Por Osvaldo Aires Bade
Só entrei na net em março de 2012. Escrevi esse texto profético bem antes de ter blog, Facebook e Twitter e ainda não atualizei - hoje tenho um pouco mais de conhecimento das ferramentas da rede social e blogger.
Os 10 (dez) passos da aprendizagem e a admissão de que toda teoria é um instrumento para a ação e para a transformação da experiência, e, portanto, da realidade.
A Finlândia tem o melhor sistema educativo do mundo. O Piauí, o estado mais pobre da federação, possui a melhor escola secundária do Brasil. O que mais haverá de comum e verdadeiro entre a Finlândia e o Piauí? É que, simplesmente, ambos praticam a teoria do feijão-com-arroz educativo e tem mais quebram entre tantas outras fortes
teorias, como a financeira, mais duas outras teorias: A sobre o clima e outra sobre a sopa
de consoante e de vogais nas palavras. Isso, dizem, explicaria também a
seriedade de um povo.
- A MELHOR ILUSTRAÇÃO (vídeo) DE UM PARADIGMA QUE JÁ VI!
Ouvindo alguns oráculos(1) da nossa educação sentimos falta do oráculo para entender certas posições e palavras – isso se fosse possível entendê-las, e ainda assim precisaríamos de suplementos extras de oxigênio para navegar nos ares rarefeitos dessas teorias recitadas e burramente defendidas. Para outros, só as teorias pedagógicas não bastam: Dizem que sem fartas doses de tecnologia nada se vai resolver. Mas, esquadrinhando o mundo em busca dos sistemas educativos que deram certos, vamos descobrir que eles são simples, muito simples, óbvios e robustos(2). Praticam o feijão-com-arroz-alemão da educação. Vejamos o que dizem todas as pesquisas sérias, peneirando as bases e os traços comuns das boas escolas e dos bons sistemas. Vamos aos 10(dez) passos - RÁPIDOS E CERTEIROS...
Igreja Luterana Temppeliaukio kirkko vista de seu interior em Helsinki
1º) Rumos com metas: Escolas de primeira linha têm uma clara percepção dos rumos em que navegam, isto é, possuem metas. Além disso, são poucas metas, que não mudam de uma hora para outra e são compartilhadas por todos. E não é só isso. As metas são pertinentes e quantificadas (exemplo: em 2 (dois) anos, ganhar/melhorar tantos pontos nos teste).
(1) Oráculo: [Do lat. oraculu.] 1.Resposta de um deus a quem o consultava.2.Divindade que responde a consultas e orienta o crente: o oráculo de Delfos.3.Fig. Palavra, sentença ou decisão inspirada, infalível, ou que tem grande autoridade: os oráculos dos profetas;os oráculos da ciência.4.Fig. Pessoa cuja palavra ou conselho tem muito peso ou inspira absoluta confiança: É o oráculo do partido. [Sin. ger.: orago. Cf. oraculo, do v. oracular.]
(2) Robusto: [Do lat. robustu.] 1.De constituição resistente; que suporta fadigas; forte, vigoroso: homem robusto;animal robusto.2.Vigoroso, potente; rijo: mãos robustas.3.Que manifesta boa saúde; sadio, saudável: bebê robusto.4.Duro, rijo, sólido: árvore robusta.5.Fig. Firme, enérgico, inabalável, inquebrantável: vontade robusta. 6.Fig. Que tem vitalidade, força, autenticidade: a arte robusta do Renascimento.7.Fig. Poderoso, influente: uma instituição robusta;empresa robusta.
Igreja Luterana Temppeliaukio kirkko vista de seu exterior em Helsinki
I
2º) O clima é estimulante: O ambiente é sempre saudável, os fluídos são bons e os professores estão satisfeitos. De fato, para os professores, a atmosfera da escola é tão ou mais importante quanto os salários. Ademais, a sociedade como um todo valoriza e prestigia bastante os professores. Veja mais em nosso post sobre Gestão.
3º) Respeito e responsabilidade: As autoridades dão às escolas muita autonomia para operar. Há forte liderança do diretor “a escola tem a cara do diretor”. Ele manda. É um real gestor, estando livre para se mover. Mas deve atingir as metas estabelecidas, e seu desempenho é avaliado com extremo rigor. Não precisa dizer que sua indicação não é moeda de troca na política, nem ele é eleito pelos seus pares e sim pelo mérito(1) que é o eixo central de todo o sistema. No pré-escolar os mestres possuem pós-graduação.
4º) Há prestação de conta: Sejam públicas ou privadas, as escolas são administradas como as empresas de ponta. Há cobrança de resultados e vantagens extras para quem desempenha bem o seu papel em todo o sistema. Os melhores mestres também educam as turmas mais difíceis e o sistema possui ainda tutores(2), mentores(3), preceptores(4), monitores(5) e afins, avaliados constantemente. Para que não haja dúvidas do que se busca existem orientações especiais com uso de tudo que a ciência já alcançou, mas ao mesmo tempo, malandros e incompetentes ganham puxões de orelha na hora e os melhores são recompensados mais rápidos ainda.
(1) Meritocrático: Mérito: [Do lat. meritu.] 1.Jur. Questão ou questões fundamentais, de fato ou de direito, que constituem o principal objeto da lide. 2.Merecimento: [De merecer + -imento.] 1.Qualidade que torna alguém digno de prêmio, estima, apreço, ou de castigo, desprezo, etc. 2.Valor, importância: o merecimento do livro. 3. Superioridade, excelência. 4. Capacidade, habilitação, inteligência, talento, aptidão: merecimento literário; merecimentos científicos.
(*) Nota do autor: Ame o mérito. Mérito é; manda quem sabe mais e têm o melhor desempenho e, obedece exemplarmente quem é o melhor. O sistema cruel é aquele que apenas restringe e não diz ás pessoas qual o lugar delas e principalmente, como elas podem realmente progredir através de avaliações profissionalmente justas.
(2) Tutor: (ô) [Do lat. tutore.] 1.Indivíduo legalmente encarregado de tutelar alguém.
2.Protetor, defensor.3.Vara ou estaca usada para amparar um arbusto, trepadeira, ou árvore flexível.4.Aluno designado como professor de outros alunos, em formas alternativas de ensino. [Flex., nas acepç. 1, 2 e 4: tutora (ô), tutores (ô), tutoras (ô). Cf. tutora, tutoras, tutores, do v. tutora
(3) Mentor: (ô) [Do ficciôn. Mentor, personagem da Odisséia, de Homero (séc. VIII a. C.), amigo e conselheiro de Ulisses, e preceptor de seu filho Telêmaco.]1.Pessoa que guia, ensina ou aconselha outra; guia, mestre, conselheiro.
(4) Preceptor: (ô) [Do lat. praeceptore.] 1.Aquele que ministra preceitos ou instruções; aio, mestre, mentor.2.Professor encarregado da educação de crianças no lar.
3.Ant. Mestre ou comendador de ordem militar.
(5) Monitor: (ô) [Do lat. monitore.] 1.Aquele que dá conselhos, lições, que admoesta.2.Aluno que auxilia o professor no ensino de uma matéria, em geral na aplicação de exercícios, na elucidação de dúvidas, etc., fora das aulas regulares; decurião.
5º) Eficácia(1): Provavelmente, os professores nunca ouviram falar nem nos autores, nem nas teorias da moda pedagógica. Contudo, conhecem profundamente os assuntos que ensinam e sabem ensiná-los perfeitamente. De fato, pedagogia para eles significa saber ensinar cada ponto da matéria com efetividade(2).
6º) Casos práticos consagrados: Há muita ênfase em aplicar as teorias em problemas da vida real. A finalidade é formar cidadãos úteis. Em vez de apenas “decorar” fatos, fórmulas e definições, se buscam soluções praticas para o dia-a-dia e para o mundo. Os livros são de excelente qualidade didática, detalhados e universalmente usados. Os professores não precisam “criar” sua aula (embora não estejam proibidos), pois existe uma retaguarda de planejamento e explicações de tudo o que acontece na aula (os livros e os guias dos professores oferecem bancos de perguntas, de exercícios e de aplicações práticas para serem comparados com os centros de excelência do mundo no que há de melhor e assim imitados, replicados, clonados).
7º) Proficiência(3): Os currículos oficias são claros e precisos, dizendo exatamente o que é para ser ensinado e aprendido. Segundo um funcionário do Ministério da Educação da Finlândia:
“Nosso currículo prescreve, nossos professores capricham no ensinar e nossos alunos aprendem e rápido as mesma competência e conhecimento que são avaliadas no P.I.S.A (programa internacional de avaliação de alunos)”.
(1) Eficaz: [Do lat. efficace.]1.Que produz o efeito desejado; que dá bom resultado: medida eficaz; tratamento eficaz.2.Que age com eficiência: gerente eficaz. ~ V. corrente —, seção — e valor —. [Sin. ger.: eficiente e (p. us.) efetuoso. Superl. abs. sint.: eficacíssimo.]
(2) Efetividade: [De efetivo + -(i)dade.]1.Qualidade de efetivo.2.Atividade real; resultado verdadeiro: a efetividade de um serviço, de um tratamento.3.Realidade, existência.
(3) Proficiência: [De proficiente + -ia2, seg. o padrão analógico.] 1.Qualidade de proficiente; competência, aptidão, capacidade; habilidade:"A doutrina cristã, anotada pela proficiência do explicador, foi ocasião de dobrado ensino que muito me interessou." (Raul Pompéia, O Ateneu, p. 57.) 2.Proveito, útil, vantagem; Proficuidade:(u-i) [De profícuo + -(i)dade.] 1.Qualidade de profícuo; vantagem, proveito, utilidade.
8º) Na sala de aula o método é o convencional: Existem avaliações de performance freqüentes com bastantes deveres de casa e muito feedback para o aluno. A jornada de estudo/trabalho é longa (mínimo de 5[cinco] horas), mas não há necessariamente tempo integral. Os alunos são seriamente cobrados e entendem que precisam estudar pra valer. A disciplina é “careta” (por exemplo, os horários são rígidos e precisos; não se pode conversar durante a aula, nem ter barulho próximo ao colégio, a biblioteca é um local sagrado e etc e etc...).
9º) Há apoio integral: A família e o tutor acompanham a vida escolar do aluno e o “vigiam” de perto, para assegurar que ele fez o dever de casa muito bem feito. Além disso, eles são preparados para conversar muito com o filho/aluno e assim garantir a existência de um ambiente físico e psicológico que favorece o estudo e o aprendizado intenso. Televisão berrando ou sintonizado na novela pode ser a distração da família, mas desvia o aluno do seu maior projeto e ponto de honra, que é a sua educação elevada de profundos conhecimentos para uma vida próspera e feliz.
10º) Seriedade na condução: Quando examinamos as melhores escolas do Enem, lá estão também a predominância da doutrina do feijão-com-arroz-alemão-samurai, observada nas melhores escolas de outros países. Colecionam assim os melhores lugares as instituições (confessionais ou não) de tradição e disciplina rígida:
- Os colégios militares e religiosos e outras do mesmo estilo. Ainda bem que não são necessárias fórmulas mirabolantes e nem prédios para oferecer de fato uma boa educação.
Helsínquia - Finlândia
VIDA DURA
Desde que foi criado o Nobel de Economia, em 1969, 70% dos prêmios foram para os Estados Unidos; ali, ao contrário do que geralmente ocorre em países latinos, economistas dedicam-se a entender o funcionamento dos fatos econômicos, em vez de passar seu tempo tentando entender a história da economia.
Os méritos também estão acima de discussão. Eles são grandes mestres na pesquisa, seus modelos são tidos como obras-primas de exatidão matemático. Observe que das 100 melhores faculdades do mundo 80 estão nos EUA.
Para os outros países sem perspectivas de um Nobel ou até mesmo classificar uma faculdade, a atitude que o hiper-realismo recomenda aos seus “profissionais” é procurar méritos bem modestos.
EDUCAÇÃO
Investir em Educação é uma típica operação ganha-ganha: Reputação, dignidade, profissionais qualificados, mercado consumidor prospero, país engajado no desenvolvimento sustentável e cidades onde podemos nos sentir confortáveis, seguros e satisfeitos por viver em comunidade. Qualquer setor produtivo qualificado no mundo só vai prosperar com pessoas qualificadas, o que passa, necessariamente, pela formidável formação escolar.
É preciso mobilização em torno de um trabalho que faça uma diferença efetiva na transformação social. Assim, é possível gerar modelos de atuação que contribuam para a construção de uma nação realmente justa, onde o ESFORÇO É SAGRADO E MUITO BEM RECOMPENSADO, com oportunidades para todos dentro dos seus devidos talentos e condições. Os investimentos em educação devem conjugar dois tipos de avaliação, que se complementam:
- A avaliação de impacto e o cálculo de seu retorno econômico. Não podemos nos dar ao luxo perverso de desperdiçar recursos, de reinventar a roda ou de sobrepor ações “sociais” de forma ineficaz.
- A avaliação de impacto e o cálculo de seu retorno econômico. Não podemos nos dar ao luxo perverso de desperdiçar recursos, de reinventar a roda ou de sobrepor ações “sociais” de forma ineficaz.
7 O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.
(Pv 1.7)
6 Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.
1 Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.
2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.
(SALMOS, 128.1-4) (Pv. 22.6)
UM VÍDEO PARA PENSAR
Mudando Paradigmas na Educação (Dublado) - RSA Animate
Essa vara evita que o mundo ensine o que os pais não ensinaram. Aprender com o mundo, é infinitamente mais doloroso do que aprender com os pais.
UM VÍDEO PARA PENSAR
Mudando Paradigmas na Educação (Dublado) - RSA Animate
Animação adaptada de uma palestra dada na RSA por Sir Ken Robinson, especialista em educação e criatividade mundialmente reconhecido. Dublagem em português: Blog Brasil Acadêmico.
Um vídeo intencionalmente bom que perde sua credibilidade ao contribuir para a mistificação de preconceitos médicos. Os detalhes do que se diz são fundamentais, porque revelam o grau de conhecimento (informação fundamentada) que é utilizada para transmitir uma mensagem. Se você se utiliza de apenas UMA única informação errada/equivocada, mesmo que não intencionalmente, todo o trabalho (a mensagem) perde credibilidade.
No Brasil, seja por preconceito, ou despreparo dos médicos, muitas pessoas tem o tratamento negado. Este desconhecimento e o pré-julgamento tiram delas a oportunidade de viver uma vida mais funcional e com menos sofrimento.
Entre (1) o diagnóstico equivocado/excessivo, (2) e a falta de tratamento, a primeira opção será sempre a melhor. Sempre poderá ser revista e não causa sequelas. A segunda opção condena o portador desta condição ao sofrimento e até incapacitação. Mais sobre (aqui)
"Por Rafael Stoll"
O Colégio São Bento é um dos melhores estabelecimentos de ensino deste país - quiçá da América Latina. Forma futuros diplomatas, ministros, cientistas... Agora, reparem no custo da mensalidade dessa instituição, o que é oferecido ao aluno, e comparem com o custo de um aluno na rede pública. E as pessoas criticam a existência de colégios privados?! Não!!!! O erro está em ser a educação pública uma bosta!
Ninguém pode deixar de ver o vídeo de 3 minutos. Nada tem de surpreendente o sucesso que vem fazendo nas redes sociais. ...
Posted by Osvaldo Aires Bade on Domingo, 6 de setembro de 2015
- Goiás aposta em ‘militarização’ de escolas para vencer violência (aqui)
OS GENERAIS CRIARAM OS COLÉGIOS MILITARES E OS PELEGOS O PRONATEC... EM QUE ESCOLA VOCÊ GOSTARIA DE VER SEUS FILHOS ESTUDANDO?
Osvaldo
Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre
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OLAVO DE CARVALHO ENSINA COMO EDUCAR A POPULAÇÃO CARCERÁRIA DO BRASIL
ENFIM, UM DIAGNÓSTICO LÚCIDO SOBRE O DESASTRE DO ENSINO PÚBLICO FUNDAMENTAL E MÉDIO NO BRASIL. OU: REFORMANDO O ENSINO COM PAREDE COR-DE-ROSA, TEATRO E TABLETS… FUNCIONA? É CLARO QUE NÃO!
19/08/2012 às 6:07
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Educação
Tags: Educação
O governo divulgou na semana passada o resultado do Ideb, que avalia o ensino fundamental e médio. Comentei o desastre aqui em alguns posts. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no entanto, comemorou. Compreendo.
A presidente Dilma Rousseff, como sabem, está prestes a endossar uma lei verdadeiramente criminosa aprovada pelo Congresso: a reserva de 50% das vagas das universidades federais para alunos egressos da escola pública, segundo a cor da pele dos estudantes. Pesquisa recente demonstra que nada menos de 4% dos universitários brasileiros são semialfabetizados, e escandalosos 38% não são plenamente alfabetizados. É a tragédia da escola pública fundamental e média se alastrando célere no terceiro grau. Sancionada a lei — Dilma e Mercadante a aprovam —, a universidade pública estará condenada a funcionar como curso supletivo, destinado a suprir as deficiências do ensino nas etapas anteriores. Pior: diminuirá enormemente a pressão em favor da melhoria da escola pública.
Apesar de pensar que esse presidente quer acabar com a America o Lulallate não chega nem perto.
Muito bem! As Páginas Amarelas de VEJA desta semana trazem uma entrevista com João Batista Araújo de Oliveira, especialista em educação que põe os pontos no “is”. Voltarei a este assunto (espero que Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio de Mello não abusem excessivamente da nossa paciência) para discutir por que, afinal de contas, o Brasil tem feito tudo errado nessa área. Destaco algumas frases de Oliveira:
Qualidade do professor:
“Desde a década de 60 há um rebaixamento do nível do pessoal, e a qualidade do ensino depende essencialmente do professor.”
Palavrório pedagógico
“As escolas têm um punhado de papéis reunidos sob o nome de ‘proposta político-pedagógica’, seja lá o que isso queira dizer: começa com uma frase do Paulo Freire e termina citando Rubem Alves.”
Programa de ensino
“É preciso ter um programa de ensino: afinal, se você não sabe o que ensinar, como vai saber o que avaliar?”
Premiar e punir
“É preciso premiar quem faz direito e punir quem não faz. Hoje, o único punido no sistema de ensino brasileiro é o aluno reprovado. Isso é covardia.”
Pedagogos demais, gestores de menos“
O problema é que as escolas e as secretarias de Educação estão povoadas de pedagogos, e não de gestores.”
Idiotia deslumbrada
“Porque no Brasil o que importa é acessório. O legal é colocar xadrez na escola, é ensinar teatro. O brasileiro vai à Finlândia e acha que o sucesso da educação daquele país se deve ao fato de que as paredes das escolas são pintadas de rosa.”
Enem
“Ficamos com esse troço que ninguém sabe o que é. O Enem não tem a menor importância.”
Tablets nas escolas
“Nenhum país conseguiu melhorar a educação a partir do uso da tecnologia. (…) Não adianta colocar ingredientes certos na receita errada.”
Verba para educação
“Desde 1995, o salário do professor quintuplicou no Brasil, mas não houve avanço no desempenho do ensino. Então, aumentar uma variável só não vai mexer no resultado.”
Educação em 2021
“Estaremos no mesmo patamar. Não há nenhuma razão para pensar que será diferente.”
Leiam trechos da entrevista. A íntegra está na revista. Por Nathalia Goulart: Há décadas governos estaduais, municipais e federal se vangloriam de suas escolas-modelo, unidades que recebem toda a atenção da administração de plantão e que, por isso, se destacam dos demais colégios públicos pela excelência. Os governantes deveriam, na verdade, se envergonhar da situação, afirma o educador João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, ONG dedicada à educação.
O argumento do especialista é simples: “As escolas-modelo são exceções. A regra, como sabemos, são as demais escolas do Brasil”. Para incentivar governos a corrigir a distorção. Oliveira criou, em parceria com a Gávea Investimentos e a Fundação Lemann, o Prêmio Prefeito Nota 10, que vai dar 200 mil reais a administradores municipais cuja rede de ensino fundamental obtenha a melhor avaliação na Prova Brasil, exame federal que mede a qualidade do ensino público no ciclo básico. Escola-modelo, portanto, não conta. “Não adianta o prefeito falar que tem duas escolas excepcionais se as demais não acompanham esse nível. Queremos premiar o conjunto.” Confira a seguir a entrevista que ele concedeu a VEJA.
O MEC divulgou nesta semana os resultados da Prova Brasil, que mostra o nível de aprendizado das crianças no ciclo fundamental das escolas públicas. Como o senhor avalia os resultados?
Eles foram divulgados com grande fanfarra, mas não há nenhuma justificativa para isso. Se você analisa a questão no tempo, percebe que existe estagnação. Há um ponto fora da curva, os resultados divulgados em 2010. Mas eles não foram corroborados neste novo exame, e já esperávamos isso. Estamos onde estávamos em 1995. Há uma melhora bem pequena nos anos iniciais da escola, e pouquíssima variação nas séries finais e no ensino médio. Os gastos em educação aumentaram — e muito — e foram criados muitos programas, mas isso não tem consistência suficiente para melhorar a qualidade do ensino. Então, temos duas hipóteses para a estagnação: ou os programas criados são bons, mas não foram bem executados, ou são desnecessários e não trouxeram benefício algum.
Especialistas, entre os quais o senhor, pregam que uma reforma educacional eficaz se faz com receitas consagradas — ou seja, sem invencionices. Quais são os ingredientes para o avanço?
O primeiro é uma política para atrair pessoas de bom nível ao magistério. Desde a década de 60 há um rebaixamento do nível do pessoal, e a qualidade do ensino depende essencialmente do professor. O segundo ingrediente é a gestão do sistema. Uma boa gestão produz equidade: todas as escolas de uma mesma rede funcionam segundo o mesmo padrão. Hoje, unidades de uma mesma rede estadual ou municipal apresentam desempenhos díspares.
O terceiro é a existência de um programa de ensino estruturado, que falta ao Brasil. As escolas têm um punhado de papéis reunidos sob o nome de “proposta político-pedagógica”, seja lá o que isso queira dizer: começa com uma frase do Paulo Freire e termina citando Rubem Alves. Os governos de todos os níveis abriram mão de manter uma proposta de ensino, detalhando o que os alunos devem aprender em cada série. O quarto ingrediente é um sistema de avaliação que possa medir a evolução do aprendizado.
Para isso, porém, é preciso ter um programa de ensino: afinal, se você não sabe o que ensinar, como vai saber o que avaliar? De posse de bons profissionais, gestão, programa de ensino e métodos de avaliação, acrescenta-se o último ingrediente, um sistema de premiação e punição. Algumas redes começam a pensar em um sistema de premiação, mas não adianta só dar incentivo. É preciso premiar quem faz direito e punir quem não faz. Hoje, o único punido no sistema de ensino brasileiro é o aluno reprovado. Isso é covardia. Nada acontece com professor, diretor, secretário de Educação, prefeito ou governador quando eles falham.
(…)
Por que é tão difícil levar a qualidade das escolas-modelo para toda a rede de ensino?
Porque no Brasil o que importa é acessório. O legal é colocar xadrez na escola, é ensinar teatro. O brasileiro vai à Finlândia e acha que o sucesso da educação daquele país se deve ao fato de que as paredes das escolas são pintadas de rosa. Na volta ao Brasil, ele quer pintar todas as escolas daquela cor.
Depois, ele vai à Franca, onde vê um livro que julga importante e decide introduzi-lo nas escolas daqui… Em vez de olharmos o que os sistemas de ensino daqueles países têm em comum, olhamos exatamente para o que há de diferente neles, como se isso fosse a bala de prata da educação. Por isso gestão é tão importante: é preciso focar o DNA da escola e deixar de lado o que é periférico.
O problema é que as escolas e as secretarias de Educação estão povoadas de pedagogos, e não de gestores. Não conheço uma Secretaria de Educação no Brasil que tenha um especialista em demografia, que saiba quantas crianças vão nascer nos próximos anos e, portanto, quantas escolas precisam ser abertas ou fechadas.
Depois, ele vai à Franca, onde vê um livro que julga importante e decide introduzi-lo nas escolas daqui… Em vez de olharmos o que os sistemas de ensino daqueles países têm em comum, olhamos exatamente para o que há de diferente neles, como se isso fosse a bala de prata da educação. Por isso gestão é tão importante: é preciso focar o DNA da escola e deixar de lado o que é periférico.
O problema é que as escolas e as secretarias de Educação estão povoadas de pedagogos, e não de gestores. Não conheço uma Secretaria de Educação no Brasil que tenha um especialista em demografia, que saiba quantas crianças vão nascer nos próximos anos e, portanto, quantas escolas precisam ser abertas ou fechadas.
Há alguns meses, o MEC anunciou a aquisição de milhares de tablets para professores. O senhor vê isso com bons olhos?
É mais confete. O bom professor vai se beneficiar; o mau, não. E nem o benefício ao bom professor justifica o custo. Quando a tecnologia está atrelada ao professor, ele, o ser humano, vai ser sempre o fator limitante. Nenhum país conseguiu melhorar a educação a partir do uso da tecnologia. Não estou dizendo que a tecnologia seja ruim. Ela tem potencial, desde que seja usada no contexto apropriado. Não adianta colocar ingredientes certos na receita errada.
A sensação generalizada é que o ensino público nacional é um desastre. É uma visão errada?
É uma visão correta. Sobretudo para as crianças pobres, que teriam na escola a única chance de ascensão social. A escola é um desastre quando analisada pela ótica das avaliações internacionais, e um desastre também do ponto de vista pessoal, individual. A única chance que um cidadão tem de melhorar de vida no Brasil é’ por meio da educação de qualidade. E ela não tem qualidade para a maioria das pessoas. O número de jovens que chegam ao ensino médio é baixíssimo, e, entre estes, a evasão é uma calamidade. E o governo é incapaz de entender que há um modelo errado ali, que penaliza jovens justamente quando eles atravessam uma fase de afirmação.
O Enem foi criado como ferramenta de avaliação e aprimoramento do ensino médio. Porém, vem sofrendo mudanças para atender a outro fim: a seleção de estudantes para universidades públicas. Qual a avaliação do senhor a respeito?
Ninguém consegue servir a dois senhores. O Enem nasceu com um formato, mas transformou-se em outra coisa. Ele nasceu para ser uma prova de avaliação das competências dos jovens, mas não deu certo. Em seguida, tentou-se vender a ideia de que é uma prova seletiva, um vestibular barato. E ficamos com esse troço que ninguém sabe o que é. O Enem não tem a menor importância. A ideia de ter uma forma simplificada de ingresso à universidade é bem-vinda, mas isso não serve para todos os estudantes do ensino médio.
(…)
Tramita no Congresso o Plano Nacional de Educação, que prevê aumentar o porcentual do PIB destinado à área de 5% para 10%. A falta de dinheiro é a razão de crianças não saberem ler ou operar conceitos fundamentais de matemática?
O país deve investir em educação, mas colocar dinheiro na equação atual é jogá-lo fora. O problema mais importante é a gestão. Não adianta pôr mais dinheiro no sistema atual porque ele vai ser malgasto. É como pagar dois professores que não sabem ensinar: melhor é pagar somente um bom mestre.
Temos problemas estruturais muito graves: se eles não forem resolvidos, não haverá financiamento que baste. Desde 1995, o salário do professor quintuplicou no Brasil, mas não houve avanço no desempenho do ensino. Então, aumentar uma variável só não vai mexer no resultado A equação é mais complexa. Além disso, 10% é uma cifra descabida do ponto de vista da macroeconomia.
O país estabeleceu metas para o ensino básico até 2021. Como estará o Brasil, do ponto de vista da educação, às vésperas do bicentenário da Independência?
Estaremos no mesmo patamar. Não há nenhuma razão para pensar que será diferente. Não se muda a educação, estabelecendo metas, mas a partir de instituições Não há milagre. Uma vez que não existe investimento nas políticas corretas, não há por que achar que teremos uma situação melhor no futuro.
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Como emburrecer alunos seguindo técnica de Antonio Gramsci
Sacerdote de Cuiabá denuncia a técnica predominante utilizada no Brasil em todas as instituições de ensino baseada no escarnecimento do ensino tradicional que "aliena". Método que foi propagado também por Paulo Freire para padronizar as novas gerações à mentalidade da esquerda, fazendo assim, com que a população atenda aos anseios do governo e tenha as reações e comportamentos que o mesmo deseja.. Segundo Padre Paulo Ricardo, o próprio discurso à favor da "crítica e à não-alienação" já é por si só alienalizante, e interessante ao governo atual. Os alunos hoje, aprendem aquilo que o governo quer: apenas ficarem "críticos", e nada mais além disso.
"Fechem seus cadernos e livros, vamos nos expressar com nossas próprias palavras", eis aqui, segundo a técnica gramsciana utilizada pelo governo, a melhor forma de alienação. Fazer justamente o que você diz combater, convencendo as pessoas via estimulação contraditória.
Mais sobre o Marxismo Cultural em 6 (seis) videoaulas do Padre Paulo Ricardo. O intuito é o de apresentar a revolução cultural ateísta dentro da Igreja ou, melhor dizendo, um estudo sistemático das raízes da Teologia da Libertação e de sua atuação dentro da Igreja Católica. (aqui).
Para quem quiser saber sobre o ateísmo (Marxismo Cultural), no protestantismo ele se chama Teologia da Missão da Integral - TMI (aqui) e (aqui).
Existe um blog só sobre Marxismo Cultural A subversão ideológica da Civilização Ocidental. (aqui)
A luta entre o conhecimento (O BEM) e a ignorância (O MAU) é o que nos leva a viver nesse mundo em que vivemos, onde tudo acontece, e nada sabemos.
1º - 10 (DEZ) PASSOS DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO E GESTÃO - Entre a Finlândia e o Piauí (aqui)
2º - BRASIL APARECE EM PENÚLTIMO LUGAR EM RANKING DE EDUCAÇÃO (aqui)
Entre 40 países, Brasil só ficou à frente da Indonésia em lista de desempenho escolar.
4º - ESQUERDISMO É UMA DOENÇA MENTAL GRAVE!? (aqui)
5º - Brasil se distancia de média mundial em ranking de educação. CURITIBA PROVA QUE QUEM MANOBRA A VIOLÊNCIA É O PETISMO! (aqui)
6º - A diferença entre ser professor na Finlândia e no Brasil - em uma visão esquerdista (aqui)
AI QUE BURRO, DÁ ZERO PRA ELE!!!
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
Amigos da página, conto com vocês em uma divulgação maciça. O que está sendo julgado é uma prática política e não um partido político. Resta ao partido — a todos eles — entender os sinais eloquentes da sociedade brasileira: Queremos nosso país de volta e se Deus quiser chega!!!
ResponderExcluirAMIGOS PATRIOTAS, POR FAVOR, ASSINEM E DIVULGUEM!
TEMOS QUE ACABAR COM ISSO!!!
VAMOS APOIAR O SUPREMO-STF!!!
Uma manifestação fresquinha! Cidadãos! Ajudem a divulgar! Nossa meta é 20 milhões de assinaturas.
Abraço a todos e parabéns!
BRASIL FORA DO CRIME!!!
ASSINE
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=mensalao
Excelente a página.
ExcluirDurante meus quase 70 anos, tendo sido, provavelmente, um dos poucos leitores desta página que tiveram contato com o "Ratio Estudiorum" (Edição em portugues pelo Pe Leonel Franca - AGIR 1952) e com pessoas formadas pelo método judaico, só vi tropeços em 100% das decisões do Estado Brasileiro sobre o Ensino. nenhuma decisão sábia ou eficaz, ou que representasse algo válido por eficaz.
Get back to basics. Acho que este é o sentimento que sua coluna transmite, e donde sai a única postura decente na atual situação.
E, com o perdão da palavra, foda-se o desemprego de funcionários públicos.
Fantástico ter você por aqui amigo.
ExcluirEstamos juntos na luta contra o mal.
Abraço e muito obrigado