| 06 JULHO 2011
INTERNACIONAL - ORIENTE MÉDIO
INTERNACIONAL - ORIENTE MÉDIO
Os israelenses deveriam andar de cabeça erguida e salientar que a construção do seu país baseou-se no movimento menos violento e mais civilizado do que qualquer outro povo da história.
Logo depois de institucionalizar o Cristianismo Imperial, o Imperador Constantino, decretou que todos os judeus abandonassem Roma, em 325 E.C/D.C, o que seria o prenúncio dos tempos dificies para o antigo povo escolhido do que iria enfrentar. Uma citação do Erudito do Antigo Testamento. H.L. Ellis sobre a legalização do cristianismo, por parte de Constantino, diz: "Quando a Igreja foi oficializada por Constantino, a discriminação legal contra os judeus apenas se acentuou, e gradualmente eles foram sendo privados de todos os direitos" (H.L.Ellis, The Lion Concise History Of Christianity – Londres: Lion Publishes, 1983). Não foram privados somente de direitos civis, também do direito dado pelo próprio D´us, de serem chamados de Israel, direito que lhes foi lhe retirado pelo Concilio Cristão Imperial, ao denominar a Igreja de " O Novo Israel", além de serem expulsos de sua própria terra, pelos romanos, que passaram a chamar de Palestina (significa: terra dos filisteus).
Concilio de Niceia, onde se adotou a teologia da substituição: A IGREJA, O NOVO ISRAEL
Os sionistas roubaram terras palestinas: é esse o mantra que tanto a Autoridade Palestina quanto o Hamas ensinam aos seus filhos e disseminam na mídia. Essa alegação tem uma importância enorme, conforme explica o Palestinian Media Watch: "Apresentar a criação do estado [israelense] como um ato de ladroagem e a continuação de sua existência como uma injustiça histórica serve como base da AP para o não reconhecimento do direito de Israel istir". A acusação de roubo também corrói a posição de Israel internacionalmente.
Contudo, essa acusação é verdadeira?
Não, não é. Ironicamente, a criação de Israel representa uma das mais pacíficas migrações e criações de um estado na história. Para entender porque, requer considerar o sionismo no contexto. Colocado de maneira simples, conquista é a norma histórica, em todos os lugares governos foram estabelecidos por meio de invasões, praticamente todos os estados se formaram às custas de alguém. Ninguém fica permanentemente no comando, as raízes de todo e qualquer indivíduo se originam em algum outro lugar.
Tribos germânicas, hordas da Ásia Central, czares russos e conquistadores espanhóis e portugueses redesenharam o mapa. Os gregos modernos têm apenas uma conexão tênue com os gregos da antiguidade. Quem é capaz de enumerar quantas vezes a Bélgica foi invadida? Os Estados Unidos foram criados com a derrota dos americanos nativos. Reis saquearam a África, os arianos invadiram a Índia. No Japão, os falantes do idioma Yamato eliminaram praticamente a todos, menos alguns minúsculos grupos como o Ainu.
O Oriente Médio, devido a sua centralidade e posição geográfica, viu a sua cota de invasões passar da conta, incluindo os gregos, romanos, árabes, cruzados, seljúcidas, timúridas e europeus modernos. Na região, ressentimento e tormento dinástico fizeram com que o mesmo território - o Egito por exemplo - fosse conquistado e reconquistado.
A terra que constitui o Estado de Israel de hoje, não é exceção. Em Jerusalem Besieged: From Ancient Canaan to Modern Israel, Eric H. Cline escreve sobre Jerusalém: "Por nenhuma outra cidade se combateu de maneira tão implacável através de sua história". Ele fundamenta a alegação enumerando "pelo menos 118 conflitos distintos, em e por Jerusalém durante os últimos quatro milênios". Ele calcula que Jerusalém foi destruída por completo ao menos duas vezes, sitiada 23 vezes, capturada 44 vezes e atacada 52 vezes. A AP fantasia que os palestinos de hoje são descendentes de uma tribo do antigo Canaã, os jebusitas; de fato, mas a maioria esmagadora é descendente de invasores e imigrantes a procura de oportunidades econômicas.
Contra esse quadro de conquistas, violência e golpes incessantes, o empenho sionista em construir uma presença na Terra Santa até 1948 se destaca como espantosamente moderada, mais mercantil do que militar. Dois grandes impérios, o otomano e o britânico governaram Eretz Yisrael; contrastando, os sionistas careciam de poder militar. Eles não poderiam alcançar a soberania por meio da conquista.
Como alternativa, compravam terras. Adquirir propriedade quilômetro quadrado por quilômetro quadrado, fazenda por fazenda, casa por casa, estava no coração do espírito empreendedor sionista até 1948. O Fundo Nacional Judaico, fundado em 1901 com o objetivo de comprar terras na Palestina "para ajudar na formação de uma nova comunidade de judeus livres comprometidos com atividades produtivas e pacíficas", foi a instituição chave - e não a Haganah, a organização de defesa clandestina fundada em 1920.
Os sionistas também se concentraram na reabilitação do árido e do considerado imprestável. Eles não só fizeram o deserto florescer como também drenaram os pântanos, limparam os canais de água, recuperaram terras devolutas,reflorestaram colinas despojadas, removeram rochas e retiraram sal do solo. O trabalho de recuperação e saneamento judaico reduziu radicalmente o número de mortes relacionadas a doenças.
Somente quando a potência mandatária britânica desistiu da Palestina em 1948, imediatamente seguida pelo ataque dos países árabes usando todos os recursos e meios disponíveis para esmagar e expulsar os sionistas, que eles tiraram a espada da bainha em legítima defesa e passaram a adquirir terras através da conquista militar. Mesmo então, segundo demonstra o historiador Efraim Karsh em Palestine Betrayed, a maioria dos árabes fugiram de suas terras, sendo que um número extremamente reduzido foi forçado.
Essa história contradiz a explicação palestina de que "gangues sionistas roubaram a Palestina e expulsaram a sua gente", que levou à catástrofe "sem precedentes na história" (de acordo com um livro escolar do 3º ano do ensino médio da AP) ou que os sionistas "pilharam as terras e os interesses nacionais palestinos e estabeleceram seu estado sobre as ruínas do povo árabe palestino" (conforme escreve um colunista no diário da AP). Organizações internacionais, editoriais de jornais e petições de faculdades reiteram essa falsidade em todo o mundo.
Os israelenses deveriam andar de cabeça erguida e salientar que a construção do seu país baseou-se no movimento menos violento e mais civilizado do que qualquer outro povo da história. Gangues não roubaram a Palestina, comerciantes compraram Israel.
Publicado na National Review Online.
Original em inglês: Not Stealing Palestine but Purchasing Israel
Tradução: Joseph Skilnik
Osvaldo Aires Bade Comentários
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