Otto Weininger
Sarah Honig
A aberração mental levada a extremos por Otto Weininger, o filósofo judeu anti-semita que se suicidou em 1903, continua sendo exacerbada pelos que desfraldam a mesma bandeira.
O suicídio pode ser individual ou coletivo. Em cada uma dessas duas manifestações, ele pode ter características semelhantes e surgir a partir de anomalias psicológicas paralelas. Ele pode, ainda, ser perversamente popular.
No início do século XX, em Viena, por exemplo, uma série de suicídios com perfis elevados desencadeou um modismo pseudo-romântico. Parecia haver algo elegante em que alguém tirasse sua própria vida em um gesto grandioso que aparentemente defendia uma causa. O pivô na sensacionalização dessa moda foi o filósofo Otto Weininger, de 23 anos, que se suicidou em 1903 no mesmo quarto de hotel em que Beethoven tinha morrido (presumivelmente para aumentar o efeito trágico de seu suicídio).
O intenso sentimento de auto-anti-semitismo de Weininger foi primordial entre suas motivações. Tendo nascido judeu, ele se converteu ao cristianismo em seu último ano de vida, mas obviamente não encontrou a salvação. Seu livro Geschlecht und Charakter (Gênero e Caráter) revela seu ilimitado sentimento de ódio por si mesmo. Weininger fala com rudeza sobre a modernidade como sendo “judaica” e afirma que “as mulheres e os judeus são alcoviteiros; o alvo deles é fazer com que o homem se sinta culpado. Nossa era não é apenas a mais judaica [que já houve], mas também a mais feminina das eras”, que “já não possui um único grande artista, um único grande filósofo. Tem a menor originalidade já existente e a mais intensa busca pela originalidade”.
Além disso, Weininger faz “observações antropológicas” chocantes, inclusive advogando noções de que “o cabelo dos judeus aponta para o Negro”, e que “o formato do crânio semelhante ao dos chineses e malaios, tão freqüentemente encontrado entre os judeus – que geralmente possuem uma compleição amarelada – aponta para um sangue parcialmente mongol”. Coisa horripilante.
Não surpreende que os fãs póstumos mais ardorosos de Weininger foram os nazistas. O mais notável foi o próprio Hitler, o qual, segundo relatos, disse haver encontrado “apenas um judeu decente, Otto Weininger, que se suicidou quando percebeu que os judeus são bem sucedidos em contaminar a pureza sangüinea dos outros povos”.
O suicídio de Weininger foi considerado pelos ideólogos do Terceiro Reich como a única maneira “honrosa” de um judeu purificar o mundo de sua existência.
Embora indubitavelmente repulsivo, isso não é de modo algum irrelevante. A perniciosa síndrome de Weininger ainda aflige determinados judeus. A aberração mental que Weininger levou a extremos continua sendo exacerbada pelos que exaltam suas idéias. Mas há uma diferença muito significativa. Os “Weiningers” de nossos dias apreciam intensamente seu próprio bem-estar. Sua auto-repugnância é canalizada para o judeu coletivo. Eles promovem o suicídio nacional dos judeus, mas não a sua própria morte.
Noam Chomsky com Hassan Nasrallah, o chefe do Hezb’allah (Partido de Alá).
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Um caso em destaque é o do [famoso lingüista judeu-americano] Noam Chomsky: a despeito de seu puro prenome hebraico, ele não perde uma só oportunidade de fustigar o Estado judeu e de idolatrar seus adversários mais fanáticos e implacáveis (mais recentemente o chefe do Hezb’allah, Hassan Nasrallah).
Seguindo as pegadas de Chomsky, há todo um séquito de uma ralé de extrema-esquerda formada em Israel mesmo: professores universitários, autores, produtores de filmes e artistas que se auto-enaltecem. Todos lucram consideravelmente com a debilitação e a demonização do restante dos israelenses, seus compatriotas pró-forma, mas que, na realidade, são o objeto do seu auto-ódio convenientemente projetado.
Alguns “novos historiadores” e provocadores seriais alcançaram renome. Essas celebridades internacionais, que ganham fama e fortuna atirando lama sobre sua própria nação e seu próprio povo, têm uma audiência ávida no exterior, onde a deslegitimização de Israel é ansiosamente aplaudida e onde a tradição condicionou as mentes a uma tendenciosidade anti-judaica (para falar de forma amena).
Alinhando-se com os judeus e israelenses que se odeiam a si mesmos e que obtiveram sucesso a partir da aversão a sua própria gente, há os que buscam glória comparável com persistência. Dror Feiler é um desses. Seu último ato bizarro foi ser um dos organizadores da flotilha supostamente humanitária para quebrar o suposto bloqueio desumano de Israel a Gaza.
Feiler nunca mencionou o fato de que Israel supre de maneira regular (e bastante insensata) a Faixa de Gaza com bens, eletricidade, combustível e água, enquanto que Gaza usa seus recursos para subjugar sua gente e estocar armas de destruição em massa.
Feiler ou justifica ou omite o discurso sobre os muitos e flagrantes pecados de Gaza. Ele exagera grotescamente as respostas dos israelenses e deliberadamente deturpa-lhes o contexto. Feiler tem prazer em pintar Israel como intrínseca e irredimivelmente mau. Ele é amigo íntimo do repórter sueco Donald Bostrom, que acusou Israel de matar palestinos deliberadamente para extrair seus órgãos de forma ilícita. Não procure ver em Dror alguma empatia pelos judeus nem um pequeno traço de qualquer saudade da antiga pátria. Isso seria uma contradição à sua criação. Não foi daí que ele veio.
Tal mãe tal filho, ele é inquestionavelmente leal a sua mãe: Pnina Feiler passou a vida toda advogando em favor das causas palestinas e difamando Israel com grande satisfação. Ela se manifesta a partir de Yad Hanna, o único kibbutz comunista de Israel. Este recebeu o nome, em 1950, em homenagem a Hanna Szenes, heróica pára-quedista da Segunda Guerra Mundial, cuja memória e legado têm sido alvejados ultimamente pelos fajutos iconoclastas de esquerda. O auto-sacrifício por uma causa judaica ou por uma dedicação sionista havia se tornado insuportável no ambiente iluminado deles.
Dentre outros grupos, Pnina Feiler tinha participação ativa junto à organização pró-árabe Médicos Pelos Direitos Humanos em Israel (em sua função profissional como enfermeira). Em maio de 2001, depois que árabes sadicamente esmagaram os crânios de dois alunos de uma escola, que estavam gazeteando aula, perto de Tecoa, a fundadora do MDH-Israel, a psiquiatra Ruchama Marton, reagiu raivosamente com relação às vítimas menores de idade: “Os colonos”, disse ela em tom perturbado, “criam pequenos monstros”.
Essa é a fonte de águas morais da qual Dror bebia. Esse é o manancial intelectual e ideológico no qual ele se movia e onde aprendeu que os reservatórios de sangue judeu formam um pano de fundo estético contra o qual pode-se mostrar as características glorificadas de Hanadi Jaradat, que se explodiu ao lado de um bebê em seu carrinho no restaurante Maxim’s de Haifa em 2003, matando 21 pessoas, dentre as quais três gerações de duas diferentes famílias.
Alguns meses depois da atrocidade, Dror, que é cidadão sueco naturalizado, e sua esposa escandinava criaram a “obra de arte” exibida em Estocolmo que apresentava Jaradat como “Branca de Neve” velejando em um lago de líquido vermelho [representando “sangue”]. Zvi Mazel, na época embaixador de Israel na Suécia, ficou ofendido com a imagem e sabotou a mostra.
Dror e sua esposa escandinava criaram a “obra de arte” exibida em Estocolmo que apresentava [a terrorista] Jaradat como “Branca de Neve” velejando em um lago de líquido vermelho [representando “sangue”]
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Dror transpirava a mesma orientação artística que anteriormente havia inspirado um show maligno em Nablus, no qual figuravam fatias de pizza ensangüentadas e um carrinho de bebê dentro de um modelo da lanchonete Sbarro de Jerusalém após o ataque terrorista de 2001 (que matou 15 inocentes, inclusive nove crianças e cinco membros de uma só família). Não obstante, Dror gozava de apoio generoso e de publicidade amistosa. Sua santificada mulher-bomba suicida figurava orgulhosamente em posteres gigantes de propaganda por toda a grande Estocolmo.
O texto que acompanhava a obra-prima de Dror afirmava que o ardor homicida de Jaradat fora inflamado pelo pesar por um irmão e um primo assassinados pelos israelenses. Os suecos, assim como outros europeus arrogantes, gostam dos judeus que, como Dror, amam seus inimigos. Aos judeus exige-se que demonstrem compaixão para com aqueles que, com malignidade genocida premeditada, ainda continuam tentando aniquilá-los. Os judeus são sentenciados a confinamento solitário em elevadíssimos padrões morais, aos quais não se espera nem remotamente que alguma outra nação chegue. Os judeus são obrigados a oferecer a outra face. Os judeus não têm o direito de vingança.
Portanto, quando Dror Feiler posa como humanitário, precisamos nos lembrar que ele também racionalizou o zelo [da terrorista Jaradat] em explodir os israelenses. Isso o torna ainda menos eticamente tolerável que Weininger, pois este meramente deu um tiro em seu próprio peito.
Tanto Weininger quanto Feiler impulsionaram a perniciosa propaganda judeufóbica. Ambos prestaram consolo e vindicação ostensiva aos inimigos de seu povo; todavia, Weininger apenas levou pessoalmente seu ódio por si mesmo a suas conclusões lógicas. Desta forma, como uma aberração mental que indubitavelmente era, ele emerge mais moral do que Dror Feiler, se é que a palavra moral pode ser aplicada nesse caso. (Sarah Honig – www.sarahhonig.com - http://www.beth-shalom.com.br)
Sarah Honig é uma colunista veterana e editorialista-sênior do Jerusalem Post. Durante muito tempo ela foi correspondente política do jornal (como também do extinto Davar). Ela dirigiu o escritório do Jerusalem Post em Tel Aviv, escrevendo artigos diários e análises em profundidade sobre o cenário político.
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)
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