Participação da comunidade Árabe no comércio de fronteira Brasil-Paraguai. Na foto, a Mesquita Sunita se mistura ao conjunto de prédios de Foz de Iguaçu, Paraná - Agência O Globo / Michel Filho
FRANCISCO LEALI
Polícia Federal aponta
elo entre facção brasileira e Hezbollah
Documentos mostram que criminosos estrangeiros abriram canais para o envio de armas a grupo brasileiro
BRASÍLIA - Na região de fronteira que separa Brasil, Argentina e Paraguai, a atuação de grupos ligados ao terrorismo internacional sempre foi, para as autoridades americanas, um fato incontestável. No Brasil, pelo menos oficialmente, o caso nunca foi admitido, e as declarações governamentais costumam minimizar o tema. Nos últimos anos, no entanto, os serviços de inteligência do país reuniram uma série de indícios de que traficantes de origem libanesa ligados ao Hezbollah, o "Partido de Deus", se aventuraram numa associação com criminosos brasileiros. Relatórios produzidos pela Polícia Federal apontam que esses grupos se ligaram ao PCC, organização criminosa que atua nos presídios brasileiros, principalmente nos de São Paulo.
Uma série de documentos
obtidos pelo GLOBO revela que essa espécie de sociedade da delinquência começou
a ser montada em 2006. Mas as provas só foram descobertas dois anos depois,
quando uma operação realizada pela PF reuniu os primeiros indícios da ligação
entre libaneses e a organização criminosa brasileira. Na época, envolvidos com
o tráfico internacional foram presos. Segundo as autoridades americanas, o
dinheiro da droga é justamente uma das fontes de financiamento de entidades
terroristas. Já a PF encontrou indícios de que esse grupo de libaneses que
operava com o tráfico abriu canais para o contrabando de armas destinadas à
organização criminosa brasileira.
Trecho do relatório da PF destaca a aproximação do Hezbollah com traficantes brasileiros - Reprodução
Em troca, os criminosos brasileiros prometiam dar proteção a presos da
quadrilha libanesa já detidos no Brasil. A notícia da associação criminosa
surgiu de informante da PF. A veracidade acabou sendo confirmada pela área de
inteligência, que monitorou não só os suspeitos sob investigação, como também
os integrantes da facção brasileira que comandavam ações mesmo detidos em
presídios federais e estaduais em São Paulo e Paraná.
Segundo relatório da PF, "a concentração de tais detentos vem auxiliando
na aglutinação de indivíduos com interesses comuns, além de viabilizar o
contato de traficantes de origem árabe com grupos" como a facção "com
marcante presença nos estabelecimentos prisionais do estado de São Paulo".
O documento diz ainda que os contatos internacionais dos traficantes libaneses
"têm atendido aos interesses" da facção brasileira, "que, por
seu turno, viabiliza uma situação favorável aos estrangeiros dentro do sistema
prisional, além de assegurar algum lucro com negociações mesmo enquanto estão
presos".
A partir de investigações e conversas com informantes que atuam na região da
Tríplice Fronteira, o setor de inteligência da PF se convenceu de que os
traficantes libaneses não só abriram canais para a organização criminosa obter
armas no exterior, como teriam tido participação na venda de explosivos
supostamente roubados pela facção brasileira. Foi identificada a participação
dos traficantes libaneses na negociação de C4, um tipo de explosivo plástico
que fora roubado no Paraguai.
"Os libaneses em atividade criminosa, apesar
de terem no tráfico de cocaína seu principal foco de atividades, também
atuariam no tráfico de armas para grupos criminosos de São Paulo, sendo que,
recentemente, também teriam intermediado uma negociação de explosivos
(aparentemente C4, sendo também sabido que um carregamento de tal material foi
subtraído no Paraguai e vem sendo vendido a preços bem baixos)", diz o
relatório.
A área de inteligência da PF registrou ainda a troca de favores entre os dois
grupos. Se os libaneses ajudavam no contrabando internacional de armas, a
organização brasileira se encarregava de proteger os estrangeiros que já foram
detidos no país. Diz documento da PF que "vários libaneses estariam
estreitando suas relações" com a facção brasileira há cerca de três anos,
"sendo qualificado como forte o vínculo com a referida organização
criminosa, sendo constantes seus contatos". "Sabe-se, entretanto, que
a ligação de libaneses estaria beneficiando mais a organização criminosa
(brasileira), com poucos benefícios para os estrangeiros, embora tal situação
venha sendo aceita por conveniências dentro do sistema prisional", diz um
documento da PF, produzido em 2009.
As informações sobre os vínculos entre as duas quadrilhas foram compiladas
depois que o governo americano passou a apontar em seus relatórios anuais de
combate ao narcotráfico a participação de libaneses da Tríplice Fronteira
ligados ao comércio ilegal de drogas e ao financiamento de ações terroristas.
Em 2006, relatório do Departamento do Tesouro americano chegou a listar nove
pessoas acusadas de ajudar a enviar recursos para o Hezbollah. Além dos nomes,
o relatório apontava que a Galeria Pagé, em Ciudad del Leste, no Paraguai,
vizinha da cidade brasileira de Foz do Iguaçu, era o bunker dos agentes que
davam suporte financeiro ao Hezbollah. Na época, o governo brasileiro emitiu
nota negando haver prova de que terroristas atuassem na região do Sul do país.
Nos anos seguintes, o DEA, a agência americana de combate às drogas, reiterou a
acusação.
Em 2008, dois anos após o primeiro relatório do Tesouro dos EUA, os serviços de
inteligência da PF já estavam apontados para a região. O GLOBO teve acesso à
parte do acervo produzido que lista prisões de libaneses, identifica remessas
de drogas e confirma a perigosa associação dos libaneses com a facção criminosa
de brasileiros. O trabalho de monitoramento incluiu ainda missões para vigiar
estrangeiros de origem libanesa que circulavam pelas cidades de Foz, Ciudad del
Leste e Porto Iguazu, na Argentina.
Os documentos reúnem desde listas de nomes
e períodos de hospedagens em hotéis até registros de um suposto risco de
atentado terrorista no Brasil. No dia 28 de agosto de 2008, relatório de
inteligência assegura que recebeu informe de "fonte não comprovada"
de que um estrangeiro "integrante de uma organização terrorista"
estaria viajando para Brasília para executar plano de assassinato. Há ainda a
descrição de ações na Ponte da Amizade, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Em fevereiro de 2008, por exemplo, policiais pararam um veículo em que estavam
o libanês Mostapha Hamdan e o sírio naturalizado paraguaio Farouk Sadek Abdou.
Esse último, pouco antes de ser abordado tentou destruir um papel onde havia 17
números de telefones.
Em abril do mesmo ano, mais uma vez a área de inteligência disparou alerta.
Desta vez, sobre atuação da facção criminosa brasileira no Paraná. Havia
suspeita de que armas contrabandeadas do Paraguai seriam usadas no resgate do
preso Leandro Antonio, conhecido como Chacal. As autoridades locais foram
alertadas, e a PF se encarregou de distribuir fotos e nomes dos possíveis
envolvidos na operação.
O GLOBO/montedo.com
CONIB VÊ COM PREOCUPAÇÃO RELATOS DE ENVOLVIMENTO DO PCC COM HEZBOLLAH
A Confederação
Israelita do Brasil vê com muita preocupação os relatos de envolvimento do PCC
com o Hezbollah no tráfico de armas e drogas.
Segundo matéria do jornal O Globo publicada neste domingo, documentos da Polícia Federal e do serviço de inteligência do Brasil apontam que traficantes ligados ao grupo terrorista Hezbollah formaram uma associação com integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Relatórios da PF apontam que a sociedade começou a ser montada em 2006.
A Conib reitera sua confiança nas autoridades brasileiras no sentido de combater com máximo rigor a presença dessa organização terrorista em solo brasileiro e em nossas fronteiras.
Segundo matéria do jornal O Globo publicada neste domingo, documentos da Polícia Federal e do serviço de inteligência do Brasil apontam que traficantes ligados ao grupo terrorista Hezbollah formaram uma associação com integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Relatórios da PF apontam que a sociedade começou a ser montada em 2006.
A Conib reitera sua confiança nas autoridades brasileiras no sentido de combater com máximo rigor a presença dessa organização terrorista em solo brasileiro e em nossas fronteiras.
POLÍCIA FEDERAL REVELA LIGAÇÃO ENTRE MARGINAIS DO PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL E TERRORISTAS DO HEZBOLLAH
Marginais terroristas do grupo Hezbollah
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Documentos da Polícia
Federal e do serviço de inteligência do Brasil apontam que traficantes ligados
ao grupo terrorista islâmico libanês Hezbollah formaram uma associação com
criminosos brasileiros, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Relatórios produzidos
pela Polícia Federal apontam que terroristas do Hezbollah se ligaram aos
integrantes do PCC para articular rotas do tráfico internacional de drogas e
contrabando de armas. Os detalhes foram revelados pelo jornal O Globo, neste
domingo (9).
Segundo a publicação, uma série de documentos da Polícia Federal obtidos pelo jornal revela que a sociedade começou a ser montada em 2006. Mas as provas só foram descobertas dois anos depois, quando uma operação realizada pela Polícia Federal reuniu os primeiros indícios da ligação entre libaneses e a organização criminosa brasileira. Na época, envolvidos com o tráfico internacional foram presos.
De acordo com autoridades americanas e relatórios produzidos pelo Órgão para o Controle e Combate das Drogas (DEA), integrado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e encarregado da repressão e controle de narcóticos, o dinheiro da droga é justamente uma das fontes de financiamento de entidades terroristas. Já a Polícia Federal encontrou indícios de que o grupo libanês que operava com o tráfico abriu canais para o contrabando de armas destinadas à organização criminosa brasileira. Em troca, os criminosos do PCC prometiam dar proteção a presos da quadrilha libanesa já detidos nas penitenciárias do País.
A veracidade da associação entre membros do PCC e do Hezbollah foi confirmada pela área de inteligência da Polícia Federal, que monitorou não só os suspeitos sob investigação, como também os integrantes da facção brasileira que comandavam ações de dentro dos presídios federais e estaduais em São Paulo e Paraná.
Segundo relatório da Polícia Federal, “a concentração de tais detentos vem auxiliando na aglutinação de indivíduos com interesses comuns, além de viabilizar o contato de traficantes de origem árabe com grupos” como a facção “com marcante presença nos estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo”. O documento diz ainda que os contatos internacionais dos traficantes libaneses “têm atendido aos interesses” da facção brasileira, “que, por seu turno, viabiliza uma situação favorável aos estrangeiros dentro do sistema prisional, além de assegurar algum lucro com negociações mesmo enquanto estão presos”.
A partir de investigações e conversas com informantes que atuam na região da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, o setor de inteligência da Polícia Federal identificou que os traficantes libaneses não só abriram canais para a organização criminosa obter armas no Exterior, como teriam participado da venda de explosivos supostamente roubados por membros do PCC. “Os libaneses em atividade criminosa, apesar de terem no tráfico de cocaína seu principal foco de atividades, também atuariam no tráfico de armas para grupos criminosos de São Paulo, sendo que, recentemente, também teriam intermediado uma negociação de explosivos”, diz o relatório destacado pelo jornal.
As informações sobre os vínculos entre as duas quadrilhas foram compiladas depois que o governo americano passou a apontar em seus relatórios anuais de combate ao narcotráfico a participação de libaneses da Tríplice Fronteira ligados ao comércio ilegal de drogas e ao financiamento de ações terroristas.
Em 2006, relatório do Departamento do Tesouro americano chegou a listar nove pessoas acusadas de ajudar a enviar recursos para o Hezbollah. Além dos nomes, o relatório apontava que a Galeria Pagé, em Ciudad del Leste, no Paraguai, vizinha da cidade brasileira de Foz do Iguaçu, era o bunker dos agentes que davam suporte financeiro ao Hezbollah.
Na época, o governo brasileiro emitiu nota negando haver prova de que terroristas atuassem na região do Sul do País. Nos anos seguintes, o DEA, a agência americana de combate às drogas, reiterou a acusação. Em 2008, dois anos após o primeiro relatório do Tesouro dos Estados Unidos, os serviços de inteligência da Polícia Federal já estavam apontados para a região.
Vide Versus
Segundo a publicação, uma série de documentos da Polícia Federal obtidos pelo jornal revela que a sociedade começou a ser montada em 2006. Mas as provas só foram descobertas dois anos depois, quando uma operação realizada pela Polícia Federal reuniu os primeiros indícios da ligação entre libaneses e a organização criminosa brasileira. Na época, envolvidos com o tráfico internacional foram presos.
De acordo com autoridades americanas e relatórios produzidos pelo Órgão para o Controle e Combate das Drogas (DEA), integrado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e encarregado da repressão e controle de narcóticos, o dinheiro da droga é justamente uma das fontes de financiamento de entidades terroristas. Já a Polícia Federal encontrou indícios de que o grupo libanês que operava com o tráfico abriu canais para o contrabando de armas destinadas à organização criminosa brasileira. Em troca, os criminosos do PCC prometiam dar proteção a presos da quadrilha libanesa já detidos nas penitenciárias do País.
A veracidade da associação entre membros do PCC e do Hezbollah foi confirmada pela área de inteligência da Polícia Federal, que monitorou não só os suspeitos sob investigação, como também os integrantes da facção brasileira que comandavam ações de dentro dos presídios federais e estaduais em São Paulo e Paraná.
Segundo relatório da Polícia Federal, “a concentração de tais detentos vem auxiliando na aglutinação de indivíduos com interesses comuns, além de viabilizar o contato de traficantes de origem árabe com grupos” como a facção “com marcante presença nos estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo”. O documento diz ainda que os contatos internacionais dos traficantes libaneses “têm atendido aos interesses” da facção brasileira, “que, por seu turno, viabiliza uma situação favorável aos estrangeiros dentro do sistema prisional, além de assegurar algum lucro com negociações mesmo enquanto estão presos”.
A partir de investigações e conversas com informantes que atuam na região da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, o setor de inteligência da Polícia Federal identificou que os traficantes libaneses não só abriram canais para a organização criminosa obter armas no Exterior, como teriam participado da venda de explosivos supostamente roubados por membros do PCC. “Os libaneses em atividade criminosa, apesar de terem no tráfico de cocaína seu principal foco de atividades, também atuariam no tráfico de armas para grupos criminosos de São Paulo, sendo que, recentemente, também teriam intermediado uma negociação de explosivos”, diz o relatório destacado pelo jornal.
As informações sobre os vínculos entre as duas quadrilhas foram compiladas depois que o governo americano passou a apontar em seus relatórios anuais de combate ao narcotráfico a participação de libaneses da Tríplice Fronteira ligados ao comércio ilegal de drogas e ao financiamento de ações terroristas.
Em 2006, relatório do Departamento do Tesouro americano chegou a listar nove pessoas acusadas de ajudar a enviar recursos para o Hezbollah. Além dos nomes, o relatório apontava que a Galeria Pagé, em Ciudad del Leste, no Paraguai, vizinha da cidade brasileira de Foz do Iguaçu, era o bunker dos agentes que davam suporte financeiro ao Hezbollah.
Na época, o governo brasileiro emitiu nota negando haver prova de que terroristas atuassem na região do Sul do País. Nos anos seguintes, o DEA, a agência americana de combate às drogas, reiterou a acusação. Em 2008, dois anos após o primeiro relatório do Tesouro dos Estados Unidos, os serviços de inteligência da Polícia Federal já estavam apontados para a região.
Vide Versus
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)
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