Primeiro brasileiro tricampeão na F1, Nelson Piquet completa 60 anos nesta
Nelson Piquet completa 60 anos nesta sexta-feira e, mesmo fora da F1 desde o início dos anos 1990, ainda segue reverenciado por fãs e admiradores de seu talento e de suas declarações
sexta 17/08/2012 10:35 - Atualizada 17/08/2012 10:57
Nesta sexta-feira (17), uma das lendas do automobilismo brasileiro completa 60 anos. Carioca de nascimento e candango de criação, Nelson Piquet continuou a trajetória de sucesso do Brasil na F1 e conquistou três títulos na categoria, superando Emerson Fittipaldi, que havia deixado o Mundial no início dos anos 1980 com duas conquistas no currículo. Engraçado, irônico e polêmico, Piquet ficou conhecido por usar sua sinceridade a níveis extremos e falar frases de efeito. Mas na pista foi um dos pilotos mais completos que o esporte a motor já viu.
Bom tenista, Piquet trocou a raquete pelo volante no início dos anos 1970, mas o primeiro título só viria em 1976, na F-Super Vê. Campeão, o brasileiro rumou à Europa para disputar o europeu de F3, em 1977, e a F3 inglesa, em 1978. E conquistou o título na terra da rainha ao superar Chico Serra. Naquele mesmo ano, Jack Brabham convidou o então piloto de 28 anos para integrar a equipe. Piquet ainda fez algumas provas pela McLaren antes de acertar definitivamente com a Brabham em 1979.
Tendo como companheiro Niki Lauda, então com dois títulos, Piquet chegou a superar o companheiro de equipe em algumas oportunidades, mas não contou com um carro muito confiável e acabou seu primeiro campeonato completo na F1 apenas na 15ª colocação. Ao final daquele ano, o austríaco anunciou sua primeira aposentadoria e o brasileiro teria a missão de liderar a equipe no ano seguinte. E foi o que fez.
Na quarta etapa do campeonato de 1980 veio a primeira vitória, nos Estados Unidos, na Califórnia. Piquet ainda venceria mais duas vezes naquele ano, na Holanda e na Itália, mas não o suficiente para superar o australiano Alan Jones, que acabou ficando com o título. Mais experiente, o ano seguinte seria a glória do piloto, que ficou atrás de Carlos Reutemann durante quase todo campeonato, mas superou o argentino na última corrida e ficou com título por apenas um ponto de diferença.
O ano de 1982 chegou e Piquet venceu apenas uma prova e ainda se envolveu
em uma briga que chegou às vias de fato com o chileno Eliseo Salazar, que tirou o brasileiro da pista no GP da Alemanha e recebeu uns sopapos por isso. Mas o ano seguinte seria novamente de glórias para Piquet. Logo na primeira prova, no Brasil, ele venceu pela primeira vez em casa e rumou para conquistar seu segundo título na categoria, superando Alain Prost por apenas dois pontos ao final daquele ano.
Nas duas temporadas seguintes, o desempenho do motor BMW não foi dos melhores e Piquet decidiu deixar a Brabham ao final de 1985, e acertou com a Williams com seus potentes motores Honda. O primeiro ano de equipe não trouxe título, mas também ficou marcado na memória dos brasileiros, que viram uma dobradinha no GP do Brasil, com Piquet em primeiro e Senna, então na Lotus, na segunda colocação.
O ano de 1987 seria o da consagração definitiva de Piquet na F1. Mais consistente que Mansell, que conquistou o dobro de vitórias, o terceiro título viria com o abandono do piloto inglês no GP do Japão. Com três conquistas, o brasileiro escreveu de vez seu nome na história da categoria. Em seus últimos anos na divisão máxima do automobilismo, Nelson deixou a Williams e ainda correu por Lotus e Benetton, e ainda conquistaria mais três vitórias na F1, somando 23 no total, além das 24 pole-positions até sua retirada definitiva em 1991.
Nelson Piquet se despediu da F1 com três pódios e o sexto lugar no Mundial de 1991 (Foto: Divulgação)
Recusando propostas de equipes menores da F1, o piloto decidiu por um novo desafio: as 500 Milhas de Indianápolis em 1992. Porém, Piquet sofreu um dos mais graves acidentes da história da prova, quando bateu a mais de 370 km/h, fraturando as duas pernas. Determinado a tentar fazer história, ele se recuperou e voltou no ano seguinte, mas logo abandonou a etapa. Porém isso pouco importava, já que seu grande sonho era, ao menos, largar em 1993. E conseguiu.
Ele ainda disputou duas vezes as 24 Horas de Le Mans antes de encerrar definitivamente a carreira em 1997. Quase dez anos depois, ele voltaria a correr nas Mil Milhas Brasileiras, ao lado de Nelsinho Piquet, e voltaria a vencer uma prova oficial após 16 anos. Era a hora de deixar as provas para os filhos. E assim foi.
Após parar de pilotar, ele se dedicou à carreira de Nelsinho, sobretudo após o caso do GP de Cingapura em 2008, armado pela Renault, então comandada por Flavio Briatore. E não foi só isso. Nelsão iniciou uma luta contra o comando da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) depois que a entidade afastou Geraldo, seu outro filho, da F-Truck por seis meses.
Foto: no capacete e no carro, Nelsinho homenageia pai ‘Piket’, que completa 60 anos nesta sexta
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No fim de semana em que o tricampeão Nelson Piquet completa 60 anos, seu filho, Nelsinho, competirá na Truck Series com uma pintura de capacete semelhante à que utilizou no começo de carreira, na década de 1970. Carro também contará com detalhes especiais
16/08/2012 15:30 - Atualizada 16/08/2012 15:37
O 60º aniversário de Nelson Piquet não foi deixado de lado por seu filho, Nelsinho. Na etapa de Michigan da Truck Series, que acontece neste fim de semana, Nelson Ângelo Piquet carregará referências ao tricampeão mundial de F1 em seu capacete e em seu carro.
O capacete será idêntico ao que foi usado por seu pai no começo de carreira, com a grafia ‘Piket’ – utilizada para despistar a resistência de seu pai, Estácio Gonçalves Souto Mayor, que foi Ministro da Saúde nos anos de 1960. No carro, estará o desenho do primeiro carro com o qual Piquet disputou uma temporada completa, um Super Vê de 1974.
Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"
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