domingo, 5 de agosto de 2012

O fim de uma era para o Aquarius

Key Largo, Flórida – Flutuando a 17 metros abaixo da superfície do Atlântico, a oceanógrafa e ambientalista Sylvia Earle olha com carinho para uma tartaruga-cabeçuda apelidada Little Joe. Earle costuma fazer campanhas para salvar criaturas marinhas ameaçadas como essa espécie de tartaruga, mas agora ela deseja proteger um cilindro de aço que não está muito longe dela: o Aquarius Reef Base, que na última semana foi sua casa no leito marinho ao largo de Florida Keys.
Por Mark Schrope- The New York Times News Service/Syndicat
O fim de uma era para o Aquarius

Key Largo, Flórida – Flutuando a 17 metros abaixo da superfície do Atlântico, a oceanógrafa e ambientalista Sylvia Earle olha com carinho para uma tartaruga-cabeçuda apelidada Little Joe. Earle costuma fazer campanhas para salvar criaturas marinhas ameaçadas como essa espécie de tartaruga, mas agora ela deseja proteger um cilindro de aço que não está muito longe dela: o Aquarius Reef Base, que na última semana foi sua casa no leito marinho ao largo de Florida Keys.
Duas semanas morando no Aquarius permitem que os cientistas fiquem perto de um recife de coral e passem a mesma quantidade de tempo debaixo da água que durante um ano de mergulhos consecutivos. Segundo biólogos marinhos, não existe outra instalação que lhes ofereça a chance de estudar ecossistemas de recifes de forma tão íntima por longos períodos de tempo. 'Você vira um residente, não um visitante', diz Earle. Porém, para o desgosto de muitos, Aquarius parece pronto para fechar a câmera de descompressão para sempre neste ano, em função de restrições orçamentárias e declínio do apoio político.
A base opera na Flórida desde 1992 e, com apenas 13 metros de comprimento e cinco de largura, acomoda confortavelmente seis tripulantes. De propriedade da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos, sua principal financiadora, e integrando o Programa de Pesquisa Submarina Nacional (NURP, na sigla em inglês), o Aquarius é gerido pela Universidade da Carolina do Norte, campus de Wilmington. Na década passada, o orçamento do laboratório passou de US$ 3 milhões para aproximadamente US$ 800 mil.
Contudo, a equipe do Aquarius ficou chocada com a previsão orçamentária do presidente Barack Obama para 2013, anunciada em fevereiro. O NOAA recomendou que o Congresso cortasse o financiamento para o Aquarius e extinguisse o NURP. 'Nunca falaram que isso aconteceria', diz Thomas Potts, diretor do Aquarius.
Para atrair atenção para o drama do laboratório, Potts e Mark Patterson, antigo usuário do Aquarius, do Instituto de Ciência Marinha de Virgínia, em Gloucester Point, planejaram uma missão final altamente visível. Eles esperavam voltar a contar com o apoio governamental ou atrair doações privadas para uma nova Fundação Aquarius que financiasse o laboratório. Patterson recrutou Earle, ex-cientista-chefe da NOAA, que orientou a localização do Aquarius duas décadas atrás e agora é exploradora residente da Sociedade Geográfica Nacional, o oceanógrafo Dale Stokes, do Instituto Scripps de Oceanografia, em La Jolla, Califórnia, e o cineasta subaquático D.J. Roller para participar da missão. Inúmeros repórteres e membros da equipe de apoio também visitaram o local todos os dias durante a expedição entre 15 e 21 de julho.
Segundo Earle e Patterson, o laboratório produz uma contribuição singular à ciência dos oceanos porque é o único lugar no qual os pesquisadores podem ficar no fundo por longos períodos – mergulho de saturação – e conseguem acessar pontos de estudo submarinos em questão de minutos. Eles e outros defensores citam uma lista longa de conquistas de pesquisa, incluindo a avaliação do papel das esponjas na filtragem da água ao redor dos recifes, a descoberta de enormes ondas de água fria de áreas profundas ao largo da costa que varrem os recifes, o desenvolvimento e o teste de instrumentos que permitiram esse trabalho. Eles também sustentam que o laboratório é inestimável para estudar o oceano. E, desde 2001, a NASA aluga o Aquarius como centro de treinamento para operações espaciais porque trabalhar na água oferece o ambiente na Terra mais parecido com o trabalho na microgravidade.
Contudo, Andrew Shepard, diretor do Aquarius entre 2004 e 2009, não ficou surpreso com o corte. 'É a antiga batalha dos custos extramuros contra os intramuros.' Nos últimos anos, o programa de Pesquisa e Exploração do Oceano da NOAA, que apoia o NURP, tem batalhado para financiar adequadamente as principais prioridades, como o navio Okeanos Explorer. Segundo Shepard, programas extramuros como o Aquarius costumam ser uma prioridade baixa de orçamento. Ele também reconheceu que 'nem todos consideram o Aquarius indispensável para a comunidade da ciência dos recifes de corais. Para algumas pessoas, ele está no lugar errado e poderia ser bom se fosse possível movê-lo'.
'Acho que as grandes questões são: se ele deveria continuar a existir e, se sim, por quanto tempo e como ele deveria ser.'
O Aquarius já enfrentou uma grande crise orçamentária antes, incluindo a eliminação completa do financiamento em previsões orçamentárias presidenciais no passado. Porém, defensores no Congresso sempre recuperaram o financiamento. Agora, com o impulso atual para controlar os gastos governamentais, 'é tabu', na opinião de Shepard.
A NOAA não quis dar entrevistas à 'Nature', mas numa declaração por e-mail, o porta-voz, David Miller, disse que o Aquarius tem sido uma 'parte vital' para o cumprimento das missões essenciais da agência. 'Infelizmente, nosso ambiente orçamentário é muito, muito desafiador e não somos capazes de fazer tudo que gostaríamos.' Embora a previsão orçamentária presidencial de 2013 peça um aumento de quase US$ 160 milhões para a NOAA, boa parte desse valor foi destinada para os programas de satélites climáticos.
A missão da semana passada gerou atenção substancial, incluindo visitas de vários legisladores da Flórida. Porém, a menos que chegue um salvador de última hora, a equipe do Aquarius será dispensada em dezembro.
Joe Deppen, técnico em habitat e mergulhador do Aquarius nos últimos três anos, já pretende lecionar numa escola de mergulho comercial. 'Desejo que as pessoas percebam o valor do Aquarius', afirma ao fazer uma pausa para escolher as palavras enquanto balança num barco de apoio nas águas encrespadas logo acima da base. 'Todos que mergulham percebem como este lugar é fantástico.'
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Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"

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