Novo ou usado? Financiamento ou consórcio? Tire estas e outras dúvidas com especialistas e descubra se esse é o momento de investir em um veículo.
Por Karina Costa, http://estilo.br.msn.com/tempodemulher
Por KARINA COSTA
Você quer comprar um carro, mas está em dúvida por onde começar? Deve investir em um veículo usado ou comprar um novo? Financiar, pagar à vista, fazer prestações a perder de vista? Quanto pode comprometer de seu orçamento mensal familiar?
O consultor financeiro Augusto Sabóia e o diretor de Automóveis do Grupo BB Mapfre, Jabis Alexandre, respondem as principais dúvidas de quem pretende comprar um veículo.
INVESTIR NUM CARRO DO ANO OU USADO?
“Para um primeiro carro, o usado deve ser a meta. Procure por um veículo pouco rodado, de pessoas que o utilizam para poucas coisas, como trabalho, supermercado e guarde-o na garagem. Esse carro com certeza vai estar melhor conservado e bem cuidado. O valor da compra deve girar entre 30% e 50% mais barato do que um novo. Esse será o carro do aprendizado, de forma que dentro de três ou quatro anos a pessoa comece a procurar pelo seu segundo carro, ainda usado. Para o segundo carro, pode pensar em vários itens que não tinha se preocupado tanto no primeiro, como cor e modelo preferidos, airbag, e outros de segurança e conforto,” explica o consultor financeiro Augusto Sabóia.
FINANCIAMENTO OU CONSÓRCIO?
“De preferência, nenhum dos dois. Junte o dinheiro, se você puder esperar, vai pagar pelo carro um valor menor por ser à vista. Com a diferença do dinheiro que não vai gastar com juros e correções, use para pagar IPVA, Seguro, entre outros.
Se não puder esperar para comprar, o ideal é que busque um financiamento de seu próprio banco. A estratégia é: procure depositar todos os meses, durante um ano, por exemplo, em uma poupança, o valor que você pagaria de prestação. Isso para que o banco avalie sua condição de honrar seu compromisso com o carro”, orienta o especialista.
QUAIS PRINCIPAIS PONTOS DEVEM SER LEVADOS EM CONTA QUANDO A PESSOA PRETENDE COMPRAR UM CARRO?
“Primeiramente se perguntar se vai precisar mesmo do carro. Sabe usar e para quê vai usar? Se já viveu sem carro até hoje e não precisa para trabalhar, por exemplo, junte dinheiro e aguente mais dois ou três anos.
O custo de um veículo para uma família de baixa renda, por exemplo, é muitíssimo elevado, chega a comprometer mais de 70% da renda familiar. Imagine pagar por juros, mais a depreciação, ocorrer o atraso de parcelas, fica muito pesado! E assim está preparada a receita do caos financeiro, da desunião, da perda de respeito junto ao mercado, amigos, e tudo isso conta.
Esse tem sido um dos grandes motivos de desorganização financeira nas famílias, que termina em final de casamentos, de amizades, de laços de parentesco, perda de bons empregos, pois as pessoas passam a sacrificar itens bem mais importantes para manter o carro. E isso não é só na família de baixa renda, ocorre em todas as classes sociais, o comportamento é o mesmo, quase sempre irracional.
Não existe carro de R$ 30 mil, na ponta do lápis acaba custando R$ 100 mil. Trinta mil é o seu valor de compra, mas a pessoa deve gastar pelo menos R$ 10 mil para mantê-lo anualmente (para custos como impostos, seguros, depreciações, embelezamentos, hobbies, estacionamentos, pedágios, multas, garagem, itens de segurança, GPS, entre outros). Isso sem contar com um grande problema de manutenção ou colisão. A pessoa pode alegar que não vai fazer Seguro, revisões, então não vai gastar tudo isso, mas é uma decisão muito arriscada. E que invariavelmente pode dar errado.No final de cinco anos, serão R$ 50 mil gastos. Então o custo do veículo passou para R$ 80 mil.
E depois desses cinco anos, o seu carro já deve valer entre 30% e 50% do valor de um novo. Ou seja, você precisará de mais uns R$ 20 ou R$ 30 mil se quiser trocar por um veículo mais novo.
E se a pessoa for financiar este primeiro veículo e mais o segundo, no final vai ter pago um terceiro caro somente em juros. Esse é um dinheiro que pode ser investido de outra forma. Compre um terreno, invista na bolsa, ou mesmo numa viagem com a família e não pague por sua falta de planejamento financeiro.
Às vezes é melhor trocar de casa do que comprar o carro. Já pensou em mudar para um lugar mais perto de seu trabalho? Ou mesmo mudar de emprego se valer à pena e facilitar seu dia a dia! É como aquela prestação vendida no comercial de TV por R$ 600 e que vira R$ 2 mil quando financiada”, explica o consultor financeiro.
QUANTO DA RENDA FAMILIAR PODE SER COMPROMETIDA PARA A COMPRA DE UM VEÍCULO?
“O ideal é que seja 10%, ou seja, se a pessoa ganhar R$ 10 mil, investe 1 mil. Dependendo de quanto se recebe de salário, com 30% da renda é possível financiar uma casa, então o que é mais importante, a necessidade maior, um carro ou uma casa? A casa própria é uma tranquilidade para a vida das pessoas', aconselha Sabóia.
E SE A PESSOA QUER, A QUALQUER CUSTO, COMPRAR O CARRO, SEM PESAR SITUAÇÃO FINANCEIRA E OUTROS PRÓS E CONTRAS?
“Ter dinheiro para dar um bom valor de entrada ajuda, e muito. Mas tem que avaliar o seguinte: desse dinheiro que deu de entrada, vai ter dinheiro para manter o carro? Se não, é melhor não dar entrada, pois comprar o carro você consegue sem esse valor de sinal, o importante é como vai mantê-lo depois', lembra Sabóia.
O ESPECIALISTA AFIRMA QUE O CUSTO ANUAL BÁSICO DE UM CARRO É DE R$ 10 MIL. ISSO VALE TANTO PARA CARRO NOVO QUANTO USADO?
“Sim, a pessoa vai gastar uma média de R$ 100 reais de gasolina por semana, em um mês já são R$ 400, e em um ano R$ 5 mil. Média de IPVA R$ 1.500 mais R$ 1500 de Seguro, então são R$ 3 mil. Somados esses valores, já temos quase R$ 8 mil reais. Os outros R$ 2 mil vão em estacionamento, pedágio, outros itens básicos, e essa é uma média que estou fazendo bem por baixo', lembra o consultor financeiro Augusto Sabóia.
Conversamos também com o diretor de Automóveis do Grupo BB MAPFRE, Jabis Alexandre, que orienta os leitores sobre a contratação de um seguro para o carro, confira:
COMO ESCOLHER O SEGURO IDEAL?
“O dono do veículo precisa avaliar o risco que quer proteger. Exemplo, se mora na capital, onde transitam muito mais carros, a preocupação deve ser com furto e pequenas colisões. Para ficar mais abrangente, pode pensar em incluir no seguro a cobertura de responsabilidade civil, no caso de provocar um acidente e precisar indenizar terceiros.
Seguro veículo – Supondo que o carro quebrou no meio de uma grande avenida, o seguro veículo dará a devida assistência. Também se acabar a gasolina, esse serviço de assistência levará o motorista até o posto mais próximo e assim ele não abandonará o carro na pista. Ajuda, ainda no caso de precisar de reboque até uma oficina. É o tipo de seguro que tira a pessoa de um risco iminente.
Seguro total – Perda total, colisões, furto, indenização para terceiros caso ocorra danos corporais, materiais. No caso da Mapfre, incrementamos a cobertura básica gratuita com serviços de assistência imóvel (incêndio) e domiciliar – assistência do “marido de aluguel” para casos de troca conserto de fechadura e coisas mais simples como instalação de varal, colocar quadro na parede-, na medida da necessidade da pessoa. Se tiver viajando de carro para fora do Estado também pode nos acionar, se necessário providenciamos passagem aérea enquanto levamos seu veículo para a oficina mais próxima, entre outros serviços', explica o diretor de Automóveis do Grupo BB Mapfre, Jabis Alexandre.
O QUE INTERFERE NO CUSTO DO SEGURO?
“É avaliado o condutor, idade, sexo, região de circulação e de domicílio, tipo e modelo, são esses os principais quesitos. Um modelo recém-lançado custa um pouco menos, ao contrário de um modelo novo que já foi lançado há um pouco mais de tempo que é mais visado para furto e roubo, pois ajudam a abastecer o mercado paralelo de peças. Passado um tempo, o modelo novo também entra nessa rotina e o preço do seguro é recalculado. E quanto maior o valor do veículo, maior o preço do seguro.
De qualquer forma, o seguro é a forma mais econômica de proteger seu patrimônio. Imagine-se comprando um carro e sendo furtado em quatro meses da compra. Se contratou o seguro, vai vr o quanto esse serviço se tornou o maior investimento que fez, a forma mais econômica de cuidar e preservar o seu veículo', explica o diretor de Automóveis do Grupo BB Mapfre.
Osvaldo Aires Bade
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