O antiquário e marchand des tableaux Antonio Marques – a quem o jornalista Vicente Serejo trata, mui jocosamente, de “marchante” de artistas -, é um felizardo, embora ninguém o leve a sério. Nasceu para mamar. É alguém que decididamente tem o sus virado para a lua.
A prova inconteste do deboche dos
nossos dirigentes culturais que insistem em homenagear, imerecidamente, pois a
bem da verdade a única coisa que esse perverso marchante de almas e do talento
alheio tem feito em favor da cultura é escorchar os artistas e usufruir de
benesses que um sistema corrompido proporciona aos espertalhões bons de lábia.
Este o seu talento e o seu mérito que instituições falidas e sem credibilidade
teimam em mimosear - talvez até por falta de outras opções -, pois é sabido que
as competências se afastam do cenário confuso.
Como antiquário, vendeu à Pinacoteca do Estado peças “fake”, cuja autenticidade chegou a ser contestada na época da entrega por funcionário da própria instituição, que percebeu a fajutice do produto e a denunciou sem temer a presença do vendedor untuoso.
Como antiquário, vendeu à Pinacoteca do Estado peças “fake”, cuja autenticidade chegou a ser contestada na época da entrega por funcionário da própria instituição, que percebeu a fajutice do produto e a denunciou sem temer a presença do vendedor untuoso.
Apesar da advertência do zeloso funcionário, não
consta que Marques tenha sido instado a explicar-se sobre a gravidade da
denúncia. Não devolveu um centavo do que ganhou através do ludibrio e da
complacência de seus protetores que fecharam os olhos para o fato. A mesa
falsificada ainda continua na Pinacoteca, como prova da maneira como nossa
cultura vem sendo tratada, governo após governo.
A Fundação José Augusto o tem
homenageado inúmeras vezes, num acinte àqueles que, desprendidamente e sem
obter vantagens pecuniárias, tem efetivamente contribuído para com a nossa
cultura sem merecer nenhum reconhecimento. Agraciado recentemente com o Mérito
Deífilo Gurgel, como que a confirmar com arrogância provinciana o descaso e a
falta de respeito com que a cultura tem sido tratada por agentes do governo do
estado.Uma aberração que estarrece a opinião pública e compromete o governo que
tem se descuidado da nossa cultura e a trata, às vezes, como rebotalho.
Já está passando da hora de o Ministério Público investigar essas relações viciosas de Antonio Marques e a Fundação José Augusto.
Já está passando da hora de o Ministério Público investigar essas relações viciosas de Antonio Marques e a Fundação José Augusto.
Sugiro, pois, que
comecem por investigar o desmonte do Museu de Minérios que existiu no Centro de
Turismo, nos anos 70-80 do século passado e como foi que, de um momento para
outro, esse espertalhão passou a ocupar com sua loja o espaço antes privativo
desse museu extraordinário que dava uma panorâmica das nossas riquezas
minerais.
Não ofende perguntar: para onde foi o acervo do Museu de Minérios que
existiu no Centro de Turismo? A Companhia de Pesquisas Minerais do RN saberia
informar alguma coisa? Por que seu desmonte foi feito sem alardes, por “debaixo
dos panos”, sem transparência e sem aviso, mesmo em se tratando de um bem
público? Alguém tem que se explicar sobre esse crime de lesa-cultura. Algo tão
grave e escandaloso como o Foliaduto e o abandono do Forte dos Reis Magos.
Osvaldo Aires Bade
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