sábado, 7 de dezembro de 2013
Não bastasse a gravíssima crise na Petrobras –
cujos desdobramentos têm grande chance de levar o governo a nocaute, em curto
prazo -, a Presidenta Dilma Rousseff já começa a sentir as primeiras
manifestações públicas de um descontentamento, literalmente, “Generalizado”.
Militares da ativa rompem o silêncio obsequioso. Em gestos simbólicos e em
discursos cirúrgicos, Generais já começam a impor limites aos ataques
assimétricos da turma do Foro de São Paulo que infesta o poder no Brasil.
Por trás da bronca, os oficias de quatro estrelas
exigem mais verbas, rotatividade nos comandos das forças e, sobretudo, respeito
pelas Forças Armadas como instituição garantidora da Pátria. A Comandanta em
chefe das FFAA já foi informada, claramente, por assessores próximos que “a
insatisfação militar começa a crescer e fugir do controle”. Acontece que Dilma,
na costumeira arrogância e autossuficiência, já avisou que prefere “pagar para
ver” e não acredita que os “militares percam a linha”.
Ontem, em São Borja, no Rio Grande do Sul, foi
emitido o primeiro sinal de que a paciência da caserna está se esgotando. O
Comandante Militar do Sul, General de Exército Carlos Bolivar Goellner, deixou
claro, publicamente, que a recepção aos restos mortais do ex-Presidente João
Goulart, com honras militares, não representou uma retratação histórica do EB
com Jango (conforme sugere o governo). O Oficial de quatro estrelas e membro do
Alto Comando do Exército foi direto: “Nenhum erro histórico. A História não
comete erro. A História é a História. As instituições não mudam na história.
Não há nenhuma modificação em relação ao Exército”.
O General Bolivar aproveitou para desmentir outra
mentira repetida pela reformada historiografia do governo petralha, segundo a
qual Jango fora enterrado em dezembro de 1976, às pressas, sem honra de chefes
de Estado a que teria direito como ex-Presidente da República. Bolivar foi
claro, novamente: “Ele não foi enterrado como cidadão comum. Ele nunca deixou
de ser presidente. Estamos prestando as honras regulamentares, nada mais do que
isso. Não tem nenhuma outra ilação além disso, nem a favor nem contra”.
Nos bastidores do poder, a declaração pública do
General Bolivar pode ser interpretada como um recado. Nos bastidores, ele é
citado como o favorito a substituir o General Enzo Peri no posto de Comandante
do Exército. A Presidenta Dilma, no entanto, nada fala sobre troca dos três
oficiais generais que comandam o EB, a Marinha e a FAB desde o governo Lula –
em uma incomum falta de rotatividade que desrespeita a carreira militar. Nem
nos tempos da “dita-dura” se descumpriu o princípio da alternância de comandos
– e os chefes militares tinham status de ministros, até que Fernando Henrique
Cardoso instituiu o Ministério da Defesa.
O breve recado do General Bolivar pode até lhe
custar o futuro comando do EB. Mas deixou clara que a insatisfação dos
militares com a guerra irregular promovida pela petralhada contra as Forças
Armadas tem um limite.
O Alerta Total de ontem continua valendo. O
desgoverno petralha nunca esteve sob tanta pressão. Qualquer erro – e eles
cometem muitos – pode ser fatal para o projeto de perpetuação no poder. Por
isso, releia: Oligarquia Financeira Transnacional jádecidiu que PT deve ser
tirado do Palácio do Planalto em 2014
Atenção! Não existe “golpe em marcha” – como podem
supor alguns que sonham com uma reedição de 1964. Mas tudo pode acontecer
quando um governo perde sua base de sustentação na geopolítica globalitária. O
desgoverno petralha está órfão. Por isso, será substituído. O problema é se a
troca atenderá aos verdadeiros interesses do Brasil.
O cenário mais provável é uma mudança para
substituir apenas as marionetes titulares. É a sina de um país subdesenvolvido,
sem soberania e projeto de Nação...
Mensaleiragem
Osvaldo Aires Bade
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