quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ficção e Realidade: Inveja pode ser boa?
E mais: Famosidades discute quais são os limites da inveja!
15/08/2012 | Por Famosidades-- Famosidades
FAMOSIDADES
Por TAYNARA MAGAROTTO
SÃO PAULO – Quase chegando à sua reta final, “Amor Eterno Amor” está prendendo a atenção do público com uma narrativa pouco provável de que daria certo: a espiritualidade. Depois de ter sido roubado de sua mãe, Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) encontrou sua verdadeira família biológica, mas vem, a cada dia, descobrindo mais novidades sobre sua vida.
Principalmente a passada. Isso porque o personagem protagonista da novela global das 18 horas sempre está à procura do que aconteceu com ele em outras vidas. Rodrigo já descobriu, por exemplo, que seu primo Fernando (Carmo Dalla Vecchia) foi um de seus grandes inimigos em outras encarnações.
A narrativa da trama global está persistente e, ao mesmo tempo, cheia de mistérios. Talvez por esse motivo que o público anda grudadinho às telinhas. E não só pelo assunto da reencarnação e problemas acarretados em várias outras vidas. O sentimento que Fernando tem contra o primo, Rodrigo, é muito forte: a inveja.

Divulgação/Rede Globo
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Bonito e bem-sucedido, Fernando cobiça a vida que seu parente teve: foi amado pelas mães biológica e adotiva; foi procurado incessantemente por sua família; e ainda conquistou o coração da jovem jornalista Miriam, vivida por Letícia Persiles. E foi essa última questão que mais assombrou Fernando.
Alimentando uma paixão doentia pela jornalista, o empresário já foi noivo da morena, mas se viu extremamente prejudicado quando ela se deu conta de que estava apaixonada por Rodrigo. De lá para cá, Fernando só quer acabar com a felicidade do primo e desmistificar a imagem de “bom moço” que o protagonista tem.
Porém, a inveja que alimenta pelo primo e a busca incessante por vingança está deixando Fernando cada vez mais doente. Para conseguir manipular as pessoas – e até seus sentimentos – o personagem de Carmo Dalla Vecchia até fingiu que não voltou a andar após um grave acidente de carro.
Mas será mesmo que a inveja é tão ruim assim? Considerado um dos sete pecados capitais, esse sentimento já marcou presença em vários momentos de nossa vida. Tem gente até que diz que existe a “inveja boa”.
Ficção e Realidade desta semana tem a missão de responder: existe inveja boa ou é algo que devemos afastar de nossa mente a qualquer custo?

Divulgação/Rede Globo
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Especialista
Um dos sete pecados capitais, a inveja é um sentimento completamente normal. Pelo menos é o que assegura a psicóloga clínica Miriam Barros, com quem a reportagem do Famosidades conversou para debater o assunto.
Para a terapeuta, a inveja é um sentimento humano, que todo o mundo tem: “Ele é considerado feio, é mal visto. Ninguém gosta de assumir, mas todo o mundo já sentiu um dia. Ter inveja, até certo ponto, não é prejudicial”.
Miriam destacou ainda que a inveja pode, sim, ter um lado positivo para quem a “pratica”. “A inveja é você olhar para aquilo do outro e admirar, desejar. Isso pode ser positivo porque isso te impulsiona a conquistar aquilo também. Isso nos move para buscarmos o que desejamos”, disse.
Porém, o lado negativo pesa: “Quando essa inveja passa a ser destrutiva é ruim. Essa busca pode fazer a pessoa destruir o outro, o que ele tem”.
Entretando, não é só o invejado que sofre com os riscos que o sentimento pode causar. O invejoso também é vítima, quando encara isso de forma errada. “A pessoa sofre demais quando fica com a inveja destrutiva, porque seu pensamento e energia são supernegativos. Ela não se desenvolve como ser humano, fica paralisada naquela inveja”, explicou.
A psicóloga Miriam Barros disse que há, sim, um tratamento para quem acha que está valorizando demais as qualidades alheias. Claro que ninguém vai ao terapeuta por esse motivo, mas é um dos traços da personalidade do paciente nos quais os profissionais do ramo prestam atenção.
“O tratamento consiste em ajudar a pessoa a ter consciência sobre sua vida. Tirar o foco do outro e voltar para a dela. É importante que o invejoso se valorize materialmente, fisicamente e se impulsione a conquistar algo que é objeto de desejo dele. Transformamos o sentimento destrutivo em uma forma de observar sua vida de um outro modo.”
Divulgação/Rede Globo
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Realidade
Como a doutora Miriam Barros mesmo disse, a inveja é um sentimento saudável entre nós, pobres mortais. Por isso, o Famosidades foi atrás de casos reais. A novela “Amor Eterno Amor” retrata o ódio entre primos de uma forma bastante lúdica, com planos maquiavélicos contra alguém. Contudo, isso é definitivamente capaz de ocorrer na realidade.
Gustavo Carvalho é uma das vítimas da inveja alheia. O estilista, de 21 anos, tem sua própria grife de roupas desde 2006, e é um dos alvos de alguns invejosos por aí. Ele sofre de bullying virtual há um bom tempo.
“Com o sucesso na minha carreira, criei um grande público nas redes sociais. Porém, com tanto assédio, meu blog foi hackeado e meu Fotolog também. Pegaram minhas fotos, fizeram montagem e colocaram na internet como se eu fosse garoto de programa”, contou.
E não parou por aí. Gustavo afirmou que não tem ideia de quem seja o causador das piadinhas pela internet, e que isso o prejudica profissional e pessoalmente. “Fizeram comunidades e um blog nas redes sociais somente para falar mal de mim.”
Para Gustavo, a inveja alheia lhe forçou a tomar medidas mais preventivas: “Tento manter a minha vida pessoal mais reservada. Não me divulgo mais nas redes sociais. Apenas mostro meu trabalho”.
O problema com a inveja no trabalho também rolou com o empresário Marcel Figueiredo, de 32 anos. Ele trabalhava em uma empresa de grande porte na área de informática até ficar doente. Por conta do tratamento, ele precisou ficar afastado do trabalho. E foi nesse tempo que sua vida mudou completamente.
“No tempo em que fiquei afastado, tive a ideia de montar um site sobre finanças pessoais. Como não tinha nada igual no mercado, dei várias entrevistas para revistas, jornais e canais de TV. Fiz sucesso com a ideia”, contou.
Porém, quando Figueiredo retornou às suas funções como técnico de informática, viu que seu sucesso não foi muito bem recebido pela empresa e por seus colegas de trabalho: “Fui demitido quando voltei à empresa. Meus chefes disseram que eu estava causando muito desconforto entre os funcionários, e que meu site gerou inveja na galera. Falaram que não me encaixava naquilo que eles esperavam de mim”.
Por causa dos invejosos, Marcel disse que saiu prejudicado: “Não esperava viver do dinheiro só do meu site. E fui demitido repentinamente”.
Com isso, ele já adotou a 'vacina' contra a cobiça alheia: “Agora percebo com mais clareza quem é a pessoa que tem aquela inveja ‘não saudável’. Dá para perceber qual é a inveja normal e qual não é”.

Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"

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