Tiro certeiro – Como já era esperado, o caso “Siemensgate” saiu do noticiário com o fim do vazamento seletivo de documentos, por parte do Cade, para setores da imprensa. Em mais um jogo sórdido, o PT manteve o assunto em pauta até o momento em que as investigações alcançaram o próprio governo federal, que tem a empresa alemã em muitos dos seus projetos.
Quando o caso começou a
avançar, com petistas fazendo acusações contra o governo paulista, há anos nas
mãos do PSDB, o ucho.info afirmou que o assunto cessaria no momento em que se
aproximasse dos negócios da Siemens com a Copa do Mundo de 2014. Diante da
necessidade de se manter um padrão de segurança nos estádios da Copa, o
governo, por meio do Ministério da Justiça, encontrou na Siemens a empresa
capaz de fazer a integração de todos os sistemas dedicados ao tema.
A exemplo do que sempre
acontece, o Palácio do Planalto, que diariamente acompanha o nosso conteúdo
jornalístico, não contestou a matéria, até porque não dá para negar o inegável.
Para que o assunto saísse do foco, a presidente Dilma Rousseff despachou o
ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, para os Estados Unidos.
Fazendo o papel de segundo chanceler genérico – o primeiro é o trotskista Marco
Aurélio Garcia, Cardozo foi a Washington em busca de solução para as primeiras
denúncias sobre espionagem realizada pela National Security Agency (NSA).
Com José Eduardo
Cardozo fora da cena política, o caso da Siemens foi minguando no noticiário,
mas um jornal alemão confirmou a nossa informação.
De acordo com o Süddeutsche
Zeitung, as irregularidades em negócios praticados pela Siemens no Brasil foram
denunciadas à matriz em 2008, ou seja, depois da promessa de mudança por parte
da diretoria da empresa e bem antes da denúncia às autoridades antitrustes
brasileiras. O jornal da Bavária sugere que a multinacional não investigou os
fatos à época para não ficar em desvantagem na disputa por contratos
relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.
Resumindo, o telhado
de vidro do PT no caso Siemens é enorme, além de ter sido proposital o
vazamento de documentos relacionados à investigação de suposto cartel, liderado
pela empresa alemã, para fornecimento de material metroferroviário aos governos
de São Paulo e do Distrito Federal. O presidente do Cade, Vinícius Duarte de
Carvalho – sobrinho de Gilberto Carvalho – nega o fato, mas o avanço do tempo e
o recuo do PT têm provado o contrário.
Osvaldo Aires Bade
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