quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Tragédia de Santa Maria: as grandes mentiras oficiais sobre o tratamento dos sobreviventes
31/01/2013
 às 20:02 \ Política & Cia



Sepultamento do jovem Gustavo Marques Gonçalves, que teve 70% do corpo queimado no incêndio de Santa Maria e não resistiu (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)
O blog do jornalista gaúcho Polibio Braga publica hoje esse duro artigo do médico intensivista (especialista em trabalho em UTI) Milton Pires, de Porto Alegre.
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Em 1967 a Guerra do Vietnã envolvia um contingente cada vez maior de soldados americanos. A necessidade de atendimento aos feridos graves, entre eles as vítimas de queimadura e intoxicação, demandavam recursos materiais e humanos cada vez mais complexos.
Os Estados Unidos construíram, na cidade litorânea de Da Nang, um hospital militar com o objetivo de atender suas tropas. Nesta época não existia propriamente a especialidade hoje conhecida como Terapia Intensiva. Foi com espanto que os médicos militares começaram a atender um número cada vez maior de pacientes vítimas de intoxicação em função do chamado “agente laranja” e outras substâncias químicas utilizadas para desfolhamento de florestas e localização dos esconderijos inimigos.
As pessoas apresentavam como quadro clínico uma síndrome que envolvia, entre outros sinais e sintomas, acúmulo de líquidos nos pulmões e diminuição da capacidade de oxigenação do sangue. Essa nova doença ficou conhecida como “Pulmão de Da Nang” e hoje, nós intensivistas, a chamamos de SARA – Síndrome de Angústia Respiratória do Adulto.
Fiz esta breve introdução para dizer que é isto que pode acontecer com os sobreviventes do incêndio de Santa Maria. Mais; gostaria que ficasse muito claro a todos que este tipo de “coisa” não pode ser atendido (numa situação que envolve um número de pacientes tão grandes) com segurança em nenhuma capital brasileira.
Isto ocorre porque simplesmente não há unidades de terapia intensiva (UTIs) em número suficiente nem respiradores artificiais para atender tanta gente.
Em meio a tanto desespero não há um só político ou autoridade da saúde com honestidade suficiente para dizer aquilo que escrevi acima.
Há pelo menos quatro décadas assistimos gerações e mais gerações de secretários e ministros da Saúde insistindo na ideia de medicina comunitária e prevenção.
Pois bem, pergunto agora: o que nós, médicos intensivistas, devemos fazer com as pessoas que sobreviveram ao incêndio de Santa Maria? Encaminhá-las para postos de saúde?
Não se constrói um hospital público em Porto Alegre desde 1970!
Pelo contrário; vários foram à falência e fecharam! Que o Brasil inteiro saiba que é MENTIRA a afirmação das autoridades de que Porto Alegre tem leitos de UTI suficientes para atender toda essa gente!
A Secretaria estadual da Saúde pode, se necessário, comprar leitos na rede privada mas mesmo assim é muita sorte haver algum disponível.
Com relação aos responsáveis por esta tragédia, deixo aqui a minha opinião – foi o poder público corrupto, negligente e incompetente, quem MATOU todos estes jovens!
É esse tipo de gente que quer entupir o Brasil com médicos de Cuba e do Paraguai, que manda médicos para o Haiti e que insiste em saúde “comunitária”, que agora aparece na televisão chorando e abraçando os pais das pessoas que morreram.
Termino aqui; como em toda situação de guerra, a primeira vítima de Santa Maria, assim como em Da Nang, foi a verdade – jamais esqueçam isto!

LEIAM TAMBÉM:

Tragédia de Santa Maria: médico de UTI que criticou a saúde pública e provocou polêmica no blog responde duramente a leitores
01/02/2013
 às 18:08 \ 
Política & Cia

Amigas e amigos do blog, foi enorme, de várias dezenas de milhares, o número de acessos ao post intitulado “Tragédia de Santa Maria: as grandes mentiras oficiais sobre o tratamento dos sobreviventes”. Seu autor é o médico de Porto Alegre especializado em atendimento em UTIs Milton Pires. Além dos acessos, o post causou tanta polêmica que considerei interessante publicar, como Post do Leitor, uma resposta dura que ele ofereceu a alguns de seus críticos na área de comentários do blog.
O texto segue abaixo:
Prezado Ricardo Setti, muito obrigado por apresentar meu texto.
Quero fazer aqui algumas observações.
A sigla SARA é a tentativa de traduzir para português a sigla ARDS – Acute Respiratory Distress Syndrome.
Ocorre que em inglês, também é frequente encontrarmos a expressão Adult Respiratory Distress Syndrome para se referir a mesma doença.
Achei conveniente traduzir SARA usando a palavra “Adulto” para fazer a diferença de SARS (outra doença que não tem nada a ver com essa).
Como existem médicos, alguns fazendo comentários sobre o artigo, fica aqui a explicação.
Se quiserem discutir SARA comigo, não tem problema algum. Meu mail é cardiopires@gmail.com.
Com relação a outros comentários (provavelmente também feitos por colegas) que defendem Cuba e a vinda de colegas de lá para o nosso país; aí não vou ser delicado.
Tenham vergonha na cara e respeitem a Medicina brasileira.
Quem pensa que a medicina cubana é boa que vá se tratar lá para ver o que lhe espera!
Apenas PAREM DE MENTIR para quem é leigo!


Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Aqui meu facebook 


OPERAÇÃO RESGATA DE BOATE NO CENTRO DE BELÉM CRIANÇA E ADOLESCENTES (aqui)

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