Esse é o caso de Curitiba, considerando a variação do metro quadrado em termos reais, de acordo com o índice FipeZap
04 de fevereiro de 2013 | 11h 10
Hugo Passarelli - Economia & Negócios
Texto atualizado às 17h40
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SÃO PAULO - O momento mais comedido do mercado imobiliário se reflete no comportamento distinto entre as regiões. Enquanto há cidades onde o preço anunciado do metro quadrado, em termos reais, ainda sobe em ritmo forte, como Niterói (alta de 5,4% desde junho do ano passado), locais como Curitiba já registram correção de preços. Na capital paranaense, o metro quadrado teve uma queda real de 6,1% no mesmo intervalo (os números consideram a inflação pelo IPCA no período). As informações são do índice FipeZap, que a partir desse mês vai acompanhar informações sobre mais nove cidades, totalizando dezesseis.
Além de Curitiba, outras seis cidades tiveram queda real do preço anunciado dos imóveis desde junho de 2012, que é o início da série histórica do FipeZap Ampliado, lançado nesta segunda-feira, 4. São elas: Brasília (-5,8%), Florianópolis (-4,4%), Vila Velha (-3,5%), Vitória e Belo Horizonte (ambas com -1,1%) e Recife (-0,6%). "Regiões como Curitiba têm um dinamismo um pouco menor em relação ao mercado paulista, por exemplo, e agora conseguimos detectar isso", afirma Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice.
A valorização súbita dos imóveis não significa por si só que uma "bolha imobiliária" está se formando no mercado. Da mesma forma, uma queda de preços não é o único indicativo que essa suposta bolha está começando a estourar. No caso brasileiro, parece mais sensato supor que esse setor passa por um momento de ajuste após a euforia dos últimos anos.
Prova disso é que, em média, os preços continuam a subir. Em sete meses, houve aumento real de 1,9% nas dezesseis regiões pesquisadas. No mês passado, o valor do imóvel avançou 0,9%, índice próximo do desempenho em dezembro, quando teve alta de 1% (veja mais abaixo). O preço médio do metro quadrado ficou entre R$ 8.711 (Rio de Janeiro) e R$ 3.440 (Vila Velha) em janeiro. Em São Paulo foi de R$ 6.922 e a média nacional, de R$ 6.350.
A tendência de acomodação dos preços dos imóveis observada no ano passado permanece, na avaliação da Zylberstajn. "Evidentemente nos últimos anos o crédito habitacional foi fundamental (para a alta de preços), mas não sei se agora ele vai influenciar de forma expressiva na demanda", afirma. Para ele, alterações no mercado de trabalho, como aumento de desemprego ou crescimento menor dos salários, têm mais chances de acabar influenciando o setor imobiliário.
Outra constatação do índice ampliado é que há regiões onde a subida do valor dos imóveis se aqueceu como em São Paulo e Rio de Janeiro, as duas principais referências para esse setor o País e onde o preço do metro quadrado disparou mais nos últimos anos. Além da já citada Niterói (+5,4%), Porto Alegre (+4,6%) também registrou aumento real relevante de junho de 2012 para cá. As duas cidades superaram a alta dos mercado paulista e carioca no mesmo intervalo, cujas cotações do metro quadrado subiram, pela ordem, 4,2% e 3,5%. "Niterói está próxima do Rio de Janeiro, então é possível supor que a alta na capital fluminense acabe contaminando as cidades que estão em volta", diz Zylberstajn.
O índice FipeZap coleta em classificados da internet informações sobre o preço do metro quadrado de imóveis. Muitas vezes há diferença entre o valor anunciado de um imóvel e o de fato transacionado, mas a tendência de ambos caminha na mesma direção.
Variação do metro quadrado anunciado em janeiro:
FipeZap Ampliado +0,9% (média nacional: R$ 6.350 o m²)
São Paulo +0,9% (R$ 6.922 o m²)
Rio de Janeiro +1% (R$ 8.711 o m²)
Belo Horizonte +1,3% (R$ 5.014 o m²)
Brasília -0,1% (R$ 6.372 o m²)
Salvador +1,4% (R$ 4.041)
Fortaleza +3,4% (R$ 4.912 o m²)
Recife -0,2% (R$ 5.109 o m²)
Porto Alegre +1,3% (R$ 4.303 o m²)
Curitiba +0,9% (R$ 3.722 o m²)
Florianópolis +1,1% (R$ 4.436 o m2)
Vitória +0,9% (R$ 3.881 o m²)
Vila Velha +1% (R$3.440 o m²)
Santo André +0,8% (R$ 4.121 o m²)
São Bernardo do Campo - estável (R$ 3.929 o m²)
São Caetano do Sul +0,7% (R$ 4.760 o m²)
Niterói +0,6% (R$ 6.477 o m²)
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Para aqueles que duvidavam, eis a prova definitiva do estouro da bolha imobiliária: A QUEDA DOS PREÇOS DOS IMÓVEIS! E não estamos falando aqui dos generosos descontos (de até 40%) que vinham sendo praticados informalmente, enquanto o mercado imobiliário tentava, artificialmente, conter o barulho do estouro promovendo pequenos e pontuais aumentos.
Agora, estamos falando da QUEDA REAL DOS PREÇOS! O post de hoje traz duas matérias, de dois dos principais jornais do País (Valor Econômico e Estadão), cujos destaques (de muita coragem, diga-se de passagem) mostram apenas o início de uma longa crise...
Índice FipeZap mostra queda de até 6,1% nos preços dos imóveis
(O Estado de S. Paulo - São Paulo/SP - ECONOMIA - 05/02/2013 - Pág. B5)
Na capital paranaense, o metro quadrado teve queda real de 6,1% no período (de acordo com a inflação pelo IPCA). As informações são do índice FipeZap, que a partir desse mês acompanhará informações sobre mais nove cidades, totalizando 16.
Além de Curitiba, outras seis cidades tiveram queda real do preço anunciado dos imóveis desde junho de 2012, início da série histórica do FipeZap Ampliado, lançado ontem. São elas: Brasília (-5,8%), Florianópolis (-4,4%), Vila Velha (-3,5%), Vitória e Belo Horizonte (-1,1%) e Recife (-0,6%).
Pesquisa mostra início de redução nos preços dos imóveis
(Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 05/02/2013 - Pág. B17)
Num cenário de crescimento econômico menor e de estoques elevados de imóveis, já se começa a falar, no mercado, da queda de preços das unidades. Até o fim do ano, a avaliação recorrente era que os valores ficariam estáveis, em 2013, acompanhando a inflação. Segundo o diretor-geral do portal Zap Imóveis, Eduardo Schaeffer, os preços dos imóveis terão queda real nos próximos meses.
"Os preços não vão acompanhar a inflação. Vai haver uma pequena queda real nos próximos meses. Está havendo uma acomodação", afirmou Schaeffer. Conforme Schaeffer, o crescimento e o investimento do país abaixo do que se esperava resultam na perspectiva de queda real. "Isso gera um compasso de espera no consumidor. Há um freio no frenesi da compra de imóveis, com queda no ritmo e pequeno recuo real dos preços", afirmou.
Diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia espera queda nominal no preço por m2 dos lançamentos da cidade de São Paulo de até 10% em 2013. Conforme Pompéia, "esses valores estão altos demais", diz, ressaltando a concessão de descontos por várias incorporadoras desde o ano passado e os estoques elevados de imóveis.
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