domingo, 26 de janeiro de 2014

NOTÍCIAS DE PORTUGAL! FAMÍLIA DO SOBREVIVENTE DO MECO CONTA COMO FOI ACIDENTE


Fotografia © Vitor Rios - Global Imagens

AS PRAXES (UMA ESPECIE DE TROTE EM PORTUGAL) OU UMA EXPERIÊNCIA MORTAL

A família do sobrevivente do acidente com uma onda na praia do Meco, em Sesimbra, em dezembro do ano passado, declarou esta sexta-feira que o jovem "prestará todos os esclarecimentos" no "local certo e perante as instâncias competentes".

Num carta enviada ontem à Lusa, a família de João Miguel Gouveia, o único sobrevivente do grupo de sete estudantes, sublinha: "Mais do que ninguém, ele deseja que tal ocorra", referindo-se aos esclarecimentos.

"No local certo e perante as instâncias competentes, no tempo necessário para que todas as diligências sejam efetuadas, o sobrevivente prestará todos os esclarecimentos", sustentam os familiares do jovem, que até agora se tem remetido ao silêncio.



Os seis jovens que morreram na praia do Meco faziam parte de um grupo de estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona para passar o fim de semana.
Segundo as autoridades, uma onda arrastou-os na madrugada de 15 de dezembro, mas um dos universitários conseguiu sobreviver e dar o alerta. Os corpos dos restantes foram encontrados nos dias que se seguiram.

Os familiares das seis vítimas apelaram no passado fim de semana para que o único sobrevivente esclareça as famílias das vítimas sobre as circunstâncias em que ocorreu a tragédia.

Esta semana, a Procuradoria-Geral da República anunciou que o procurador coordenador do Círculo de Almada chamou a si o inquérito relativo a este caso e que o processo está em segredo de justiça.

Na extensa carta enviada ontem à agência Lusa, os familiares de João Miguel Gouveia sustentam que "desde o primeiro dia, mesmo em choque, o sobrevivente colaborou com as autoridades seja para contactar as outras famílias, seja para dar indicações sobre o que sucedeu".



A família diz que "os jovens reunidos não conheciam a zona, realizaram alguns percursos a pé e deslocaram-se também até à praia. Pousaram os objetos que traziam no areal e, conversando, passearam na areia. Pararam acima da zona de rebentação e vários sentaram-se".

"Sem que se apercebessem, uma onda, de grandes dimensões, arrastou-os a todos e o desastre aconteceu. Seis jovens perderam a vida e um deles, depois de muito esforço, conseguiu arrastar-se até à areia e, de um dos telemóveis que tinham ficado junto dos objetos que tinham pousado inicialmente, conseguiu pedir socorro para o 112, tendo ficado em exaustão, a vomitar e em hipotermia progressiva, prostrado na areia", segundo o relato dos familiares.

João Miguel Gouveia "foi localizado no areal pela Polícia Marítima e posteriormente estabilizado pelo INEM e internado, por afogamento, no Hospital de Almada".
Sobre o silêncio do jovem, a família justifica que a tragédia exigiu "tempo para o luto e para tentar integrar tão dramática experiência, que marca e marcará para sempre a sua existência".

João Miguel Gouveia

"Em nome de quê, alguém se pode arrogar o direito de especular, falsear, pressionar ou mesmo ameaçar, quem foi também vítima deste terrível acidente?", questionam.
A família de João Miguel Gouveia diz também que "está solidária com a dor imensa das famílias que perderam os seus filhos" e que falou com alguns deles "para prestar os esclarecimentos solicitados".

"Desde o primeiro dia, mesmo em choque, o sobrevivente colaborou com as autoridades, seja para contactar as outras famílias, seja para dar indicações sobre o que sucedeu", sustentam, na carta.

Nega ainda que a audição marcada para 21 de janeiro não tenha sido realizada por uma "alegada amnésia seletiva" do jovem, mas sim desmarcada pelas autoridades.
Na carta, os familiares queixam-se de "injustiça", "especulação, notícias sem explicitação de fontes credíveis e construídas com base em comentários de quem nada sabe sobre os factos ou mesmo assentes em mentiras claras e contradições óbvias, que apenas criam alarme social".

Finalmente, a família do sobrevivente "agradece o apoio disponibilizado pela Universidade desde o primeiro dia, até à presente data".
Os pais dos alunos da Universidade Lusófona que morreram na praia do Meco vão tomar uma posição concertada numa reunião entre todos que está agendada para hoje, disse à Lusa o pai de uma das seis vítimas da tragédia.

Universidade Lusófona

"Vamos reunir (...) para tomarmos uma posição concertada", disse António Soares, pai de Ana Catarina Soares, uma das alunas da Universidade Lusófona que perdeu a vida na praia do Meco, escusando-se, no entanto, a revelar o local e a hora da reunião.

"Temos o direito de saber o que se passou com os nossos filhos, queremos saber o que se passou naqueles momentos. Não queremos encontrar culpados, mas, se os houver, terão que ser responsabilizados, doa a quem doer", acrescentou, reafirmando que fará tudo o que estiver ao seu alcance para apurar as circunstâncias em que morreram os seis jovens.

António Soares esclareceu também que, ao contrário do que terá sido divulgado em alguns órgãos de comunicação social, nunca deu nenhum prazo para que o único sobrevivente da tragédia, João Gouveia, falasse sobre o que aconteceu na praia do Meco.

"Nunca estabeleci nenhum prazo. Pela minha parte, limitei-me a apelar para que o sobrevivente revelasse as circunstâncias em que ocorreu a tragédia e é só isso que quero", disse.

Em declarações à Lusa, António Soares disse ainda está agastado com o comportamento dos responsáveis da Universidade Lusófona, assegurando que, ao contrário do que terá sido divulgado pela reitoria, não recebeu daquele estabelecimento de ensino "nem apoio psicológico, nem sequer uma palavra de conforto".

António Soares lamentou também que a Universidade Lusófona só tivesse decidido a realização de um inquérito 40 dias depois dos factos e considerou "estranho" que o jovem sobrevivente esteja a ser acompanhado por elementos da própria Universidade Lusófona e não por técnicos independentes.

Confrontado com as notícias esta sexta-feira divulgadas por diversos órgãos de comunicação social, com testemunhos de moradores na Aiana de Cima, Sesimbra, que terão visto os seis jovens a rastejarem com pedras atadas aos pés, poucas horas antes de morrerem na praia do Meco, António Soares garante que a filha não lhe transmitiu que iria ser submetida a qualquer ritual de praxe.

"A única coisa que a minha filha me disse é que ia para uma reunião de preparação das praxes e que vinha almoçar connosco no domingo", disse.

Num fim de semana, que viria a revelar-se trágico, sete jovens universitários - quatro raparigas e três rapazes - deslocam-se a uma aldeia costeira, alugam um apartamento, pernoitam nele e, ao longo dessa estada, são vistos trajados a rigor com as vestes tradicionais de capa e batina a realizar variados rituais derivados da praxe acadêmica.

Vários habitantes da aldeia afirmam ter visto as raparigas (só elas!) a arrastar-se pelo chão com as meias rasgadas; foram vistas a andar com pedras atadas aos pés, sempre sob o olhar dominador do chefe (Dux?... Duce?) deste pequeno núcleo de caloiros a praxar. 

Uma das moças, em resposta à surpresa de um dos moradores perante o que via, terá respondido que não se preocupasse, que estava tudo bem e só se tratava de uma experiência de vida. Quando, à noite, o ritual passou para a beira-mar, para uma prova de perguntas e respostas que conduziu o grupo a ir tendo de recuar até à orla do mar em fúria, a experiência passou a ser mortal para seis dos sete jovens.

A seu tempo saber-se-á, em pormenor, tudo o que se passou. O que importa, aqui e agora - tal como fizemos quando uma jovem se queixou de ter sido violada durante a praxe a que fora submetida -, é manifestar o mais frontal repúdio pelas praxes acadêmicas, baseadas na humilhação humana, sobretudo no aviltamento, com inegáveis contornos sexistas, das jovens universitárias. 
As praxes não prosseguem nenhum fim acadêmico louvável. São meros ritos de passagem, sadomasoquistas, de chefetes com veia de ditadores de feira, com o fim de criar círculos de conivência e redes de compadrio, de potencial utilidade no futuro.

Perante os inúmeros e reiterados casos aviltantes conhecidos, é chocante verificar que os estudantes universitários e também a Academia continuam, através de todos os seus componentes, a ignorar, do alto do Olimpo, o que se passa nas praxes do corpo discente. Que, neste caso, voltam a manchar, desta vez com sangue, o nome da Universidade Lusófona.

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- STF MANTÉM ABSOLVIÇÃO DE 4 PELA MORTE DE CALOURO DA USP EM 1999 (aqui)

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Crato chama reitores e alunos para discutir praxes



por Ana Bela Ferreira
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) chamou "as associações de estudantes dos estabelecimentos de ensino superior, públicos e privados" para uma reunião "sobre praxes académicas", na sequência dos casos do Meco e da Universidade do Minho.

O encontro vai realizar-se esta semana, em princípio na quinta-feira. O MEC vai ainda "abordar esta questão" com o conselho de reitores e o conselho coordenador dos politécnicos, durante as reuniões regulares, que estão marcadas para as próximas duas semanas.
Em resposta enviada ao DN, sobre se ia tomar medidas em relação à possível ligação da morte dos seis jovens arrastados por uma onda no Meco a rituais de praxe e o caso do professor da Universidade do Minho que tentou travar uma praxe e diz ter sido humilhado, o MEC respondeu que "está a acompanhar com toda a atenção estes acontecimentos e pretende discutir e estudar com alunos e responsáveis das instituições as melhores formas de prevenir este tipo situações, de extrema gravidade".

































Dux diz que se fizeram cópias mal feitas daquilo que é a praxe

O Dux Veteranorum da Universidade de Coimbra (UC) defendeu hoje que outras instituições do ensino superior fizeram cópias mal feitas daquilo que é a praxe de Coimbra, considerando que "há certas coisas que não podem ser consideradas" praxe.
João Luís Jesus, Dux Veteranorum da UC, que preside às reuniões do Conselho de Veteranos (órgão que regula a praxe em Coimbra), afirmou à agência Lusa que "a praxe tem de ser vista num contexto histórico", lembrando que muitas instituições do ensino superior não têm "algo por trás que justifique as suas praxes", fazendo cópias "com desvios", de modo a criar a sua identidade.
"Noutros sítios, sujam-se os caloiros com lama, ovos ou farinha, quando isso, em Coimbra, é expressamente proibido", exemplificou João Luís Jesus, Dux há 13 anos.
Apesar de considerar que a proibição da praxe não levaria "a lado nenhum", o Dux da UC defendeu que deveria ser "feita uma discussão mais aprofundada da praxe", pois "há certas coisas que não podem ser consideradas praxe, mas que estão associadas a ela".
"A praxe é feita por pessoas, mas se lhes falta alguma formação social ou cívica transportam-na para a praxe", contou João Luís Jesus, relembrando que houve uma atualização do código da praxe, de forma a que determinados princípios "estejam explícitos".
Em março de 2013, o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra atualizou o código de praxe e passou a proibir expressamente a realização de qualquer pintura sobre caloiros ou novatos, a mobilização destes dentro do horário letivo, a extorsão de bens do "caloiro" e ainda a proibição do "desenvolvimento de atividades que lesem física ou psicologicamente outrem".




2 comentários:

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    Respostas
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      A partir de setembro de 2014 espero receber uma boa ajuda de um amigo.
      Abração

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