sábado, 12 de maio de 2012

NEGÓCIOS/TECNOLOGIA/INTERNET/E-COMMERCE - Recordista no Kickstarter, relógio foi desdenhado por grandes investidores

Fonte: JENNA WORTHAM, DO "NEW YORK TIMES", 10/05/2012 - 07h51





The New York Times
Quando o engenheiro Eric Migicovsky decidiu desenvolver uma linha de relógios de pulso capazes de exibir informações de um iPhone --por exemplo, identificação de chamada e lista de mensagens--, ele seguiu o caminho tradicional e procurou companhias de capital para empreendimentos a fim de financiar sua ideia.


Mas não conseguiu nem ser recebido, quanto mais obter dinheiro para orelógio Pebble.

Menos de duas horas depois de o site começar a exibir a proposta, Migicovsky e seus sócios já tinham atingido sua meta de US$ 100 mil.Por isso, decidiu recorrer ao Kickstarter, um site no qual pessoas comuns apoiam projetos criativos. Os investidores que contribuíssem com US$ 99 receberiam um relógio Pebble.

PÉ NA TÁBUA - CROWDFUNDING



"Na noite do primeiro dia, já tínhamos US$ 600 mil", disse Migicovsky, 25, recentemente diplomado em engenharia pela Universidade de Waterloo, no Canadá. "Saímos para comemorar tomando cerveja. Quando acordei na manhã seguinte, o total arrecadado já era de US$ 1 milhão."

O projeto já tem mais de 60 mil financiadores prometendo mais de US$ 10 milhões em capital, e a janela para levantamento de fundos termina apenas no dia 18.
O Pebble é o mais recente --e até agora o maior-- exemplo da transformação que o Kickstarter, um serviço criado na sala do apartamento de um de seus fundadores três anos atrás, vem promovendo na maneira pela qual as pessoas criam negócios.



Angel Franco/The New York Times
Modelo de Pebble é exibido por Eric Migicovsky, criador do relógio
Modelo de Pebble é exibido por Eric Migicovsky, criador do relógio

Ainda que o site tenha sido concebido como forma de financiar ideias fantasiosas, como capelas infláveis para casamentos, viagens de barco ao redor do mundo e documentários excêntricos, ele rapidamente se expandiu e passou a cobrir também criação de videogames, produção de filmes e desenvolvimento de aparelhos inovadores como oElevation, um suporte e carregador para o iPhone, e o Brydge, que transforma o iPad em um laptop parecido com o MacBook Air.

grande capital que o Pebble arrecadou --o equivalente a quanto uma empresa iniciante obteria em sua segunda rodada de financiamento por empresas de capital para empreendimentos-- também significa que o Kickstarter está chegando à maioridade.

"Este será o ano em que veremos o Kickstarter ingressar no mundo real de diversas maneiras", disse Perry Chen, um dos fundadores do serviço. "No Tribeca Film Fest, foi exibida cerca de uma dúzia de filmes que o Kickstarter ajudou a financiar; há uma instalação na bienal do museu Whitney que foi bancada pelo Kickstarter, e recentemente realizamos a festa de aniversário da empresa em um restaurante que o site financiou."

Da mesma forma que a introdução de serviços baratos de web reduziu a dificuldade de acesso para as pessoas interessadas em criar novas empresas e que a fabricação terceirizada no exterior deu a empresários a oportunidade de fabricar produtos sem ter de construir uma fábrica, o Kickstarter oferece aos empreendedores aspirantes uma maneira de divulgar ideias e ver se existe um mercado para elas antes que transfiram porções de sua companhia a empresas de capital para empreendimentos.
Migicovsky e seus sócios não tiveram de ceder porção alguma de sua companhia aos investidores. Continuam donos de 100% dela.

"O Kickstarter já está se provando uma alternativa viável a criar uma empresa da maneira tradicional", disse David Hsu, professor associado na Escola Wharton de Administração de Empresas da Universidade da Pensilvânia e estudioso da inovação e da atividade empresarial.

"Você ativa uma base de usuários que sabe que terá interesse em seu projeto", disse. "Historicamente, essa sempre foi a maior dificuldade dos sites de crowdfunding [financiamento coletivo] --obter ímpeto, massa crítica". Com o avanço do Kickstarter, outros serviços de financiamento semelhantes surgiram, como o Crowdtilt, que permite que amigos de um usuário contribuam com dinheiro para coisas como férias na praia; oZokos, que permite que os convidados de um jantar contribuam para cobrir seu custo; e o Gambitious, um site voltado a criadores de videogames independentes.
Angel Franco/The New York Times
Eric Migicovsky, criador do Pebble, que conseguiu financiamento pelo Kickstarter
Eric Migicovsky, criador do Pebble, que conseguiu financiamento pelo Kickstarter

Mas o Kickstarter continua à frente. Até o momento, arrecadou mais de US$ 200 milhões para 20 mil projetos, ou 44% daqueles que buscaram financiamento no site. Apenas os projetos que cumprem suas metas declaradas de arrecadação recebem o dinheiro.

Os investidores que apoiam projetos do Kickstarter muitas vezes recebem acesso preferencial aos projetos que financiam e, na maioria dos casos, alguma forma de recompensa tangível por seu dinheiro. No caso do Pebble, a recompensa é um relógio, o que torna o projeto mais atraente que, por exemplo, um filme, cuja recompensa é mais difícil de mostrar aos amigos.

O Kickstarter não cobra nada pela inscrição de um projeto. Mas, caso as metas sejam cumpridas, a companhia fica com 5% de comissão sobre o total arrecadado. A Amazon, que cuida do processamento das contribuições, fica com algo entre 3% e 5% do total.
Migicovsky disse que desconfiava que o projeto do Pebble se tornasse um grande sucesso. "Nosso plano", disse, "foi sempre o de uma grande operação".

Antes de propor o Pebble no Kickstarter, Migicovsky disse que procurou os conselhos dos proponentes de projetos que encontraram sucesso no site antes do seu, entre os quais os criadores do Twine, blocos coloridos dotados de sensores e conexão à internet que ultrapassou de longe sua meta inicial de US$ 35 mil em capital e chegou aos US$ 500 mil --uma anomalia, se considerarmos que o dinheiro arrecadado com um projeto médio no Kickstarter é de US$ 5.000.

"Todos nos disseram que não devíamos nos concentrar no mercado dos hackers, porque eles já iriam adorar nosso produto de qualquer jeito", ele conta. "Mas como explicar a pessoas que não fazem ideia do que estamos falando por que elas deveriam investir nesse projeto?"

Um vídeo produzido cuidadosamente ajudou conquistar a confiança dos investidores. Migicovsky também destacou seus quatro anos de experiência no desenvolvimento de relógios inteligentes --modelos anteriores se conectavam a celulares BlackBerry-- e o tempo que passou desenvolvendo suas ideias na Y Combinator, uma incubadora de tecnologia em Palo Alto, Califórnia. Migicovsky também trabalhou para ampliar o apelo do relógio para uma audiência não tecnológica, trabalhando com uma companhia chamada RunKeeper, que ajuda as pessoas a registrar a distância percorrida em seu jogging usando smartphones como instrumento.

Antes de recorrer ao Kickstarter, ele procurou a Dragon Innovation, uma consultoria de produção que colaborou com a iRobot no Roomba. Mas o capital de que dispunha se esgotou. Migicovsky voltou a procurar a consultoria depois de arrecadar seu primeiro US$ 1 milhão no Kickstarter. Os consultores da Dragon disseram que estavam acompanhando seu progresso.
James Estrin/The New York Times
Charles Adler, Perry Chen e Yancey Strickler, fundadores do Kickstarter
Charles Adler, Perry Chen e Yancey Strickler, fundadores do Kickstarter

Ainda que os projetos mais comuns do Kickstarter costumem girar em torno de filmes e música, o serviço vem se provando especialmente útil para novos produtos de hardware.
O setor de capital para empreendimentos tradicionalmente hesita em investir em empresas iniciantes de hardware, porque o setor é complicado. "Mesmo com investimento de boa escala e com uma empresa experiente em levar um produto ao mercado, os obstáculos são muitos", disse Robert Fabricant, vice-presidente da Frog Design, uma empresa de desenvolvimento que ajuda a criar produtos.

Fabricant, como outros executivos do setor, tem algumas dúvidas quanto à ideia de que é possível deixar de lado a forma tradicional de criar uma empresa, especialmente por meio de um serviço como o Kickstarter. Eles afirmam que os jovens empresários inexperientes precisam de conselheiros, mentores e de uma rede de apoio que os ajude a enfrentar os problemas que virão a surgir. Existe uma grande diferença entre um projeto e um produto forte o bastante para sustentar operações em larga escala, dizem, e é arriscado confundir essas duas coisas.

Os fundadores do Kickstarter dizem que estabelecem distinções claras entre projeto e negócio. "No caso dos projetos mais voltados ao consumidor, garantimos que fique claro para os investidores que estão ajudando a implementar um projeto e que receberão um exemplar do produto como recompensa", disse Yancey Strickler, outro fundador do Kickstarter. "Os projetos devem ser finitos, mas há coisas que começam pequenas e acabam por crescer."

Mas Gleb Polyakov e Igor Zamlinsky, dois jovens empresários de Atlanta que querem criar uma empresa em torno de uma máquina doméstica de café expresso de alta qualidade a US$ 400, dizem que o risco não é diferente do que as empresas pequenas tradicionais enfrentam.

"Os termos do Kickstarter são mais atraentes que os de qualquer empréstimo bancário ou investimento de capital para empreendimentos", disse Polyakov. "Se você pode obter financiamento pelo Kickstarter, não há motivo para que não o faça."
Tradução de PAULO MIGLIACCI





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