Antigo dirigente dos sem-terra era acusado de extorsão, formação de quadrilha e estelionato
O ex-líder do Movimento dos Sem Terra (MST), José Rainha Júnior, foi condenado a 31 anos e cinco meses de prisão pela 5ª Vara da Justiça Federal de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Ele era acusado de extorsão, formação de quadrilha e estelionato. A sentença também ordena o pagamento de multa. Também foi condenado Claudemir Silva Novais, cuja pena é de cinco anos e seis meses de prisão. Os réus poderão recorrer em liberdade, pois conseguiram a concessão de habeas corpus.
Em 2011, Rainha foi investigado pela Polícia Federal na Operação Desfalque, que descobriu um esquema de extorsão de empresas e desvios de verbas para assentamentos rurais. Ele e Claudemir Novais usavam trabalhadores rurais ligados ao MST como massa de manobra para invadir terras e exigir pagamentos de contribuições aos movimentos sociais, segundo a acusação do Ministério Público Federal (MPF). Uma das acusações é de que José Rainha teria cobrado e recebido um pagamento de 50.000 reais e outro de 20.000 reais de duas empresas do agronegócio para não invadir fazendas e queimar canaviais do Pontal do Paranapanema e da região de Paraguaçu Paulista.
Ainda de acordo com os promotores, o ex-líder do MST teria exigido 112.000 reais de uma concessionária de rodovias a título de ajuda solidária. Com isso, praças de pedágio não seriam depredadas pelos sem-terra.
A reportagem procurou José Rainha para comentar a condenação, mas ele não foi localizado. Um dirigente da Frente Nacional de Luta (FNL), o grupo dissidente liderado por Rainha, disse que o movimento "vai analisar a situação". "Não descartamos uma manifestação de apoio a Rainha, vamos esperar um pouco", comentou o dirigente, que pediu anonimato.
(Com Estadão Conteúdo)
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