"Por Roberto Pompeu de Toledo" em 03/05/2012 às 14:00 \ Política & Cia
Um mal-entendido, causado por diferenças culturais.
Com esse argumento, a Embaixada do Irã em Brasília saiu em defesa do diplomata Hekmatollah Ghorbani, acusado de tocar nas partes íntimas de meninas de 9 a 14 anos na piscina de um clube da capital federal.
Embaixador do Irã no Brasil Mohsen Shaterzadeh
Embaixador do Irã no Brasil Mohsen Shaterzadeh
“Diferenças culturais” – eis um artigo de ampla utilidade, no mundo contemporâneo. Pode ser invocado com um olho na embromação e outro no cinismo, como no caso do iraniano.
Outras vezes pode não ser invocado, mas nem precisaria – grita nas entrelinhas. Tivemos exemplos desses e de outros tipos nos últimos dias. Até de um em que era só uma piada de bufão.
O caso do iraniano é sério, mas a nota da embaixada em defesa do acusado, em que a barafunda dos argumentos vinha embalada em português trôpego, é cômica.
Um trecho: “Sendo nas demais sociedades, essas virtudes e valores relativos podem provocar dificuldades e uma série de incompreensão para as pessoas que estão vivendo num ambiente alienígena às suas características culturais”.
Ora, foi para ouvir semelhantes disparates que os ministros e diplomatas brasileiros aprenderam com tanto custo a pronunciar a palavra AH-MA-DI-NE-JAD? Não foi, e então o governo iraniano, agora por um porta-voz em Teerã, e em correto idioma farsi, tratou de recuar, afirmando que o caso será investigado. Para começar, disse o porta-voz, o diplomata não deveria estar numa piscina frequentada também por mulheres.
Conclusão: para o governo iraniano, o pobre diplomata mergulhou no choque cultural da piscina proibida e sucumbiu.
"Diferenças culturais”??? Por quê? No Irã, a cultura permite que um canalha de 51 anos acaricie a genitália de meninas? Ou o taradão, de fato desacostumado a conviver em ambientes públicos com mulheres e crianças em trajes de banho — já que aquela ditadura asquerosa o proíbe —, achou que tinha todo direito de manifestar sua “cultura diferenciada”?
"Diferenças culturais”??? Por quê? No Irã, a cultura permite que um canalha de 51 anos acaricie a genitália de meninas? Ou o taradão, de fato desacostumado a conviver em ambientes públicos com mulheres e crianças em trajes de banho — já que aquela ditadura asquerosa o proíbe —, achou que tinha todo direito de manifestar sua “cultura diferenciada”?
Diferença cultural que grita nas entrelinhas é a que aparece em dois casos protagonizados por funcionários americanos, um em Cartagena, na Colômbia, o outro em Brasília, ambos envolvendo prostitutas locais.
Em Cartagena, agentes do serviço secreto, destacados para proteger o presidente Barack Obama durante a Cúpula das Américas, contrataram moças para uma festinha. O caso veio à luz quando uma delas recorreu à polícia para queixar-se de que não fora paga conforme o combinado.
Em Brasília, quatro funcionários da embaixada americana, entre os quais três marines, tiveram sua noite de embalo prejudicada por um desentendimento que terminou em agressão a uma delas. O caso ocorreu em dezembro, mas permaneceu na obscuridade até a semana passada, quando foi comentado pelo secretário de Defesa americano, Leon Panetta, durante visita a Brasília.
A “diferença cultural” em questão é produto do clique que se dá na cabeça de americanos como os envolvidos nos dois incidentes quando cruzam a fronteira do Rio Grande.
A América Latina os liberta.
Ressalve-se, em favor dos americanos brutal diferença, com relação ao caso iraniano, de que se envolveram com mulheres adultas, e para fruição de sexo consentido. Ressalve-se, em favor do governo americano, que, ao contrário de proteger seus agentes, os puniu. Sobra ainda assim o substrato do clique na cabeça dos implicados. Em Cartagena como em Brasília, eles estavam em missão governamental. Mesmo assim, não podiam perder a oportunidade de provar as calientes latinas. Engajaram-se na prática do turismo sexual oficial.
A piada de bufão nos veio do inesgotável Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro da Itália. A última das revelações sobre sua movimentada vida social dá coma de festas animadas por strip-teases que começavam com as moças vestidas de enfermeira, de freira ou de policial. Houve até uma que se apresentou com uma máscara de Ronaldinho Gaúcho.
Que tem a dizer o Cavaliere sobre isso? Calmo, condescendente, em nenhum momento ele pronunciou as palavras “diferença cultural”, mas forneceu explicações sobre as protagonistas das festas. Elas vêm do show business, explicou, paciente; por isso, são “naturalmente exibicionistas”. Não era nenhuma violência, portanto, fazê-las desfilar daquele jeito. Ao contrário, divertiam-se com tais “jogos burlescos”.
Quase ao mesmo tempo em que Berlusconi dava suas explicações, este ás do estranhamento cultural que é o presidente da África do Sul Jacob Zuma se casava, em sua aldeia natal, pela sexta vez. Uma das mulheres já morreu; de outra, divorciou-se. Mesmo assim, sobra-lhe um time respeitável de esposas, agora de quatro integrantes.
Ao contrário de Berlusconi, ele não se envolvia em nenhuma transgressão. A poligamia é aceita entre os zulus, sua nação, e tolerada, como singularidade cultural, pelas leis da África do Sul. Berlusconi pode ter sentido uma ponta de inveja. Ao celebrar o evento dentro dos rituais zulus, Zuma dançou embrulhado numa pele de leopardo. A ele é permitido dançar o bunga bunga em paz.
Tags: Barack Obama, bunga-bunga, Cúpula das Américas, Embaixada do Irã,Hekmatollah Ghorbani, Jacob Zuma, Leon Panetta, Mahmoud Ahmadinejad,poligamia, prostitutas, Silvio Berlusconi, strip-teases, turismo sexual
O ÓBVIO É O MELHOR ESCONDERIJO DAS GRANDES VERDADES"Por Osvaldo Aires"
Osvaldo
Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre
os 80 milhões Me Adicione no Facebook
- O beijo de 6000 anos encontrado em Hasanlu, Irã.
O amor é mais forte que o tempo. Hasanlu é um sítio de escavação arqueológica no Irã, Azerbaijão Ocidental, Solduz Valley. Esqueletos foram encontrados em uma caixa com nenhum objeto. A única característica é uma laje de pedra sob a cabeça do esqueleto, no lado esquerdo.
A tara é de longas datas.
A NOTA ASQUEROSA DA EMBAIXADA DO IRÃ EM DEFESA DE UM MOLESTADOR DE CRIANÇAS. OU: A REAÇÃO DE UMA DITADURA QUE ODEIA AS MULHERES
19/04/2012 às 15:44
A Embaixada do Irã no
Brasil emitiu uma nota nojenta sobre o seu molestador de crianças. Leiam
trechos de uma reportagem da Agência Brasil. Volto em seguida.
A Embaixada do Irã
reagiu às denúncias de abuso sexual, atribuídas a um diplomata, de 51 anos, do
país. Em nota divulgada na quarta-feira à noite, a representação diplomática
informou que houve um “mal-entendido” na interpretação dos fatos devido às
“diferenças culturais” entre iranianos e brasileiros. Também condenou a
imprensa nacional por considerá-la tendenciosa e discriminatória no que se
refere ao Irã.
“Essa missão
diplomática declara que a acusação levantada contra o diplomata iraniano é
exclusivamente um mal-entendido decorrente das diferenças nos comportamentos
culturais [entre iranianos e brasileiros]“, diz a nota.
(…)
“Nesse sentido também expressamos energicamente o nosso protesto e indignação
relativo ao tratamento e à maneira como a mídia, geralmente tendenciosa, trata
as coisas relativas a alguns países, entre eles o Irã”, diz ainda o comunicado.
“[A reação da mídia brasileira] demonstra nitidamente um comportamento
intencional, propositado e imparcial“, acrescenta.
Na quarta-feira, o
Ministério das Relações Exteriores recebeu informações da Polícia Civil do
Distrito Federal sobre as acusações envolvendo o diplomata iraniano e decidiu
notificar oficialmente a Embaixada do Irã no Brasil. Mas, antes, serão
conduzidas investigações em relação ao caso. O iraniano dispõe de imunidade
diplomática e não pode ser investigado nem incriminado como os cidadãos comuns.
Parentes das crianças
estiveram no Itamaraty para pedir ao governo federal providências em relação ao
caso. O diplomata iraniano é acusado de ter assediado sexualmente crianças e
adolescentes de 9 a 14 anos na piscina de um clube da capital federal,
localizado em área nobre da cidade. Segundo relato das famílias e dos
salva-vidas do clube, o homem acariciou as partes íntimas das crianças quando
mergulhava na piscina, no sábado passado (14). Pais e mães das crianças e
adolescentes fizeram um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil.
O diplomata foi ouvido e liberado em seguida.
De acordo com a
Convenção de Viena, um diplomata não pode ser processado ou preso no Brasil.
Nesses casos, pode sofrer punições somente se o país de origem retirar a
imunidade diplomática ou for declarado persona non grata pelo governo
brasileiro, sendo expulso do território e impedido de ingressar. No entanto, o
diplomata não está isento de ser alvo de processo em sua terra natal. No Irã,
crimes sexuais são julgados de acordo com a Sharia - código de conduta e moral
regido pelo Alcorão, livro sagrado do islamismo. Desde a revolução islâmica em
1979, o país é uma república orientada pelos preceitos da religião.
Voltei
Reparem na palavra em negrito. Ou a Agência Brasil errou na transcrição de
trecho da nota, ou a Embaixada do Irã no Brasil não sabe, a exemplo dos
petralhas, a diferença entre “parcial” e “imparcial”. Eles vivem botando as
patas na área de comentários do blog me exortando a ser “menos imparcial”, se é
que vocês me entendem… Mas vamos ao caso.
“Diferenças
culturais”??? Por quê? No Irã, a cultura permite que um canalha de 51 anos
acaricie a genitália de meninas? Ou o taradão, de fato desacostumado a conviver
em ambientes públicos com mulheres e crianças em trajes de banho — já que
aquela ditadura asquerosa o proíbe —, achou que tinha o direito
de manifestar sua “cultura diferenciada”? Por que, então, em nome dos seus
valores, não ficou longe da piscina?
É muito atrevimento a
embaixada de um país que vive sob uma ditadura religiosa, que trata a
divergência na base da bala e do porrete, que discrimina as mulheres, que as
condena ainda ao apedrejamento, criticar a imprensa de um país livre.
Preconceito contra o Irã? É mesmo?
O molestador, consta,
já deixou o país. O Itamaraty não tem o que fazer nesse particular. Mas
caberia, sim, uma manifestação de repúdio à nota da Embaixada, que representa,
afinal, o governo do Irã. Ela é acintosa.
Aguardo a reação das
ONGs e movimentos sociais que defendem crianças e mulheres. Ou vão silenciar
diante da óbvia ofensa proferida pelo governo dos “companheiros” iranianos? E
Lula? Resistirá à tentação de se solidarizar com seu amigo Mahamoud
Ahmadinejad?
Para arrematar: antes
dessa nota, vá lá, estávamos diante de um desvio de comportamento de um cidadão
iraniano. Depois dela, temos o endosso do governo do Irã à ação do molestador.
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Meu Adicione no Facebook
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