Virologista contraiu a doença neste mês, entrou na ala de tratamento dos Médicos Sem Fronteiras na semana passada mas não sobreviveu à infecção.
Os médicos e os enfermeiros são os trabalhadores mais expostos às doenças. No
surto do ébola que se iniciou em Fevereiro na Guiné-Conacri, mas que já passou
para a Libéria e para a Serra Leoa, este problema é muitas vezes fatal. Sheik
Omar Khan, reconhecido médico e virologista da Serra Leoa, morreu nesta
terça-feira numa ala de tratamento dos Médicos Sem Fronteiras, no norte do
país, avançam as agências.
Este virologista foi responsável por tratar mais de 100 doentes infectados com
o vírus ébola, de acordo com a agência Reuters. “O doutor Omar Khan morreu às
14h [15h em Lisboa]”, disse Brima Kargbo, chefe de serviços de saúde. A
ministra da Saúde da Serra Leoa, Miatta Kargbo, tinha chamado a Omar Khan um
“herói nacional” depois de meses “a trabalhar 12 horas por dia para salvar
pessoas, num sacrifício formidável”, cita a agência France Press.
O médico de 39 anos era chefe num centro de tratamento contra a febre
hemorrágica em Kenema, no Sudeste da Serra Leoa, uma das zonas mais afectada
pelo vírus. Em Junho, antes de ter sinais da doença, o médico confessou numa
entrevista à Reuters o medo que tinha em contrair o vírus.
“Tenho de admitir que tenho medo pela minha vida, porque prezo-a”, disse. “Os
trabalhadores da saúde estão mais sujeitos a apanhar a doença porque são os
primeiros a serem contactados por alguém que a tem. Mesmo com todo o vestuário
de proteção usado, estamos em risco.”
Este é o maior surto do vírus ébola desde o seu aparecimento em 1976, em
territórios do atual Sudão do Sul e da República Democrática do Congo. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que nestes três países já
tenham sido infectadas 1201 pessoas, das quais 672 morreram. Vários
profissionais de saúde estão entre as pessoas que já morreram neste surto.
Ainda não há uma vacina preventiva nem um tratamento eficaz para o vírus do
ébola.
A doença começa por se parecer com uma gripe. De seguida, surgem sintomas mais graves, como vômitos, erupções cutâneas, diarreia hemorrágica. Estas hemorragias internas tornam-se incontroláveis e os doentes perdem sangue pelos ouvidos e olhos. O vírus vai dissolvendo os órgãos internos dos doentes, até os levar à morte.
A doença começa por se parecer com uma gripe. De seguida, surgem sintomas mais graves, como vômitos, erupções cutâneas, diarreia hemorrágica. Estas hemorragias internas tornam-se incontroláveis e os doentes perdem sangue pelos ouvidos e olhos. O vírus vai dissolvendo os órgãos internos dos doentes, até os levar à morte.
Osvaldo Aires
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7º - MÉDICO “HERÓI NACIONAL” DA SERRA LEOA MORREU COM O VÍRUS DO ÉBOLA
(aqui)
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