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As televisões privadas
da Venezuela divulgaram um vídeo sobre o desespero de um comerciante obrigado a
baixar os preços dos produtos da sua loja e que foi detido pela Guarda Nacional
(polícia militar).
"O que comprei a
60 mil bolívares (7110 euros) não posso vender a seis mil (o equivalente a 711
euros). (...) Isto é um desrespeito, é o nosso dinheiro, não me deixem sem
nada", gritava Hakimn Raffai, proprietário de uma loja de eletrodomésticos
em El Tigre, a sudeste de Caracas.
Apesar da versão
oficial dar conta da comercialização de produtos com preços 260% superiores e
de os empregados insistirem que tinham as "faturas de tudo" e que a
medida era exagerada, o comerciante viu os seus produtos serem vendidos ao
público com 70% de desconto.
No vídeo o comerciante
exclama: "Prefiro que as pessoas entrem e nos saqueiem, sai-nos mais
barato", expressão utilizada para título de primeira página do "El
Tiempo" e que gerou uma forte reação do presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, que acusou o jornal local de incitar à violência.
"Olhem o que disse
este empresário, incitando ao delito, à violência, ao saque. O diário El Tiempo
cometeu um delito e espero que os organismos do Estado venezuelano, como veem
atuando, o façam de acordo com a lei", disse Maduro, sublinhando que o
comerciante, cobrou mais de 1000% pelo produto.
No passado dia 8,
o governo venezuelano ordenou às lojas de eletrodomésticos do país que baixassem os preços, depois de terem sido detetados alegados "aumentos
injustificados" que motivaram intensas fiscalizações a 'stands' de
automóveis, lojas de ferragens, têxteis, brinquedos, calçados e alimentos.
Desde há uma semana
que, em várias cidades do país, os venezuelanos fazem fila para comprar
eletrodomésticos e outros produtos, a preços muito inferiores aos que eram
comercializados.
Na passada
segunda-feira, Nicolás Maduro anunciou que o seu governovai impor limites máximos de lucro em todas as áreas da economia e um
endurecimento das penas de prisão para os empresários que especulem e roubem o
povo.
Na Venezuela vigora,
desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda
estrangeira no país.
Para importar os
empresários têm que recorrer à Comissão de Administração de Divisas, organismo
responsável por atribuir-lhes as divisas solicitadas a um preço preferencial de
6,30 bolívares por dólar. No entanto no mercado paralelo o valor é até nove
vezes superior.
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na
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