segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O ‘MARCHANTE’ DE ARTISTAS


"Retrato de grupo": Frans Hals e Pieter Codde, "Companhia do capitão Reynier Reael ("A fraca companhia")", 1633-37, óleo sobre tela, 207,2 x 427,5 cm, Rijksmuseum, Amsterdam.

"Por Franklin Jorge direto do Rio Grande do Norte"


O antiquário e marchand des tableaux Antonio Marques – a quem o jornalista Vicente Serejo trata, mui jocosamente, de “marchante” de artistas -, é um felizardo, embora ninguém o leve a sério. Nasceu para mamar. É alguém que decididamente tem o sus virado para a lua. 

A prova inconteste do deboche dos nossos dirigentes culturais que insistem em homenagear, imerecidamente, pois a bem da verdade a única coisa que esse perverso marchante de almas e do talento alheio tem feito em favor da cultura é escorchar os artistas e usufruir de benesses que um sistema corrompido proporciona aos espertalhões bons de lábia.

Este o seu talento e o seu mérito que instituições falidas e sem credibilidade teimam em mimosear - talvez até por falta de outras opções -, pois é sabido que as competências se afastam do cenário confuso.

Como antiquário, vendeu à Pinacoteca do Estado peças “fake”, cuja autenticidade chegou a ser contestada na época da entrega por funcionário da própria instituição, que percebeu a fajutice do produto e a denunciou sem temer a presença do vendedor untuoso. 

Apesar da advertência do zeloso funcionário, não consta que Marques tenha sido instado a explicar-se sobre a gravidade da denúncia. Não devolveu um centavo do que ganhou através do ludibrio e da complacência de seus protetores que fecharam os olhos para o fato. A mesa falsificada ainda continua na Pinacoteca, como prova da maneira como nossa cultura vem sendo tratada, governo após governo. 

A Fundação José Augusto o tem homenageado inúmeras vezes, num acinte àqueles que, desprendidamente e sem obter vantagens pecuniárias, tem efetivamente contribuído para com a nossa cultura sem merecer nenhum reconhecimento. Agraciado recentemente com o Mérito Deífilo Gurgel, como que a confirmar com arrogância provinciana o descaso e a falta de respeito com que a cultura tem sido tratada por agentes do governo do estado.Uma aberração que estarrece a opinião pública e compromete o governo que tem se descuidado da nossa cultura e a trata, às vezes, como rebotalho.

Já está passando da hora de o Ministério Público investigar essas relações viciosas de Antonio Marques e a Fundação José Augusto. 
Sugiro, pois, que comecem por investigar o desmonte do Museu de Minérios que existiu no Centro de Turismo, nos anos 70-80 do século passado e como foi que, de um momento para outro, esse espertalhão passou a ocupar com sua loja o espaço antes privativo desse museu extraordinário que dava uma panorâmica das nossas riquezas minerais. 

Não ofende perguntar: para onde foi o acervo do Museu de Minérios que existiu no Centro de Turismo? A Companhia de Pesquisas Minerais do RN saberia informar alguma coisa? Por que seu desmonte foi feito sem alardes, por “debaixo dos panos”, sem transparência e sem aviso, mesmo em se tratando de um bem público? Alguém tem que se explicar sobre esse crime de lesa-cultura. Algo tão grave e escandaloso como o Foliaduto e o abandono do Forte dos Reis Magos.

Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook 

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