sábado, 18 de agosto de 2012

O QUE É UM REVOLUCIONÁRIO OU A MENTE REVOLUCIONÁRIA?
"Por Osvaldo Aires aptado de Olavo de Carvalho"



Segundo 
Olavo de Carvalho, a mente revolucionária tem 3 características essenciais:

A inversão da percepção do tempo

As pessoas normais consideram que o passado é algo imutável e que o futuro é algo de contingente ― “o passado está enterrado e o futuro a Deus pertence”, diz o senso-comum.

A mente revolucionária não raciocina desta forma: para ela, o futuro utópico é um objectivo que será inexoravelmente atingido ― o futuro utópico é uma certeza; não pode ser mudado.
Por outro lado, a mente revolucionária considera que o passado pode ser mudado (e ferozmente denunciado!) através da reinterpretação da História por via do desconstrucionismo ideológico (Nietzsche Gramsci Heidegger Sartre Foucault Derrida Habermas). Em suma: o futuro é uma certeza, e o passado uma contingência ― isto é, o reviralho total.


 

A inversão da moral

Em função da crença num futuro utópico dado como certo e determinado, em direcção ao qual a sociedade caminha sem qualquer possibilidade de desvio, a mente revolucionária acredita que esse futuro utópico inexorável é isento de “mal” ― esse futuro será perfeito, isento de erros humanos. Por isso, em função desse futuro utópico certo e dado como adquirido, todos os meios utilizados para atingir a inexorabilidade desse futuro estão, à partida, justificados. Trata-se de uma moral teleológica: os fins justificam todos os meios possíveis.


Inversão do sujeito – objecto


A culpa dos actos de horror causados pela mente revolucionária é sempre das vítimas, porque estas não compreenderam as noções revolucionárias que levariam ao inexorável futuro perfeito e destituído de qualquer “mal”. As vítimas da mente revolucionária não foram assassinadas: antes suicidaram-se, e a acção da mente revolucionária é a que obedece sem remissão a uma verdade dialéctica imbuída de uma certeza científica que clama pela necessidade desse futuro sem “mal” ― portanto, a acção da mente revolucionária é impessoal, isenta de culpa ou de quaisquer responsabilidades morais ou legais nos actos criminosos que comete.
Segundo a mente revolucionária, as pessoas assassinadas por Che Guevara ou por Hitler, foram elas próprias as culpadas da sua morte (suicidaram-se), por se terem recusado a compreender a inexorabilidade do futuro sem “mal” de que os revolucionários seriam simples executores providenciais.


Ser-se “conservador” resume-se à antítese destas características da mente revolucionária. Quando me perguntarem o que é o “conservadorismo”, farei um link para este postal com a seguinte nota: é a antítese disto.

Antítese

Etimologia
do grego antithèsis, de anti, “contra”, e thèsis, “acção de supor”, “tese”.
Significado comum
oposição entre dois termos, proposiçõesideiascoisas, etc.
Lógica e Filosofia
enunciado ou tese que formula o contrário de uma outra.



  • Na Antítese da Razão PuraKant examina quatro teses sobre a natureza e origem do mundo, e mostra como cada uma delas se pode argumentar com a tese contrária, ou a antítese. Pode por exemplo argumentar-se que “o mundo tem um começo no tempo” e que ele é“limitado no espaço”. A razão confronta-se com uma antinomia, na medida em que pode apresentar provas tanto da antítese como da tese.
  • Hegel refere-se a um emprego da palavra antítese, paradoxalmente, bastante próximo do significado comum: num movimento dialéctico, sucedem-se sucessivamente o momento da tese depois da antítese, e finalmente, o da síntese entre os dois momentos opostos. Ex.: o nada é o contrário ou a antítese do ser, e o devir é a unidade ou a síntese dos dois, visto que uma coisa ― ou um ser ― “em transformação” é e não é simultaneamente o que era no momento anterior (ver tempo e Espaço-tempo).
  • Heráclito defendia a mesma ideia ao afirmar metaforicamente que “nunca nos banhamos duas vezes na mesma água do mesmo rio”, pois entre dois momentos, a água não deixou de correr.





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