ECONOMIA/POLÍTICA/NEGÓCIO - Por dentro dos negócios, 25/03
Se há tanto desemprego, porque é tão difícil contratar?
Robert Moritz
Porque as empresas dos Estados Unidos não estão liderando a recuperação da
economia mundial? Mercados de capital inconstantes, políticas fiscais e
incerteza regulatória, tudo tem o seu papel. Mas há outro fator que irá, em
breve, superar os demais _ um abismo cada vez maior entre as vagas para empregos
especializados e os talentos necessários para preenchê-las. A incapacidade de
encontrar e cultivar as habilidades desses talentos está impedindo que as
empresas norte-americanas inovem em sua busca pela vantagem competitiva.
Mas esse não é um problema exclusivo dos Estados Unidos: De acordo com a
décima quinta pesquisa anual de CEOs promovida pela PricewaterhouseCoopers,
publicada no início deste ano, quase 50 por cento dos CEOs do mundo afirmam que
está mais difícil compensar esse déficit de qualificação.
Mas como é possível que seja tão difícil encontrar funcionários talentosos,
quando a taxa de desemprego nos Estados Unidos e na Europa continua tão
alta?
O problema é que os efeitos da crise financeira que aumentou a taxa de
desemprego são menores que os da transformação digital sobre os mercados
mundiais. Inovações como os smartphones e a facilidade de transportar dados
financeiros por meio de tecnologias móveis proporcionam mais resultados
imediatos positivos para as economias emergentes do que para as desenvolvidas.
Os dados demográficos estão do lado deles e há menos setores que precisam ser
suplantados. Contudo, só agora as empresas ocidentais estão começando a perceber
o que a revolução digital promete e a entender seu impacto profundo.
Normalmente, transformações dessa natureza geram um déficit de qualificação
que é temporário. Mas uma transformação dessa dimensão levará muito mais tempo
do que as pequenas mudanças que vimos nos últimos anos. Isso significa que o
descompasso entre o número de pessoas qualificadas e a demanda por inovações
constantes provavelmente continuará na pauta dos CEOs do ocidente e do oriente
por muito tempo após o fim da crise financeira.
Atualmente, 75 por cento dos CEOs americanos e 70 por cento dos CEOs do resto
do mundo afirmaram em nossa pesquisa que estão investindo no treinamento para
garantir um fluxo de funcionários qualificados no futuro. Contudo, as empresas
não podem fazer isso sozinhas _ e, por isso, elas estão procurando formar
parcerias com os governos. Na verdade, 57 por cento dos CEOs dos Estados Unidos
afirmam que financiar a formação de trabalhadores especializados deveria ser uma
das prioridades do governo. Os CEOs americanos querem formar novas parcerias
público-privadas para recuperar sua competitividade e aproveitar todos os
desafios e oportunidades da transformação digital.
(Robert Moritz é diretor e parceiro sênior da PricewaterhouseCoopers. Ele
também é o integrante americano da PwC International.)
Manter as portas abertas pode prejudicar sua carreira.
Daniel Gulati
Diversificar seus sonhos é algo sensato. O alto nível de volatilidade do
mercado de trabalho provavelmente não vai mudar e o custo de fazer experiências
caiu dramaticamente. Entretanto, uma parte frequentemente ignorada dessa
estratégia é a necessidade de colocar um foco em suas paixões quando se vivencia
o sucesso no início da carreira. Constantemente, eu vejo pessoas que criaram
muitas opções para suas carreiras escolherem o caminho que mantém a maioria das
portas abertas. Mas, com o tempo, essa é uma estratégia de carreira que traz
menos benefícios. Imagine um consultor de estratégia sendo considerado para uma
vaga de diretor financeiro em uma empresa da Fortune 100. É simplesmente
improvável.
Ocupar um nicho desde o início de sua carreira pode ajudá-lo a se destacar em
um momento de intensa competição. Durante a fase de candidatura, exibir boas
competências e alinhamento com a função pode aumentar suas chances de ser
chamado para uma entrevista. E, como especialista, você estará preparado para
convencer seu potencial empregador de sua habilidade de proporcionar ganhos sem
precisar de muita ajuda, ao apresentar um histórico de sucessos anteriores em
funções semelhantes.
Em especial para líderes mais jovens, este talvez seja o momento para afinar
o seu discurso. A seguir, três perguntas que você deve se fazer a si
próprio:
1. Em que momento devo começar a me especializar? Conforme argumenta Clayton
Christensen, professor da faculdade de administração da Harvard, é importante
separar algum tempo para descobrir suas paixões e trabalhar no sentido de
aumentá-las durante sua vida. Faça isso logo no início de sua carreira, para que
você não fique preso na plateia enquanto outra pessoa leva o Oscar.
2. No que devo me especializar? Na economia dinâmica dos dias de hoje, pode
ser difícil escolher um setor que continuará sendo relevante no futuro. Com suas
paixões em primeiro plano, escolha uma área que seja grande e que esteja
crescendo, onde você possa acumular muitas competências transferíveis.
3. Quanto devo me especializar? Caso sua função não apresente desafios, ou
você não se identifique com seu conteúdo, é provável que você esteja indo longe
demais. Esse pode ser o momento de encontrar alguma coisa que seja mais
estimulante, ou, pelo contrário, se envolver ainda mais com os aspectos de sua
função com os quais você mais se identifica.
A escolha entre ficar aberto ou se especializar é uma tarefa difícil, mas,
muitas vezes, o especialista ganha. Aqueles que conseguem se rotular
corretamente podem obter novas oportunidades de trabalho, alcançar objetivos
mais rapidamente e avançar com mais confiança.
(Daniel Gulati é empreendedor do setor de tecnologia e mora em Nova York. Ele
é coautor do novo livro "Passion & Purpose: Stories from the Best and
Brightest Young Business Leaders" _ "Paixão e Propósito: Histórias dos Melhores
e Mais Brilhantes Jovens Líderes Empresariais", em tradução literal.)
A maneira correta de demitir alguém
Ron Ashkenas
É provável que a parte mais difícil do trabalho de um gestor seja dizer a um
de seus subordinados que ele não continuará na empresa _ que ele foi "demitido",
"dispensado" ou "mandado embora". É uma conversa de cortar o coração, sabendo
como esse ato simples pode afetar profundamente a carreira, a autoestima e a
renda de uma pessoa. Demitir um funcionário pode afetar a todos em sua equipe e
pode levá-los a questionar seu julgamento e a própria estabilidade de seus
empregos.
Em vista desses aspectos emocionais, muitos gerentes deixam que a ansiedade,
ao invés do intelecto, conduza o processo de demissão, tornando ainda pior esse
momento difícil. Para evitar que isso aconteça, seguem algumas diretrizes para
aqueles momentos em que demitir um funcionário se torna uma necessidade:
Em primeiro lugar, certifique-se de que despedir seu funcionário é o último
passo de um processo longo, refletido e transparente. Se a demissão está
relacionada ao mau desempenho, ela só deve ocorrer depois de uma série de
conversas sobre performance, de planos e de ações documentadas. Se a demissão é
decorrente da reorganização da empresa, ela também deve ocorrer após uma série
de diálogos e de alguns "avisos cordiais". O principal é que, se possível, ela
não seja uma surpresa.
Em segundo lugar, vá à reunião de demissão preparado para responder a uma
série de perguntas de ordem prática que a pessoa pode fazer: Quando será a data
oficial do desligamento? Existem acordos de indenização? Existem oportunidades
em outras áreas da empresa? Há algum tipo de aconselhamento de carreira
disponível? O que acontece com os benefícios?
Em terceiro lugar, durante a reunião, esteja pronto para ouvir, não para
reagir. Perder um emprego pode ser traumático e seu funcionário pode apresentar
uma série de emoções que ele talvez direcione a você. Faça o possível para não
responder. Escute com respeito e, então, fale com a pessoa sobre os aspectos
práticos de seguir em frente. Ofereça-se para conversar novamente em outro
momento, quando os ânimos não estiverem tão exaltados, ou peça para que um
conselheiro de recursos humanos se junte a vocês.
Por fim, depois da demissão, converse com os funcionários restantes sobre o
processo, as razões por trás da decisão e as implicações para eles (dentro dos
limites da confidencialidade, é claro). Em alguns casos, eles compreenderão
completamente a sua decisão; em outros, não. Seja como for, você precisa ser
sensível às emoções de seus funcionários e, em seguida, ajudá-los a redirecionar
seu foco para o trabalho.
Evitar a ansiedade associada à demissão de um funcionário apenas piora as
coisas. Portanto, se você tem que fazer isso, faça direito.
(Ron Ashkenas é sócio-gerente da Schaffer Consulting e coautor de "O Work-Out
da GE" e "The Boundaryless Organization" _ "A Organização sem Fronteiras", em
tradução livre. Seu livro mais recente é "Simplesmente Eficaz: Como Driblar A
Complexidade".)
Equipes virtuais podem superar as equipes tradicionais
Keith Ferrazzi
Muitos de nós já nos vimos envolvidos em equipes de trabalho nas quais
precisamos colaborar com pessoas em diferentes fusos horários. É comum pressupor
que esse tipo de dispersão levará necessariamente à falta de eficiência e a um
desempenho prejudicado. Mas as equipes podem ser extremamente eficientes até
mesmo quando seus membros jamais se encontraram pessoalmente. Na verdade,
equipes virtuais podem ter desempenhos superiores ao de grupos tradicionais
localizados no mesmo espaço. Um estudo recente com 80 equipes de desenvolvimento
de software, com programadores nos Estados Unidos, na América do Sul, na Europa
e na Ásia, comprovou que equipes virtuais podem aumentar a eficiência e melhorar
os resultados comerciais. Porque isso ocorre?
As equipes virtuais podem:
_ Contar com os melhores conhecimentos em qualquer localidade.
_ Reduzir o ciclo de vida dos projetos por meio do uso astuto de um
cronograma de 24 horas. Ao final do expediente, membros da equipe em Boston, por
exemplo, podem deixar uma lista de afazeres para seus equivalentes em
Xangai.
_ Explorar abordagens diversificadas, em especial dos membros que trabalham
mais perto dos clientes.
Contudo, conforme o estudo deixa claro, equipes espalhadas só são capazes de
superar as que trabalham no mesmo local caso sejam gerenciadas de maneira
apropriada. A seguir, algumas diretrizes:
1. Desenvolva os processos adequados. Todas as equipes de projeto precisam
dos processos corretos para controlar a forma como o trabalho é feito _
coordenar quem vai fazer o quê, como as decisões serão tomadas, etc. Mas as
equipes que trabalham no mesmo local conseguem se sair bem, apesar de um
gerenciamento descuidado, ao passo que as equipes virtuais têm pouca margem de
erro.
2. Comunique-se menos _ mas da maneira correta. Muitos gerentes de equipes
virtuais presumem equivocadamente que comunicações mais frequentes _ reuniões de
projeto semanais, e-mails de atualização _ são necessárias para assegurar que
todos estejam em sintonia. Mas isso pode facilmente levar a um excesso de
informações que as pessoas ignoram. Ao invés disso, o importante é a qualidade e
a previsibilidade das comunicações.
3. Mantenha os conflitos centrados nas tarefas. Conflitos entre os membros da
equipe não são necessariamente ruins _ com frequência, eles levam a melhores
soluções. Mas os conflitos podem se tornar pessoais com muita facilidade nas
equipes virtuais, em consequência da falta de camaradagem. Por essa razão, é
importante explorar várias formas de vínculo social, como a troca de informações
pessoas e profissionais por meio de uma plataforma de mídias sociais, ou
realizar um pequeno intervalo antes das reuniões para que os membros possam
compartilhar o que está acontecendo em suas vidas.
(Keith Ferrazzi é CEO da Ferrazzi Greenlight, empresa de consultoria e de
treinamento, e autor de "Who's Got Your Back" _ "Quem te defende?", em tradução
livre.)
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Obrigada e sucesso a todos nós.
Olimpia Pinheiro
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Se você precisar de informações sobre imóveis:1- Negociação e Venda de Imóveis.
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Se você precisar de informações sobre consultoria de gestão organizacional:
2- Consultoria Organizacional Interim Manager/Arquiteturada de Inovação - Breakthrough.
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3- Cinema Como RecursoPedagógico.
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