Estados Filisteus ca. 830 a.C.
Os filisteus (do hebraico פְּלְשְׁתִּים plishtim) foram um
povo que ocupou a costa sudoeste de Canaã, com seu
território nomeado como Filístia em contextos posteriores. Teoriza-se que eles
se originaram entre os "povos do
mar". A arqueologia moderna também sugeriu os primeiros
laços culturais com o mundo micênico na Grécia.
Apesar de eles terem adotado a língua e a cultura local Cananeia antes
de deixar quaisquer textos escritos (e posteriormente adotarem a língua Aramaica),
uma origem indo-européia tem sido sugerida para um
grande número de palavras filisteias conhecidas que sobreviveram como estrangeirismos em hebraico.
ORIGEM
Sua origem ainda hoje é
motivo de controvérsias. Há polêmica até mesmo sobre o fato de quee se tratava
de um único povo ou de uma confederação de povos que migraram do Mar Egeu para
o leste do Mar Mediterrâneo no Séc. XIII a.C.
Segundo a mitologia judaica,
os filisteus teriam se originado de Casluim, o qual
teria sido um dos filhos de Mizraim, patriarca dos egípcios, e neto de Cam. No entanto, a
teoria mais aceita cientificamente baseia-se na hipótese de que se tratava de
um grupo indo-europeu que conviveu durante séculos com os
povos semitas da
região conhecida como Palestina.
A primeira notícia que
se tem sobre os filisteus surge de relatos Egípcios sobre
os "Povos do Mar", isto é, levas de migrantes que
vieram por mar para o atual Egito. As crônicas egípcias registram que, entre estes
povos, encontravam-se os filisteus (peleset), mas havia ainda outros.
Esses "povos do
mar", após várias batalhas marítimas, foram derrotados pelos egípcios sob
o comando de Ramsés III. Por fim, foram obrigados a buscar terras
mais a leste na região costeira onde era a Palestina para se fixarem. Lá,
fundaram cinco cidades: Asdode, Ascalão, Ecrom, Gaza e, a maior delas, Gate.
Durante o período em
que viveram nesta região, conhecida como a Pentápolis Filisteia, quase sempre
estiveram em guerra com seus inimigos hebreus; dos
quais, aliás, são oriundas a maioria das informações sobre aquele povo.
Pesquisas atuais
revelam o elevado grau de sofisticação na produção de artefatos de metal e de
outros materiais deste povo. Graças a seu avançado estágio de trabalho em
metalurgia, quase sempre quando os Filisteus iam a guerra contra os Hebreus,
seus exércitos eram vitoriosos.
Esse povo sendo de
origem indo-europeia possuía uma cultura e costumes bem diversos dos demais
povos da região. Os hebreus, em particular, os achavam "bárbaros
incivilizados". O costume filisteu de comer porcos e de não
realizar a circuncisão, por exemplo, em muito deve ter contribuído
para as opiniões negativas. Ambos os povos foram eclipsados em período
posterior pelo expansionismo guerreiro do Império Neobabilônico.
Muito conhecida é a
destruição de Jerusalém pelos exércitos do Rei Caldeu Nabucodonosor em
587a.C. Menos conhecido, contudo, foi o destino compartilhado das cidades
filisteias de Asdode, Ascalão e Ecrom (Gate já havia sido destruída 200 anos
antes em guerras contra os Arameus). Elas foram arrasadas e queimadas pelas tropas deste
mesmo rei em campanha anterior àquela que arrasou Jerusalém. Somente por meio
de escavações recentes, a dramaticidade deste evento está sendo trazida à tona.
Os sobreviventes de todas elas também foram levados para o cativeiro da Babilônia,
a milhares de quilômetros de distância de suas cidades destruídas.
Ao contrário de seus
inimigos hebreus, quando da queda do Império Babilônico pelos exércitos de Ciro,
o Grande da Pérsia, os filisteus não retornaram às suas cidades. Elas
ficaram abandonadas por muitos anos até serem novamente ocupadas por outros
povos sob domínio do Império Aquemênida (sobretudo Fenícios).
Os filisteus desapareceram da história. Um povo inteiro deixou de existir.
Ainda se debate como e por que isto aconteceu. Alguns acreditam que eles foram
culturalmente assimilados durante a sua estadia na Babilônia. Como isto pode
ocorrer em tão pouco tempo levanta discussões interessantes entre historiadores
e antropólogos.
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