Segundo o Dicionário
Etimológico da Língua Portuguesa, a palavra Baderna deriva do nome de uma
mulher, uma bailarina italiana chamada Marietta Baderna, uma artista que esteve
no Rio de Janeiro em 1851.
Grande artista, mulher
dotada de extrema sensualidade, tinha uma legião de fãs que costumavam fazer
uma tremenda confusão e gritaria por causa dela. Essa “histeria” dos fãs era
tão intensa que seu nome, Baderna, acabou virando sinônimo de confusão,
balbúrdia. No século 19, a palavra baderna já constava do dicionário de Antonio
Joaquim de Macedo Soares como substantivo comum.
Rolezinho. Conforme
descrito hoje na Veja OnLine, “a origem imediata do rolezinho é óbvia: a gíria
brasileira rolé (ou rolê), já velha de algumas décadas, usada quase
exclusivamente na locução “dar um rolé (ou rolê)” e que significa “pequeno
passeio, volta”.
Embora rolé tenha a
maioria das preferências, dicionários respeitáveis ainda não se puseram de
acordo sobre a grafia da palavra, o que é esperado no caso de uma criação
popular relativamente recente.”
A língua, porém, é um elemento vivo, que altera significados das palavras ao longo do tempo. Um vocábulo que hoje significa uma coisa amanhã pode ter seu sentido totalmente modificado por um modismo qualquer. Assim, rolezinho, que em princípio deveria ser uma voltinha rápida, um passeio sem compromisso, enfim um flanar sem destino e sem algum objetivo específico, começa a ser associado com uma atitude violenta, uma confusão com hora marcada, quase um vandalismo coletivo.
Isto posto, cabe
perguntar: alguém que tenha um mínimo de juízo irá a um Shopping Center sabendo
que lá irá ocorrer um “rolezinho”?
A atitude de nossa
esquerda e de algumas autoridades que querem enxergar nessa história o “grito
dos excluídos” não contribui em nada para resolver o problema. Essa molecada
que marca encontro via redes sociais está muito longe de se constituir um bando
de desvalidos ou famélicos. Ao contrário, confirmam nas diversas entrevistas
aos mais variados órgãos de comunicação que são frequentadores assíduos
daqueles estabelecimentos, detonando, de cara, a versão de exclusão ou
apartheid social, de resto tão estúpida quanto aqueles que a defendem.
Ou alguém acha que um
grupo de investidores que enfia centenas de milhões de reais na construção de
um Shopping, seja em uma área central, seja na periferia, irá discriminar seus
potenciais consumidores?
Afirmar isso só pode
ter duas motivações: burrice ou má-fé.
Enfim, o “rolezinho”
não tem nada de inocente. Trata-se de uma manifestação explícita da enorme
falta de educação do nosso povo, a quem vem sendo dito sistematicamente que
todos têm direito a tudo, sem que se atente para o fato de que quando todos
podem tudo rapidamente ninguém poderá nada, pois o caos se instaurará e, no
vazio de poder formado, um grupo de aventureiros de vocação totalitária
assumirá o comando da situação, impondo a voz de liderança desejada pela
maioria exausta de tanta bagunça para por fim à confusão.
E aí, quem sabe, em um
futuro distante, lá pelo século 23, alguém leia em um Houaiss ou Aurélio do
futuro que:
“Rolezinho, palavra
derivada do francês, cujo sentido original foi perdido, mas que a partir do
início do século XXI passou a significar vandalismo, coação, ou mais
propriamente, BADERNA.”
A maior vergonha que
uma brasileira já passou na vida foi em NY, na Bloomingdale’s.
Anos atrás, foi a essa
loja para comprar uma roupa qualquer (estava indo para uma reunião de trabalho
e uma chuva a pegou no caminho) quando ouvi pelo microfone: “Atenção, muita
atenção: estão desembarcando na porta da loja vários ônibus com brasileiros. Redobrem
os cuidados, principalmente os setores com pequenas mercadorias expostas.”
Se fez de morta, saiu
de fininho e continuou com a roupa molhada.
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