Quando qualquer um mostra que o PT tem apenas um projeto totalitário de poder, é acusado de ser da "mídia golpista" ou da "direita hidrófoba". Mas e quando Frei Betto reconhece o mesmo?
Este site vem denunciando há meses que o PT não é um partido como outro qualquer. É um partido de tentações totalitárias (o único grande partido do país a ter como modelo as ditaduras mais brutais do planeta), sem o menor apreço pelo poder divido.
O mensalão, o maior legado do PT ao Brasil, é um crime de ditadura, e não apenas de corrupção(comprou-se deputados para se legislar a partir do Executivo central, tomado por aquele cara do “nunca antes na história desse país…”), sem contar inúmeros ataques à imprensa (do “controle social da mídia” até se cogitou expulsar o correspondente do esquerdista New York Times, Larry Rohter, tão somente por ele falar o que todo mundo sabe: que Lula gosta de beber).
O discurso da militância petista, pautado através do que os americanos chamam de “dog whistle politics”, vem pronto de cima. Para os petistas, qualquer crítica às tentações totalitárias (não apenas autoritárias) do partido de Lula e Dilma é fruto de uma “mídia golpista” (mesmo quando há petistas em quase todos os grandes veículos de comunicação) ou, como é a nova moda, ataques de uma “direita hidrófoba” que se comporta como um Rottweiller.
Acontece que nem só a “direita hidrófoba” nota o óbvio. Sob o discurso comunista até o último furúnculo de um amigo pessoal de Lula que ajudou o PT a ser formado e ser o Leviatã que hoje é, podemos encontrar a mesma crítica.
Trata-se de Frei Betto, em entrevista publicada no jornal gaúcho Zero Hora.
Sob elogios aos presidentes petistas Lula e Dilma, Betto critica como os 11 anos de governo vermelho não foram suficientes para nenhum dos presidentes ter coragem de fazer o maior desastre que pregavam quando eram da oposição: uma reforma agrária – isto é, acabar com a propriedade privada no país, distribuindo as terras que o governo quisesse desapropriar com base em critérios que o próprio governo iria escolher – não seria surpreendente que os cupinchas do governo petista ficassem com mais terras do que quem ouse ser anti-petista.
Mas, se petistas acreditam nisso, é um teste de verdade: por que falaram tanto em “reforma agrária” na década de 90 (assim como em outros termos extremamente ridículos – quem não se lembra de que eles eram “anti-globalização”?!) e faz uma década que ninguém mais sabe o que é isso? Nossas crianças de 15 anos estão quase chegando à idade do voto sem terem sido bombardeadas com essa macaqueação. A militância petista não deveria reclamar junto, exigir que o PT cumpra o seu programa e transforme logo isso aqui num Zimbábue ou numa Coréia do Norte? O PT só acerta quando trai o petismo.
Ele especifica; “Nem a (reforma) agrária, nem a tributária, nem a política, nem a previdenciária, nem a de educação, nem a da saúde” e, apesar dos avanços, não houve a redução da desigualdade social. “Segundo o Ipea, dado de outubro de 2013, a desigualdade no Brasil entre os mais ricos e os mais pobres é de 175 vezes, e isso é escandaloso”, constata.Segundo ele, “o PT trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder. Permanecer no poder passou a ser mais importante do que criar uma alternativa civilizatória para a nação Brasil”. (…)Paradoxalmente, os 10 anos de governo do PT foram 10 anos de despolitização da sociedade brasileira. Então, os jovens, agora, querem ter esse protagonismo político, estão ocupando as ruas, querem participar. Acreditou-se que a política era um privilégio do andar de cima, que as coisas se resolveriam entre os partidos, numa total indiferença para com o povo, com os jovens(grifos nossos)
Ou seja, o PT só tem como projeto político se manter no poder. Claro, quando dizemos isso somos truculentos, fanáticos, intolerantes e reacionários da “direita hidrófoba”. Mas aqui é o próprio Frei Betto, idealizador do “Fome Zero” (alguém lembra disso? a esquerda é mesmo um manancial de idéias furadas), quem sabe que tudo o que o PT faz, diz, aplica ou planeja tem apenas o fito de se manter no poder a qualquer custo.
Claro, é difícil ver um esquerdista falar sem soltar alguma asneira engraçada, ainda mais uma ex-liderança petista (e responsável, como o mundo dá voltas!, por colocar Joaquim Barbosa no STF mal tendo o conhecido). No caso, fiquemos com essa:
“Sou de uma geração que tinha 20 anos nos anos 60 e os nossos ídolos eram pessoas altruístas: Jesus, Francisco de Assis, Che, Gandhi, Luther King. E quem são hoje os ídolos da garotada? Sebastian Vettel, Lady Gaga…”:(grifos do original)
Realmente é um problema ser fã de Lady Gaga quando todo mundo sabe que a melhor cantora viva da atualidade continuará sendo Lisa Gerrard enquanto ela se mantiver viva. E qualquer pereba que não tirou nem licença B no Gran Turismo sabe que Sebastian Vettel só tem carro – Alonso, Räikkönen ou mesmo o Hamilton com a Red Bull faria o alemão júnior ficar no máximo em segundo lugar em toda corrida.
Mas… altruísta, Che Guevara?! Um cara capaz de matar quem pegasse um pedaço de pão a mais (e tem como ser diferente no socialismo, se a traição à sua cartela de bens é uma traição ao próprio sistema?), alguém que dizia que os negros não fizeram nada pela revolução, que eram preguiçosos, e que portanto não esperassem nada dela? Um cara que queimou livros, proibiu o rock – e até os cabelos compridos! – e resolveu se esconder com Fidel no abrigo nuclear da embaixada cubana quando estes provocaram a crise dos mísseis em 1962, sem perguntar se a população cubana, que ficaria fora do abrigo, iria gostar de tomar alguns mísseis nucleares no cocoruto?
Mas não é uma gracinha um “frei dominicano” (na verdade, não é mais frei, mas usa o epíteto assim mesmo) dizer que a juventude dos anos 60 era altruísta e gostava de Jesus e São Francisco de Assis?! A propósito, Luther King, ao contrário de Malcolm X, era um ferrenho adversário do comunismo – alguém que a geração de Frei Betto só conhecia de simbolismo e pelo “I have a dream…” sem saber mais lhufas sobre a sua biografia.
Para Betto, todos os problemas do país, até mesmo um jovem que não se levanta para uma velhinha no ônibus, são culpa dos “valores do capitalismo neoliberal”, como se o Frei soubesse o que é neoliberalismo (e como se esse modelo de não-capitalismo tivesse dado as caras por aqui). Não fica lá muito claro como as trocas livres do capitalismo, sem deverem zilhões em impostos, têm alguma coisa a ver com os péssimos gostos musicais e falta de educação de nossos jovens – ainda mais num país dominado, afinal, pela esquerda que Frei Betto ajudou a montar e colocar no poder.
Mas sabemos como são esquerdistas: se algo vai mal, mesmo depois de mais de uma década do seu partido no poder, a culpa é… de quem não está no poder. O pior é que Frei Betto, como todos os progressistas decepcionados com o PT, acredita que isso é algo ainda mais reprovável do que trocar um “projeto de Brasil por um projeto de poder”.
Afinal, quando foi a última vez que Frei Betto reclamou que Fidel e Raúl Castro trocaram um projeto de Cuba por um projeto de poder?
Osvaldo Aires Bade
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