Por que esperar? O negócio é escrever
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Nova York – Alexia Landeau reconhece um bom conselho quando o ouve.
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Nova York – Alexia Landeau reconhece um bom conselho quando o ouve.
'Julie (Delpy) sempre disse: 'Você deveria escrever, criar papéis para si mesma; não tem que ficar esperando o telefone tocar', o que acho muito certo', diz ela num jantar no La Grenouille, onde discutiu seu mais novo projeto, '2 Days in New York', que criou em parceria com Julie e do qual é protagonista.
'Eu adoro esse restaurante e minha mãe também', conta ela, mostrando sua admiração pela casa do Upper East Side. 'É muito Jackie O, muito 'senhoras que se reúnem para almoçar'. ... A comida é maravilhosa, a iluminação é perfeita; as flores são sempre lindas e todo mundo fala baixinho.'
Alexia tem uma família interessante, embora faça pouquíssimas (e cuidadosas) referências a seus membros: sua mãe, Irith Federmann-Landeau, é uma filantropa israelense (a família Federmann fundou a cadeia de hotéis de luxo Dan); seu pai, Marc Landeau, é o CEO do Olympia Capital Group. Os von Furstenberg deram uma festa em homenagem ao casal na véspera do casamento e seguiram com os noivos em lua-de-mel para as Bahamas ‒ pelo menos segundo o The Palm Beach Daily News de dois de abril de 1970. O casamento de Alexia, em 2007, com o artista Guilhem de Castelbajac (filho do estilista Jean-Charles de Castelbajac) aconteceu na propriedade que a família possui na Normandia, o Haras de la Londe, e contou com convidados como Tatiana e Diane von Furstenberg, Ione Skye, Julie Delpy e Fernanda Niven.
Embora Alexia nem mencione a possibilidade de seguir a 'carreira' de socialite (para a qual tem todas as credenciais), ela não desmerece quem o faz, observando que 'hoje, ao contrário da época em que minha mãe era jovem, você pode ganhar com isso; muitas adquirem licenças e acabam faturando com uma coleção de bolsas na Ásia ou como representante de uma grife. ... Não se pode culpar alguém por tentar ganhar a vida'.
Alexia estrelou 'Men Make Women Crazy Theory', de Zoe Cassavetes, e trabalhou em 'Vida que Segue' e 'Maria Antonieta', de Sofia Coppola, além de '2 Days in Paris', o precursor de seu novo filme ‒ que estreia em agosto e no qual volta a interpretar Rose, a irmã caçula calculista e um tanto egoísta da personagem de Julie.
Credit: WWD
'Julie é filha única', Alexia explica, 'mas eu tenho irmãs, então sei bem como essa dinâmica funciona. Além do mais, a Julie e eu temos uma relação meio fraternal – somos grandes amigas, mas, às vezes, saem uns pegas. É uma coisa
meio infantil. ... Somos muito íntimas, o que acabou ajudando o filme. Sabe aqueles comentários rápidos que
parecem inocentes para todo mundo menos para a outra pessoa? Então...'.
'2 Days in New York' traz também Chris Rock como o namorado de Julie; além dele, o elenco inclui Albert Delpy, Alexia e Alexandre Nahon interpretando o namorado de Alexia que, obcecado pelos EUA, aparece para passar o fim de semana ‒ e o que se segue é muita confusão e erros de tradução, e a personagem de Julie acaba vendendo a alma para Vincent Gallo numa exposição de arte.
'A princípio, Julie tinha o esqueleto, a ideia para o filme', Alexia explica, 'mas estava meio que num impasse porque deveria ser uma comédia e ela estava numa fase brava: a mãe tinha acabado de morrer de câncer, ela tinha acabado de ter um bebê e estava se sentindo meio que largada à própria sorte, sem nem saber como ser engraçada. Tinha que lidar com o fato que a mãe tinha morrido, mas não sabia como. ... Eu estava lá para aliviar um pouco a coisa'.
O filme começa com Julie fazendo um show de marionetes para o filhinho, no qual explica (com muita elegância) que a avó dele tinha morrido. A personagem de Alexia, nesse mesmo show, é representada por uma Barbie pelada com um laço rosa no cabelo, homenagem à visão boêmia de Rose ao nudismo (que, mais tarde, faz dobradinha com sua paixão pela maconha num interlúdio romântico no banheiro do apartamento da irmã).
'Acho que ela queria alguém que fosse um pouco mais americano porque o filme se passa em Nova York', afirma Alexia que, embora tenha nascido e crescido em Paris, é nova-iorquina por opção. Ela mora no Brooklyn com de Castelbajac, que conheceu quando vivia na Califórnia, e o filhinho.
'Nova York foi o equilíbrio entre Paris e Los Angeles', explica a atriz. 'Eu adorava Los Angeles, mas é uma cidade que não tem centro, você fica só navegando. Para muita gente, isso é ótimo (no caso, eu), mas tem quem se sinta perdido (meu marido).'
'Eu sempre quis ser atriz', prossegue ela, 'mas também sempre escrevi muito. Meus pais queriam que eu fosse escritora. Acham que atuar é patético... que é um trabalho árduo, mas nada gratificante. ... Não pude me formar em arte dramática. Meu pai simplesmente se recusou a pagar meus estudos se fosse para estudar interpretação. ... Esse era meio que o nosso acordo tácito, coisa que também acabei fazendo com o meu filho – acho até justo. Enfim, em relação à atuação, como mulher, todo ano... se você pensar em todas as garotas que 'de repente' ficam famosas aos vinte e poucos anos, é porque todas começaram muito novinhas. Até Emma Stone se mudou para Los Angeles quando tinha 16 anos, com a mãe'.
Não é fácil, ela continua, começar aos vinte e poucos querendo o mesmo nível de atenção sem ter passado anos como adolescente em busca da fama.
'É meio que um cabo de guerra porque você não pode parecer muito ansiosa, mas precisa se esforçar para obter o que quer', filosofa ela com uma expressão de frustração conhecida de todo mundo que já evitou ser rotulada de 'desesperada'. 'Às vezes, você comparece a uma premiação e vê aqueles que chegaram primeiro e sente dó desse pessoal porque sabe que devem ter chegado umas três horas antes – tenho certeza de que eu faria a mesma coisa, mas é preciso querer muito para se submeter a esse tipo de coisa.'
Alexia vai estrelar o novo filme de Cassavetes, 'The Business', que começa a ser rodado nos próximos meses, e tem trabalhado em parceria com a roteirista Jessica Goldberg em diversos projetos: 'Swimming Pool', o qual estrelará ao lado de Rosemarie DeWitt e Will Forte, além da adaptação do filme argentino de 2008, 'Um Namorado para Minha Esposa'.
'Essa era uma coisa que eu não sabia se ia conseguir continuar fazendo', fala ela sobre os roteiros, 'só que aí nós terminamos, o filme foi vendido e... é uma sensação ótima! A Julie tinha razão'.
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Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"
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