quinta-feira, 23 de julho de 2015

Brasil se preocupa com a ameaça de ONGs e Governos à soberania da Amazônia

Vista da Amazônia (© AFP 2015/ LUNAE PARRACHO)

Os militares do Exército brasileiro que atuam na Amazônia estão preocupados com o narcotráfico e os riscos de enfraquecimento da soberania do Brasil na região. Entre as ameaças, a atuação de ONGs estrangeiras e o projeto do presidente da Colômbia de criação de um “corredor ecológico” dos Andes até o Oceano Atlântico.

Durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional sobre o controle de fronteiras e o combate ao tráfico de armas e drogas na Amazônia, o comandante do Exército, General Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, disse que é preciso ter atenção com algumas ONGs internacionais. O militar explicou que a apreensão não diz respeito a ameaças à integridade territorial, mas sim a situações que limitam a autoridade do país sobre decisões estratégicas que visam ao desenvolvimento sustentável da região, além de buscar atender os interesses brasileiros, principalmente da população dos Estados amazônicos.

O comandante do Exército citou como exemplo de iniciativa capaz de comprometer a autoridade do Brasil o plano proposto pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao Congresso de seu país, sugerindo a criação de um corredor ecológico dos Andes até o Oceano Atlântico, incluindo a Amazônia brasileira. O objetivo da Colômbia é levar a proposta chamada de Triplo A para análise na COP 21 – 21.ª Conferência do Clima, que vai ocorrer no final do ano na França.

Projeto do corredor ecológico Triplo A

O General Villas Bôas lembrou que a Amazônia representa 62% de todo o território brasileiro, e o “corredor ecológico” impediria a exploração de mais de US$ 23 trilhões em recursos naturais, como reservas de minérios raros e rica biodiversidade.

Durante a audiência, o comandante do Exército expôs ser contrário à ideia de manter os recursos naturais da Amazônia congelados para sempre. Para ele, é possível conciliar a preservação e o uso racional das riquezas na região. “Esse déficit de soberania [radicalismo pela preservação], esse processo todo é como combater fantasmas, porque a gente não sabe de onde vêm, o que são, o que fazem e quais são os seus objetivos, mas o resultado geral a gente pode verificar.”

A ideia de criação do corredor ecológico teve origem na Fundação Gaia, organização não governamental instalada na Colômbia e ligada à entidade britânica Gaia Internacional, responsável por fornecer os recursos para os estudos.

Quanto à questão do narcotráfico, o General Villas Bôas alertou que o Brasil é hoje o segundo maior consumidor mundial de cocaína, depois dos Estados Unidos. E é na Amazônia que o país está sendo usado como corredor de passagem do entorpecente para o exterior, pois a região faz fronteira com os três maiores produtores da droga no mundo: Colômbia, Peru e Bolívia.

Villas Bôas disse que pequenas plantações dentro do Brasil foram detectadas e erradicadas, mas já há informações da ação de traficantes brasileiros e do México na Amazônia. “Já foi detectada a presença de cartéis mexicanos, aqui, na Colômbia e no Peru. O cartel mexicano tem um modus operandi extremamente violento, e essa violência já começa a transbordar para o nosso lado.”

Sobre o tráfico de armas, o militar esclareceu que essa atividade é mais presente em fronteiras das Regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Em relação às reservas indígenas, o militar também fez restrições ao modelo das reservas concentradas, principalmente na Amazônia. Villas Bôas questiona o fato de haver grande número de reservas indígenas justamente em áreas com forte concentração de riquezas minerais. “Não sou contra unidades de conservação em terras indígenas. Ao contrário, temos que ter desmatamento zero, temos que proteger nossos indígenas, mas temos que compatibilizar esse objetivo com a exploração dos recursos naturais.”, defendeu.

De acordo com o general, como não há projetos para que a exploração das riquezas seja feita de forma organizada e com fiscalização, o procedimento passa a ser feito clandestinamente. Villas Bôas citou como exemplo a exploração de diamantes cor-de-rosa nas terras indígenas Roosevelt, em Rondônia, que segundo ele continuam sendo extraídos e saindo de forma ilícita do Brasil. “Isso é uma hemorragia; são riquezas que o país perde, que sai pelas estruturas de contrabando, e o país não se beneficia em nada com isso”, criticou.

Para aumentar a proteção das fronteiras, inclusive na Amazônia, o Comandante do Exército diz que a solução é investir na implantação do Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, desenvolvido pelo Exército e que possui sistema de radares, de comunicação e veículos aéreos não tripulados (Vant), com 70% de tecnologia nacional.

O Sisfron começou a ser implantado pelo Estado do Mato Grosso do Sul, com previsão de estar concluído no país em 2023. Porém, o General Villas Bôas admitiu que o projeto poderá atrasar, devido aos cortes orçamentários do Governo Federal. Segundo o comandante, mesmo que o sistema tenha apenas 1,5% de eficácia, num período de 10 anos poderá contribuir para uma economia de mais de R$ 13 bilhões em gastos com segurança, recuperando todo o investimento realizado no programa.

 
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‘Igreja Viva’, que levou 4 anos para ser construída


Vocês certamente já ouviram falar, viu na TV ou por fotos, ou até mesmo visitou diferentes tipos de igrejas no mundo. Aqui, nós já mostramos as catedrais mais incríveis da Europa e até sinistras capelas decoradas com ossos humanos. Mas além do luxo das maiores igrejas e das macabras “capelas ossários”, há outros tipos de templo pelo mundo que podem impressionar pela beleza ou pela arte que apresentam. Esse é o caso da “Igreja de Árvore”, construída na Nova Zelândia.


Há quatro anos, um neozelandês chamado Brian Cox, olhando para o seu quintal, decidiu que queria construir uma igreja ali. A ideia surgiu de viagens que fez ao redor do mundo, pesquisando e conhecendo os mais variados tipos de templos religiosos existentes. Então, inspirado, Cox iniciou um trabalho que seria terminado apenas recentemente: uma “igreja viva" feita quase totalmente de árvores.

Plantas em forma de labirinto em frente à "Igreja de Árvore" formam um belo jardim para uma seção de fotos ou realização de eventos


Brian é dono de uma companhia de jardinagem especializada em plantar e replantar árvores vivas, já desenvolvidas, por meio de transporte com alta tecnologia. As máquinas que realizam o trabalho possuem grandes pás mecânicas que pouco ou nada afetam as plantas durante qualquer mudança de local. Pois bem, com o conhecimento adquirido e fácil acesso à matéria prima, Brian conseguiu fazer uma bela paisagem e, porque não dizer, uma obra prima.


Para chegar ao modelo final como está hoje, o neozelandês iniciou construindo uma estrutura metálica para sustentação das árvores com o formato baseado na pesquisa sobre igrejas que fez em suas viagens. Depois disso, Cox fez uma escolha minuciosa das árvores que constituiriam as paredes e a cobertura da construção. Ele optou por algumas espécies com troncos que lembram pedras, por suas cores, para compor as paredes e, para manter o local sempre iluminado pela luz do sol, teve o cuidado de selecionar variedades de plantas com folhas mais esparsas.

Mesmo sendo muito bonita e original, não é só a “Igreja de Árvore” que atrai visitantes no quintal de Cox. Junto com a construção do templo, o neozelandês preparou outros terrenos constituindo mais dois jardins. Um deles foi preparado para crescer em forma de labirinto. No outro, Cox montou uma estrutura hidráulica, que sustenta um grande paraquedas militar de carga, formando uma espécie de tenda com algumas cadeiras e uma mesa. Um belo lugar para se relaxar ou meditar.

Tenda feita de paraquedas militar de carga é outra atração do local

Em outra parte do quintal, há um estacionamento para os visitantes, que podem simplesmente visitar o local ao custo, por pessoa, de US$ 10 (R$ 31) ou reserva-lo para eventos ou sessões de fotos. A “Igreja de Árvore” possui um site próprio com fotos e informações gerais. O santuário tem capacidade para abrigar 100 pessoas sentadas, enquanto a tenda do paraquedas tem assentos para 60. 

 
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Birmingham. Universidade descobre Alcorão mais antigo do mundo


O exemplar encontrava-se numa pilha de livros que ali estava há mais de 100 anos. Um investigador da Universidade de Birmingham dispôs-se a descobrir a sua idade e concluiu tratar-se da cópia mais antiga do mundo quando Alba Fedeli, investigador da Universidade de Birmingham, decidiu fazer a datação em carbono de alguns textos antigos da universidade não esperava encontrar nada de surpreendente. A verdade é que no meio desses livros encontrava-se uma cópia do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, na posse da Universidade há mais de 100 anos, a mais antiga do mundo.

Nenhum dos investigadores da universidade esperava que o manuscrito fosse tão antigo. Quão antigo? Esta cópia do Alcorão tem cerca de 1370 anos e remonta aos primórdios do Islão. Calcula-se que tenha sido escrita 20 anos depois da morte do profeta Maomé.
A descoberta “que nós tínhamos, na nossa posse, um dos fragmentos mais antigos do texto no mundo deixou-nos realmente excitados”, afirmou Susan Worrall, diretora das coleções especiais da Universidade de Birmingham.

Os testes foram feitos nos laboratórios da Universidade de Oxford e têm uma precisão de 95%. E revelaram que o exemplar foi escrito entre os anos de 568 e 645. De acordo com o livro sagrado islâmico, Maomé terá recebido as revelações divinas que algures entre 610 e 632, ano em que morreu.
UM TESTEMUNHO IMPORTANTE
Para o professor de Religião da Universidade David Thomas pode tirar-se uma conclusão simples: o autor da cópia pode mesmo ter conhecido Maomé.
Citado pela BBC, o professor disse: “A pessoa que escreveu esta cópia poderá ter conhecido Maomé. Provavelmente viu-o e ouvi-o pregar. Até o pode ter conhecido pessoalmente. E esse é um pensamento muito forte que este exemplar evoca”.

A Universidade de Birmingham pretende agora expor a peça no Barber Institute, uma galeria de Belas Artes no campus da universidade, preservando-a de forma a que todos os muçulmanos possam desfrutar de um dos artefactos da mesma época de Maomé.
A comunidade muçulmana local já expressou a sua felicidade quanto ao achado. Muhammad Afzal, líder da Mesquita de Birmingham, diz que foi difícil conter os sentimentos quando viu o livro pela primeira vez: “Houve lágrimas de felicidade e emoção. Tenho a certeza que muçulmanos de todo o Reino Unido virão a Birmingham para vislumbrar aquelas páginas”.
Fontes - expresso


 
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Terroristas islâmicos explodem bebê em treinamento

O mundo assiste impassível aos massacres cometidos pelos terroristas islâmicos do Estado Islâmico (EI) desde que começaram uma guerra civil que se espalhou pelo Iraque pela Síria há cerca de três anos.
Foram divulgadas crucificações e decapitações, pessoas queimadas vivas e executadas a sangue frio, mas a barbárie parece não ter limite. As ações da coalizão liderada pelos Estados Unidos não conseguiu enfraquecer significativamente as forças jihadistas. Pelo contrário, sua sede de sangue se espalhou por diversos países, através de simpatizantes que desejam ver o mundo governado pelas regras do Alcorão
Agora surge a notícia que o EI teria explodido um bebê durante uma missão de treinamento realizada no Iraque. A denúncia foi feita por Sadiq al-Husseini chefe do comitê de segurança da província de Diyala, no Iraque.
“A organização amarrou e explodiu a criança por meio de um controle remoto diante de dezenas de rebeldes”, relata al-Husseini. “Eles não ligam para os valores humanos mais básicos.”
A explosão do bebê fazia parte de um treinamento sobre como armar bombas e detoná-las à distância. A criança sacrificada era filha de um homem que fora executado por ter matado militantes do Estado Islâmico. A barbárie ocorreu em um dos campos de treinamento próximos a Sharqat, a nordeste de Salahuddin.
Segundo os dados divulgados pela Organização das Nações Unidas nesta segunda (13), cerca de 15 mil civis foram mortos em quanto outros 30 mil ficaram feridos no Iraque desde o início da guerra, em 2014.
Já o relatório sobre a proteção dos civis no conflito armado no Iraque afirma que são “pelo menos 44.136 vítimas civis, entre as quais 14.947 mortos”. Centenas de combatentes do Estado Islâmico morreram no mesmo período, mas não existem estatísticas oficiais. Com informações de Jihad Watch, via Gospel prime
 
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Justiça condena União a revisar pedidos de pensão por morte de militar do Exército


Ubervalter Coimbra

O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) conseguiu na Justiça condenar a União a revisar os indeferimentos de pensão por morte de militar do Exército Brasileiro a beneficiário incapaz. A decisão vale para todo o país.

A União passou a indeferir habilitações ou concessões do benefício a dependentes inválidos maiores de 21 anos, que não comprovassem a existência da invalidez antes dessa idade, após a Portaria
nº 102-DGP entrar em vigor, em 2004.

O MPF, no entanto, ajuizou uma ação civil pública para mudar a situação, uma vez que entendeu que portaria é ilegal, pelo fato de restringir o direito do segurado ao criar um novo requisito para sua habilitação. Para o MPF/ES, a 102-DGP foi equivocada, tendo em vista que o Executivo não pode impor obrigações ou restrições, senão aquelas já previstas em lei.

Instituída em 15 de julho de 2004, a portaria ficou em vigor até fevereiro de 2011, quando então foi editada uma nova (Portaria 031-DGP), retirando a exigência de que a invalidez surja até os 21 anos. Na sentença, a Justiça frisa que esse fato dá conta de que a própria União reconheceu o equívoco do ato normativo anterior.

Entretanto, isso não anulou os efeitos produzidos no período, quando muitas pessoas tiveram o direito frustrado de se habilitar à condição de beneficiários ou até mesmo receber o benefício na condição de descendente inválido. Por ter servido de fundamento para muitos indeferimentos equivocados Brasil afora, a Justiça Federal de Vitória decidiu que a sentença vale para todo o país.

A União deverá rever os indeferimentos caso a caso, deferindo a pensão ou a habilitação, se o único motivo de indeferimento foi a não demonstração do surgimento da incapacidade antes dos 21 anos de idade. O prazo para informar ao juízo sobre as medidas administrativas a serem adotadas para o cumprimento da sentença e os prazos necessários para a identificação dos casos e dos militares responsáveis pelas revisões é de 60 dias.
A sentença pode foi dada no processo de número 0003744-52.2014.4.02.5001 e pode ser lida no site da Justiça Federal do Espírito Santo (www.jfes.jus.br).

(Com informações da Assessoria de Comunicação do MPF/ES).

 
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ESQUERDISMO É DOENÇA Por Marília Coutinho: a bipolaridade, a loucura e uma vida com sentido - Congresso MeDISmente




Publicado em 17 de dez de 2014



Quer ver a segunda parte dessa entrevista? Acesse: http://bit.ly/1HxDkdH pra saber os detalhes nada sórdidos!



Marília Coutinho: a bipolaridade, a loucura e uma vida com sentido - Congresso Saúde da Mente


Dra. Marilia Coutinho é professora, escritora, pesquisadora, treinadora e atleta. Possui graduação, mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo (1985, 1989 e 1994), pós-doutorado pela Virginia Polytechnic Institute and State University (1997). Além de diversas publicações acadêmicas e técnicas, é autora dos recentes livros “De volta ao básico: Powerlifting” e “Estética e Saúde”.

Marilia é também campeã sul-americana e mundial de powerlifting por diferentes federações, recordista mundial na modalidade, presidente da Aliança Nacional da Força e credenciada junto ao CREF na área de treinamento de força (CREF 059869-P/SP).


Ela foi umas das 13 palestrantes do 1º Congresso online de Medicina Integrativa na Saúde da Mente organizado pela ONG Pensamentos Filmados, uma realização de sua fundadora Ana Maria Saad.







1º - ESQUERDISMO É DOENÇA Por Marília Coutinho: a bipolaridade, a loucura e uma vida com sentido - Congresso MeDISmente (aqui)



2º - A
NA TV - Bipolaridade sem remédio? Dra Marília Coutinho responde 


(aqui)


3º - ESQUERDISMO É UMA DOENÇA MENTAL GRAVE!? (aqui)


Ela tem a força


15.02.2011 | Texto: Bruno Torturra Nogueira | Fotos: Rui Mendes



Marília Coutinho reconciliou o corpo à mente e transformou sua vida através do esporte


Rui Mendes

Marília Coutinho


Marília Coutinho sempre foi uma intelectual. Irmã do cartunista Laerte, bióloga ph.D., passou anos lutando contra um distúrbio mental que quase lhe custou a vida. Quando percebeu que sua força poderia ser o remédio, tornou-se uma das maiores halterofilistas do Brasil. E encontrou a sanidade nos limites entre seu corpo a sua mente



Quando o médico acabou de costurar a jugular de Marília Coutinho, lavou as mãos: “Isso é tudo o que eu posso fazer. Na próxima meia hora vamos saber se você sobrevive”. Foram longos 30 min em que ela teve tempo para pensar em muita coisa... Em como sua condição mental havia passado dos limites. Em como os anos de crises, de pesada medicação psiquiátrica, desembocaram nisto: no seu corpo escorado em uma maca de um posto de saúde de Boiçucanga depois de uma tentativa de suicídio de desfecho ainda desconhecido. Durasse ela mais do que a fatídica meia hora, Marília estava certa de uma coisa. TINHA que se controlar. Ela ainda não sabia como, mas sabia que tinha algo a ver com exercício.

A meia hora passou. E pouco mais de um ano se passou. E nessa altura a bióloga de 43 anos, doutorada, já era a campeã brasileira de halterofilismo em sua categoria. “Ninguém entendeu nada”, ela avalia, “não é a coisa mais normal uma mulher de minha idade fazer marcas tão grandes, e tão rápido.” E logo explica: “Eu sou fodona? Não. Sou esquisita”. Uma esquisitice que a acompanha desde a infância.
Ainda na escola, a pequena Marília tinha dificuldades ao se relacionar com outras crianças. Não entendia bem os sutis códigos sociais. Sentia tristeza, medo. E quando sentia medo ela podia ser agressiva com os colegas. Só sossegou, ficou mais centrada, quando descobriu o esporte aos 11 anos. Aos 14, era (parece carma) campeã brasileira de esgrima. Tudo ia bem, até que o espectro do comunismo bateu a sua porta.
Dentro de casa, a família era persuadida pelas lideranças do PCB. E foram eles, os “amigos” da militância, que forçaram a jovem Marília, aos 15 anos, a largar o esporte (“coisa de pequeno-burguês”) e entrar na luta revolucionária. Sem o florete, Marília não havia como se defender de seus fantasmas internos, nem dos monstros do mundo real. Enquanto conspiravam a instalação da ditadura do proletariado, os figurões da esquerda abusavam dela.
Foi estuprada por companheiros em uma das organizações. A politização acabou por tornar Marília o que ela chama de “alienada corporal”. Destruída psicologicamente, e desconectada da paz de espírito que o esporte lhe trazia, ela abusou de drogas. Se auto-mutilava e, mesmo já desligada da militância, quando entrou na faculdade, seguiu assombrada por angústias e súbitas crises.
Descoberta de peso
Teve uma bem construída carreira acadêmica. Mas sempre domando sua condição com cavalares doses de remédios. Até que, depois de sua derradeira tentativa de suicídio, contrariando rigorosas ordens médicas, Marília largou as pílulas. E mergulhou fundo nas atividades físicas, algo que, desde a infância, estava em um segundíssimo plano. Foi quando, ao entrar em uma academia de levantamento de peso na favela de Paraisópolis, teve uma revelação. Soube, na hora, que era ali o seu lugar.
Sua experiência acadêmica, seu gosto por pesquisa, a fizeram uma halterofilista única. Destrichou a literatura, soube ler com sua bagagem de bióloga outras nuances nos músculos que cresciam rapidamente em seu corpo. A rara sofisticação intelectual de Marília a fez uma privilegiada observadora dos significados mais ocultos dos esportes de força. E sua extraordinária performance só não foi mais extraordinária do que a melhora de sua condição mental. Se tornou o exemplo vivo das ideias que defende em sua nova carreira.
Como atleta, professora e escritora (tem três livros a caminho, um sobre treinamento, um sobre saúde e estética e outro sobre os transtornos que superou), ela tenta alertar os outros sobre o grande equívoco, tanto esportivo quanto cultural, que a sociedade carrega: uma separação crônica entre mente e corpo. Algo que aliena tanto atletas quanto cientistas – e turva a visão de médicos e treinadores sobre o enorme potencial da atividade física lúcida como forma de devolver a sanidade a tanta gente que, como ela, é “estranha”. Só não mais estranhas do que o prórpio mundo que vê corpo e mente como entidades separadas.
Marília Coutinho hoje tem 47 anos e pretende ir, em novembro, para seu primeiro mundial de halterofilismo. Como se sua biografia não fosse interessante o suficiente, ela também é irmã do cartunista Laerte. Curioso... Enquanto seu irmão acaba de vir a público travestido, e desafiar de forma tão natural a sociedade a rever suas ideias de limites de gênero, ela, mais discretamente, nos desafia a rever barreiras ainda mais profundas, ocultas e urgentes: onde estão as fronteiras que dividem nossas carnes e nossa psique? O quanto da força de um músculo está, de fato, no cérebro? O que diferencia saúde mental e de física? São perguntas sobre as quais ela joga alguma luz nas respostas a seguir.
Você é uma grande crítica da cultura de fitness, do padrão de treino dominante em academias. Por quê?
Em primeiro lugar, é bom esclarecer. Fitness, no significado do termo, é “aptidão”. E tratar de aptidão, de corporalidade, é muito mais complexo do que se exercitar em aparelhos. A gente vive em uma cultura que aliena nosso corpo. E nesse aspecto a gente falha como sociedade, como família, como instituições que criam um indivíduo que vê a mente em primeira pessoa, mas pensa o corpo em terceira pessoa. E é com essa mentalidade que muita gente entra em uma academia.

Mas o fato de as pessoas estarem buscando mais academias, simplesmente, não é um bom sinal?
Por um lado sim. A gente está vivendo um século com mais consciência sobre questões do corpo. Até pouco tempo atrás a aptidão, o tal fitness, era medido através de capacidade cardiovascular. Depois, aptidão virou capacidade cardiovascular, força e flexibilidade. Depois tudo isso mais coordenação, agilidade, propriocepção. Já está havendo uma visão mais ampla. Mas ainda falta saber a importância e o peso relativo de cada coisa.

E você acha que cérebro deveria estar na conta do fitness? 
Boa pergunta. Deveria estar sim, porque é óbvio que ele é parte fundamental disso. Mas ele foi expurgado do exercício do mesmo jeito que a gente expurga o corpo na hora de pensar nossa mente. Quando você vai cuidar do corpo você pendura o cérebro no vestiário. Esse problema se tornou ainda mais sério nas academias quando as máquinas de movimento guiado explodiram. E movimento guiado não precisa ser pensado. Isso é algo muito sério.

Por que é tão sério? 
Porque cria uma cultura que impede que se trate doenças psíquicas através do exercícios. No caso de diabetes ou hipertensão, o médico te manda pra academia. Pra depressão, é sempre remédio! Já vi psiquiatra dizer que atividade física jamais pode ser tratamento para depressão. Ao mesmo tempo, você não vai conseguir resultados se “apenas” puxar ferro. Ele precisa se integrar, perceber a si mesmo. O portador de desordem mental tem um rótulo do que ele é. E precisa ter oportunidade de mudar. Uma pessoa, através do exercício, pode construir uma outra identidade.

O quanto sua relação com o levantamento de peso mexeu com a sua identidade? 
Aconteceu mais de uma vez. Fui uma criança “problemática”. Tinha pouquíssima capacidade de comunicação, dificuldade de interpretar ações não verbais, medo e depressão. E tinha surtos de violência quando sentia medo. Até que tive a oportunidade de fazer esportes. E foi algo muito disciplinador e ajudou a integrar pedaços de mim que estavam perdidos. Fiz atletismo, vôlei, fui campeã brasileira de esgrima. E isso me deu muita estrutura. Aquilo era a minha vida, até que eu fui arrancada do esporte...

Como assim, arrancada? 
Foi quando o Partido Comunista Brasileiro achou que eu tinha que parar com aquele desvio pequeno-burguês. Eu tinha 15 anos...

Mas você já era do partido comunista nessa idade? 
Não, mas o meu entorno era. Irmãos, amigos da família. E eles exerciam um poder enorme sobre a gente. E em determinado momento um deles chegou pra mim e disse: “Olha, chegou a hora de você largar essas coisas e entrar na luta. A vida do militante tem que ser exclusivamente a revolução. E acabou”. O discurso era muito persuasivo, principalmente para uma adolescente culta, sob uma ditadura. Aquelas pessoas destruíram parte da minha vida.

Destruíram de que forma? 
Eram violentos. Fui muito maltratada dentro das organizações de esquerda. Primeiro no Partido Comunista Brasileiro. Mas pelo menos no Partidão era só tortura psicológica. Bem melhor do que na outra organização da qual eu fiz parte, a Convergência Socialista, hoje o PSTU. Lá eu fui estuprada... E tinha que suportar, porque contar seria traição. A luta era mais importante – e os homens eram mais importantes. As militantes de base eram obrigadas a fazer sexo com os líderes. Tem militantes de uma geração anterior à minha que não sabem se foram mais agredidas pelos torturadores ou pelos companheiros. E eu era uma menina novinha, 16 anos, loira, de olho azul... prato cheio.


Arquivo pessoal
Com a família, em 2005: Marília, Laerte, a mamãe D. Lila, os irmãos Mauro e Lena e o pai, seu Moacyr


E o que aconteceu com você psicologicamente? 

Fui separada do meu corpo de todas as formas. Primeiro porque não podia praticar mais esportes. Depois, fui estuprada... E foi aí que as manifestações mais assustadoras da minha desordem ficaram fortes. Automutilação, abuso de drogas...



E você continuou na militância? 
Não por muito tempo. Larguei tudo com 19 anos e parti para uma carreira universitária. Fiz biologia, mestrado em ecologia química, doutorado em sociologia da ciência. Mas os sintomas continuavam, com maior ou menor intensidade, e poucos anos depois fui diagnosticada como maníaca-depressiva, uma patologia que hoje seria chamada de desordem bipolar. E fui medicada, muito medicada. Tomei de tudo.


"A gente vive em uma cultura que aliena nosso corpo. o indivíduo vê a mente em primeira pessoa e o corpo em terceira pessoa. É com essa mentalidade que muita gente entre em uma academia"
E quais eram os sintomas? 
Eu não tinha estabilidade nenhuma. Uma enorme dificuldade em lidar com situações sociais. Até o momento em que minha convivência com as instituições foi ficando insustentável. E aquela violência que na infância eu descarregava em outra criança ali eu precisava conter, e isso se voltava contra mim. Me levava a ações impulsivas, eu me mutilava, tenho marcas pelo corpo todo.

E a medicação não resolvia? 
Já não estava resolvendo. E o que a psiquiatria mainstream faz quando um remédio não resolve? Dá outro em cima. Chegou um ponto em que eu estava tomando 11 medicamentos. Até que um neurologista me receitou um remédio chamado Zyprexa. Uma droga da morte. Dá diabete, hipertensão... Um horror. Eu tomei isso por duas semanas. E tive um conflito com o médico e acabei mandando ele à merda. E foi uma coisa boa, me fez pensar: “Bom, já que eu estou condenada, deixa eu ter um pouquinho de vida legal e depois eu me mato”.

E, aí, deu “certo”? 
Por uns dois meses ficou tudo legal. Eu tive que repensar minha vida toda. Parei de tomar todos os remédios. E curti. Pela primeira vez tive a consciência de estar feliz. E foi só aí que eu entrei em uma academia, me fez muito bem. Descobri que as atividades tinham efeitos diferentes em mim. Natação e corrida tinham efeitos agudos de curta duração. Já musculação tinha efeito crônico, bem-estar o dia todo. Foi aí que comecei a levar mais a sério o exercício. Mas veio um mês e meio que foi complicado, acabei sendo relapsa com o treino e voltaram as manifestações. Essa angústia inexplicável ficou crítica até o momento em que peguei meu carro, comprei uma lâmina, fui para uma estrada de terra em uma saída da Rio-Santos e cortei minha jugular.

E o que passava na sua cabeça nessa hora? 
Nada. Simplesmente fui. Como todo suicida, eu estava ambivalente. Até o último instante, ficava: “Morro, não morro?”. A dúvida foi até o momento em que cortei a garganta, vi no retrovisor aquilo tudo aberto e pensei “Fiz merda”. Aí tentei segurar, mas não tinha jeito. Jorrava sangue.

E como você sobreviveu?! 
Tinha um moço passando, e eu o chamei. Disse que havia sofrido um acidente, ele entrou no carro na hora, me empurrou pro lado e me levou para um posto de saúde. Era um lugar de poucos recursos. Acabaram de costurar e disseram: “a gente fez o que pode. Em meia hora vamos saber se você sobrevive ou não”. Pensei muita coisa nessa meia hora...

O que, por exemplo? 
Que, o quer que eu tenha, é muito sério. Então preciso controlar esse negócio, e já sabia que seria com atividade física.


Arquivo pessoal


E como foi isso? 

Comecei a ler muito sobre o assunto, “descobri” que tinha pernas, glúteos, abdome, e que poderia trabalhar cada um. No começo eu anotava tudo. Se tinha fome, como estava meu humor, se eu gozava ou não... pra correlacionar tudo com o treino e minha condição. Foi aí que mudei de profissão.



Para o que, mais exatamente
Passei a ser uma profissional do treinamento. Discuti com meu psiquiatra e ele falou que, se eu não topasse ser medicada, não tinha como me salvar, que gente como eu acaba se matando. Deu até prazo, disse que eu me mataria nos próximos meses, em no máximo cinco anos. Mesmo assim parei com os remédios. Fez cinco anos em julho do ano passado, e desde 2006, quando descobri o levantamento de peso, nunca mais tive uma crise.

Nunca? 
Nunca. Ainda sou esquisita, mas nunca mais me machuquei. Ainda tenho problemas de relacionamento, me sinto mal em lugares públicos. Odeio que estranhos me toquem. Posso ficar um pouco agressiva. Mas eu aprendi a lidar com o que acontece na minha cabeça com minha corporalidade. Quando encaixei as peças desse quebra-cabeça, meu problema ficou administrável.

E como foi sua evolução no levantamento de peso? 
Imediata. No ano que comecei fui campeã brasileira. Mas isso não quer dizer nada. São várias categorias, várias fórmulas para determinar a relação entre seu peso e quanto você levanta... E, de acordo com essas fórmulas, desde que comecei sou uma das melhores do país.

O que determina a sua performance, basicamente? 
Além da técnica, tem a ver com o sistema nervoso. Você ser capaz de negociar com o cérebro, fazer ele entender que pode levantar, mandar seu músculo levantar aquele peso, e tudo bem. E a força não está apenas no músculo, ela é produto de um sistema de alavancas que envolve esqueleto e articulações. E existe, nesse sistema, o potencial da força absoluta. Meu palpite é que ela está presente, mas é inibida neurologicamente.


O portador de desordem mental tem um rótulo do que ele é. E uma pessoa, através do exercício, pode construir uma nova identidade
Mas o que você chama de força absoluta? 
É a menos estudável e menos conhecida. Até hoje as referências são não científicas. Como a senhora que, de repente, atirou com as próprias mãos um freezer pela janela; ou um senhor idoso que levantou o trator que tombou em cima do neto; uma mãe que abriu o maxilar de um crocodilo para tirar o filho que estava sendo comido. Essa força descomunal só pode ser expressa em momentos de muito stress. E ninguém conseguiu medir isso em laboratório, não sabemos o que acontece no cérebro naquele momento.

Você vê uma interpretação metafísica
Talvez a gente canalize uma força externa ao corpo? Não. Eu acho que nosso sistema é, pelo menos, dez vezes mais forte.

Por essa lógica, eu poderia levantar mais de 400 kg com esse meu braço destreinado? 
Você pode! Mas não vai ser muito legal pro seu osso. A musculatura serve para proteger, dar estabilidade e, claro, força. Mas aumentar a musculatura é muito mais rápido do que treinar o cérebro para executar a força. Tem gente que, sem aumentar 1 kg de massa corporal, consegue, depois um ano, levantar o dobro da carga.

Mas evidente que não é só vontade que convence o cérebro a comandar um levantamento de um peso muito grande... 
Tem uma linha de treino, por exemplo, que prega basear a performance no medo, na raiva, emoções fortes. Outra escola, a minha, é focar no prazer. Você está fazendo aquilo porque quer, abriu mão de tudo para isso, e naquele momento é só aquilo que importa. Meus melhores levamentos sempre me trouxeram uma paz interior muito grande. É uma expressão de amor. Aí sai o levantamento perfeito.

Mas o que é um levantamento perfeito? 
O levantamento de peso tem uma dimensão técnica. A segunda dimensão é neural. A terceira é mental. Mas existe um quarto passo, quando tudo isso se integra e transcende. Pra mim a execução muito integrada de um levamento é um ato perfeito. Só vivi isso umas três vezes. Já não sou eu, não é o meu corpo, minha mente. Não tem peso na sua mão. Não tem mão! Uma dissolução tão grande que é como se o movimento fosse a única coisa acontecendo. E, por ser movimento, ele passa. Mas naquela hora não há temporalidade. É um momento de iluminação: você entende a natureza do movimento e, ao entender isso, você entende quem você é.

Uma experiência mística? 
Sim. Acredito no poder transformador dessa integração. Ninguém compreende como consigo minha performance. Eu sou fodona? Não! Eu sou esquisita. Não é realmente a coisa mais normal do mundo uma mulher com 47 anos executar o que eu faço. Acontece que a minha condição ajuda a iluminar um pouco o que são os reais limites. Minha história é a de alguém que foi obrigada a não acreditar em limite para sobreviver. Os limites que contaram para mim que existiam.




Arquivo pessoal
Os irmãos Marília, Lena e Laerte no aniversário de 80 anos da mãe
Arquivo pessoal
Marília aos 8 anos




Arquivo pessoal
Com a filha Melina em 1990


Arquivo pessoal
Pronta para o combate em seus tempos de campeã de esgrima, nos anos 70

Arquivo pessoal
Em Athens, EUA, 1974; jovem, acadêmica, ainda longe da academia
Rafael Sato
Marília no supino, modalidade que ela considera “meditativa”

Rafael Sato
Marília prestes a fazer um levantamento terra

 
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)

Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook