segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CANNABIS: ESPERANÇA CONTRA CONVULSÕES




Por Tarima Nistal Publicado em 28/04/2014

A polêmica não vem de hoje. Embora a humanidade conviva com a Cannabis sativa (nome científico da maconha) há milênios e centenas de estudos sobre suas propriedades já tenham sido publicados, o assunto continua tabu. Ainda que por lei estejam previstos o cultivo e o uso para fins medicinais e científicos, não há no país regulamentação para o uso medicinal da planta, e na prática não há regras claras para definir em que condições ela pode ser manipulada. Esse quadro mudou recentemente, quando o primeiro paciente brasileiro conseguiu uma liminar na justiça para importar e utilizar um medicamento derivado da maconha. 

Anny Fischer tem 5 anos e uma doença chamada CDKL5, desordem genética rara que atinge apenas centenas de crianças no mundo e cuja principal característica é o aparecimento de convulsões desde os primeiros meses de vida — Anny tinha de 30 a 80 por semana. Nesses casos, as convulsões causam alterações no desenvolvimento neurológico e não melhoram mesmo quando a criança é medicada com o maior número possível de anticonvulsivantes — Anny chegou a tomar oito ao mesmo tempo. A maioria das crianças que tem a doença não consegue andar, falar ou sequer se alimentar; é como se ela fosse uma “boneca de pano”. 

Canabidiol (CBD) é o nome da substância extraída da Cannabis sativa que mudou a vida de Anny e de seus pais, Katiele e Norberto. Segundo o psiquiatra e neurocientista José Alexandre Crippa, que é pesquisador do tema e acompanhou o caso da menina de perto, essa substância possui diversas propriedades benéficas comprovadas no tratamento de esquizofrenia, Parkinson, fobia social, transtorno do sono, diabetes tipo 2 e mesmo na cura da dependência de drogas. “O primeiro estudo brasileiro com o Canabidiol foi realizado entre as décadas de 1970 e 1980 e comprovou o seu efeito anticonvulsivante”, explica. Em alguns casos, o CBD tem os mesmos efeitos que medicamentos controlados, mas com a vantagem de não causar sedação nem vício. “Os efeitos nocivos do CBD são poucos e raramente descritos. Isso abre um leque gigantesco para o uso clínico.”

A substância é uma das mais de 50 ativas na planta e não tem efeito psicotrópico (não “dá barato”, ou seja, não provoca alterações da percepção em quem fuma). Basicamente, ao entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, ela “acalma” a atividade química e elétrica excessiva do órgão. 
Como não é produzida nem comercializada no país, Katiele e Norberto resolveram trazer dos Estados Unidos, pela internet e com a ajuda de amigos, um extrato com 20% de Canabidiol em formato de pasta. Lá, o composto é considerado seguro pelo FDA (órgão que regula a comercialização de remédios no país), mas como não passou por testes clínicos, as empresas que o vendem não podem alegar propriedades medicinais e o comercializam como suplemento alimentar. Katiele aprendeu a usar o produto com um pai americano que descrevia a experiência de sua filha com o produto no Facebook. 

Os resultados foram fantásticos: em um mês, Anny teve cerca de duas crises convulsivas, apenas. 

A questão legal

Em umas dessas importações ilegais, o extrato foi retido nos Correios pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O documentário “Ilegal”, dirigido pelo jornalista Tarso Araújo, conta a saga de Katiele para conseguir autorização da instituição para utilizar o produto, em uma verdadeira corrida contra o tempo, pois toda a melhora de Anny com o uso do Canabidiol corria o risco de ser em vão. Foi aí que a família obteve do juiz Bruno Apolinário, da 3ª Vara Federal de Brasília, uma liminar com autorização de importação e retirada do medicamento. A Anvisa ainda pode recorrer da decisão. 

No entanto, a própria agência afirma, em nota, que “ainda que o Canabidiol esteja classificado como uma substância de uso proscrito, não há impedimento para que seja solicitado o registro de medicamento com a substância, o que será avaliado em relação a sua eficácia e segurança, caso ocorra. A importação de medicamentos sem registro no país é possível por meio de pedido excepcional de importação para uso pessoal”.

O exemplo

Gabriela Mendes vê no CBD uma esperança para o caso de sua filha, Marianna, 6 anos, que não tem diagnóstico definido, mas que sofre com as internações por conta de crises convulsivas (cerca de cinco por ano), asma, pneumonia e infecções urinárias. “O máximo que conseguimos ficar em casa [sem precisar ir a hospitais] foram 6 meses e três semanas devidamente comemorados”, conta. 

Enquanto aguarda o resultado de um exame genético e depois de ter passado por altos e baixos, Mari toma quatro anticonvulsivantes: três nacionais e um importado, todos nas doses máximas para o peso dela, divididos em cinco horários ao longo do dia. “As crises ficam melhor controladas, mas ela não consegue se manter acordada para aproveitar a vida, sentir os beijinhos e carinhos e fazer as terapias”, diz Gabriela. 

Mari não está utilizando o CBD porque precisa de recomendação médica para que possa justificar a importação da medicação à Anvisa, caso ela seja barrada pelo órgão durante o processo. “Quero muito experimentar. Acredito que o Canabidiol seja nossa esperança de mudar esse quadro. Quero poder pintar um quadro mais colorido e alegre pra minha filha. Ela merece!”

No entanto, o país ainda precisa avançar nos estudos que comprovem a eficácia da substância em outros casos e ultrapassar barreiras burocráticas imensas, já que o CBD não é produzido no Brasil, embora o país seja referência nas pesquisas com a substância. “Depois da repercussão do caso da Anny, outras famílias também querem dar o CBD para suas crianças, e isso é legítimo. O problema é que a medicação não tem suas composições comprovadas aqui no país. Não sabemos dizer exatamente em qual dose e em quais condições as pessoas podem usá-la”, afirma o doutor José Alexandre Crippa. 

Além de outras famílias, o médico afirma que há grupos que são a favor do uso recreativo da maconha e que estão usando o tratamento médico de Anny como argumento para suas causas. “Quero deixar claro que sou totalmente a favor da legalização dos canabinoides, que são essas substâncias presentes na maconha, para uso medicinal. Mas sou contra o uso para efeito recreativo, que causa alterações cerebrais e pode desenvolver transtornos psiquiátricos graves.” 

ILEGAL O FILME
CANNABIS: ESPERANÇA CONTRA CONVULSÕES http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2015/08/cannabis-esperanca-contra-convulsoes.html.
Posted by Osvaldo Aires Bade on Domingo, 23 de agosto de 2015
Publicado em 27 de mar de 2014

APOIE O PROJETO EM: http://www.catarse.me/REPENSE



ILEGAL conta a história de Katiele, uma brasileira que luta para tratar a epilepsia de sua filha de 5 anos com CBD, uma substância derivada da maconha e proibida no país.



O filme é parte do projeto REPENSE, que pretende trazer informação e debate em torno do uso da Cannabis medicinal.



Publicado em 16 de set de 2014

SUPER apresenta: ILEGAL, o filme que mostra a luta de uma mãe para garantir à sua filha o direito à saúde, e como seu exemplo deu origem a um movimento nacional pela legalização da Cannabis medicinal. Veja aqui o trailer do documentário que vai mexer com a sua cabeça e sentimentos. 

Em outubro nos cinemas.

Curta a página do filme no Facebook: http://www.facebook.com/ilegalofilme



Publicado em 21 de mai de 2014

Entrevista com o editor da revista superinteressante e diretor do filme Ilegal.

Veja o filme:
https://www.youtube.com/watch?v=CtJJ1...

Nosso site:
http://jc.growroom.net

Site do governo americano diz que maconha pode matar células cancerosas


Folhas da planta cannabis - Agência O Globo

Especialistas, no entanto, alertam que isso não significa que cannabis tem potencial para curar câncer

POR 
RIO - Maconha pode ajudar a matar células cancerosas, segundo um site do governo americano, que adicionou, recentemente, uma nova uma página sobre o uso de cannabis e canabinoides à sua plataforma oficial de conselhos sobre câncer.

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O site do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI, na sigla em inglês), agora, oferece informações sobre como os derivados da maconha podem tratar o câncer. As referências foram compiladas por um órgão de informação chamado Physician Data Query (PDQ), que é o banco de dados sobre a doença do NCI. O instituto, no entanto, salienta que os resumos fornecidos pelo PDQ são baseados em uma interpretação independente da literatura médica e não são declarações oficiais do governo.

A cannabis tem sido utilizada para fins recreativos e medicinais há anos, apesar de ser ilegal em muitos países. A planta contém compostos chamados canabinóides que, segundo o site, “podem ser úteis no combate aos efeitos colaterais do câncer e do tratamento”. O website ainda cita um relatório emitido em abril pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos Estados Unidos reconhecendo os benefícios medicinais da maconha também para matar células cancerosas ou para reduzir o tamanho de outras.

No site do NCI, o PDQ reconhece que a cannabis pode ter potencial para o combate ao câncer — a página foi atualizada em 16 de julho Eles — e oferece informações sobre como administrar a substância e em quais estados seu uso é autorizado.

O PDQ ainda enumera as maneiras como a cannabis pode ajudar: atuando como anti-inflamatório, bloqueando o crescimento de células, prevenindo o crescimento de vasos sanguíneos que alimentam os tumores e aliviando os espasmos musculares causados pela esclerose múltipla. Especialistas, no entanto, alertam que isso não significa que a maconha tem o potencial para curar o câncer.

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