Casal problemático – Décima oitava fase da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, a Operação Pixuleco II arrastou a senadora Gleisi Helena Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, para o centro dos escândalos de corrupção em que submergem o governo da “companheira” Dilma Rosuseff e o PT. A mais recente fase da Lava-Jato é focada no Ministério do Planejamento, ocupado por Paulo Bernardo entre 2005 e 2011, justamente no período em que iniciaram as fraudes com empréstimos consignados, esquema criminoso investigado pela Pixuleco II e que rendeu R$ 50 milhões em propinas.
O envolvimento de Gleisi e Paulo Bernardo na Lava-Jato levou a revista Veja a colocar o casal na matéria de capa da mais recente edição, intitulada a “República do Pixuleco”. “Os desvios começaram em 2010, quando o ministério era comandado por Paulo Bernardo. Seguindo o dinheiro, a polícia descobriu que a propina arrecada tinha entre os beneficiários pessoas muito próximas ao ministro e à sua esposa, Gleisi Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil do governo Dilma”, destacou a Veja.
“Parte do dinheiro desviado [R$ 7,2 milhões] foi destinada a um escritório de advocacia que tem como sócios Guilherme Gonçalves e Sacha Reck, que atuaram nas campanhas eleitorais da senadora Gleisi e também na defesa de Paulo Bernardo em vários processos judiciais”, prossegue a revista.
“O escritório [de Guilherme Gonçalves] trabalha também para o diretório regional do PT no Paraná e para a Itaipu Binacional, na qual Vaccari exercia a função de conselheiro antes de ser preso, recebeu 7,2 milhões de “pixulecos”. Chama atenção uma coincidência: o volume maior de dinheiro foi repassado em 2010, em plena campanha eleitoral. Os pagamentos de propina a Alexandre Romano, porém, continuavam até o mês passado”.
“O ex-ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann são dois personagens de peso a compor uma relação de figurões da política arrastados para a república dos pixulecos. A senadora, por exemplo, já é investigada pelo Ministério Público como beneficiária de 1 milhão de reais do esquema de corrupção na Petrobras”, informa a Veja.
As denúncias envolvendo o casal em esquemas de corrupção do PT proliferam. Os delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef afirmaram, em delação premiada, ter providenciado R$ 1 milhão do Petrolão para a campanha de Gleisi em 2010. A denúncia, que levou Gleisi a entrar na fatídica “lista de Janot” como uma das parlamentares investigadas por participação nos esquemas do Petrolão, é das mais detalhadas.
O ex-deputado federal André Vargas Ilário (ex-PT), preso em Curitiba, na esteira da Lava-Jato, por participar de um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, junto com um primo distante de Gleisi Hoffmann, o publicitário Ricardo Hoffmann, denunciou o casal a Veja em abril de 2014.
“O ministro [Paulo Bernardo], segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras.”
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