segunda-feira, 8 de setembro de 2014

POR QUE O PORCO VIROU COFRE?



Oráculo


Por Edição: Felipe van Deursen 
Reportagem: Fronteira - Agência de Jornalismo 

A associação do animal ao hábito de guardar as economias tem um sentido histórico. 
Já o que Jorge Ben Jor quer dizer em suas letras é mais complexo. Jacarezinho? Avião? Oi!?











ECONOMIA SUÍNA
Por que meu cofrinho é um porco?

Victor Valery,
Santos, SP

No século 16, os utensílios domésticos dos europeus que estavam numa pior não eram de metal, que era caro, coisa de quem vai na Sephora, mas de uma argila barata chamada pygg clay. Virou hábito guardar dinheiro em vasinhos que ficaram conhecidos como pygg banks. Dois séculos depois, o nome já virara piggy bank, segundo o livro Money, de Harry e Sandra Choron (inédito em português). Daí, foi um pulo para que ceramistas fizessem cofres no formato de porquinho, que, em inglês, é piggy. Pegou?

OUTRA SUÍNA
Qual a diferença entre salame e linguiça?

Gabriela Veiga da Silva,
Florianópolis, SC

A principal diferença é o tempo de preparo. Segundo a chef e especialista em embutidos Mônica Rangel, o salame é curado, ou seja, não é cru nem cozido. Ele fica no mínimo três meses sob uma temperatura de cerca de 18ºC até chegar ao ponto ideal. A linguiça não tem esse processo. E isso vale para qualquer salame: porco, frango, boi, cérebro humano...

PRODUTIVIDADE ARACNÍDEA
Quantos metros de teia a aranha consegue fazer de uma só vez?

Adão Pereira Jr.,
Brasília, DF

É difícil saber pois há mais de 40 mil espécies com tamanhos e modos de vida diferentes. Mas não vamos enrolar. Segundo uma estimativa do professor de Ciências Biológicas da UFBA Hilton Japyassú, as aranhas que fazem teias redondas podem produzir de uma só vez até 60 m de seda. Haja colírio.

ALÔ, ALÔ, MUSICOLOGIA
Que diabos o Jorge Ben Jor quis dizer na música W/Brasil?

Leone dos Anjos,
Manaus, AM

Para entender, o crítico musical e pesquisador André Domingues sugere observar três blocos e referências que se misturam. Um deles menciona amigos como Tim Maia e Washington Olivetto, fundador da agência de publicidade W/Brasil (arrá, sacou?). Outro traz referências ao Rio de Janeiro, como a favela do Jacarezinho e o morro da Mangueira. Também se refere ao tráfico de drogas, gírias para entregadores ("avião"), policiais ("disco voador") e uma menção ao traficante Escadinha. Já o terceiro bloco trata da situação política em 1990/91. Ele ironiza episódios como o romance dos ministros Bernardo Cabral e Zélia Cardoso e o confisco da poupança no governo Collor. O ex-presidente é comparado ao rei português d. Fernando I, conhecido pela beleza, imoralidade e vaidade. Agora chame o síndico e tire essa pergunta daí.

ETIMOLOGIA CARCEREIRA
Caro Oráculo, quero ver agora. Por que as palavras "prisão" e "cárcere" são sinônimas, mas "prisioneiro" e "carcereiro" não?

Arildo Farias,
Fortaleza, CE

Pois veja, Arildo. Segundo Elisa Battisti, do Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária da UFRGS, "prisão" vem do verbo em latim prehensio, "ato de prender". "Cárcere" é uma extensão de sentido: carcer é o local de onde partiam carruagens para prender bandidos, na Roma antiga. E o nome desse lugar passou a ser usado também para o local onde eles ficavam presos. Por isso, "prisão" e "cárcere" são sinônimos. Já "carcereiro" era quem dirigia o carro e, depois, virou também o vigia da prisão. Por sua vez, "prisioneiro" é mais nova, do século 14. Ela vem do francês prisonnier, "pessoa detida".

Imagens: Getty / Wikimedia Commons


  
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)


Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões  Me Adicione no Facebook 

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