Turistas aguardam para registrar furtos e procurar documentos na 12ª DP Agência O Globo
Publicado:1/01/14 - 14h18
Atualizado:1/01/14 - 22h56
Muitos reclamaram de arrastões nas areias durante a virada em Copacabana
- Turistas também protestaram contra a falta de estrutura na delegacia para atendimento às vítimas
RIO - Muitos turistas procuraram pelas delegacias do bairro de Copacabana desde
o início da madrugada desta quarta-feira para registrar queixa de furto e roubo
ou procurar documentos entre os milhares de objetos recuperados nas areias da
praia e ruas do bairro. Muitos deles reclamaram de arrastões na praia no
momento da virada.
A 12ª DP (Hilário de Gouveia) passou toda a manhã lotada de vítimas que
reclamavam não só da falta de segurança na praia, mas também da estrutura
policial para atender à demanda. Das oito da manhã desta quarta-feira até as
21h30m, foram 114 registros de furtos. E somente na noite de terça até momentos
antes do Réveillon, foram 16 prisões em flagrante por furtos e roubos.
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O turista de São Paulo Isac Sousa Gonçalves reclamou ao chegar na delegacia e
perceber milhares de documentos, cartões de crédito e de débito, passaportes,
identidades, carteiras de habilitação jogadas no chão sem qualquer tipo de
controle:
— Qualquer um pode entrar aqui e levar cartões de crédito, documentos e até
chaves de carro. Ou seja, as vítimas podem ser novamente roubadas aqui dentro
da delegacia — reclamou.
Para tentar organizar o tumulto, Isac foi até um mercado próximo e conseguiu
umas caixas de papelão para organizar os pertences. Ele reclamou ainda da falta
de policiamento na areia.
— Eu estava com minha mulher e um casal de filhos. Ouvimos três músicas do Lulu
Santos e saímos para ver os fogos. Foi quando percebemos que haviam levado
tudo, carteiras, celular.
Moradora do interior de São Paulo, a estudante Taís Sobrinho contou que quando
foi tirar uma foto da queima de fogos teve o celular arrancado da mão:
— A gente ainda estava pagando as prestações do celular. Pra mim, o Réveillon
acabou naquele instante. Agora é só choradeira — contou, acrescentando que
estava na fila há cerca de duas horas para registrar queixa.
Mineiros de Juiz de Fora, Fábio Barreto e Fabiana Baldioti contaram que foram
vítimas de arrastão:
— Nós estávamos na área do palco principal quando fomos cercados por uns quinze
deles. Eles nos tomaram o celular. Era por volta de 22h30m. Ficamos tão
chateados que fomos embora sem assistir à queima de fogos. Nunca mais passo
Réveillon em Copacabana — reclamou Fabiana.
O turista paulistano Marcos Paulo da Silva reclamou ainda da cerca erguida ao
longo do palco do Copacabana Palace que impedia o acesso direto ao calçadão:
— Fui furtado por um bando de pivetes, eles passavam empurrando e metendo a mão
no bolso. Um deles, roubou uma carteira de habilitação. Tentei fazer o registro
no posto móvel, mas o sistema estava fora do ar. Fui na delegacia de madrugada
e estava lotada e agora pela manhã voltei. Quando cheguei estavam todos os
documentos jogados no chão e as pessoas procurando por seus pertences. Parecia
um monte de porco pegando lavagem. Isto é um desrespeito. A gente paga impostos
e merece ser melhor atendido.
Muitos que conseguiram recuperar os documentos desistiram de registrar queixa:
— Só Deus. Recuperei meus documentos e não vou mais registrar — afirmou Eduardo
Romano.
Carlos Albertto Soares Lima contou que foi furtado antes mesmo de chegar ao
palco em frente ao Copacabana Palace.
— Eu estava com uma bermuda justa, mas nem mesmo assim consegui evitar o furto.
O estudante Rafael Moura contou que foi cercado por um grupo de mais de dez
pessoas:
— Eu só notei que era assalto, quando tentei sair e fui empurrado de volta para
o meio do grupo e ameaçado. Eles tomaram meu celular. O roubo aconteceu antes
da virada. Hoje de manhã vim aqui para registrar, mas a fila dava volta na rua.
Eu resolvi então retornar mais tarde, mas pelo visto ainda vou ter que esperar
muito — comentou.
Já Franklin Lobato, morador de Copacabana, de 45 anos, teve o seu cordão
roubado por duas pessoas. Ele também foi ferido no rosto por um soco, que
provocou sangramento no nariz e inchaço no olho.
— Eles já vieram me batendo. Fui reclamar com um grupo de PMs e eles disseram
que não poderiam fazer nada — conta.
A Polícia Civil irá divulgar o balanço das ocorrências criminais ocorridas
durante a noite de Réveillon nesta quinta-feira. Mas, de acordo com dados
preliminares da Polícia Civil, a 12ª Delegacia Policial (Copacabana) realizou
17 flagrantes no primeiro dia do ano, e aqueles que tenham sofrido quaisquer
transtornos durante as comemorações e não tenham sido atendidos adequadamente
devem entra em contato com a Ouvidoria da Polícia pelo telefone (21) 3399-1199
ou procurar a Delegacia Supervisora, na Rua da Relação 42, Centro.
Osvaldo Aires Bade
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