domingo, 22 de dezembro de 2013

IBGE: CASAMENTOS DE MULHERES MAIS VELHAS COM HOMENS MAIS NOVOS AUMENTAM NO PAÍS






INFORMAÇÕES SOBRE CASAMENTO DIVULGADAS PELO IBGE IBGE

Brasileira também está adiando a formalização da união e a maternidade; No Sul e Sudeste, registros de nascimento entre mulheres de 30 a 34 é maior do que entre as de 15 a 19 anos

RIO. A brasileira está demorando mais para incluir em sua vida o casamento “de papel passado” e a maternidade. Idades mais avançadas também estão relacionadas a outra mudança nas uniões conjugais registradas ao longo dos últimos dez anos no país: tem se tornado cada vez mais comum encontrar mulheres mais velhas casadas com homens mais novos. 

O fenômeno, ao contrário do que costuma acontecer com vários indicadores sociais, foi registrado numa proporção muito similar para todas as regiões brasileiras, com variações mínimas, que vão de 23,3% (Nordeste) para 24,5% (Sudeste). As constatações fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2012, divulgadas nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento desse tipo de união formal, no qual a mulher tem idade superior à do homem, tem sido constante desde 2002. De lá para cá, o percentual subiu de 20,7% para 24% (2012).

— Isso faz parte do conjunto de transformações registradas na sociedade ao longo da última década, no tocante à nupcialidade. Ainda predominam as uniões de homem mais velho com mulher mais nova, mas tem sido cada vez mais comum esse outro tipo de arranjo, onde a mulher tem idade superior à do parceiro. Isso mostra que a sociedade está mais aberta — explica o responsável pela Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Cláudio Crespo.

O levantamento do IBGE mostrou que a média de idade das solteiras ao formalizar o casamento subiu: passou de 23 anos, em 2002, para 25 anos, em 2012. Elas adiam esse plano, especialmente, no Amapá, estado onde as mulheres procuram o cartório, em média, aos 28 anos. Lá, os homens também costumam pensar mais antes de assinar a papelada, algo que só costuma ocorrer por volta dos 30 anos. No Rio, a média encontrada foi de 26 anos, para as mulheres, e de 29 anos, para os homens.

O crescimento da faixa etária das mulheres que decidem pelo casamento também foi constatado na taxa de nupcialidade legal (número de casamentos para cada mil pessoas de 15 anos ou mais de idade). Entre 2002 e 2012, o indicador aumentou consideravelmente nos grupos de 25 a 29 anos (21,2 para 29) e de 30 a 34 anos (11,5 para 20,2) e reduziu entre as mulheres de 15 a 19 anos. E permaneceu mais alto no grupo etário de 20 a 24 anos (30 casamentos por 100 mil habitantes).

Considerando os números da pesquisa, está um pouco mais difícil encontrar solteiros para casar hoje do que há uma década. É que, embora os casamentos entre cônjuges de primeira viagem permaneçam como os mais usuais no país, houve uma redução de 8,4 pontos percentuais desde 2002, chegando a 78,2% em 2012. Em contrapartida, 1 em cada cinco uniões formalizadas na mesmo ano foram recasamentos — a taxa passou de 13,4% para 21,8% entre 2002 e 2012. 
Segundo o IBGE, esse crescimento é um dos fatores que têm puxado a alta das taxas de nupcialidade legal e da idade mediana de homens e mulheres na data do casamento.

No Sudeste, nascimentos em mulheres de 30 a 34 é maior do que entre 15 a 19

Assim como o casamento, a maternidade tem chegado mais tarde para a brasileira. As estatísticas divulgadas pelo IBGE revelam uma elevação dos percentuais de registros de nascimentos no grupo etário de 30 a 34 anos. No Brasil, a alta foi registrada em todas as regiões e, no conjunto do país, a proporção passou de 14,4% para 19%, na última década. Além disso, a proporção detectada em 2012 foi maior para este grupo etário do que entre as mulheres de 15 a 19 anos (17,7%).

Entre essas mulheres mais jovens, a pesquisa confirmou dados do Censo de 2010, que apontaram uma redução das taxas específicas de fecundidade das mulheres mais jovens. O dado que corrobora essa mudança é a queda na proporção do grupo de 15 a 19 anos, em todas as regiões, considerando o período entre 2002 e 2012. No ano passado, a menor proporção foi encontrada no Sudeste (15,2%); e as maiores, no Norte (23,2%) e no Nordeste (20,2%). O Rio segue o país ao ter a faixa de 20 a 24 anos com a maior proporção de registros de nascimento.

— A questão da maternidade na juventude, que é um período de formação e de inserção no mercado de trabalho, foi sempre uma preocupação na sociedade. Mas a pesquisa confirmou o Censo e mostrou que há uma redução da maternidade no grupo mais jovem — enfatiza Crespo, destacando que o adiamento da união formal e dos filhos estão intimamente relacionados às questões educacionais e profissionais: —Tem muito mais a ver com o aumento de escolaridade e com maiores oportunidades de inserção no mercado de trabalho.

No Sul e no Sudeste, a proporção de nascimentos em mulheres nesta faixa etária mais madura foi mais comum do que na faixa entre 15 a 19 anos. No Distrito Federal (11,9%), no Rio Grande do Sul (11,3%) e em São Paulo (11%) foram encontrados os maiores percentuais de registros de nascimentos de mães com idades entre 35 e 39 anos. Situação contrária foi registrada em Alagoas, Pará e Maranhão, onde essa ocorrência foi mais usual entre mulheres com até 24 anos.

— O Distrito Federal tem a maior renda média domiciliar. E lá as mulheres têm maior escolaridade. Isso são fatores que impulsionam as oportunidades das mulheres no mercado de trabalho — explica o coordenador do IBGE, observando que, na sociedade brasileira, em geral, os cuidados com as crianças recaem sobre as mulheres, daí o adiamento do plano da maternidade.

Casamentos duram menos

Outras mudanças foram constatadas em relação às uniões conjugais, como a duração dos casamentos. Se, em 2007, o tempo médio entre a data da cerimônia e a sentença de divórcio era de 17 anos, no ano passado, houve uma redução para 15 anos. Segundo o IBGE, as mudanças na lei do divórcio — em julho de 2010, a Emenda Constitucional nº 66 acabou com a exigência de prévia separação por mais de um ano ou de comprovada separação de fato por mais de dois para a realização do divórcio — podem ter influenciado na diminuição, uma vez que muitos que já estavam separados informalmente podem ter aproveitado para regularizar a situação. Os extremos foram registrados no Amazonas, onde o tempo médio foi de 11 anos, e no Piauí, com 18.

A flexibilização nas regras pode ter interferido também no aumento da taxa de divórcios (número de divórcios para cada mil pessoas de 20 anos ou mais de idade). Em 2012, foram concedidos em 1ª instância e sem recursos ou por escritores extrajudiciais, 341.600 divórcios, uma taxa de 2,5 por mil, a segunda maior já registrada desde 2002. No entanto, considerando 2011, houve uma ligeira redução, de 1,4%, resultado de uma acomodação após a corrida aos cartórios deflagrada após a aprovação da Emenda Constitucional nº 66.

— A nova legislação é fruto de uma mudança na sociedade, que passou a aceitar o divórcio. Com a alteração de 2010, que suprimiu todos os prazos exigidos para o divórcio, ficou assim: a pessoa casa no fim de semana e, se quiser se divorciar na segunda-feira, é possível. Não tem mais prazo ou apresentação de motivo. Se o fim de semana foi péssimo, basta o requerente ir a um cartório e dizer que quer se divorciar — brinca Crespo, observando que, apesar da pequena diferença (1,4%) entre 2011 e ano passado, a taxa é o dobro do registrado em 2002.


Leia mais sobre esse assunto em:  http://oglobo.globo.com/pais/ibge-casamentos-de-mulheres-mais-velhas-com-homens-mais-novos-aumentam-no-pais-11121954#ixzz2oF3jpVjm
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