Concilio de Niceia, onde se adotou a teologia da substituição: A IGREJA, O NOVO ISRAEL
Logo depois de institucionalizar o Cristianismo Imperial, o Imperador Constantino, decretou que todos os judeus abandonassem Roma, em 325 E.C/D.C, o que seria o prenúncio dos tempos difíceis para o antigo povo escolhido do que iria enfrentar. Uma citação do Erudito do Antigo Testamento. H.L. Ellis sobre a legalização do cristianismo, por parte de Constantino, diz: "Quando a Igreja foi oficializada por Constantino, a discriminação legal contra os judeus apenas se acentuou, e gradualmente eles foram sendo privados de todos os direitos" (H.L.Ellis, The Lion Concise History Of Christianity – Londres: Lion Publishes, 1983). Não foram privados somente de direitos civis, também do direito dado pelo próprio D´us, de serem chamados de Israel, direito que lhes foi lhe retirado pelo Concilio Cristão Imperial, ao denominar a Igreja de " O Novo Israel", além de serem expulsos de sua própria terra, pelos romanos, que passaram a chamar de Palestina (significa: terra dos filisteus).
I - Introdução
A religião islâmica é hoje a segunda maior religião em número de fiéis, estando à sua frente apenas o Cristianismo (incluem-se aqui Catolicismo Romano, Ortodoxos, Protestantes etc). O Islã possui seguidores em todos os continentes do mundo.
O Islamismo e o Cristianismo são as duas religiões de maior porte e mais missionárias no mundo. Suas crenças são muito semelhantes em vários aspectos. Ambos são monoteístas, foram fundados por um indivíduo específico em um contexto definido e historicamente verificável, são universais, e crêem na existência de anjos, do céu e do inferno, numa ressurreição futura e que Deus fez-se conhecer ao homem por meio de uma revelação.
Entretanto, existem também diferenças óbvias entre elas, particularmente em relação à pessoa de Jesus, o caminho da salvação, e a escritura ou escrituras de fé. Estas diferenças abarcam as doutrinas mais fundamentais de cada religião, e, portanto, mesmo que ambos possam ser igualmente falsos, o Islamismo e o Cristianismo não podem ser verdadeiros ao mesmo tempo.
Nossa tarefa é examinar as declarações islâmicas para ver se cada uma delas é verificável. A razão para isso deve ser evidente por si mesma: é muito fácil alguém fazer declarações a respeito de si mesmo, prová-las é um assunto totalmente diferente. Este material apresentará as principais objeções islâmicas contra a fé cristã, oferecendo, em contrapartida, uma resposta cristã.
II - A Vida de Maomé
Quase 570 anos depois da morte e da ressurreição de nosso Senhor Jesus, um homem chamado Maomé nasceu na cidade de Meca, capital do comércio na Arábia. Seu pai morreu antes que ele nascesse, e sua mãe morreu quando ele tinha somente seis anos de idade. Primeiro foi o seu avô que cuidou dele e, depois da sua morte, um tio.
A maior parte do povo da Arábia era pagã, e acreditava em muitos deuses e os adorava especialmente num templo que chamavam Kaaba (palavra árabe para cubo).
No Alcorão lemos acerca de Maomé: Fui mandado adorar o Senhor desta Terra... (Sura 27:91). Os muçulmanos dizem que isso se refere a Alá e provavelmente têm razão, segundo o entendimento islâmico, mas Alá era um nome que se usava para um dos deuses da Arábia, que era conhecido como o pai das deusas Lat, Uzza e Manat, adoradas por muitos. Maomé repudiou esta idéia, assim como qualquer outra que fomentasse idolatria em seu pensamento.
Quando Maomé tinha 25 anos de idade, casou-se com sua patroa, uma senhora já duas vezes viúva. Seu nome era Khadija. Maomé era um homem quieto e de vida simples. Seu casamento com Khadija, que era 15 anos mais velha do que ele, durou 25 anos, até a morte da esposa. Parece que havia boa relação entre os dois. Tiveram vários filhos, porém o único varão morreu quando ainda era criança, o que trouxe grande sofrimento a Maomé.
Aproximadamente dez anos antes da morte de sua esposa, Maomé começou a ouvir vozes, ter visões e sonhos. Freqüentemente saía da cidade e ia para uma caverna no monte de Hira, para lá meditar, às vezes, por vários dias.
Aos 40 anos, teve uma experiência extraordinária. Lá na caverna recebeu a primeira revelação do que, mais tarde, se tornou o livro santo do Islã, o Alcorão (capítulo = Sura, versículo = Ayate). Maomé disse que recebeu as revelações do anjo Gabriel e que, a princípio, ficou muito atemorizado, mas depois recebeu mensagens durante 22 ou 23 anos, até sua morte. Segundo a tradição islâmica, pelo menos no início, Maomé ficou preocupado porque espumava pela boca e rugia como camelo novo. Era como se sua alma fosse tirada do corpo, e ele, então, parecia embriagado.
Primeiro as mensagens diziam que há só um Deus, que é Alá e que todos os ídolos deveriam ser destruídos. Muito foi revelado acerca do julgamento vindouro, sobre a necessidade de viver corretamente e a perspectiva da vida eterna no paraíso ou no inferno. Tanto o paraíso como também o inferno receberam uma descrição muito viva. Os que fossem ao Céu receberiam todo o bem: comida maravilhosa, frutas, taças e jarras cheias de néctares e huris (virgens bonitas) de olhos grandes, semelhantes a pérolas em suas conchas. No inferno nada haveria para refrescar ou agradar, e os que fossem para lá beberiam água fervente e pus em cima de frutas amargas (Sura 56:1-56). Quanto aos crentes que praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente, onde terão esposas imaculadas, e os faremos desfrutar uma densa sombra (Sura 4:57).
O sucesso da pregação de Maomé foi inicialmente pequeno. Sua esposa foi a primeira convertida e, ao longo dos anos, cerca de mais 200 moradores de Meca o seguiram. Em 622 a.D., Maomé recebeu um convite para mudar-se para Medina, a 250 km ao norte de Meca, a fim de servir como líder e árbitro nas questões existentes entre muçulmanos, pagãos e judeus que ali moravam. Somando isso à oposição que sua pregação ainda suscitava, ele emigrou para Medina. Essa fuga para Medina foi chamada de Hégira e tornou-se o início do calendário islâmico. Durante sua permanência em Medina, ele transformou-se, de um simples pregador revolucionário, em poderoso homem de guerra, e tornou-se polígamo também. Alguns sugerem que para poder sustentar sua família e seus seguidores Maomé em Medina instituiu a guerra santa (o Jihad) contra os infiéis, com o saque dos despojos e prisioneiros: ...matai os idólatras onde quer que os encontreis e capturai-os e cercai-os e usai da emboscada contra eles... Quando, no campo de batalha, enfrentardes os que descrêem, golpeai-os no pescoço. Combatei os que não crêem no último dia e não proíbem o que Deus e Seu Mensageiro proibiram... Até que paguem, humilhados, o tributo (Jyza, uma taxa especial para os que não eram muçulmanos)... E combatei-os até que não haja mais idolatria e que a religião pertença exclusivamente a Deus... (Sura 9:5; 47:4; 9:29; 8:39). Os muçulmanos entendem que estas batalhas surgiram em função do fato de que estavam sendo atacados, porém há discussão entre os intelectuais sobre se este era realmente o caso.
Baseado neste princípio, o Islã dividiu o mundo em duas partes: o Dhar-ul-Islam e o Dhar-ul-Harb, isto é, o território do Islã e o território de guerra! A guerra santa não apenas tinha o objetivo de. amealhar bens, mas também de conquistar os vencidos para o Islã. Hoje tal guerra já não se faz pela espada, mas pela aplicação de enormes somas de dinheiro dos países muçulmanos em países pobres, como forma de atraí-los ao Islã. A violência tem sido a característica, não da comunidade islâmica em geral, mas, sim, dos radicais.
Maomé morreu em 632 a.D., mas não sem antes tomar a cidade de Meca. Ele aproximou-se da cidade com dez mil guerreiros e o povo de Meca rendeu-se, sem resistência nenhuma. Maomé destruiu todos os ídolos, mas manteve como prática islâmica a peregrinação a Kaaba, em Meca, o que já era prática comum na Arábia, mesmo antes de o Islamismo ser implantado. Nos séculos seguintes, a nova fé espalhou-se, seja pela espada, seja por meio do comércio, por todo o Oriente Médio, Norte da África, parte da índia, Espanha, África Oriental e Ásia Central.
III - Causas da Expansão Vitoriosa dos Árabes
Os historiadores apresentam as seguintes causas para a expansão árabe:
1) Causas Religiosas
Estudando as causas das conquistas árabes no século 7, temos de considerar o entusiasmo religioso dos muçulmanos que alcançava o grau supremo do fanatismo e da intolerância, e vê-se nele uma das causas determinantes dos espantosos êxitos militares obtidos pelos árabes em sua luta contra a Pérsia e contra o Império Bizantino no século 7. Deduz-se que os árabes se tenham precipitado sobre as províncias asiáticas e africanas com a determinação de cumprir a vontade de seu profeta que lhes havia prescrito a conversão de todo o mundo à nova fé. Em resumo, costuma-se explicar em geral as vitórias árabes pelo entusiasmo religioso que preparava os muçulmanos fanáticos para encarar a morte com desprezo, fazendo-os assim invencíveis na ofensiva, mas também existe o lado da atração da pilhagem e das rapinas, o entusiasmo religioso dos muçulmanos contratados com um mundo profundamente dividido e etnicamente heterogêneo. É importante mencionar ainda que os chefes muçulmanos eram discípulos apaixonados de Maomé, oravam mais do que lutavam e, com o tempo, inspiraram aos seus adeptos um fanatismo que aceitava a morte numa guerra 'santa' como um 'abre-te sésamo' para o paraíso.
2) Causas Econômicas
A Arábia, reduzida em recursos naturais, não poderia satisfazer já às necessidades físicas de sua população e, então, sob a ameaça da miséria e da fome, os árabes viram-se na necessidade de fazer um esforço desesperado para libertar-se da ardente prisão do deserto. A isca do saque e da rapina constituiu, sem dúvida, um poderoso atrativo para as hordas beduí-nas. A promessa de uma rica presa incitou as tribos a se alistarem sob a bandeira do Califa. O êxodo triunfante da península recebeu um enorme estímulo bem depressa ao chegarem notícias das fabulosas riquezas encontradas na Síria e no Iraque.
3) Causas Militares
As tropas árabes eram mais rigorosamente disciplinadas e conduzidas com habilidades, estavam habituadas às agruras e eram recompensadas com os despojos. Podiam lutar com o estômago vazio e dependia da vitória a sua comida. Finalmente havia causas militares da invasão, à medida que os vitoriosos exércitos árabes cresciam com recrutas famintos ou ambiciosos, criava-se o problema de lhes fornecer novas terras e conquistar apenas para prover-lhes alimentos e soldos. Cada vitória exigia outra, até que as conquistas árabes - mais rápidas do que as romanas e mais duradouras do que as dos mongóis - resultaram no mais espantoso feito da história militar.
Além disso, o exército árabe era mais adaptado ao meio onde se movimentara para atacar o inimigo - o deserto vasto e uniforme. A cavalaria árabe soube tirar proveito do uso do camelo especialmente como eficiente meio de transporte a longas distâncias em relativamente pouco tempo. Camelo e deserto formavam um quadro harmônico em que o guerreiro árabe atuava com vantagem sobre o adversário.
4) Afinidade racial e cultural
Outro fato importante foi que os conquistadores árabes encontraram em algumas regiões populações de origem semítica. Na Palestina e na Síria, existiam numerosos habitantes de origem árabe. No Iraque, havia muito, processara-se uma infiltração de tribos árabes.
Assim, para as províncias conquistadas, os árabes não eram considerados bárbaros ou estrangeiros; por intermédio do comércio, essas populações sempre tiveram relações com os árabes.
5) Fraqueza dos adversários
O Império Bizantino possuía os seguintes pontos fracos: problemas religiosos, o descontentamento existente entre a população ortodoxa das províncias orientais em relação ao governo central por causa de certas concessões de compromissos outorgados aos monofisistas; problemas socioeconômicos e impostos exagerados pesavam sobre a população revoltada, especialmente quando a população teve de arcar com as despesas da guerra com o Império Persa. Em relação aos problemas militares, o Império Bizantino estava profundamente enfraquecido em virtude da tremenda luta contra os persas. As tropas esgotadas não podiam opor uma resistência eficaz aos exércitos árabes constituídos por soldados bem dispostos à luta. Ainda havia outros fatores como as constantes invasões persas na Síria e Palestina; as fronteiras do Império Bizantino estavam desguarnecidas.
As lutas entre o Império Bizantino e o Império Persa haviam enfraquecido a ambos, os persas tinham sido derrotados pelo Império Bizantino; estavam desmobilizados, com sérios problemas econômicos e com profundas divisões na sociedade e na religião zoroastrista.
6) Tolerância muçulmana e benefícios econômicos
Os árabes eram extremamente tolerantes, exigiam apenas que admitissem a supremacia política do Islã, materializada, sobretudo no pagamento de impostos especiais, na interdição de qualquer proselitismo junto a muçulmanos e no caráter puramente árabe do exército.
Essa tolerância explica porque os judeus de Jerusalém receberam os árabes como verdadeiros libertadores (637 a.D.) e que os cristãos monofisistas de Alexandria tenham acolhido o maometano Omar (643 a..D.). Quando da última tentativa de Heráclito para conquistar a Síria, os cristãos colaboraram com os muçulmanos e, segundo o historiador Abd-Al-Hakam, as autoridades eclesiásticas do Egito, ordenaram aos coptas que não se opusessem aos árabes, por ódio pelas perseguições bizantinas, e o patriarca Ciro, representante da autoridade imperial, entendeu-se facilmente com os árabes.
Além do bom entendimento entre árabes e cristãos, encontramos aqui os benefícios econômicos que o jovem império árabe trouxe a essas regiões, com contato comercial em vários lugares da Síria à Índia, da Mesopotâmia até as ilhas distantes, tudo sob a administração árabe.
IV - Crenças do Islamismo (IMAN)
A teologia islâmica é tão vasta quanto a teologia cristã e, assim como os cristãos possuem um credo resumido, os muçulmanos também o possuem:
4.1 - Crença em Deus
Deus é chamado de Alá, é UNO (wahed), e não tem companheiros nem ninguém que lhe seja igual. Deus é totalmente diferente do homem. A essência da natureza de Deus no Islã é poder.
Os muçulmanos tiraram do Alcorão 99 nomes (ou adjetivos) para Deus. Eles normalmente usam rosários de 99 contas, para recitar todos os seus nomes. É interessante notar que, entre os 99 nomes ou adjetivos citados, não existem as palavras amor e pai.
4.2 - Crença nos Profetas
Maomé ou Mohammed ensina que existe um profeta para cada época, começando por Adão e terminando em Maomé. A tradição islâmica diz que existiram 120 mil profetas.
Para cada profeta foi dado um livro sagrado. Todos se perderam, exceto três: O da Lei (Torá), dado a Moisés; o dos Salmos (Zabur), dado a David; e os Evangelhos (Injil), dado a Jesus. Nesse esquema, Jesus era apenas mais um profeta. Maomé é considerado o Selo dos Profetas, o último e o maior deles.
4.3 - Crença nos Livros Sagrados
Segundo a crença islâmica, o Alcorão é o último livro sagrado dado ao homem. O Alcorão é eterno, escrito em placas de ouro ao lado do trono de Alá e recitado a Maomé pelo anjo Gabriel, de acordo com a necessidade.
O Alcorão confirma os livros anteriores, ou seja, os dados a Moisés, David e Jesus. Os muçulmanos acreditam que alguns versos mais antigos do Alcorão foram substituídos. Alguns especialistas afirmam que 225 versos foram suprimidos, o que é motivo de constrangimento para muitos adeptos do Islã.
4.4 - Crença nos Anjos
Deus criou todos os anjos. A maioria dos anjos é má e eles são chamados ginn (de onde cremos originar-se a palavra gênio). Miguel é considerado o anjo-patrono dos judeus. Gabriel é o anjo que trouxe o Alcorão.
Cada ser humano tem um anjo-ombro: um escrevendo suas boas obras, e outro as más. Satanás (Iblis ou Shitan) foi desobediente. Deus ordenou-lhe adorar Adão e ele se recusou. Este é mais um constrangimento para os muçulmanos, pois Satanás estava certo: somente Deus deve ser adorado.
4.5 - Crença no Dia do Juízo Final
A salvação é pelas obras. As obras de todas as pessoas serão pesadas numa balança. Se as boas superarem as más, tal pessoa irá para o paraíso. Os mártires irão todos para o paraíso.
O conceito de paraíso é bem sensual. Há lindas virgens de olhos negros para cada homem. Existem rios, árvores frutíferas e perfumes no paraíso.
O inferno é para os não-muçulmanos. É um lugar de fogo e tormento indescritível. A maioria dos muçulmanos aceita a idéia da existência do purgatório. O pecado imperdoável é associar algo ou alguém a Deus.
4.6 - Crenças nos Decretos de Deus
Deus (Alá) é absolutamente soberano. Deus não tem nenhuma obrigação moral, pois isto limitaria seu poder e soberania. Tudo o que acontece é porque Deus assim quis.
Deus decreta o destino de cada ser humano. Entende-se que isto acontece numa determinada noite do ano. Deus é o autor do mal.
V - Práticas do Islamismo (DIN)
O Islamismo é um modo de vida que envolve todos os aspectos da existência. Ele cobre os aspectos religiosos, político, social e cultural. Não existe a idéia que nós temos da separação entre a Igreja e o Estado, mas existe o que se chama de pilares do Islamismo. Em geral aceita-se que estes pilares são:
5.1 - Testemunho ou Confissão (SHAHADAH)
Eu testifico que não existe outro deus além de Deus, e que Mohammed é o mensageiro de Deus. Recitar isto, crendo no que você está dizendo, o faz um muçulmano.
Isto é recitado no ouvido do recém-nascido. É recitado no ouvido da pessoa que está morrendo. Mérito é acumulado cada vez que se recita essa confissão. Nas orações diárias, repete-se esta confissão mais de 30 vezes.
5.2 - Orações Formais (SALAT)
As orações rituais devem ser feitas cinco vezes por dia:
- Ao amanhecer, quando você pode ver um fio branco;
- Ao meio-dia;
- No meio da tarde;
- Ao pôr-do-sol;
- À noite, em algum momento antes de se deitar.
O Salat requer prostrar-se, tocando a testa no chão. Tem de ser feito sem nenhum erro, para que se alcance mérito. Você pode dizer outras vezes, para ganhar mais méritos. Existe outro tipo de oração que se chama dua.
5.3 - Dar Esmolas e Fazer Caridade (ZAKAT)
Existe uma escala proporcional para o dar.
2,5% das suas entradas financeiras
5% dos produtos agrícolas
10% de todos os bens importados
Isto pode ser dado aos pobres ou para causas religiosas, incluindo a Guerra Santa muçulmana (Jihad). Existe muita controvérsia sobre quem deve coletar estas ofertas.
5.4 - O Mês de Jejum (SAOUM)
É no mês lunar do Ramadan. O jejum tem uma duração de 29 a 30 dias. Jejua-se somente durante o dia. Não se deve comer nem beber desde o nascer até o pôr-do-sol. De noite até o amanhecer, pode-se comer tanto quanto desejado. 1/30 do Alcorão deve ser lido diariamente. Os viajantes, mulheres grávidas, mulheres durante o período menstrual, crianças e enfermos estão isentos.
5.5 - A Peregrinação (HAJJ)
A peregrinação é uma idéia pré-islâmica. O primeiro a mencionar a Ka'aba foi Diodorus Siculus, em 60 a.C.
É obrigatória a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida. Uma vez lá, é necessário cumprir as seguintes obrigações:
- Caminhar sete vezes ao redor da Ka'aba.
- Vestir roupas especiais para a ocasião.
- Apedrejar Satanás.
- Relembrar a busca de Hagar por água.
- Viver em tendas nas planícies de Arafat.
- Beijar ou tocar a pedra negra na parede da Ka'aba.
Os que não são muçulmanos estão proibidos de entrar nas áreas santas das cidades de Meca e Medina.
5.6 - A Guerra Santa (JIHAD)
A palavra árabe jihad significa lutar por Deus. Isto pode ser interpretado como guerra ou qualquer outra forma militar a favor de Deus, por exemplo, pregando, escrevendo, promovendo melhorias na área educacional etc. Alguns especialistas muçulmanos tentam dizer que este não é um dos pilares do Islamismo.
VI - A Formação do Alcorão - o Livro Sagrado Muçulmano
6.1 - O Conceito de Revelação de Maomé
Segundo o Islamismo, o Alcorão é eterno no céu. O Alcorão foi escrito em placas de ouro no céu. O anjo Gabriel se aproximou de Maomé e lhe disse: Recite! Então Maomé memorizou o que escutou deste ser angelical, e recitou de memória, tudo que escutou. Conforme ele recitava a seus companheiros, iam escrevendo tudo que escutavam.
As recitações contidas no Alcorão foram dadas conforme a necessidade das situações em que se encontrava Maomé. Aparentemente, Maomé foi a uma caverna aos pés do Monte Hira, perto de Meca, para buscar estas revelações, enrolando-se num manto, da mesma forma que os outros faziam para buscar estas experiências. As primeiras revelações podiam ser anuladas por revelações mais recentes.
O Alcorão confirma todas as escrituras anteriores, que são a Lei de Moisés, os Salmos de David e o Evangelho de Jesus. Estes livros foram dados a estas pessoas da mesma forma que o Alcorão foi dado a Maomé. Como o Alcorão veio por último, já não se faz necessário estudar os livros anteriores. Segundo o Islã, o Alcorão é todo-suficiente. Nunca mais haverá outro profeta ou livro sagrado. O Alcorão é a revelação final.
6.2 - Como Se Formou o Alcorão Após a Morte de Maomé?
Não tinha sido escrito de uma forma sistemática. Os primeiros adeptos do Islã memorizaram o Alcorão. Abu Bakr, a conselho de Ornar, decidiu fazer uma coleção das revelações. Deve-se observar que por volta do ano 11 da Hégira havia morrido em combate grande número de adeptos do Profeta que sabiam de cor os textos corânicos. Zaid ben Tsabit, que fora um dos escribas de Maomé, recebeu a incumbência de reunir tudo que havia sido escrito sobre os diferentes temas de revelação e também tudo que os companheiros do Profeta haviam retido na memória. Essa primeira compilação dos textos corânicos, embora não possuísse autoridade oficial, iria desempenhar papel relevante por ocasião da elaboração de uma nova compilação sob o califado de Otmã. Deve-se observar que a redação feita por Zaid não foi a única: outros companheiros de Maomé promoveram também compilações particulares que apresentavam divergências entre si e provocaram naturalmente divisões doutrinárias entre os crentes. Compreende-se assim a decisão de Otmã no sentido de mandar fazer uma redação oficial do livro santo. O califa apelou para o auxílio de Zaid cuja compilação serviu de base para o estabelecimento do novo texto. A nova versão foi então imposta oficialmente pelo califa: enviaram-se cópias às principais cidades com ordem de destruição das demais coleções. Compreende-se que essa imposição oficial tenha despertado reações por parte de muitos muçulmanos ("História do Mundo Árabe", Mário Curtis Giordani, Ed. Vozes 1975, p. 330).
6.3 - Outras Fontes de Autoridade Além do Alcorão
A tradição de Maomé foi primeiramente seguida por seus companheiros mais próximos e depois por seus sucessores, era chamada de Tradição Viva ou Sunnah. A Sunnah existia à parte do Alcorão e abarca tudo o que Maomé disse e fez. Eventualmente a Tradição Viva foi escrita e classificada em volumes chamados Hadith ou Traduções Escritas.
A Lei Islâmica (Sharia) é baseada principalmente em duas fontes: O Alcorão e o Hadith.
VII - Rejeição à Teologia Cristã
Essa nova religião pretendia ser a verdadeira depositária da mensagem do Deus único, Alá, que foi entregue a judeus e cristãos, mas da qual eles tinham se afastado. Ela declara acreditar na Bíblia (Taurat = Lei, Zabur = Salmos, Injil = Evangelho), alegando que os textos existentes foram adulterados, apesar de não possuírem nenhum tipo de prova disso. Variação de manuscritos das Escrituras ou erros de tradução são maximizados pelos polêmicos muçulmanos, e uma interpretação literal é feita de passagens de linguagem figurada, como forma de justificar a reivindicação de que a Bíblia está corrompida.
Maomé considerou os ensinos do Novo Testamento sobre Jesus, o Filho de Deus na Trindade, e Sua morte substitutiva na cruz, como uma blasfêmia total. Obviamente ele presumiu que isso não era bíblico, mas, sim, um excesso, uma heresia: ...E os cristãos dizem: 'O Messias é o filho de Deus'. Essas são suas asserções. Erram como erravam os descrentes antes deles. Que Deus os combata (Sura 9:30). São palavras fortes, mas cada muçulmano sente realmente assim acerca da fé cristã.
Os muçulmanos crêem que a Bíblia não é o texto original da Lei, dos Salmos e do Evangelho. Eles sustentam que judeus e cristãos corromperam e mudaram o original, acrescentando os ensinos sobre a divindade de Jesus e sua filiação divina, o conceito de Trindade, a crucificação e a doutrina de expiação. A maior parte da literatura muçulmana contra o Cristianismo ataca violentamente os alicerces da nossa fé.
Será que devemos evitar falar sobre estas questões? Ou devemos tentar esclarecê-las? Se evitarmos falar sobre suas acusações, eles chegarão à conclusão de que os cristãos não têm nenhuma resposta às afirmações muçulmanas; por isso é necessário esclarecer exatamente o que cremos e por que cremos. A Bíblia apresenta uma maneira maravilhosa de fazer isso: Antes santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor, a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós (1 Pe 3.15).
7.1 - Vamos Aprender Algumas Lições Importantes:
1. O que quer que falemos, qualquer que seja nosso comportamento, façamos tudo na presença de Cristo e sob seu senhorio!
2. Estamos preparados! Não debatemos pontos que não conhecemos. Nós nos informamos de antemão e respondemos inteligentemente, de modo sábio e convencedor. O estudo deste material é muito útil neste aspecto.
3. Respondemos a perguntas reais! Freqüentemente, ao compartilhar o Evangelho com muçulmanos, cristãos respondem às perguntas que pensam que eles têm. Tais perguntas são inúteis para os muçulmanos, porque eles pensam e raciocinam de maneira bem diferente.
4. Ao falarmos com muçulmanos, não nos aproximamos deles como cruzados, guerreiros, mas como testemunhas! Não lutamos com eles nem os intimidamos! O amor de Cristo nos guia. Não os forçamos, mas compartilhamos com eles, esclarecendo ponto por ponto o que os muçulmanos precisam conhecer e entender.
5. As informações aqui constantes sobre o Islã não são armas contra eles! São ferramentas para ajudar a entender o que é o Islã na sua essência. São úteis para ajudar ao leitor, com mansidão e bondade, a demonstrar a um muçulmano a diferença que há entre uma vida segura do favor divino recebido através da morte de Cristo e da incerteza de alguém que não conhece o Senhor.
VIII - Como Responder às Objeções Muçulmanas
Considerando que a Bíblia contradiz o Alcorão, e vice-versa, não podem os livros se originar da mesma fonte, a não ser que um deles ou ambos tenham sido e mudados manipulados pelo homem.
É, portanto, nossa tarefa sentar-nos com os muçulmanos a fim de estabelecermos, juntos, a verdade. Não adianta querer insistir em estarmos certos porque a Bíblia é verdadeira, enquanto o muçulmano insiste em que o Alcorão foi inspirado e é verdadeiro. Por que cremos que a Bíblia é verdadeira? Por que o muçulmano crê que o Alcorão é verdadeiro? Vamos primeiro ver os argumentos islâmicos:
a) A Bíblia foi mudada e corrompida!
As nossas respostas, em contraperguntas, são estas:
1. Por que alguém mudaria a Bíblia, se nela está escrito que aqueles que acrescentam ou tiram dela alguma coisa sofrerão castigo eterno (Ap 22.18-19)?
2. Se alguém tivesse mudado a Bíblia, todos os outros que tivessem conhecimento dessa mudança se oporiam a isso. Nenhum homem pode mudar todas as Bíblias existentes ou partes dela.
3. O Alcorão afirma, em termos bem certos, que o Taurat, o Zabur e o Injil foram dados por Alá!
4. O Alcorão também afirma que ninguém consegue mudar as palavras de Alá (Sura 6:34). Se então o Taurat, o Zabur e o Injil são palavras de Alá, como alguém poderia conseguir mudá-las?
5. Quando foi a Bíblia mudada? Não poderia ser depois de Maomé, pois todos os manuscritos bíblicos são datados de antes dele. Não poderia ser antes, pois o Alcorão teria então acusado os cristãos ou os judeus por terem feito isso.
6. Quem mudou a Bíblia?
7. Como é que alguém pode crer que a Bíblia foi mudada, se não receber respostas satisfatórias a pelo menos algumas de nossas perguntas?
É possível que os muçulmanos digam que o Evangelho original é o Evangelho de Barnabé. Tal evangelho é forjado, datado do século 14, o que pode ser provado sem dificuldades.
Os muçulmanos também podem argumentar que - conforme o Alcorão - o Evangelho foi dado a Jesus, (neste caso pensam que o Evangelho é um livro revelado a Jesus), mas que os nossos evangelhos foram escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João, por isso não podem ser originais. A Jesus, porém, nunca nenhum evangelho foi dado! Ele é o ponto central das Boas-Novas do Evangelho! Ele é o Evangelho, e não um livro que lhe foi dado. Ele é o Evangelho das boas-novas através do que Deus se revelou aos homens. Muçulmanos especialistas neste assunto aparecem com vários argumentos, questionando o texto bíblico; produzem literatura sobre isso.
b) Jesus não é o Filho de Deus, nem é divino
Devemos dizer que a crítica islâmica deste ensino bíblico fundamental é extremamente fraca. O Alcorão ataca a Trindade: adeptos do Livro, não vos excedais em vossa religião, e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, o filho de Maria, nada mais era do que o Mensageiro de Deus e Sua palavra um sopro de Seu espírito que Ele fez descer sobre Maria. Acreditai, pois, em Deus e em Seus Mensageiros e não digais: 'Trindade'. Abstende-vos disso. É melhor para vós. Deus é um Deus único. Glorificado seja! Teria um filho? Como! A Ele pertence tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra. Basta-vos Deus por defensor (Sura 4:171).
São descrentes aqueles que dizem que Deus é o Messias, o filho de Maria, quando o próprio Messias declarou: filhos de Israel, adorai a Deus, meu Senhor e vosso Senhor'. Em verdade, quem atribuir associados a Deus, Deus lhe proibirá o Paraíso e lhe dará o Fogo por morada. Os iníquos não têm aliados. São descrentes aqueles que dizem que Deus é o terceiro de três (...) (Sura 5:72-73).
Por que Deus teria tomado a Si um filho? Exaltado seja! Quando decreta algo, basta-lhe dizer: 'Sê!' para que seja (Sura 19:35).
Podemos ver claramente o entendimento estranho que Maomé tinha da Trindade. Para ele, era constituída por Alá, Maria e Jesus, e está implícito que Cristo nasceu de uma relação física entre Alá e Maria. Não admire que Maomé rejeitou esta idéia. Nós também a rejeitamos!
É interessante, contudo, que na Sura 19 está implícito claramente que Alá é quem deu origem à gravidez de Maria, assim confirmando o papel de Deus como pai, embora diferente de uma cópula física.
Que é Trindade?
O que queremos dizer quando falamos sobre nosso Deus trino? Este conceito é tão impossível de analisar ou imaginar quanto o do próprio Deus. Tudo que sabemos de Deus percebemos através das coisas que Ele fez e está fazendo e também pelo que Ele revelou sobre si mesmo nas Escrituras. Além disso, Deus revelou-se a si mesmo em Jesus Cristo: ...quem me vê a mim vê o Pai... (João 14.9); Eu e o Pai somos um (João 10.30).
A filiação divina de Jesus e a Trindade de Deus são mais que ensinadas explicitamente, verdades implícitas nas Escrituras: Jr 23.5-6; Jr 33.15-16; Is 7.14; Is 9.6; 63.7-10 (a palavra salvador é tradução verbal do hebraico Jeshua, ou seja, Jesus!). A tradução verbal de Dt 6.4 também comprova isso. O texto diz: ...o Senhor, nosso Deus, é um (numa unidade plural). O próprio nome de Deus (Elohim) é uma forma plural, sublinhando a Trindade. Também nos Salmos 2.1-7 e 110.1 encontramos referências ao Filho de Deus. O Novo Testamento nada acrescenta à essência desses ensinos do AT, mas confirma estas afirmações acerca do Filho e da Trindade em passagens como (Mt 28.19; 2 Co 13.14) etc.
Deus é demasiadamente grande e diferente de nós para que O possamos compreender. Deveríamos, porém, crer no que Ele diz sobre si mesmo.
O Alcorão ataca a divindade de Cristo
Devemos notar a alta consideração que o Senhor Jesus recebe no Alcorão:
Ele nasceu de uma virgem (Sura 19:20)
Ele era santo e perfeito (Sura 19:19)
Ele é o Messias (Sura 4:171)
Ele é a Palavra de Deus (!) (Sura 4:l71)
Ele é um espírito vindo de Deus (Sura 4:171)
Ele criou vida (Sura 5:110)
Ele curou os doentes (Sura 5:110)
Ele ressuscitou os mortos (Sura 5:110)
Ele veio com sinais claros (Sura 43:63)
Ele é um sinal para toda a humanidade (Sura 19:21; 21:91)
Ele é ilustre neste mundo e no além (Sura 3:45)
Ele foi levado ao Céu (onde continua a estar) (Sura 4:158)
Ele voltará para o julgamento (Sura 43:63)
Estas são 13 afirmações sobre Jesus Cristo. Poderíamos imaginar algum homem que jamais tenha vivido, exceto talvez Elias, que poderia verdadeiramente reivindicar para si mesmo pelo menos três destas qualidades? Somente a evidência destas afirmações faz de Jesus mais do que um profeta. Estas 13 qualidades obviamente dão a Ele uma posição divina.
Como já vimos, tanto o Alcorão como os muçulmanos rejeitam a divindade de Jesus completamente, mas a Bíblia proclama isso sem a mínima dúvida e com toda a evidência necessária. Vale a pena fazer um estudo disso: Jo 14.6; Cl 1.15-20; 1 Jo 5.20; Jo 10.25-33; Mt 26.63-64; Tt 2.11; Lc 7.48-50; Dn 7.13-14; Fp 2.5-6; Mt 14.32-33; At 20.27-28; Jo 1.10-12; Jo 5.21-27; Jo 20.26-29; Hb 1.1-4; 2 Co 4.4; Rm 9.4-5.
Baseados nestes textos bíblicos, tente responder às perguntas seguintes:
1. O que de fato expressa o título filho de Deus? Quais são os poderes que este título tem?
2. Quando foi que Jesus começou a ser o Filho de Deus?
3. O título Filho de Deus realmente significa que Jesus é Deus?
4. Que significa afirmar que Jesus é a imagem de Deus? Não é somente o Novo Testamento que ensina que Jesus é o Filho de Deus; mesmo o Antigo Testamento afirma isso claramente, profetizando sobre o Messias que viria: Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e será o seu nome EMANUEL (Deus conosco) (Isaías 7.14).
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre seus ombros e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Isaías 9.6).
O Senhor Jesus tem as naturezas divina e humana em si mesmo. A sua aparência era totalmente humana. Ele tinha de comer, beber, dormir; sentiu dores, tristeza e mostrou alegria. Ele também sentiu a necessidade de orar, mas foi a sua divindade que o capacitou a alimentar cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes, a curar os leprosos, os aleijados, os paralíticos e os cegos, a ressuscitar os mortos, a acalmar a tempestade, a perdoar pecados, a andar sobre as águas e a ressuscitar dentre os mortos.
c) O Islã rejeita a crucificação de Jesus e a sua expiação
Talvez a resistência mais forte do Islã seja contra a crucificação e morte do nosso Senhor: E por terem dito: Matamos o Messias, Jesus, o filho de Maria, o Mensageiro de Deus', quando, na realidade, não o mataram nem o crucificaram: imaginaram apenas tê-lo feito. E aqueles que disputam sobre ele estão na dúvida acerca de sua morte, pois não possuem conhecimento certo, mas apenas conjecturas. Certamente, não o mataram (Sura 4:157).
O Messias, o filho de Maria, nada mais é do que um Mensageiro, (...) Adorareis, em vez de Deus, quem não vos pode nem prejudicar nem beneficiar? (Sura 5:72).
Em muitos livros, panfletos, folhetos, cassetes e vídeos islâmicos, (alguns deles antigos e outros recentes) esta afirmação é fortalecida aparentemente como se fosse com base nas Escrituras. Alguns muçulmanos dizem que Jesus foi pregado na cruz, mas que não morreu lá. Então realmente não foi crucificado. Ele desmaiou, foi tirado naquele estado e recuperou-se no túmulo com a ajuda das mulheres. Outros dizem que Judas foi confundido com Jesus e crucificado. A palavra crucificar tem origem nas palavras latinas de cruz = cruz e ficere = fixar. Afirmam que crucificar significa, então, fixar alguém numa cruz; não necessariamente a morte da pessoa na cruz; contudo, toda essa argumentação não faz sentido.
A cruz de Jesus sempre foi um escândalo, uma ofensa: Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus (1 Co 1.22-24).
Em Gálatas 5.11, lemos sobre o escândalo (ofensa) da cruz. O que é tão ofensivo na cruz?
O sacrifício de Jesus Cristo na cruz mostra que o homem é completamente incapaz de ir ao Céu, à presença de Deus, pela sua própria bondade e força. Jesus deixou isso claro, quando disse: ...sem mim, nada podeis fazer (Jo 15.5). Paulo confessa: sei que em mim não habita bem algum.
O homem precisava e precisa de Jesus, que se tornou o nosso sacrifício, que morreu em nosso lugar para abrir o caminho ao Céu. O orgulho do homem faz que ele se rebele contra a sentença de Deus. Ele se ofende porque Deus não aceita seus esforços pessoais!
d) Expiação
Em Hebreus 9.22, lemos: ...sem derramamento de sangue, não há remissão. Isto, naturalmente, refere-se ao sangue de sacrifícios. O Antigo Testamento ensina isso em toda a parte: ... é o sangue que fará expiação... (Lv 17.11). Expiação significa reconciliação; é a restauração de uma relação quebrada.
Negar o sacrifício de Jesus na cruz, ou fazê-lo parecer desnecessário, é uma forma de invalidar a única maneira de o homem ser salvo, segundo a Bíblia, e isto é exatamente o que o Alcorão faz ao negar a crucificação de Jesus (Sura 4:157).
Como este é um ponto crucial, devemos utilizar algum tempo para estabelecer a verdade sobre a crucificação e a morte do Senhor Jesus Cristo:
1. Quase um terço dos Evangelhos trata da última semana de vida de Jesus e da sua morte!
2. O sacrifício de Jesus é a conclusão lógica dos ensinamentos do Antigo Testamento.
3. O Antigo Testamento profetizou a morte de Cristo na cruz com detalhes enormes.
4. Temos a narrativa de testemunhas oculares. Que sentido faria para eles inventar tal história?
5. Cristo predisse a sua morte várias vezes.
6. Existe evidência histórica aceitável da crucificação e da morte de Jesus.
IX - Evidências da Verdade
Vamos ver em mais detalhes alguns destes aspectos acima mencionados:
a) Relatórios de Testemunhas Oculares
Paulo refere-se a muitas testemunhas oculares para comprovar a ressurreição: Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, ...e que foi visto... uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive, ainda, a maior parte... (1 Co 15.3-6).
O que o apóstolo Paulo parece estar afirmando é: se vocês não acreditam no que eu estou dizendo, tomem um barco de Corinto para Jope, vão a Jerusalém e perguntem a eles mesmos!
Pedro dá a evidência de testemunhas oculares: Somente imagine o que teria acontecido no fim da pregação de Pedro no dia de Pentecostes, se não tivesse falado a verdade! A Jesus, nazareno, homem aprovado por Deus entre vós, com maravilhas, prodígios e sinais... como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos dos injustos (At 2.22-23).
Lembrem-se de que isso foi somente sete semanas depois da crucificação! Se não fosse verdade, os ouvintes teriam dito: Querido Simão Pedro, você deve estar sonhando! Quem foi crucificado e morto?
Quando o Evangelho começou a espalhar-se, o povo de Jerusalém teria feito objeções à crucificação, em voz alta, se fosse mentira.
Os judeus admitem a crucificação de Jesus (pois eles estavam lá!), mas negam que Ele era o Messias. Muçulmanos admitem que Jesus era o Messias, mas negam que Ele foi crucificado; porém eles não estavam lá, e as afirmações deles foram feitas 600 anos depois do próprio acontecimento.
b) Historiadores Confirmam a Crucificação
O bem conhecido historiador do primeiro século, Tácito, registrou que o nome cristão vem a eles de Cristo, que foi executado no reino de Tibério, pelo procurador Pôncio Pilatos. Tácito era um crítico bem agudo da fé cristã.
O (quase) contemporâneo historiador judeu, Flávio Josefo, escreveu: Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se, todavia, devemos considerá-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos, e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria muitos outros milagres. Ê dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome ("Antigüidades Judaicas", Livro Décimo Oitavo, Flávio Josefo, parágrafo 772).
c) O Cumprimento das Profecias Sobre Jesus no Antigo Testamento É Evidência Abundante da Veracidade da Bíblia
Temos visto, ainda que rapidamente, o que os profetas divinos predisseram. Jesus, o Messias, veio a este mundo segundo as Escrituras, ou seja, como as Escrituras (o Antigo Testamento) haviam predito:
a) Ele nasceu 483 anos depois do decreto para edificar Jerusalém, após a destruição por Nabudonosor, Dn 9.24-26 (ano 445 a.C);
b) Ele nasceria em Belém (Mq 5.2): cumprido em Lc 2.4ss;
c) Nascido de uma virgem (Is 7.14): cumprido em Mt 1.18ss;
d) Seria o próprio Deus (o que não significava que Deus também não estaria em todos os outros lugares!) (Is 7.14; 9.6): cumprido em Mt 1.18ss;
e) Seu nome seria Salvador (= Jesus) (Is 49.1-8; 63.8): cumprido em Mt 1.21;
f) Ele viria para salvar e curar (Is 35.4-5): cumprido em Mt 1.21; Lc 19.10;
g) Jesus entraria em Jerusalém montado num jumento (Zc 9.9): cumprido em Mt 21.1-11;
h) Seria traído por um amigo (Sl 41.9): cumprido em Mt 27.3-8;
i) Seria vendido por 30 moedas de prata (Zc 11.12s): cumprido em Mt 26.15;
j) Seria julgado e executado, mas não por males que houvesse feito! Ele morreria em favor de outros (Is 50.6; 53.1-12): cumprido em Jo 18.28-40;
1) As suas mãos e pés seriam traspassados (Sl 22.1, 7-17): cumprido conf. Jo 20.27;
m) Os seus vestidos seriam divididos, e sortes seriam lançadas sobre a sua túnica (Sl 22.18): cumprido em Jo 18.23-24;
n) O Santo não veria corrupção (Sl 16.10): cumprido em Lc 24.1-11;
o) Seria elevado ao Céu para se sentar à mão direita de Deus (Sl 110.1): cumprido em Mt 26.64; Hb 1.13;
p) Ele voltará, e todos os habitantes de Jerusalém olharão para aquele a quem traspassaram (Zc 12.10).
Estas profecias foram entregues entre os anos 1500 a 100 a.C. Todas descrevem em detalhes admiráveis algo impossível de prever, mas que se cumpriu em todos os detalhes.
Alguém precisa esperar ainda mais evidências quanto à veracidade da vida, morte e ressurreição de Jesus? O próprio Deus inspirou os profetas antigos para que, depois de as profecias serem cumpridas, nós pudéssemos saber que tudo isso era verdadeiro e ordenado por Deus. Por causa destes sinais divinos podemos perfeitamente contar com a veracidade da Bíblia.
Analisando Alguns Versículos:
Há alguns versículos secundários e menos específicos que os muçulmanos declaram ser profecias relacionadas a Maomé. Entretanto, os versículos que a maioria dos muçulmanos cita como os mais explicativos são Deuteronômio 18.15-18 e João 14.16; 15.26 e 16.7.
Em Deuteronômio 18. 15-18 lemos: O Senhor teu Deus te levantará um profeta como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A ele ouvireis. Conforme a tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram. Eu lhes suscitarei um profeta no meio de seus irmãos, como tu; e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
Estes versículos são tidos universalmente pelos muçulmanos como uma profecia relativa a Maomé.1 Há várias razões porque acreditam que essa passagem não pode ser uma referência a Jesus. Primeira, o Profeta Prometido deveria ser um Profeta Legislador. Jesus não apresentou nenhuma declaração referente a uma nova lei. Segunda, o Profeta Prometido seria suscitado não dentre Israel, mas dentre seus irmãos e Jesus era um israelita. Terceira, a profecia diz: ...porei as minhas palavras na sua boca... mas os evangelhos não consistem de palavra que Deus pôs na boca de Jesus, eles apenas nos contam a história de Jesus e o que Ele disse em alguns de seus discursos públicos e o que os seus discípulos disseram ou fizeram em ocasiões diferentes. Quarta, o Prometido deveria ser um profeta. O ponto de vista cristão é que Jesus não era um profeta, mas o Filho de Deus.2 Nesse sentido o muçulmano salientará semelhanças entre Maomé e Moisés. Cada um deles surgiu dentre idólatras. Ambos são legisladores. Inicialmente foram rejeitados pelo seu povo e tiveram de se exilar. Retornaram posteriormente para liderar suas nações. Ambos casaram e tiveram filhos. Após a morte de cada um, os seus sucessores conquistaram a Palestina.
A conclusão muçulmana é que esta profecia foi cumprida somente por Maomé: se estas palavras não se aplicam a Maomé, elas ainda permanecem sem cumprimento. 3
Antes de prosseguir, analisaremos primeiramente estes pontos. A primeira objeção levantada contra esta profecia ter sido cumprida em Jesus foi a de que Jesus não foi um legislador. Os muçulmanos que afirmam isso demonstram apenas falta de compreensão do Novo Testamento. Vejamos o Evangelho de João 13.34 e a Epístola aos Gálatas 6.2: Novo Mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
A próxima objeção foi que irmãos devem se referir aos ismaelitas, não aos próprios israelistas. Este argumento pode ser refutado facilmente. Basta verificar como o termo irmãos é usado na Bíblia. Um exemplo irrefutável encontra-se no próprio livro de Deuteronômio 17.15. Moisés instrui os israelitas: Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus, dentre teus irmãos porás reis sobre ti. Não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos. Ora, alguma vez Israel estabeleceu algum estrangeiro como rei? É claro que não! Escolher um rei entre os teus irmãos refere-se a escolher alguém de uma das 12 tribos de Israel. Da mesma forma, o Profeta Prometido de quem se fala no livro de Deuteronômio 18 deveria ser um israelita.
Outra objeção à passagem de Deuteronômio 18.15-18 é que supostamente os evangelhos não consistem das palavras que Deus deu a Jesus, extremamente importante à luz do versículo 18. Entretanto, dizer que Jesus não fala de Deus Pai, revela novamente falta de conhecimento do Novo Testamento: Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de falar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito (Jo 12.49-50).4
Percebemos outra vez que os muçulmanos têm pouca familiaridade com o Novo Testamento. O próprio Jesus, profetizando sua morte iminente, disse que deveria continuar sua jornada até Jerusalém: Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte: para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém (Lc 13.33).5
O muçulmano salientará que as muitas semelhanças entre Moisés e Maomé ainda não foram explicadas. É verdade que existem muitas analogias, mas também muitas diferenças. Por exemplo, se Maomé era analfabeto como a maioria dos muçulmanos afirma, então ele não era como Moisés que foi instruído em toda a ciência dos egípcios... (Atos 7.22). Diz-se que Maomé recebeu suas revelações de um anjo. Moisés, porém, recebeu a Lei diretamente de Deus. Maomé não operou nem sinais nem milagres para corroborar o seu chamado. Moisés, entretanto, executou muitos sinais. Maomé era árabe, Moisés, era israelita. Analisando os evangelhos, percebemos que Jesus era diferente de Moisés em alguns aspectos, em outros, muito parecido. Ambos eram israelitas, o que é muito importante à luz do que aprendemos sobre a expressão "entre os teus irmãos". Ambos deixaram o Egito para ministrar a seu povo (Mt 2.15; Hb 11.27). Ambos renunciaram a grandes riquezas a fim de melhor se identificar com seu povo (Jo 6.15; 2 Co 8.9; Hb 11.24-26).
Dessa maneira, percebemos que tanto Jesus como Maomé tiveram semelhanças com Moisés. Em que sentido então este Profeta Prometido seria semelhante a Moisés? A resposta encontra-se em Deuteronômio 34.10-12, porquanto duas características peculiares de Moisés são mencionadas: Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face; Nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos e a toda a sua terra. E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel.
Esta é uma referência direta a Deuteronômio 18.15-18. Referindo-se à profecia anterior, duas características de Moisés são mencionadas aqui: a primeira é que o Senhor conhecia Moisés face a face.6 Maomé nunca teve esse tipo de relacionamento com Deus. Deus é tão transcendente no Islamismo que, exceto no caso de Moisés, nunca falou diretamente com o homem. Jesus, o verbo feito carne (Jo 1.14), é o único que teve relacionamento com Deus, assim como Moisés. De fato, o relacionamento de Jesus ultrapassa em muito o de Moisés: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1.1).
Pouco é preciso falar sobre a segunda característica de Moisés. Os muitos milagres que tanto Jesus como Moisés operaram são bem conhecidos. O próprio Alcorão testifica que Maomé não operou milagres,7 mas que Jesus operou milagres.8
Finalmente, Jesus diz-nos quem é o Profeta Prometido que Deuteronômio 18.15-18 profetiza: Porque se crêsseis em Moisés, creríeis também em mim, porque de mim escreveu ele (Jo 5.46).9
Evangelho de João 14.16; 15.26; 16.7
Os muçulmanos afirmam que os versículos que falam do Consolador vindouro (Paracletos no original grego) são, na verdade, referências à vinda de Maomé, a razão para isto é que o Alcorão faz Jesus dizer que após Ele seria enviado um apóstolo, cujo nome será Ahmad (Alcorão 61.6). O que segue é o comentário de Yusuf Ali sobre este versículo: Ahmad ou Muhammad o Louvado, é quase uma tradução da palavra gregaPericlytos. No atual evangelho de João, XVI. 16 XV 26 e XVI. 7, a palavra Confortador na versão inglesa é para a palavra grega Paracletos que significa Advogado, aquele chamado para ajudar um outro, um amigo, bondoso, mais do que Confortador. Nossos doutores sustentam que Paracletos é uma leitura corrompida de Periclytos, e que em seu (sic) discurso original de Jesus havia uma profecia de nosso santo profeta Ahmad pelo nome.10 Assim, os muçulmanos acreditam que todas as nossas Bíblias foram corrompidas e que João realmente usou a palavra Periclytos nesses versículos, e não a palavra Paracletos.
Ao examinar a afirmação muçulmana de que o texto foi corrompido, a crítica textual deveria muito corretamente olhar para a verdadeira evidência textual. Há mais de 24 mil cópias manuscritas do Novo Testamento que datam antes de 350 a.D.11 Não existe um sequer dos manuscritos que contenha essas passagens e possamos encontrar a palavra periclytos usada. A palavra que achamos utilizada todas as vezes é paracletos. Assim absolutamente não há evidência textual que possa apoiar sua alegação de que o texto tenha sido corrompido. A posição muçulmana é ainda mais lamentável quando lemos cuidadosamente estes versículos para vermos o que Jesus estava dizendo. Há muita coisa que poderia ser dita a respeito de cada versículo; entretanto, limitaremos nosso exame às discrepâncias óbvias entre a posição islâmica e o que realmente está sendo dito: Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador,12 para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Primeiramente, Jesus disse que o Pai vos dará outro Consolador. A quem Jesus estava se dirigindo nesses versículos? Aos árabes, ou mais especificamente, aos ismaelitas? É claro que não. Ele está falando aos crentes judeus. Por conseguinte, o Consolador deveria ser enviado inicialmente a eles. E isto não pode referir-se a Maomé.
Segundo este versículo afirma que o Paracletos, o Consolador: esteja convosco para sempre. Como isto pode aplicar-se a Maomé? O profeta muçulmano morreu e foi enterrado há mais de 1.300 anos.
No capítulo 14 e versículo 17 do Evangelho de João diz: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois habita convosco, e estará em vós. Aqui, o Espírito da verdade é usado com um outro título ou sinônimo para Paracleto. Vemos a partir deste versículo que o Paracleto estaria em vós. Outra vez, é impossível reconciliar esta declaração com a posição islâmica.
A declaração do Senhor Jesus no Evangelho de João 14.26 desmonta completamente a hipótese islâmica de que Maomé era verdadeiramente aquele profetizado nos versículos que tratam do Consolador (ou Paracleto): Mas o Consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. Jesus disse que o Consolador é o Espírito Santo. Esta é a razão pela qual todos os apologistas muçulmanos deixam este versículo de fora, citando somente os versículos que lhes agradam.
O Consolador foi dado aos discípulos de Jesus. Ele vos dará, e Maomé não foi seu discípulo. Jesus disse que os discípulos conheciam o Consolador: Vós o conheceis, e eles não conheciam Maomé, que não nasceu senão seis séculos depois. Jesus disse que o Consolador seria enviado em seu nome (em nome de Jesus). Mas nenhum muçulmano crê que Maomé tenha sido enviado por Jesus, em seu nome. Jesus disse que o Consolador não falaria de si mesmo (Jo 16.30-31), ao passo que Maomé constantemente testifica de si mesmo no Alcorão.13 A Bíblia diz claramente que o Consolador iria glorificar a Jesus (Jo 16.14), e Maomé declara substituir Jesus, na condição de profeta posterior.
O Senhor Jesus ordenou a seus discípulos em Atos 1.4-5: E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com Espírito Santo, não muito depois destes dias. Estes versículos aplicam-se realmente a Maomé, que surgiu 600 anos depois em Meca? A luz do texto bíblico, a interpretação islâmica é impossível. O cumprimento das palavras do Senhor Jesus ocorreu dez dias depois, no dia de Pentecostes (Atos 2.1-4) e não seis séculos depois, a centenas de milhas de Jerusalém.
Portanto, não há base alguma para se concluir que o Profeta Prometido de Deuteronômio 18.15-18 e o Consolador de João 14.16; 15.26 e 16.7 sejam profecias a respeito de Maomé como declara o Islamismo. Blaise Pascal resumiu sucintamente a questão: Qualquer homem pode fazer o que [Maomé] fez; porque ele não operou milagres, ele não foi predito. Nenhum homem pode fazer o que Cristo fez.14
X - A Escritura Sagrada do Islamismo - o Alcorão
Devemos iniciar nosso estudo da apologética muçulmana examinando a sua fonte de autoridade mais respeitada, o Alcorão. Para os muçulmanos, esta é a palavra pura de Deus, sem nenhuma mistura de pensamento ou teor humano. De fato, muitos muçulmanos possuem um zelo tão intenso pelo Alcorão que se ressentem profundamente se um não muçulmano não possuí-lo.
O termo corão vem de uma palavra árabe que significa '-leitura' ou 'recitação',15 os muçulmanos afirmam que o Alcorão foi dado a Maomé em língua árabe, parte por parte, durante um espaço de tempo de 23 anos até a sua morte (Alcorão 43.3; 44.58; 17.106). A apologética muçulmana do Alcorão cobre quatro áreas principais: Sua preservação, eloqüência, profecias alegadas e compatibilidade com a ciência moderna.
10.1 - A Afirmação Islâmica da Preservação do Alcorão
Referindo-se à autenticidade presente do Alcorão, Maulvi Muhammad Ali faz a grandiosa declaração que segue: No que tange à autenticidade do Alcorão, eu não preciso deter o leitor por muito tempo. De um extremo do mundo ao outro, da China no Extremo Oriente a Marrocos e Argélia no Ocidente, das ilhas dispersas do Oceano Pacífico ao grande deserto da África, o Alcorão é um, e nenhuma cópia que difira sequer num ponto diacrítico pode ser encontrada em posse de um dos 400 milhões de muçulmanos.16 Há, e sempre houve, seitas rivais, mas o mesmo Alcorão é aposse de um e de todos... Um manuscrito com a mais leve variação no texto é desconhecido.17
Assim, os muçulmanos não apenas acreditam que o Alcorão seja a palavra de Deus in toto, mas também estão seguros de que nenhum erro, alteração ou variação tocou-o desde seu começo. Esta, portanto, é uma de suas provas de que o Alcorão é um milagre de Deus.
XI - O Milagre do Alcorão - a Resposta Cristã
A Preservação do Alcorão
Mohammad Marmaduke Pickthall, em "The Meaning of The Glorious Koran", diz-nos que na época da morte de Maomé as suratas (ou capítulos) do Alcorão ainda não haviam sido compiladas. Isto foi completado apenas durante o califado de Abu Bakr.18
O segundo Califa, Ômar, subseqüentemente fez um único volume (mus-haf) que ele preservou e deu na ocasião de sua morte à sua filha Hafsa, a viúva do Profeta.19 Finalmente, sob o califado de Uthman, ordenou-se que todas as cópias do Alcorão fossem trazidas e qualquer uma que divergisse do texto de Otman foi queimada.
Nós não discutimos a posição islâmica de que desde a revisão de Otman o Alcorão permaneceu intacto. Entretanto, por causa da destruição de todas as cópias discordantes, ninguém pode saber com certeza se o Alcorão como temos é exatamente o mesmo que Maomé os entregou.
O Islamismo ensina que a única razão pela qual Otman queimou todas as outras coletâneas do Alcorão era porque havia variações dialéticas de somenos nos diferentes textos. Entretanto, há algumas evidências que tendem a refutar isto.
Primeiramente, é muito significativo que os Qurra, os muçulmanos que haviam memorizado o Alcorão completo, foram contrariados veementemente pela revisão. Segundo, os Xiitas, que são a segunda maior seita no mundo islâmico, declaram que o Califa Otman eliminou intencionalmente muitas passagens do Alcorão que se relacionavam a Ali e à sucessão da liderança que ocorreria depois da morte de Maomé.
L. Bevan Jones, em sua obra "The People of the Mosque", responde sucintamente o argumento muçulmano para a suposta preservação miraculosa do Alcorão: Mas conquanto possa ser verdade que nenhuma outra obra tenha permanecido por doze séculos com um texto tão puro, é igualmente provável verdade que nenhuma outra tenha sofrido tamanho expurgo.20
11.1 - A Afirmação Islâmica da Eloqüência do Alcorão
Uma segunda asserção feita para provar a origem sobrenatural do Alcorão, encontrada na Surata 17:88, é que sua beleza e eloqüência provam que seu autor é Deus: Dize-lhes: Mesmo que os humanos e os gênios se tivessem reunido para produzir coisa similar a este Alcorão, jamais teriam feito algo semelhante, ainda que se ajudassem mutuamente.
Em uma nota de rodapé na sua tradução do Alcorão, Yusuf Ali declara: nenhuma composição humana poderia conter a beleza, poder e discernimento espiritual do Alcorão.21
Entretanto, os muçulmanos não acreditam que o Alcorão seja um milagre somente por causa de sua eloqüência e beleza, mas também porque a Surata 157 refere-se a Maomé como o profeta iletrado. Acreditando que ele era analfabeto, eles perguntam como tal homem poderia produzir o Alcorão.
Uma declaração final a respeito da realização literária do Alcorão é que ele é tão coerente do começo ao fim que nenhum homem poderia tê-lo arquitetado. Suzanne Haneef pergunta: Como o Alcorão inteiro poderia ser tão completamente coerente se não se originou de Deus}22
Eloqüência do Alcorão - A Resposta Cristã
A respeito da beleza, estilo e eloqüência do Alcorão, qualquer leitor imparcial teria de admitir que certamente é verdade a respeito da maior parte dele. Entretanto, a eloqüência por si mesma é dificilmente um teste lógico para a inspiração. Se esse fosse o critério utilizado para julgar uma obra, então teríamos de dizer que os autores de muitas das grandes obras da antigüidade foram inspirados por Deus. Homero teria de ser um profeta para produzir a magnífica Ilíada e a Odisséia. Na língua inglesa, Shakespeare é ímpar como dramaturgo, mas seria absurdo que por causa disso disséssemos que suas tragédias tiveram inspiração divina. Da mesma maneira para com a eloqüência do Alcorão.
Mas, e a respeito da coerência do Alcorão? Pode ser utilizada para demonstrar que esta escritura muçulmana foi inspirada? Para começar, pode-se mostrar que o Alcorão não é totalmente coerente, mas, ao contrário, possui contradições de vulto nele.23 E ainda que consentíssemos com a tese de que o Alcorão é totalmente concorde, isto ainda não provaria coisa alguma. Em um ensaio intitulado "How Muslims Do Apologetics" o Dr. John Warwick Montgomery demonstra isto para nós: Esta apologética é também de pouco efeito porque a coerência de um escrito não prova que seja uma revelação divina. A geometria de Euclides, por exemplo, não se contraria a si mesma em nenhum ponto, mas ninguém afirma que por isso esta é uma obra divinamente inspirada em algum sentido excepcional. 24
E por fim, o que dizer a respeito do suposto analfabetismo de Maomé? Antes de mais nada, há bastante evidência contra isso, mas, mesmo se aceitássemos o fato de que Maomé não podia ler nem escrever, isso não faria o Alcorão miraculoso. Por quê? Porque todos os muçulmanos sabem, que ele tinha tido pelo menos vários amanuenses ou escribas; e, portanto, ele poderia facilmente ter composto o Alcorão dessa forma isto não seria excepcional, pois há precedentes para isso. Um exemplo que seria familiar à maioria das pessoas diz respeito a Homero. Ele era cego e assim, com toda probabilidade, não podia escrever. Ainda assim, ele foi o autor da Ilíada e da Odisséia, os dois maiores épicos do mundo antigo. Da mesma maneira, a questão se Maomé era ou não realmente analfabeto não tem relação com o caso em questão.
11.2 - A Afirmação Islâmica Sobre as Profecias no Alcorão
O Alcorão fala muito pouco profeticamente, se de fato ele profetiza afinal de contas. Daí, poucos apologistas muçulmanos utilizarem a profecia cumprida como prova de sua fé. Entretanto há uma série de versículos no Alcorão que prometem que os muçulmanos serão vitoriosos tanto em seu próprio país como no exterior.25 Maulana Muhammad Ali discute estas profecias detalhadamente em sua obra "The Religion of Islam": ...nós encontramos profecia após profecia publicada nos termos mais seguros e certos no sentido de que as grandes forças de oposição seriam arruinadas. .. que o Islamismo se espalharia para os cantos mais longínquos da terra e que seria finalmente triunfante sobre todas as religiões do mundo.26
Profecias no Alcorão - Resposta Cristã
Podemos dizer que a vasta expansão do Islamismo, predita por Maomé, é cumprimento de profecia? Se nós pensarmos nisto de ponta a ponta por um momento, eu creio que podemos facilmente responder não.
Para começar, um líder prometendo uma vitória às suas tropas ou seguidores, no mínimo não é nem um pouco excepcional. Todo comandante ou general o faz a fim de inspirar seu exército e levantar o seu moral. Se, então, eles são vitoriosos, ele é vindicado; se eles perdem, então nunca ouvimos de suas promessas porque elas, com o seu movimento, são esquecidas.
Além disso, o muçulmano tinha vários incentivos importantes a considerar enquanto lutava para promover a causa do Islamismo. Se ele morresse, ele seria admitido no paraíso. Se continuasse vivo e fossem vitoriosos na batalha, os soldados muçulmanos poderiam dividir quatro quintos do despojo.
Há uma outra razão para que o Islamismo se expandisse tão rapidamente no início. Se olharmos para algumas das imposições do Alcorão a respeito do que os incrédulos poderiam esperar das mãos dos muçulmanos, fica fácil de entender porque tantos se submeteram, como encontramos na Surata 5:33-3427 O castigo, para aqueles que lutam contra Deus e Seu Apóstolo e semeiam corrupção na terra, consiste em que sejam matados, crucificados, ou lhe seja decepada a mão e o pé oposto, ou banidos. Exceto aqueles que se arrependerem antes de caírem em vosso poder; sabei que Deus é indulgente, misericordiosíssimo.
Os politeístas tinham duas escolhas, submissão ou morte.
Os cristãos e os judeus tinham uma terceira alternativa, pagar pesados tributos (Alcorão 9.5, 29).
Um último ponto a ser considerado é que se o crescimento rápido e amplo de um movimento indicasse o favor divino, então o que diríamos dos conquistadores como Genghis Khan? Ele consolidou as tribos mongóis e, em um espaço de tempo mais curto do que o do Islamismo antigo, conquistou uma área geográfica muito maior. Seu sucesso militar evidenciaria que ele era dirigido por Deus? E o que dizer a respeito do próprio crescimento do Islamismo que foi freado no Ocidente por Carlos Marrei (a.D. 732) e o Oriente por Leão III (a.D. 740)? Significaria que eles haviam perdido o favor de Alá? E sobre a história posterior de muitas nações islâmicas que sofreram o ultraje de tornarem-se colônias das então potências mundiais? Não, nós não podemos encontrar nada misterioso ou sobrenatural sobre o surpreendente crescimento primitivo do Islamismo e sua subseqüente queda.
11.3 - A Afirmação Islâmica da Ciência e o Alcorão
Finalmente, existe uma obra "A Bíblia, o Alcorão e a Ciência" escrita por um cirurgião francês chamado Maurice Bucaille, que tenta demonstrar a origem divina do Alcorão ao mostrar a sua supostamente notável afinidade com a ciência moderna. Depois de citar um certo número de exemplos, o Dr. Bucaille concluiu que levarão a julgar inconcebível que um homem, vivendo no século 7 da era cristã, pudesse, sobre os assuntos mais diversos, emitir no Alcorão idéias que não são só de sua época, e que concordarão com o que se demonstrará séculos mais tarde. Para mim, não existe explicação humana para o Alcorão.28
A Ciência e o Alcorão - Resposta Cristã
Ao responder ao Dr. Bucaille, devemos primeiro salientar que a maior parte do livro não trata do Alcorão e ciência. Ao contrário disso, a sua maior parte é uma tentativa (utilizando-se técnicas da autocrítica) de desacreditar a Bíblia. As porções de seu livro que tentam mostrar que o Alcorão está em concordância surpreendente com o conhecimento científico são muito vagas.
Entretanto, e se nós concordássemos com sua tese de que as afirmações do Alcorão estão em total harmonia com a ciência moderna? O Dr. Bucaille declara que se isto fosse verdade, então Esta última constatação torna inaceitável a hipótese daqueles que vêem em Mohammad o autor do Alcorão.29 Eu concordo com sua conclusão, supondo que sua tese seja a verdade. Se o Alcorão contém afirmações científicas detalhadas que temos descoberto recentemente serem verdade e ainda, se foram escritas no sétimo século a.D., então poderia não ser simplesmente produção de Maomé. Mas isto não indica a fonte da informação, e somente demonstra que nenhum ser humano poderia tê-lo escrito sem ajuda sobre-humana.
Se, de fato, o Alcorão teve uma origem sobrenatural, ainda somos deixados com a tarefa de encontrar quem foi essa fonte. O Dr. Bucaille presume que foi Deus. Mas por quê? Se pararmos e pensarmos um momento, perceberemos que há outros seres sobrenaturais além de Deus. Um destes seres é conhecido na Bíblia como Satanás, assim como no Alcorão. A Bíblia nos diz que ele está na terra há tanto tempo quanto o homem, que ele tem poder e inteligência muito superiores aos nossos, e que ele é o pai da mentira (Jo 8.44). Sussurrar alguns fatos científicos nos ouvidos de alguém não seria uma grande proeza para ele. Para dizer a verdade, a Bíblia diz que ele aparece aos homens de tempos em tempos: porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz (2 Co 11.14). É interessante que este tenha sido exatamente o temor inicial que Maomé sentiu a primeira vez que a voz falou a ele.
Ao concluir esta secção sobre o Alcorão, o leitor pode estar interessado em saber que muitas das histórias e relatos encontrados no Alcorão são reconhecíveis (atribuíveis a) histórias muito semelhantes (algumas vezes quase idênticas) encontradas em escritos pré-islâmicos. Recomendaríamos ao leitor o clássico de Clair-Tisdall "The Sources of Islam", do Ver. W. Goldsack, "The Origins of the Qur'na", e de Samuel M. Zwemer Islam: "A Challenge of Faith". Também seria importante a leitura do livro "Esperanza para los Musulmanes" de Don McCurry, Editorial UNILIT - Miami - Flórida.
XII - Outros Elementos Que Devemos Saber para Compartilhar o Evangelho Com os Muçulmanos
A evangelização dos muçulmanos é um dos maiores desafios da Igreja, isso porque nenhuma religião do mundo odeia tanto a cruz de Cristo como o Islamismo; e, além disso, ensinam seus adeptos a opor-se ao Cristianismo. Alguns muçulmanos, principalmente do MAGREB (Norte da África) não fazem distinção alguma entre fé cristã e cultura européia. Evangelizar os muçulmanos é entrar num verdadeiro campo de batalha, por isso requer-se dos missionários a eles enviados um preparo especial.
O Problema Cultural
Um grande número de muçulmanos vive em antigas colônias. Podem ser muito suscetíveis ao racismo ou a atitudes paternalistas. Podem manifestar para com os cristãos (os ocidentais) muita desconfiança e hostilidade, que encorajam e reforçam a ignorância e o analfabetismo. As várias formas de pensamento variam através do mundo muçulmano e estão freqüentemente em profundo contraste com o pensamento ocidental. É muito importante estudar a cultura islâmica, para que esses obstáculos sejam ultrapassados.
O Problema Psicológico
A sociedade muçulmana exige uma conformidade estrita da parte dos seus cidadãos. A opinião do indivíduo conta pouco. O que a comunidade pensa é muito mais importante. O comportamento de um indivíduo é controlado de tal maneira pela sociedade que quase não resta espaço para uma ação independente. Daí resulte que o muçulmano não está habituado a tomar decisões pessoais, como aceitar o Evangelho.
Há um provérbio árabe que diz: num país em que ninguém te conhece podes fazer o que te apetece. É apenas fora de seu país que um muçulmano fica livre das restrições da sua religião e da sociedade. Mas mesmo fora de seu país, a influência psicológica da religião e da sociedade é muito forte e um muçulmano tem dificuldade em agir de forma independente e em aceitar a fé cristã.
O Problema da Comunicação
A cultura islâmica e a língua árabe determinam a forma de pensamento. Muitas vezes cristãos e muçulmanos atribuem significados diferentes à mesma palavra, por exemplo: (pecado, oração, fé, Filho de Deus). Quem deseja partilhar sua fé com um muçulmano deve procurar utilizar termos simples e defini-los de forma a assegurar que foram bem compreendidos.
12.1 - Três Requisitos Prévios
Há três áreas, portanto, que são simples, porém de capital importância, que devem ser examinadas antes de movermos a outros temas teológicos que estão também incluídos.
a - Ser Cheio do Espírito Santo
Um dos pontos mais críticos ao testificar a um muçulmano é que devo estar cheio do Espírito Santo. Jesus disse em João 15.26-27: Mas quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio. O sucesso em testificar consiste simplesmente em compartilhar, no poder do Espírito Santo, deixando os resultados a Deus. Deus é soberano e pode operar apesar das nossas imperfeições. Satanás gosta de colocar na mente de quem está pregando que essas pessoas estão longe do Reino de Deus, e que não vale a pena continuar. Para vencer esse pensamento e continuar perseverando devemos ser cheio do Espírito Santo.
b - Orar em Todo Tempo
Devemos orar pedindo que um muçulmano possa entrar no Reino de Deus, se não o fazemos, não vale a pena nem sequer começar. O Islã está baseado numa pressuposição: O Cristianismo é falso. O muçulmano declara que sua religião existe porque o Cristianismo tem se corrompido, e se ele aceita que o Cristianismo é a verdade, ele deverá admitir que o Islã não tem razão de existir.
Os muçulmanos são as pessoas mais difíceis de evangelizar e haverá momentos que você se sentirá desanimado e terá a tentação de abandonar totalmente. Não desanime! Pare um momento, clame ao Senhor em oração e continue avante com suas forças.
O Islamismo ensina que o muçulmano não deve duvidar em perseguir e ainda matar a uma pessoa que deixe o Islão e se converta ao Cristianismo. Quatro ex-muçulmanos no Egito foram processados na corte como traidores ao Islão e receberam condenação entre cinco e dez anos de prisão. A corte citou uma lei que proíbe a difamação de qualquer das três religiões: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, portanto eles foram acusados de difamar o Islão para converter-se ao Cristianismo. Por exemplo, os assassinos de Sadat, o anterior presidente do Egito, diziam que seu tratado de paz era uma afronta ao Islamismo. É por esse tipo de hostilidade, não contra nós pessoalmente, mas contra a fé cristã, que o muçulmano cresce. Portanto, não se pode evangelizar um muçulmano sem estar cheio do Espírito Santo e sem ter orado previamente.
c - Demonstrar Amor
A mídia no Ocidente tem feito um excelente trabalho para fazer crer que os muçulmanos são odiados. Quando a maioria das pessoas pensa nos muçulmanos geralmente os relaciona com Khomeini, e com os petrodólares. Em geral, não existe compaixão nem interesse para que eles conheçam a Cristo, e tampouco existe consciência de que eles estão perdidos.
Muitas vezes eles são vistos como os terroristas muçulmanos. Mas temos direito de afirmar que cerca de um bilhão da população mundial possa ser todo terrorista? E, ainda que isto fosse verdade, como crentes não podemos odiá-los. Necessitamos do amor cristão para combater essas idéias equivocadas e restaurar nossa luta por aqueles que estão perdidos sem Cristo.
A segunda razão, pela qual necessitamos demonstrar amor, é que somente o amor nos preservará de desanimarmos quando um muçulmano rejeita a Cristo. Sem amor é tão fácil parar de orar por eles, ou deixar de encontrar-se com eles. Os muçulmanos sentem pena dos cristãos, eles nos consideram uns blasfemos que têm perdido o rumo. Eles crêem que estão pregando a Deus, e querem levar-nos à verdade, se necessário até por força. Mas através do amor, eles podem conhecer a Cristo.
Uma terceira razão pela qual necessitamos amor é porque é a única coisa que o muçulmano não pode argumentar. Você pode falar de Iraque e de Irã, duas nações muçulmanas que lutaram entre si por oito anos e eles podem dizer: e o que acontece na Irlanda entre católicos e protestantes? Se você mostrar argumentos da Bíblia eles lhe mostrarão argumentos do Alcorão. Você argumenta sobre Cristo e eles sobre Maomé. Tome qualquer argumento que você quiser e o muçulmano terá uma resposta para contradizê-lo. Mas faça a obra com amor incondicional e aceitação, e verá que eles não poderão fazer nada para devolver-lhe este amor.
Essas três coisas, ser cheio do Espírito Santo, oração e amor são muitíssimo mais importantes do que conhecer tudo sobre o Islamismo ou o Alcorão, se bem que é verdade que nós podemos conhecer mais coisas sobre os muçulmanos. Duvido que alguém possa levar um muçulmano a Cristo, se não estiver cheio do Espírito, sem oração e amor. De modo que estas três coisas serão uma evidência para eles.
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XIII -Bibliografia Recomendada
Abdalla, Rachid K. - "Islamismo o Maior Desafio em Todo Mundo!" a.D. Santos Editora - 1998.
Bertuzzi, Federico A. - "Latinos no Mundo Muçulmano" - Editora Sepal - 1980.
"Bíblia Apologética" - ICP - 2000.
Esther e Sangster, Gulshan e Thelma - "O Véu Rasgado" - Ed. Vida - 1994.
George, Ron - "Ide e Fazei Discípulos entre os Muçulmanos" - Ed. Vida - 1999.
Giordani, Mário Curtis - "História do Mundo Árabe" - Ed. Vozes, 1985.
McCurry, Don — "Esperanza para Los Musulmanes" - Editorial UNILIT - 1996.
McCurry e Glasser, Don e Carol A. - "A Cruz e a Mesquita" - Patrocínio - MG - 1983.
McDowell e Stewart, Josh e Don - "Entendendo as Religiões não Cristãs" - Ed. Candeia - 1982.
Nehls, Gerhard - "Evangelização entre Muçulmanos" -Gráfica Aleluia Ltda., 1997, Arapongas, PR.
Sheikh, Belquis - "Atrevi-me a Chamar-lhe-Pai" - Ed. Vida - 1995.
Tostes, Silas "Islamismo, Desafio à Fé Cristã" - ICP -Revista "Defesa da Fé" - n°. 9.
Notas
1 Eles acreditam que o Alcorão refere-se a isso na Surata 7.157.
2 Hazrat Mirza Bashir-Ud-Din Mahmud Ahmad, Introduction to the Study of theHoly Quran (London: The London Mosque, 1949), pp 84-94. Também cf. Ulfat Aziz-Us-Samad, Islam and Christianity (Karachi, Pakistan: Begum Aisha Bauany Wakf, 1974), p. 96.
3 Abdu 'L-Ahad Dauud, Muhammad in the Bible (Kuala Lumpur: Pustaka Antara, 1979).
4 Também cf. Jo 7.16; 8.28.
5 Também cf. Mt 13.57; 21.11; Lc 7.16; Jo 4.19; 6.14; 7.40; 9.17.
6 Cf. Êx. 33.11.
7 Cf. Alcorão 6.37; 6.109.
8 Cf. Alcorão 5.110.
9 Ainda cf. Lc 24.27.
10 Abdullah Yusuf Ali, op. cit., p. 1540. (Também cf. p. 144).
11 A cópia mais antiga do Evangelho de João é o Papiro 75, datado entre 175-225 a.D. Veja que a palavra ali encontrada é "Paracletos" e não "pariclytos" como querem os muçulmanos.
12 A palavra grega "Paracletos" pode ser traduzida como "Confortador, Conselheiro, Advogado ou Ajudante"
13 Cf. Alcorão 33.40.
14 Blaise Pascal, "Pensées", números 599.
15 Suzanne Haneef. What Everyone Should Know Islam and Muslims (Chicago: Kazi Publications, 1979), p. 18.
16 Esta era a população islâmica aproximada quando este livro foi publicado em 1921. Hoje a população muçulmana está estimada entre um bilhão e duzentos milhões.
17 Maulvi Muhammad Ali, Muhammad and Christ (Lahore, índia: The Ahmadiyya Anjuman-i-Ishaat-i-Islam, 1921), p. 7.
18 Mohammed Marmaduke Pickthall, The Meaning of the Glorious Koran (New York: New American Library, 1963), p. xxviii.
19 Hazrat Mirza Bashir-Ud-Din Mahmud Ahmad, Introduction to the Study of the Holy Quran (London: The London Mosque, 1949), pp 84-94. Também cf. Ulfat Aziz-Us-Samad, Islam and Christianity (Karachi, Pakistan: Begum Aisha Bauany Wakf, 1974), p. 96. Bucaille, op. cit., p. 130.
20 L. Bevan Jones, The People of the Mosque (London: Student Christian Movement Press, 1932), p. 62.
21 Abdullah Yusuf Ali, THE HOLY QUR-AN: Text, Trans-lation and Commentary (Qatar: Qatar National Printing Press, 1946), p.401.
22 Haneef, op. cit., p. 30.
23 Devido à falta de espaço este argumento não pode ser prosseguido aqui. O leitor poderá escrever para o autor aos cuidados do ICP para maiores informações sobre este assunto.
24 John Warwick Montgomery, Faith Foundedon Fact (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1978), p. 94.
25 Alcorão 3.12; 41.53; 14.13-14.
26 Maulana Muhammad Ali, The Religion of Islam (Lahore, Pakistan: The Ahmadiyyah Anjuman Ishaat Islam, 1950), p. 249.
27 Também de acordo com o Alcorão 4.47.
z° Maurice Bucaille, A Bíblia, o Alcorão e a Ciência, ed. revista e adaptada Samir El Hayek (S. Bernardo do Campo, Junta de Assistência Social Islâmica Brasileira, s.d.) p. 152.
29 Bucaille, op. cit, p. 151.
Osvaldo Aires Bade Comentários
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