O vídeo mostra os militantes destruindo com picaretas ou berbequins algumas das relíquias de Nimrud, antes de mostrar a alegada destruição da zona arqueológica com recurso a explosivos
A cidade que foi um dos centros da Assíria, fundada no século XII a.C., terá sido completamente arrasada pelos militantes, que prosseguem a destruição de todos os vestígios que consideram heréticos.
Painéis de baixo-relevo atacados com marretas, perfurados com berbequins e atirados ao chão, onde se estilhaçam enquanto se ouvem em fundo gritos de “Allahu akbar” ("Allah é grande"). Bulldozers investindo sobre paredes que, depois, serão pulverizadas em gigantescas explosões filmadas à distância. Um som tonitruante, uma nuvem de fumo que se ergue e destroços caindo de novo no solo, vários segundos depois da detonação, tal é a força da explosão.
Vemo-lo num vídeo divulgado na noite de sábado pelo autoproclamado Estado Islâmico, que diz documentar a destruição de Nimrud, nas proximidades de Mosul, Iraque, e um dos centros do antigo império Assírio. Fundada no século XII a.C., é considerada o berço do primeiro verdadeiro Estado na História da humanidade.
No início de Março já fora noticiada a destruição daquele que é não só um dos mais importantes tesouros arqueológicos do Iraque, mas de toda a humanidade. Na altura, um representante tribal local descreveu à Reuters como militantes do Estado Islâmico entraram em Nimrud, “pilharam os bens nela contidos e, depois, prosseguiram com a demolição do local. Havia estátuas, paredes e também um castelo que foram totalmente destruídos pelo Estado Islâmico”.
A condenação foi então imediata e inequívoca. “Condeno da forma mais veemente a destruição de Nimrud”, afirmou em comunicado a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova. “A destruição deliberada de património cultural é um crime de guerra”. O presidente da Liga Assíria no Líbano, Habib Afram, acentuou: “O Estado Islâmico não só está a destruir a nossa vida no presente, a tomar cidades, igrejas e casas, ou a destruir o nosso futuro: também querem apagar a nossa cultura, passado e civilização”.
A confirmar-se a veracidade do vídeo, não datado, Nimrud junta-se a uma lista de destruição de Patrimônio da Humanidade, por parte do Estado Islâmico, que inclui por exemplo a cidade de Hatra, fundada há cerca de 2400 anos pelos Selêucidas e, já no século II, centro de um dos primeiros reinos árabes conhecidos – um vídeo com a destruição das suas paredes e esculturas foi divulgado pela Estado Islâmico há cerca de uma semana.
Em Fevereiro, fora notícia outro vídeo, registando a destruição de diversositens expostos no Museu de Mossul. As autoridades iraquianas, porém, revelaram posteriormente que se tratava, na sua maior parte, de réplicas. Os originais de peças como as estátuas aladas, cabeça humana e corpo de touro ou de leão, representando a divindade Lamassu, tão presente na cultura assíria da Antiguidade, continuavam bem protegidos em Bagdad. Quanto a Nimrud, parece não haver espaço para essa consolação. Uma fonte do Ministério das Antiguidades iraquiano, falando à AP sob anonimato, declarou que todas relíquias expostas em Nimrud eram autênticas.
As escavações em Nimrud foram iniciadas na década de 1840 pelo britânico Austen Henry Lay, que enviou para Inglaterra alguns dos artefactos ali descobertos. Actualmente, encontram-se peças de Nimrud no British Museum, em Londres, no Metropolitan Museum, em Nova Iorque, ou no Museu Nacional iraquiano, em Bagdad.
Nimrud formava com as cidades de Khorsabad e Níneve o centro político do império Assírio. Entre os séculos IX e VII a.C., reis como Tiglate-Pileser III, Sargão, Senaqueribe ou Assurbanipal (o palácio deste último podia ser visitado no centro arqueológico destruído), criaram as estruturas políticas e culturais que viriam a modelar os estados que se lhes seguiram na História.
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
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