinha, crachá ou livro-ponto Olavo de Carvalho (foto), lançado há duas semanas pela Editora Record (615 páginas, R$ 51,90). Os artigos foram selecionados e organizados por Felipe Moura Brasil, um jovem de vinte e poucos — bem poucos — anos, que também cuida de notas explicativas e referências bibliográficas que remetem o leitor tanto à vasta obra do próprio Olavo como à teia de autores e temas com os quais seus textos dialogam ou polemizam. Moura Brasil informa que a seleção obedeceu a seu gosto pessoal e à necessidade de partilhar a sua experiência de leitor e estudioso da obra de Olavo. Esse moço é a prova de que a inteligência e a autonomia intelectual sobrevivem mesmo aos piores tempos. E os piores tempos podem não ser aqueles em que o amor à liberdade é obrigado a resistir na clandestinidade — afinal, resta a esperança no fundo da caixa —, mas aqueles em que a divergência se torna, por si, uma violência inaceitável. Nesse caso, a própria esperança começa a correr riscos. O livro, o que não chega a ser uma surpresa, provocou um enorme silêncio — que é uma das formas do moderno exercício da violência. Os leitores, no entanto, estão fazendo a sua parte, e ele já figura em 10º lugar na lista dos “Mais Vendidos”, na categoria “Não-Ficção”, na VEJA desta semana.
“O Mínimo…” reúne, basicamente, artigos que Olavo publicou em jornais e revistas, inclusive nas revistas “República” e “BRAVO!”, das quais fui redator-chefe — e a releitura, agora, em livro, me remeteu àqueles tempos. Impactam ainda hoje e podiam ser verdadeiros alumbramentos há 10, 12, 13 anos, quando o autor, é forçoso admitir, via com mais aguda vista do que todos nós o que estava por vir. Olavo é dono de uma cultura enciclopédica — no que concerne à universalidade de referências —, mas não pensa por verbetes. E isso desperta a fúria das falanges do ódio e do óbvio. Consegue, como nenhum outro autor no Brasil — goste-se ou não dele —, emprestar dignidade filosófica à vida cotidiana, sem jamais baratear o pensamento. Isso não quer dizer que não transite — e as falanges não o fustigam menos por isto; ao contrário — com maestria no terreno da teoria e da história. É autor, por exemplo, da monumental — 32 volumes! — “História Essencial da Filosofia” (livros acompanhados de DVDs). Alguns filósofos de crachá e livro-ponto poderiam ter feito algo parecido — mas boa parte estava ocupada demais doutrinando criancinhas… Há o Olavo de “A Dialética Simbólica” ou de “A Filosofia e seu Inverso”, e há este outro, que é expressão daquele, mas que enfrenta os temas desta nossa vida besta, como disse o poeta, revelando o sentido de nossas escolhas e, muito especialmente, das escolhas que não fazemos.


O livro é dividido em 25 capítulos ou macrotemas: Juventude, Conhecimento, Vocação, Cultura, Pobreza, Fingimento. Democracia, Socialismo, Militância, Revolução, Intelligentzia, Inveja, Aborto, Ciência, Religião, Linguagem, Discussão, Petismo, Feminismo, Gayzismo, Criminalidade, Dominação, EUA, Libertação e Estudo. Cada um deles reúne um grupo de textos, e alguns se desdobram em subtemas, como a espetacular seleção de textos de “Revolução”, reunidos sob rubricas distintas, como, entre outras, Globalismo, Manipulação e Capitalistas X Revolucionários.
Vivemos tempos um tanto brutos, hostis ao pensamento. Vivemos a era em que o sentimento de “justiça” ou o de “igualdade” — com frequência, alheios ou mesmo refratários a qualquer noção de direito — reivindicam um estatuto moralmente superior a conceitos como verdade e realidade; estes seriam, por seu turno, meras construções subjetivas ou de classe, urdidas com o propósito de provocar a infelicidade geral. Olavo demole com precisão e brilho a avalanche de ideias prontas, tornadas influentes pelo “imbecil coletivo” e que vicejam muito especialmente na imprensa — fenômeno enormemente potencializado pelas redes sociais.
Em 2003, o jornal “O Globo” ainda publicava textos como “Orgulho do Fracasso”, de Olavo. E se podia ler (em azul):

Língua, religião e alta cultura são os únicos componentes de uma nação que podem sobreviver quando ela chega ao término da sua duração histórica. São os valores universais, que, por servirem a toda a humanidade e não somente ao povo em que se originaram, justificam que ele seja lembrado e admirado por outros povos. A economia e as instituições são apenas o suporte, local e temporário, de que a nação se utiliza para seguir vivendo enquanto gera os símbolos nos quais sua imagem permanecerá quando ela própria já não existir.
(…)
A experiência dos milênios, no entanto, pode ser obscurecida até tornar-se invisível e inconcebível. Basta que um povo de mentalidade estreita seja confirmado na sua ilusão materialista por uma filosofia mesquinha que tudo explique pelas causas econômicas. Acreditando que precisa resolver seus problemas materiais antes de cuidar do espírito, esse povo permanecerá espiritualmente rasteiro e nunca se tornará inteligente o bastante para acumular o capital cultural necessário à solução daqueles problemas. O pragmatismo grosso, a superficialidade da experiência religiosa, o desprezo pelo conhecimento, a redução das atividades do espírito ao mínimo necessário para a conquista do emprego (inclusive universitário), a subordinação da inteligência aos interesses partidários, tais são as causas estruturais e constantes do fracasso desse povo. Todas as demais explicações alegadas — a exploração estrangeira, a composição racial da população, o latifúndio, a índole autoritária ou rebelde dos brasileiros, os impostos ou a sonegação deles, a corrupção e mil e um erros que as oposições imputam aos governos presentes e estes aos governos passados — são apenas subterfúgios com que uma intelectualidade provinciana e acanalhada foge a um confronto com a sua própria parcela de culpa no estado de coisas e evita dizer a um povo pueril a verdade que o tornaria adulto: que a língua, a religião e a alta cultura vêm primeiro, a prosperidade depois.
(…)
Retomo

Grande Olavo de Carvalho! Dez anos depois, com o país nessa areia, como ignorar a força reveladora das palavras acima? Olhem à nossa volta. O que temos senão um governo incompetente, que fez refém ou tornou dependente (com Bolsa BNDES, Bolsa Juro, Bolsa Isenção Tributária) uma elite não muito iluminada, combatido, o que é pior, por uma oposição que não consegue encetar uma crítica que vá além do administrativismo sem imaginação, refratária ao debate, que foge do confronto de ideias como Lula foge dos livros e Dilma da sintaxe?
O país emburrece. Eu mesmo, mais de uma vez, em ambientes supostamente afeitos ao pensamento, à reflexão e à leitura, pude constatar o processo de satanização do contraditório. É mais difícil travar com intelectuais (ou, sei lá, com as classes supostamente ilustradas) um debate racional sobre a legalização do aborto do que com um homem ou uma mulher do povo, de instrução mediana. E não porque aqueles tenham os melhores argumentos. Ao contrário: têm os piores. Olham para a sua cara e dizem, com certo ar de trunfo, como se tivessem encontrado a verdade definitiva: “É uma questão dos direitos reprodutivos da mulher”. Digamos que fosse… Esses tais “direitos reprodutivos” teriam caído da árvore da vida, como caiu a maçã para Newton, ou são uma construção? Por que estaria acima do debate?
Mais um pouco das palavras irretocáveis de Olavo (em azul):

Na tipologia de Lukács, que distingue entre os personagens que sofrem porque sua consciência é mais ampla que a do meio em que vivem e os que não conseguem abarcar a complexidade do meio, a literatura brasileira criou um terceiro tipo: aquele cuja consciência não está nem acima nem abaixo da realidade, mas ao lado dela, num mundo à parte todo feito de ficções retóricas e afetação histriônica. Em qualquer outra sociedade conhecida, um tipo assim estaria condenado ao isolamento. Seria um excêntrico.
No Brasil, ao contrário, é o tipo dominante: o fingimento é geral, a fuga da realidade tornou-se instrumento de adaptação social. Mas adaptação, no caso, não significa eficiência, e sim acomodação e cumplicidade com o engano geral, produtor da geral ineficiência e do fracasso crônico, do qual em seguida se busca alívio em novas encenações, seja de revolta, seja de otimismo. Na medida em que se amolda à sociedade brasileira, a alma se afasta da realidade — e vice-versa. Ter a cabeça no mundo da lua, dar às coisas sistematicamente nomes falsos, viver num estado de permanente desconexão entre as percepções e o pensamento é o estado normal do brasileiro. O homem realista, sincero consigo próprio, direto e eficaz nas palavras e ações, é que se torna um tipo isolado, esquisito, alguém que se deve evitar a todo preço e a propósito do qual circulam cochichos à distância.
Meu amigo Andrei Pleshu, filósofo romeno, resumia: “No Brasil, ninguém tem a obrigação de ser normal.” Se fosse só isso, estaria bem. Esse é o Brasil tolerante, bonachão, que prefere o desleixo moral ao risco da severidade injusta. Mas há no fundo dele um Brasil temível, o Brasil do caos obrigatório, que rejeita a ordem, a clareza e a verdade como se fossem pecados capitais. O Brasil onde ser normal não é só desnecessário: é proibido. O Brasil onde você pode dizer que dois mais dois são cinco, sete ou nove e meio, mas, se diz que são quatro, sente nos olhares em torno o fogo do rancor ou o gelo do desprezo. Sobretudo se insiste que pode provar.
Sem ter em conta esses dados, ninguém entende uma só discussão pública no Brasil. Porque, quando um brasileiro reclama de alguma coisa, não é que ela o incomode de fato. Não é nem mesmo que exista. É apenas que ele gostaria de que existisse e fosse má, para pôr em evidência a bondade daquele que a condena. Tudo o que ele quer é dar uma impressão que, no fundo, tem pouco a ver com a coisa da qual fala. Tem a ver apenas com ele próprio, com sua necessidade de afeto, de aplauso, de aprovação. O assunto é mero pretexto para lançar, de maneira sutil e elegante, um apelo que em linguagem direta e franca o exporia ao ridículo.
Esse ardil psicológico funda-se em convenções provisórias, criadas de improviso pela mídia e pelo diz que diz, que apontam à execração do público umas tantas coisas das quais é bom falar mal. Pouco importa o que sejam. O que importa é que sua condenação forma um “topos”, um lugar-comum: um lugar no qual as pessoas se reúnem para sentir-se bem mediante discursos contra o mal. O sujeito não sabe, por exemplo, o que são transgênicos. Mas viu de relance, num jornal, que é coisa ruim. Melhor que coisa ruim: é coisa de má reputação. Falando contra ela, o cidadão sente-se igual a todo mundo, e rompe por instantes o isolamento que o humilha.
Essa solidariedade no fingimento é a base do convívio brasileiro, o pilar de geleia sobre o qual se constroem uma cultura e milhões de vidas. Em outros lugares as pessoas em geral discutem coisas que existem, e só as discutem porque perceberam que existem. Aqui as discussões partem de simples nomes e sinais, imediatamente associados a valores, ao ruim e ao bom, a despeito da completa ausência das coisas consideradas.
Não se lê, por exemplo, um só livro de história que não condene a “história oficial” — a história que celebra as grandezas da pátria e omite as misérias da luta de classes, do racismo, da opressão dos índios e da vil exploração machista. Em vão buscamos um exemplar da dita-cuja. Não há cursos, nem livros, nem institutos de história oficial. Por toda parte, nas obras escritas, nas escolas de crianças e nas academias de gente velha, só se fala da miséria da luta de classes, do racismo, de índios oprimidos e da vil exploração machista. Há quatro décadas a história militante que se opunha à história oficial já se tornou hegemônica e ocupou o espaço todo. Se há alguma história oficial, é ela própria.
Mas, sem uma história oficial para combater, ela perderia todo o encanto da rebeldia convencional, pondo à mostra os cabelos brancos que assinalam sua identidade de neo-oficialismo consagrado — balofo, repetitivo e caquético como qualquer academismo. Direi então que açoita um cavalo morto? Não é bem isso. Ela própria é um cavalo morto. Um cavalo morto que, para não admitir que está morto, escoiceia outro cavalo morto. Todo o “debate brasileiro” é uma troca de coices num cemitério de cavalos.
Encerro

Leia esse livro de Olavo de Carvalho. Ninguém, no Brasil, escreve com a sua força e a sua clareza. Tampouco parece fácil rivalizar com a sua cultura, fruto da dedicação, do trabalho no claustro, da aplicação, não da busca de brilharecos. Leia Olavo: contra o ódio, contra o óbvio, contra os idiotas e a favor de si mesmo.
Por Reinaldo Azevedo