julho 20, 2014 18:42
Parlamentar se refere a
Flávio Itabaiana, que emitiu mandados de prisão e de busca e apreensão
contra ativistas no Rio de Janeiro. O juiz havia criticado os deputados que
pediram a instauração de um processo administrativo disciplinar contra ele
no Conselho Nacional de Justiça
Por Redação
Em resposta ao juiz
Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Cidade do Rio de
Janeiro, que emitiu 26 mandados de prisão e de busca e apreensão contra
ativistas, a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali,
disse que nenhum poder está isento de fiscalização por parte da sociedade
civil.
Em nota, Nicolau atacou
o grupo de parlamentares – formado por Jandira Feghali, Chico Alencar
(Psol), Jean Wyllys (Psol) e Ivan Valente (Psol) – que acionou Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) na última quarta-feira (16) e questionou o pedido de
prisão preventiva dos 19 ativistas.
Segundo a reclamação
disciplinar enviada ao CNJ, “sem precedentes no regime democrático, o
magistrado reclamado utilizou dos poderes conferidos ao Judiciário para, através
de decreto de prisão, coibir supostas tentativas de práticas ilícitas que não
tiveram sequer o início de ato preparatório algum. Foram prisões
cautelares destinadas a reprimir delitos imaginários forjados pelos
aparatos da repressão governamental”.
O juiz chegou a
desqualificar os quatro deputados federais repudiando a ida ao CNJ. Para a
Feghali, o ato do juiz é mais coerente com o “Estado de exceção”: “Essa reação
do magistrado não condiz com o que a democracia permite. Vamos manter nossa
postura e reforça-las, buscando novas medidas”, afirmou.
Leia a nota na íntegra:
1. Acionar o Conselho
Nacional de Justiça e questionar uma decisão judicial é um direito de qualquer
cidadão brasileiro dentro do Estado Democrático de Direito e não uma
intimidação – como tenta fazer crer o senhor juiz Flávio Itabaiana.
2. Lamentamos
profundamente a postura de ataque por parte do juiz aos representantes do poder
legislativo no exercício de seus mandatos, desconhecendo, inclusive, a rotina
extenuante de trabalho do grupo que acionou o CNJ.
3. Vale ressaltar que a
Justiça é o único Poder que não é eleito pelo povo. Reiteramos a necessidade de
reforma do judiciário, sendo uma exigência da democracia brasileira.
4. Por último,
aproveitamos para reforçar a citação usada pelo juiz: “em prol do povo
brasileiro”. Não tenham dúvida, ela é seguida à risca por nós.
Foto de
capa: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Osvaldo Aires Bade
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