Cada
vez mais mulheres tomam as pistas de Belo Horizonte e dão demonstrações de
educação e respeito no caótico trânsito da capital mineira em cima de duas
rodas.
Jefferson da Fonseca Coutinho Publicação: 17/06/2013 04:00.
Jefferson da Fonseca Coutinho Publicação: 17/06/2013 04:00.
Elas mandam bem quando o assunto é motocicleta e não escondem a indignação com
o egoísmo de alguns motoristas que encontram nos corredores dos grandes centros
(Leandro Couri/EM/D.A Press)
Elas mandam bem quando o assunto é motocicleta e não escondem a indignação com o egoísmo de alguns motoristas que encontram nos corredores dos grandes centros
Elas estão na pista. E dão lições de respeito no caótico trânsito brasileiro. Sobre duas rodas, em lambretas ou em supermáquinas, mulheres motociclistas encaram o asfalto com a responsabilidade de quem dá valor à vida. Com paixão, charme e elegância, as belas das motocas se multiplicam estrada afora. Nos passeios em rede social ou no dia a dia de trabalho, as motoqueiras responsáveis são exemplo. Conscienciosas, elas nada têm a ver com a estupidez nos corredores das grandes metrópoles, que, em 10 anos, fez o número de mortes em acidentes de trânsito com motos no Brasil subir 263,5% – de 3,1 mil para 11,3 mil –, segundo o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Riesa Barbosa de Senna, de 40 anos, engenheira (Leandro Couri/EM/D.A Press)
Riesa Barbosa de Senna, de 40 anos, engenheira
Impossível Riesa Barbosa de Senna, de 40 anos, não roubar a cena por onde passa. A engenheira fica ainda mais bonita em cima de sua Harley Davidson luminosa. Desde os 27 anos, quando teve sua primeira máquina 250cc, a engenheira, de olhos verdes e sorriso cativante, já passou por seis modelos. Moradora do Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul da capital, Riesa considera péssimo o trânsito de Belo Horizonte. Diz não gostar de pilotar nas ruas da cidade e, na medida do possível, procura usar a moto apenas para os passeios. Em maio, durante nove dias, Riesa e outros 16 motociclistas brasileiros percorreram 2 mil quilômetros da célebre Route 66, de Chicago até Los Angeles, nos Estados Unidos.
Elas mandam bem quando o assunto é motocicleta e não escondem a indignação com o egoísmo de alguns motoristas que encontram nos corredores dos grandes centros
Elas estão na pista. E dão lições de respeito no caótico trânsito brasileiro. Sobre duas rodas, em lambretas ou em supermáquinas, mulheres motociclistas encaram o asfalto com a responsabilidade de quem dá valor à vida. Com paixão, charme e elegância, as belas das motocas se multiplicam estrada afora. Nos passeios em rede social ou no dia a dia de trabalho, as motoqueiras responsáveis são exemplo. Conscienciosas, elas nada têm a ver com a estupidez nos corredores das grandes metrópoles, que, em 10 anos, fez o número de mortes em acidentes de trânsito com motos no Brasil subir 263,5% – de 3,1 mil para 11,3 mil –, segundo o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Riesa Barbosa de Senna, de 40 anos, engenheira (Leandro Couri/EM/D.A Press)
Riesa Barbosa de Senna, de 40 anos, engenheira
Impossível Riesa Barbosa de Senna, de 40 anos, não roubar a cena por onde passa. A engenheira fica ainda mais bonita em cima de sua Harley Davidson luminosa. Desde os 27 anos, quando teve sua primeira máquina 250cc, a engenheira, de olhos verdes e sorriso cativante, já passou por seis modelos. Moradora do Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul da capital, Riesa considera péssimo o trânsito de Belo Horizonte. Diz não gostar de pilotar nas ruas da cidade e, na medida do possível, procura usar a moto apenas para os passeios. Em maio, durante nove dias, Riesa e outros 16 motociclistas brasileiros percorreram 2 mil quilômetros da célebre Route 66, de Chicago até Los Angeles, nos Estados Unidos.
A engenheira comenta a “diferença gritante” da educação e condição de trânsito percebidas no exterior. “Nos EUA, as pessoas param para você passar. Nem é obrigatório o uso de capacete e as pessoas usam os equipamentos de segurança por cuidado e respeito à vida.” Riesa destaca que as vias são “todas muito bem cuidadas”. Entretanto, revela que o que mais a impressiona fora do Brasil, em terras de mais cuidado entre os cidadãos, é a educação. “As pessoas se respeitam e, no trânsito, isso faz toda a diferença”, avalia. Sobre o prazer no guidão, a bela suspira: “Quando você está de carro, você vê a paisagem. De moto, você faz parte dela”.
PAIXÃO Alice Castro Monteiro, de 46, há 35 anos em Brasília, no Distrito Federal, começou a vida sobre rodas na garupa do avô, numa lambreta. A bancária é uma das administradoras de grupo de sucesso na internet, com centenas de seguidoras no Brasil e no exterior – Mulheres Motociclistas e Apaixonadas por Motos. Mineira de Belo Horizonte, diz-se orgulhosa da condição de “motoqueira”. Motoqueira ou motociclista? “Motoqueira. Não tenho nenhum preconceito. Antigamente, todo mundo era motoqueiro. Agora é que criaram essa distinção, por causa dos motoboys. Nosso grupo é inclusivo. Não tratamos ninguém com diferença”, ressalta.
Apaixonada por máquinas desde a infância, Alice tem carteira de habilitação AB. “Dirijo caminhão também. Por que não?”, sorri. Ela critica as escolas de direção. Para a bancária, nenhuma autoescola prepara o motoqueiro para o trânsito. “Se não bater num cone e colocar o pé certo no chão, você está habilitado. Não pode ser assim.” A bancária considera a moto o menor problema. “O mais grave está no entorno de quem está no comando de uma motocicleta. É tudo que envolve o trânsito: educação, comportamento e postura.”
Alice Castro, de 46, bancária (Maria Alice/Esp. para o EM)
Alice Castro, de 46, bancária
“Para nós, mulheres, não basta pilotar. Temos que pilotar bonito. Às vezes, até nos recriminam pela nossa falta de ousadia. A gente se cuida e cuida do outro. Nossa ousadia fica para a hora certa”, diz Alice. Ana Lobo, de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é outra administradora do grupo Mulheres Motociclistas e Apaixonadas por Motos, do qual Alice faz parte. Ana, o marido e o filho, todos empresários, não abrem mão de suas máquinas. Ela tem uma BMW R800F. O marido, Marcelo, de 43, tem duas Harleys, uma 1.200 e outra C.V.O.
No carnaval, o casal pilotou até Recife, em Pernambuco. No ano passado, Ana esteve em Daytona, cidade do estado da Florida, nos Estados Unidos. Lá, participou do Daytona Bike Week, o maior encontro de motociclistas do mundo. “É uma sensação incrível de liberdade. É maravilhoso quando estou pilotando”, considera a ladie. A paixão da família é tamanha pelas máquinas que a casa em que moram, no Condomínio Alphaville, acaba de passar por reforma para integrar as motocicletas ao ambiente. “Agora, nossas motos ficam dentro de casa”, alegra-se.
A mulherada mostrando que curte motos de verdade, que não são so poses em cima de uma moto.
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