Sábado, 8 de março de
2014 10:44 BRT
Por Noah Browning
CAIRO (Reuters) -
Três países árabes proibiram a exibição do filme de Hollywood "Noé"
devido a questões religiosas, mesmo antes da estreia mundial, e vários outras
nações devem fazer o mesmo, afirmou à Reuters neste sábado um representante da
Paramount Pictures.
O Islã não simpatiza
com a representação de pessoas sagradas na arte, e retratos do profeta Maomé na
imprensa da Europa e da América do Norte causaram violentos protestos em países
islâmicos nos últimos dez anos, alimentando as tensões culturais com o Ocidente.
"Censores do
Catar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos oficialmente confirmaram nesta semana
que o filme não será exibido nesses países", afirmou um representante da
Paramount Pictures, que fez a produção ao custo de 125 milhões de dólares e
contratou os atores vencedores do Oscar Russell Crowe e Anthony Hopkins.
"A explicação
oficial que eles deram ao confirmar o veto é que 'o filme contradiz os
ensinamentos do Islã'", afirmou o representante, acrescentando que o
estúdio espera proibições similares no Egito, na Jordânia e no Kuwait. A
estreia nos EUA está marcada para 28 de março.
Noé, que no livro
bíblico de Gênesis constrói uma arca que salvou a sua família e muitos casais
de animais do grande dilúvio, é reverenciado pelo judaísmo, cristianismo e islamismo.
Um capítulo inteiro do
Corão é dedicado a ele. A universidade Al-Azhar, maior autoridade do islã
sunita e centro do ensinamento do islamismo por mais de um milênio, emitiu na
quinta-feira uma fatwa, ou uma determinação religiosa, contra o filme.
"A Al-Azhar renova
sua objeção a qualquer ato que retrate os mensageiros e profetas de Deus e os
colegas do Profeta (Maomé). Que a paz esteja com ele", anunciou a
universidade em comunicado.
Eles "provocam
sentimentos nos crentes, são proibidos no Islã e uma clara violação da lei
islâmica", acrescentou a fatwa.
O filme de 2004 "A
Paixão de Cristo", estrelado por Mel Gibson e que retratou a crucificação
de Jesus, foi muito assistido no mundo árabe, apesar de muitas objeções por
parte dos clérigos muçulmanos.
Em 2012, a minissérie
árabe "Omar", que retratava a vida do governante muçulmano e
companheiro de Maomé no século 7, também superou as objeções dos clérigos e foi
exibida em uma emissora de televisão via satélite.
PROTESTOS
A publicação de
caricaturas do profeta Maomé em um jornal dinamarquês, em 2006, causou grandes
protestos no Oriente Médio, África e Ásia, nos quais morreram pelo menos 50
pessoas.
Em 2012, um vídeo
amador produzido na Califórnia e publicado no Youtube, zombando de Maomé, foi o
motivo de protestos em toda a região e pode ter contribuído para um ataque
militante na Líbia, que matou o embaixador norte-americano no país e outros
três cidadãos dos EUA.
"Noé", que no
trailer mostra Crowe empunhando seu machado e gêiseres feitos no computador inundando
um exército de pecadores que queriam entrar em sua arca, também causou polêmica
nos EUA.
Jerry A. Johnson,
presidente da entidade conservadora Emissoras Religiosas Nacionais (NRB),
afirmou no mês passado que gostaria de "assegurar que todos que vejam esse
filme impactante saibam que é uma interpretação imaginária das Escrituras, não
literal".
A Paramount respondeu
concordando em emitir uma retratação. "Embora a licença artística tenha
sido utilizada, acreditamos que o filme é verdadeiro em sua essência, valores e
integridade de uma história que é uma pedra angular da fé de milhões de pessoas
em todo o mundo", disse o estúdio no comunicado.
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
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