Epicentro da polêmica é construção da nova linha de metrô na capital do país, Copenhague (Foto: BBC)
03/03/2014 15h25 -
Atualizado em 03/03/2014 16h46
Da BBC
Epicentro da polêmica é
construção da nova linha de metrô na capital do país, Copenhague
Moradores da Dinamarca ganharam na
Justiça o reconhecimento de que a poluição sonora viola os direitos humanos.
As organizações mundiais consideram o barulho como instrumento de tortura.
As organizações mundiais consideram o barulho como instrumento de tortura.
A mais alta corte do
país dedicada a assuntos ambientais considerou inaceitável o sofrimento físico
e psicológico causado pelo barulho de obras públicas realizadas na capital do
país, Copenhague.
O epicentro da polêmica
é a construção de uma nova linha de metrô. Uma das estação fica próxima à
Igreja de Mármore, um dos principais pontos turísticos da capital dinamarquesa.
Ali o barulho chega a
superar a faixa de 75 decibéis, maior do que o recomendado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS).
O tribunal afirmou que
a Dinamarca não respeitou a convenção internacional e obrigou as autoridades a
consultar os cidadãos sobre a poluição auditiva. A corte também proibiu que
obras sejam realizadas durante a noite.
A psicóloga Maya Glem,
que mora perto da futura estação de metrô, diz usar protetores auditivos para
enfrentar o som das britadeiras e dos martelos.
"Estou muito
preocupada com os meus filhos. A OMS diz que esse barulho pode causar
deficiências auditivas, prejudicar a concentração e criar dificuldades de
motivação e de comunicação", afirmou ela à BBC.
O dinamarquês Tom
Manzcak alega que vem sofrendo depressão por causa do barulho. "É incrível
que um país como a Dinamarca, que se orgulha de respeitar os direitos humanos
como nenhum outro, não olha para o seu próprio quintal", critica.
Prazos
As autoridades locais
argumentam, entretanto, que as obras não podem parar, sob pena de não cumprirem
o prazo. Segundo elas, é preciso avançar pelo menos 30 metros de túnel todos os
dias. Caso contrário, haverá atrasos, o que elevará o custo das obras.
O objetivo é concluir a
construção até 2018 a um custo estimado de US$ 3,9 bilhões (R$ 9,1 bilhões). A
nova linha faz parte do sistema integrado de transportes da cidade, considerada
uma das mais "verdes" da Europa.
Para contornar o
problema, o governo dinamarquês liberou verbas da ordem de US$ 15 milhões (R$
35 milhões) para indenizar moradores afetados pelo barulho.
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem
Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
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