George Orwell
OMBUDSMAN, SUA ORIGEM
"Por Diogo Molina" em
13/12/2011 na edição 672
Muitos podem
autoquestionar o significado da instituição do ombudsman ou mesmo da palavra
ombudsman. De origem sueca, a palavra significa que o ombudsman tem como seu
significado geral ser representante do cidadão. Agora sabemos que a origem do
ombudsman começou na Suécia e qual a sua principal atribuição, mas como foi o
surgimento? De que forma?
Em 1713, a Suécia era
uma das maiores potências mundiais e era constituída por uma monarquia cujo rei
era Charles 12. Foi durante um refúgio na Turquia que Charles 12 criou o
Gabinete do Supremo Ombudsman. A criação do Gabinete do Supremo Ombudsman por
parte de Sua Majestade fora com o intuito de que o ombudsman recebesse as
reclamações da população, investigasse essas manifestações e encaminhasse essas
mesmas manifestações ao conhecimento de Sua Majestade e do governo monárquico.
Sendo assim,
conclui-se que o ombudsman, dentro do contexto mencionado, era uma instância de
recurso entre o povo e o rei.
Como
ressalta o ex-ombudsman do jornal Folha de S.Paulo, jornalista Carlos
Eduardo Lins da Silva em uma de suas colunas intitulada “Diplomata, Não
Militar”, publicada no jornal em 1º de julho de 2008, “Charles 12 era um grande
guerreiro. Mas quando resolveu estabelecer o ombudsman pensou como político
sobre como conciliar de forma pacífica conflitos de interesses entre os
cidadãos e o Estado”.
Foi somente a partir de
1967 que a instituição do ombudsman começou a ser implantada na imprensa
mundial. Nos Estados Unidos, no estado de Kentucky, cidade de Louisville,
criou-se através de um jornal americano (não se tem certeza sobre qual o diário
que foi o primeiro a instituir a instituição do ombudsman na imprensa ianque, o Courier-Journal ou The
Louisville Times). Na Europa, o primeiro jornal a adotar a figura do
ombudsman foi o diário El País, em experiência, assim como aconteceu de
forma mais solidificada nos Estados Unidos com o diário The Washington
Post, que também institui a função de ombudsman que mais tarde seria também
adotada pelo jornal de maior prestígio mundial: The New York Times.
O
MANDATO DO OMBUDSMAN
Referente à Reunião
Mundial dos Ombudsmans de 2009, perguntei a Carlos Eduardo Lins da Silva
quantos ombudsmans havia nos EUA, na Europa e na América Latina e ele me
respondeu: “A reunião mundial de ombudsmans de imprensa continua ocorrendo
anualmente. A mais recente foi em Washington, em abril. Mais de 70 ombudsmans
estiveram presentes. Cerca de 30 dos EUA. Há vários na Europa e alguns na
América do Sul. No Brasil, pelo menos UOL, TV Cultura e o jornal O Povo têm
ombudsmans, além da Folha”.
Baseando-se na
experiência pioneira de El País, na Espanha, e do Washington Post,
nos Estados Unidos, o jornal Folha de S.Paulo cria em 1989, em
experiência inédita e pioneira na imprensa brasileira e também da América
Latina, a instituição do ombudsman dentro do próprio do jornal que, em 2009,
completou aniversário de 20 anos desde sua criação com nove ombudsmans.
Inicialmente, o mandato
do ombudsman da Folha era de um ano, podendo ou não ser renovado por
um ano. Com o tempo, essa renovação depois que o Representante do Leitor
cumpria seu mandato de um ano passou a poder ter renovação de mandato por mais
dois anos, ficando assim um só ombudsman três anos como titular do cargo (como
exemplo dos que ficaram três anos ocupando a função, os jornalistas Marcelo
Leite, Marcelo Beraba, Renata Lo Prete, Bernardo Ajzenberg). O primeiro
ombudsman da Folha foi o jornalista Caio Túlio Costa com sua primeira
coluna como ombudsman do jornal publicada em 24 de setembro de 1989, atualmente
em 07/11/2013 a ombudsman do jornal é a jornalista Suzana Singer.
É
AO OMBUDSMAN QUE ME MANIFESTO
Uma das condições para
que o jornalista seja ombudsman da Folha é que, durante o seu
mandato, o profissional não pode fazer parte da Redação do jornal, garantindo
ao Representante do Leitor total liberdade, imparcialidade, isenção e
independência para cobrar o jornal tecnicamente positivamente ou negativamente,
tanto na crítica interna que o ombudsman escreve de segunda a sexta e que
circula somente na Redação da Folha ou na coluna de sua autoria
publicada na edição nacional e na edição São Paulo da Folha de S.Paulo no
caderno Brasil, aos domingos para conhecimento dos leitores do jornal Folha
de S.Paulo.
O ombudsman
da Folha representa os leitores do jornal e não a direção de Redação
da Folha de S.Paulo, o que não significa que o ombudsman precise se
declarar um adversário da direção do jornal para defender os leitores. Faltam
as excelências da Folha esse entendimento.
É para o ombudsman que
o leitor da Folha de S.Paulo tem que se manifestar ao conteúdo jornalístico
publicado no jornal. A reclamação diretamente a mim, sinceramente não resultará
em nada, a não ser troca de ideias ou para um debate jornalístico e nada mais
que isso porque eu digo a vocês que quando qualquer conteúdo me agrada ou não
na Folha de S.Paulo é ao ombudsman do jornal que me manifesto como
leitor, mandando um e-mail para ombudsman@uol.com.br e
o ombudsman da Folha encaminha minha opinião a direção de Redação da Folha
de S.Paulo.
É bem mais que necessário
dizer isso as excelências da Folha...
***
[Diogo Molina é
escritor]
. EU APOIO O MST: ANDRÉ SINGER IRMÃO DA DITA CUJA
.
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Osvaldo Aires Bade
Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80
milhões Me Adicione no Facebook
Portanto meus amigos, o ombudsman não teria que omitir opinião.
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Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
1º - LEITÃO E A MISÉRIA DO DEBATE (aqui)
2º - O ROTWEILLER DA DIREITA HIDRÓFOBA CONTINUA LATINDO, PARA DESESPERO DOS UNGIDOS DA ESQUERDA CAVIAR
(aqui)
Muito bom. Só não entendi o que George Orwell tem a ver com isto. 1984, sim, é uma citação pertinente, mas o autor, o que ele tem a ver com a Ombudsman? Orwell foi, possivelmente, um dos poucos escritores de esquerda que se pode chamar de "intelectualmente honesto".
ResponderExcluirMuito boa sua observação amigo é que na prática 1984 se tornou a mesma coisa que o autor - não fazei mais isso.
ExcluirAbraço