domingo, 16 de junho de 2013

O BRASIL ESTÁ SEM RUMO

Domingos Perocco Netto

14/06/2013 - 19:20:53 

A economia do planeta está em crise.  Os países sérios estão tentando resolver seus problemas econômico-financeiros há já uns dois anos. Medidas duras, de austeridade, de controle do dinheiro público vêm sendo tomadas por europeus, asiáticos, africanos, americanos do norte, enfim por todos os governos de países responsáveis. Todos eles sabem que qualquer redução no controle da economia global pode gerar uma crise econômica mundial, de consequências imprevisíveis. Menos o nosso Brasil...
O Brasil não se mexeu, nem está se mexendo. As últimas notícias sobre o País são péssimas. O dólar e o euro dispararam. A Bolsa de Valores retornou a índices de dois anos atrás. O preço dos alimentos, dos materiais de construção e dos imóveis aumenta além da inflação, que já ultrapassou os 8% a.a. Os trabalhadores estão começando a brigar por reajustes salariais. O descontrole foi previsto pelos economistas nacionais e estrangeiros, que alertaram a Presidenta Dilma sobre a situação explosiva da economia nacional.
A impressão que se tem do nosso Governo Federal é de que, aqui, tudo está às mil maravilhas. O Governo está gastando como se o País estivesse vivendo tempos de fartura. Uma das últimas propostas da Presidenta Dilma encaminhada ao Congresso Nacional é a criação de um financiamento a longo prazo, com juros reduzidos, subsidiados pelo Banco Central, no valor de até R$ 5.000,00, dentro do seu programa eleitoreiro “Minha Casa, Minha Vida”, para as famílias gastarem na compra de móveis e eletrodomésticos.
O Congresso Nacional vive dentro da mesma euforia. Afora a novidade dos dois condenados que estão a comandar os nossos parlamentares, não se tem notícia de um projeto de peso promulgado pela Casa. O último mais comentado foi o da legalização do casamento gay.
Nossos parlamentares continuam brigando pelos cargos em comissões, pela liberação de verbas para suas bases, e coisas assim. Estão agora a pleitear o aumento do limite de suas verbas pessoais de gastança. Tem amigos em suas “bases” precisando de dinheiro para suas ONGs, suas instituições, suas máquinas eleitoreiras. Acham que as verbas atuais são insuficientes para garantirem a reeleição deles.
Descobriram que a vida no poder, ou ao lado do poder, é muito boa, muito fácil, muito rendosa. Nem pensam em retornarem aos seus afazeres anteriores, à época em que tinham que trabalhar para sobreviver. O ócio da vida pública lhes deu uma satisfação divina, o status de parlamentar, onde “o céu é o limite”, parodiando um antigo programa de televisão. Pensam que vivem num país rico. Tentam se defender agarrando-se à palavra da Presidenta Dilma, que nos informa mensalmente, com base em dados estatísticos pouco confiáveis, quantos brasileiros saíram da miséria. Ela ignora o que realmente está ocorrendo no País.
Economia é a palavra de ordem em países responsáveis, como EUA, Alemanha, Canadá, França, e também nos países comunistas da China e da Coréia do Norte. Fotos que nos chegam desses países nos mostram seus estudantes bem alimentados, uniformizados, de cabelos cortados, em formações invejáveis, demonstrando asseio, ordem, obediência.
Nós estamos no País da gastança. A Copa do Mundo de Futebol justifica tudo. Derrubamos estádios que faziam parte de nossa história, como o Maracanã, para edificarmos outros mais “modernos”. Somos milionários, temos verbas sobrando para bancarmos tudo isto. Que se danem as grávidas dando à luz em corredores de hospital, pessoas com costelas quebradas aguardando dias para serem atendidas, dormindo em macas.
Alguns leitores classificam-me como pessimista, argumentam que não vejo o lado positivo do País, que o Brasil não é tão ruim como eu conto. Sentei-me hoje ao computador disposto a falar das nossas coisas boas. Encontrei um tema que me permitisse fazê-lo: o Brasil tem um povo maravilhoso, trabalhador, honesto, solidário, mais criativo que o de países mais adiantados que o nosso, e outras qualidades mais, reconhecidas por todo universo. Se fosse feita uma eleição para escolher o melhor povo do mundo, o brasileiro seria eleito indiscutivelmente.
Um pequeno senão compromete essa visão. O brasileiro é simplório, tolerante, não enxerga a maldade, age de boa fé, vota com base na amizade, como paga do(s) favor(es) recebido(s). Acredita nas lorotas e promessas contadas pelos candidatos nos programas do “horário político”, essa excrecência que existe só no Brasil, no horário nobre televisivo nacional. É enganado por políticos malandros, que só pensam em si e só lembram-se dele, eleitor, no dia da eleição. Em resumo, o brasileiro não sabe votar, não tem noção real do valor e do peso de seu voto.
Defendo a reforma política. Não a imaginada pelos políticos, mas a prenunciada pelo Excelentíssimo Ministro do STF, o Meritíssimo Dr. Joaquim Barbosa. Apenas uma exigência, nada mais: doravante, os políticos só podem se candidatar se tiverem ficha criminal, processual e policial negativas, zeradas. E fim dos recursos. Que resolvam suas pendências com a Justiça antes de se candidatarem, pois precisam assumir os cargos públicos puros e limpos.
Que não se corrompam durante o mandato, porque o castigo cairá infalivelmente sobre eles. Que se encerre a aberração engendrada por Lula e seu Partido, esse permissivo tipo de Governo em benefício da “cumpanheirada” incompetente, que acabou resultando no mensalão e nessa geração de políticos de “mãos grandes”, que avançam sobre tudo... 
Domingos Perocco Netto é bancário aposentado, professor, técnico em contabilidade, sócio da AEPTI e autor do livro “O Banco do Brasil e Eu, Lembranças de uma Vida”.
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