segunda-feira, 23 de março de 2015

8 sinais de que você pode estar com depressão


Depressão: Doença pode dificultar concentração e raciocínio, prejudicando o desempenho no trabalho e nos estudos(Thinkstock/VEJA)
Doença, que atinge cerca de 10% dos brasileiros, é caracterizada por conjunto de sintomas que vão desde tristeza duradoura até problemas para dormir
A depressão afeta 350 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e é mais prevalente entre mulheres. No Brasil, cerca de uma em cada dez pessoas sofre com o problema. Embora seja uma doença comum, a moléstia carrega estigmas que dificultam seu diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento adequado.
O primeiro deles está no fato de a depressão ser um transtorno mental. "Percebemos que o preconceito com as doenças mentais faz com que muitos pacientes, principalmente os homens, demorem a aceitar que têm o problema e a procurar um médico, atrasando o tratamento", diz Rodrigo Martins Leite, psiquiatra e coordenador dos ambulatórios do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
Limite - Além do preconceito com os transtornos mentais, a dificuldade de interpretar os sintomas faz com que uma pessoa demore a procurar ajuda. Os sinais podem ser confundidos com sentimentos naturais do ser humano, como tristeza, indiferença e desânimo. Esses sentimentos passam a configurar um quadro de depressão clínica quando a variação do humor começa a afetar negativamente vários aspectos da vida do paciente - da produtividade no trabalho e nos estudos às relações com outros indivíduos, passando pela qualidade do sono e a disposição física para realizar as atividades do dia a dia.
"Muitas vezes é difícil diferenciar a tristeza comum da depressão. O humor das pessoas nunca é constante, sempre vai existir uma variação. Uma situação negativa pode desencadear tristeza, luto. Isso é diferente da depressão clínica, que é uma síndrome que vem acompanhada por outros sintomas", explica Mara Fonseca Maranhão, psiquiatra da Unifesp e do Hospital Albert Einstein.
Definição - Os critérios atuais para diagnóstico da depressão - estipulados por entidades médicas como a OMS e a Associação Americana de Psiquiatria - determinam que, para ser detectada com a doença, uma pessoa deve apresentar ao menos cinco sintomas do transtorno. Entre eles, um deve ser obrigatoriamente o humor deprimido (tristeza, desânimo e pensamentos negativos) ou a perda de interesse por coisas que antes eram prazerosas ao paciente. Os outros sintomas podem incluir alterações no sono, no apetite ou no peso, cansaço e falta de concentração, por exemplo.
Segundo o psiquiatra Rodrigo Leite, os critérios dizem que esse conjunto de sintomas deve ser apresentado pelo paciente na maior parte do dia, todos os dias e durante pelo menos duas semanas para que seja considerado como sinais de depressão. Por isso, estar atento a sintomas como esses - e a duração deles - é importante para que uma pessoa procure um médico e saiba se precisa ser submetida a um tratamento.
Doença do corpo - As causas exatas que levam à depressão ainda não são completamente conhecidas. "Sabe-se que situações como problemas financeiros ou conjugais, desemprego e perda de um ente querido alteram estruturas cerebrais que são sensíveis a hormônios relacionados ao stress, especialmente ao cortisol. Com isso, há um desequilíbrio no cérebro que desencadeia os sintomas depressivos", explica Leite.
Apesar disso, a depressão não é uma doença apenas do cérebro - e levar esse fato em consideração é essencial para o sucesso do tratamento. "As pessoas precisam saber que, diferentemente do que se pensava antes, a depressão não afeta apenas o cérebro, e o tratamento não depende exclusivamente de antidepressivos. Hoje, sabemos que essa é uma doença de todo o organismo", diz Rodrigo Leite.
De acordo com o psiquiatra, cada vez mais a ciência mostra que a doença está relacionada a problemas como baixa imunidade, alterações dos batimentos cardíacos e acúmulo de placas de gordura no sangue. Ou seja, a depressão é também um fator de risco a doenças como as cardíacas, incluindo infarto e aterosclerose. "Ainda não está claro de que forma a depressão leva a essas condições, mas sabemos que a relação existe", diz Leite.
Por esse motivo, o tratamento da depressão não deve incluir apenas antidepressivos. "Pessoas com depressão também precisam evitar hábitos como sedentarismo, tabagismo e má alimentação, que predispõem mais ainda uma pessoa a doenças cardiovasculares. Os pacientes devem saber que mudar esses hábitos é tão importante no tratamento quando os medicamentos."
Os psiquiatras alertam que as pessoas, assim que notarem que apresentam sintomas depressivos - e que eles são duradouros -, devem consultar um médico. "O tratamento contra a depressão com antidepressivos, psicoterapia e mudanças de estilo de vida é eficaz, principalmente se for iniciado precocemente", diz Mara Maranhão.




Alteração do humor

O principal sintoma da depressão é o humor deprimido, que pode envolver sentimentos como tristeza, indiferença e desânimo. Todos esses sentimentos são naturais do ser humano e nem sempre são sinônimo de depressão, mas, se somados a outros sintomas da doença e persistirem na maior parte do dia por ao menos duas semanas, podem configurar um quadro de depressão clínica. “O humor deprimido faz com que a pessoa passe a enxergar o mundo e a si mesma de forma negativa e infeliz. Mesmo se acontece algo de bom em sua vida, ela vai dar mais atenção ao aspecto ruim do evento. Com isso, o paciente tende a se sentir incapaz e sua autoestima diminui”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite, do Instituto de Psiquiatria da USP.




Desinteresse por coisas prazerosas

Perder o interesse por atividades que antes eram prazerosas é outro sintoma importante da depressão. O desinteresse pode acontecer em diferentes aspectos da vida do indivíduo, como no âmbito familiar, profissional e sexual, além de atividades de lazer, por exemplo. “O paciente também pode abrir mão de projetos por achar que eles já não valem mais o esforço, deixar de conquistar novos objetivos ou de aproveitar oportunidades que podem surgir em sua vida”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite.




Problemas relacionados ao sono

Pessoas com depressão podem passar a dormir durante mais ou menos tempo do que o de costume. É comum que apresentem problemas como acordar no meio da noite e ter dificuldade para voltar a dormir ou sonolência excessiva durante a noite ou o dia.





Mudanças no apetite

Pessoas com depressão podem apresentar uma perda ou aumento do apetite — passando a consumir muito açúcar ou carboidrato, por exemplo. Segundo o psiquiatra Rodrigo Leite, não está claro o motivo pelo qual isso acontece, mas sabe-se que, somado a outros sintomas da doença, a alteração do apetite que persiste por no mínimo duas semanas aumenta as chances de um paciente ser diagnosticado com depressão.




Perda ou ganho de peso

Mudanças significativas de peso podem ser uma consequência da alteração do apetite provocada pela depressão — por isso, são consideradas como um dos sintomas da doença.

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Falta de concentração

Em muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo perde o rendimento no trabalho ou nos estudos. Segundo a psiquiatra Mara Maranhão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a depressão pode impedir que o paciente trabalhe ou estude, ou então faz com que ele precise se esforçar muito para conseguir concluir determinada atividade.




Cansaço

Diminuição de energia, cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas com depressão, mesmo quando elas não realizaram esforço físico. "O indivíduo pode queixar-se, por exemplo, de que se lavar e se vestir pela manhã é algo exaustivo e pode levar o dobro do tempo habitual", segundo o capítulo sobre depressão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), feito pela Associação Americana de Psiquiatria.



Pensamentos recorrentes sobre morte

Em casos mais graves, pessoas com depressão podem apresentar pensamentos recorrentes sobre morte, ideação suicida ou até tentativas de suicídio. A frequência e intensidade dessas ideias podem mudar de acordo com cada paciente. "As motivações para o suicídio podem incluir desejo de desistir diante de um obstáculo tido como insuperável ou intenso desejo de acabar com um estado emocional muito doloroso", de acordo com o DSM-5.

Depressão altera relógio biológico em nível celular
Pesquisa aponta que cérebro de pessoas deprimidas não consegue acompanhar o ritmo biológico natural do ambiente, e acabam trocando seu funcionamento do modo 'noite' por 'dia' — e vice-versa



A depressão é uma doença tratável que afeta o estado de humor da pessoa(Thinkstock/VEJA)
As células do corpo humano funcionam 24 horas do dia. O trabalho, no entanto, é dividido em duas fases, noite e dia, e é conhecido como ciclo circadiano. Comandado pelo cérebro, esse ciclo circadiano é o responsável por gerenciar o funcionamento do corpo - regulando, por exemplo, o apetite, os horários de sono e o humor. Um novo estudo publicado no PNAS, periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, acaba de encontrar a primeira evidência de que, em pessoas com depressão, esse ciclo é desregulado - deixando a pessoa fora de sintonia com o ambiente em que vive.
CONHEÇA A PESQUISA

Onde foi divulgada: periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)
Quem fez: Jun Z. Li e equipe
Instituição: Universidade de Michigan, EUA
Dados de amostragem: 55 cérebros de pessoas que não tinham depressão e 34 cérebros de pessoas com depressão
Resultado: Descobriu-se que o funcionamento genético do cérebro estava comprometido em pacientes com depressão. Essa alteração no funcionamento leva ao desregulamento do ciclo circadiano - o organismo funciona como se fosse dia, durante a noite, e vice-versa.
A descoberta, feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, analisou uma grande quantidade de dados recolhidos de cérebros doados por pessoas com e sem depressão. Em um cérebro normal, o padrão de atividade genética em um determinado momento do dia é tão distinto, que foi possível estimar com precisão a hora da morte do doador do cérebro. Por outro lado, em pacientes gravemente deprimidos, o ciclo circadiano se encontrava tão perturbado que o padrão "dia" das atividades podia se parecer com o padrão "noite" - e vice-versa.
Pesquisa - Para o estudo, foram usados cérebros doados logo após a morte, junto com uma extensa lista de informações clínicas sobre o paciente. Diversas regiões foram dissecadas manualmente ou com o uso de laser (capazes de capturar tipos mais especializados de células). Esses materiais foram, então, analisados para medir a atividade genética.
Segundo Jun Li, coordenador do estudo e professor assistente do Departamento de Genética Humana da Universidade de Michigan, isso permitiu à equipe prever em qual hora do dia cada paciente que não tinha depressão havia morrido. Para isso, foram observados 12.000 genes isolados, de seis regiões de 55 cérebros. A análise proporcionou uma compreensão detalhadas de como a atividade do gene variava ao longo do dia.
Saiba mais
CICLO CIRCADIANO
Consiste no período de 24 horas em que se baseia o funcionamento do ciclo biológico. Ele é influenciado por fatores como iluminação solar, temperatura e, acredita-se, até mesmo a maré. Esse ciclo regula desde o funcionamento orgânico do corpo, como apetite, digestão e sono, até o funcionamento de ritmos psicológicos, como o humor.
Quando a equipe repetiu o processo no cérebro das 34 pessoas que estavam deprimidas, no entanto, perceberam que a atividade genética estava desligada por horas. As células se comportavam como se estivessem em um horário do dia completamente diferente. "As pessoas com depressão não estavam sincronizadas com a luz do Sol, em termos de atividade dos genes. Era como se elas estivessem vivendo em um fuso horário completamente diferente", diz Li.
De acordo com Huda Akil, diretora do Instituto de Neurociência Molecular e Comportamental da Universidade de Michigan, centenas de genes sensíveis ao ciclo circadiano emergiram da pesquisa. "Encontramos não apenas aqueles genes primários, que haviam sido estudados em animais ou em células laboratoriais, mas também outros genes cuja atividade aumenta e cai ao longo do dia", diz.
Futuro - O próximo passo, segundo Huda Akil, é usar a nova informação para ajudar a encontrar novas maneiras de prever a depressão, encontrar tratamentos mais específicos para cada paciente e até mesmo desenvolver novos medicamentos. Uma possibilidade, por exemplo, seria encontrar novos marcadores biológicos para a depressão (moléculas que podem ser identificadas pelo sangue, pele ou cabelo).
Os cientistas precisam ainda determinar por que o ciclo circadiano é alterado durante a depressão. "Podemos apenas imaginar que essa alteração tenha mais de uma causa. Precisamos aprender mais sobre a natureza do ciclo, e por que ele é afetado. Assim, poderemos pensar em consertar o ciclo de uma pessoa, a ajudando a melhorar da depressão", diz Huda.
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.
*Com reportagem de Vivian Carrer Elias
Hormônio do stress pode indicar risco de depressão
Pesquisa descobriu que altos níveis de cortisol elevam em até catorze vezes chance de adolescentes apresentarem a doença

A depressão é uma doença tratável que afeta o estado de humor da pessoa
Depressão: Níveis do 'hormônio do stress' podem acusar doença(Thinkstock/VEJA)
O diagnóstico de depressão é feito somente com base nos sintomas clínicos de um paciente, que incluem tristeza na maior parte do dia e problemas relacionados ao sono e ao peso. Não existe um marcador biológico para a doença, isto é, alguma substância presente no organismo cuja medida detecte a condição.
Uma nova pesquisa britânica pode mudar esse quadro. Ela descobriu que altos níveis do cortisol, hormônio relacionado ao stress, podem indicar um risco grande de uma pessoa ter depressão. Segundo o estudo, uma alta concentração do hormônio somada a um conjunto de sintomas depressivos eleva o risco de um adolescente sofrer depressão em até catorze vezes em comparação com quem não apresenta nenhuma dessas características. "Esse novo marcador biológico sugere que nós poderemos oferecer uma abordagem mais personalizada para tratar um alto risco de depressão", diz Matthew Ownes, professor e pesquisador da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, e um dos autores do estudo.
Participaram da pesquisa cerca de 1 800 adolescentes de 12 a 19 anos. Eles tiveram amostras de saliva recolhidas de três dias a uma semana para que os pesquisadores analisassem seus níveis de cortisol. Ao longo de um ano, esses participantes relataram se estavam sentindo algum sintoma associado à depressão.
Sintomas - Os adolescentes, então, foram divididos em quatro categorias de acordo com seus níveis de cortisol e com o número de sintomas depressivos que apresentavam. O primeiro grupo era formado por aqueles com níveis normais do hormônio e a menor quantidade de sintomas associados ao transtorno. Já no quarto grupo estavam os participantes com os maiores níveis de cortisol e que apresentavam mais sintomas depressivos.
De acordo com os resultados, o risco de os meninos serem diagnosticados com depressão ao longo de um a três anos foi catorze vezes maior entre aqueles do quarto grupo em comparação com os do primeiro. Entre as meninas, a probabilidade da doença foi quatro vezes superior entre as do grupo quatro. Essas conclusões foram publicadas nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
"O progresso na identificação de marcadores biológicos para a depressão tem sido frustrantemente lento, mas agora nós finalmente temos um biomarcador para a doença. A abordagem da nova pesquisa ainda pode render outros marcadores biológicos e também dá pistas interessantes sobre as diferenças de gênero relacionadas à depressão", diz John Willians, chefe de neurociência e saúde mental da Wellcome Trust, fundação destinada à pesquisa na área da saúde humana e dos animais que financiou o novo estudo.



Tomografia pode indicar o melhor tratamento para cada paciente com depressão
Pesquisadores descobriram que o padrão da atividade em determinada região do cérebro pode diferenciar pessoas que responderão melhor a medicamentos daquelas que serão mais beneficiadas com a psicoterapia

Tomografia: resultados do exame do cérebro podem ajudar o médico a decidir se o melhor para o paciente com depressão é a psicoterapia ou são os remédios antidepressivos(Thinkstock/VEJA)
Pesquisadores americanos descobriram uma forma de fazer com que um exame de tomografia ajude os médicos a prever se um paciente com depressão responderá melhor a um tratamento com remédios ou à psicoterapia. Isso porque a equipe conseguiu identificar determinados padrões da atividade cerebral de pacientes com a doença que estão relacionados ao sucesso - ou não - dos tratamentos contra o problema.
A pesquisa, promovida pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em inglês) dos Estados Unidos, foi publicada nesta quarta-feira no periódico JAMA Psychiatry. Se essas conclusões forem confirmadas em estudos futuros, os autores acreditam que será possível definir melhor os tipos de depressão e, assim, selecionar o melhor tratamento para cada paciente de uma forma objetiva.
Saiba mais
A PROCURA PELA OBJETIVIDADE
Ao contrário de outras áreas de medicina, os diagnósticos psiquiátricos ainda não dispõem de marcadores biológicos ou de padrões de atividade cerebral que possam revelar a doença de modo preciso. Há um mês, foi publicada a mais nova edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, sigla em inglês), feito pela Academia Americana de Psiquiatria e considerado por muitos como a "bíblia da psiquiatria". Embora tenha promovido algumas mudanças nessa área, o documento não resolveu a falta de objetividade nos diagnósticos psiquiátricos.
Diante disso, o próprio NIH criou, em 2009, o Projeto de Pesquisa em Domínio de Critérios, o RDoc. O projeto tem como objetivo investir em novas pesquisas que descubram o que acontece em um cérebro com um distúrbio mental; ou então quais genes presentes no DNA são responsáveis por desencadear doenças do gênero. Ou seja, é uma tentativa de inserir a neurociência e a genética dentro do âmbito dos diagnósticos psiquiátricos.
"A depressão é uma condição séria e o sofrimento prolongado causado por um tratamento ineficaz pode causar grandes consequências médicas, pessoais e sociais. Nosso objetivo não é somente deixar os pacientes bem, mas fazer isso o mais rápido possível, usando o tratamento que seja melhor para cada indivíduo", diz Helen Mayberg, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Emory, Estados Unidos, e coordenadora do estudo.
Atividade cerebral - Há alguns anos, Mayberg vem estudando, por meio de tomografias, o que acontece no cérebro de pessoas deprimidas e de que forma diferentes tratamentos afetam a atividade cerebral delas. Com base nas descobertas de seus trabalhos anteriores, esse novo estudo usou tomografias para avaliar a atividade de determinada região cerebral de pessoas com depressão. A área analisada foi a ínsula, que ajuda a controlar as emoções.
A pesquisa avaliou 38 pessoas diagnosticadas com depressão com idades entre 18 e 60 anos. Parte dos participantes foi submetida a 12 semanas de tratamento com antidepressivos e o restante, a dezesseis sessões de terapia cognitivo-comportamental. Antes do início do tratamento, eles foram submetidos a uma tomografia.
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Previsões - A equipe descobriu que o padrão da atividade na ínsula anterior do cérebro dos participantes pode diferenciar aqueles que responderão ou não ao tratamento atribuído. Mais especificamente, as conclusões indicaram que pessoas com depressão que apresentam, nas tomografias, uma baixa atividade nessa área do cérebro são aquelas que se beneficiam do tratamento com terapia cognitivo-comportamental. No entanto, essas pessoas apresentam pouca resposta aos medicamentos antidepressivos. Por outro lado, pacientes que apresentam uma alta atividade na ínsula anterior são mais propensos a responder bem aos remédios e mal à psicoterapia.
"Esses dados sugerem que se você trata o paciente com base em seu tipo cerebral, você aumenta as chances de promover um tratamento eficaz", diz Meyberg. Segundo a pesquisadora, esses achados precisam ser replicados em outros estudos para que possam, no futuro, ser usados na prática clínica.

  
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