Confissões do Ombusdman do New York Times
TERÇA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2012
Arthur Brisbane assinou contrato de dois anos para ser ombusdman do jornal New York Times. Ao fim do seu contrato, ele resolveu escrever sobre sua experiência.
E acabou confessando o que todo mundo já sabia: o jornal New York Times tem um forte viés para a esquerda, defende os candidatos da esquerda, os grupos esquerdistas e todo o ideário da esquerda, como o casamento gay. Além de dizer que o jornal está passando por dificuldades financeiras, que é muito pouco transparente e fala sobre a queda drástica da confiança do leitor no New York Times.
Diz Brisbane (traduzo em azul):
The Times is hardly transparent. A reader still has to work very hard to find any Times policies online.
I also noted two years ago that I had taken up the public editor duties believing “there is no conspiracy” and that The Times’s output was too vast and complex to be dictated by any Wizard of Oz-like individual or cabal. I still believe that, but also see that the hive on Eighth Avenue is powerfully shaped by a culture of like minds — a phenomenon, I believe, that is more easily recognized from without than from within.
When The Times covers a national presidential campaign, I have found that the lead editors and reporters are disciplined about enforcing fairness and balance, and usually succeed in doing so. Across the paper’s many departments, though, so many share a kind of political and cultural progressivism — for lack of a better term — that this worldview virtually bleeds through the fabric of The Times.
As a result, developments like the Occupy movement and gay marriage seem almost to erupt in The Times, overloved and undermanaged, more like causes than news subjects.
The Times’s “believability rating” had dropped drastically among Republicans compared with Democrats, and was an almost-perfect mirror opposite of Fox News’s rating. Can that be good?
O Times é pouco transparente. Um leitor ainda tem que trabalhar muito duro para encontrar no site as políticas de transparência do jornal.
Constatei também há dois anos que eu tinha tomado os deveres do ombusdman achando que "não há nenhuma conspiração" e que os textos do Times era muito vastos e complexos para ser ditada por qualquer Mágico de Oz-como indivíduo ou cabala. Eu ainda acredito nisso, mas também vejo que a colmeia da Oitava Avenida é poderosamente moldada por uma cultura de mentes semelhantes - um fenômeno, eu acredito, que é mais facilmente reconhecido de fora do que de dentro.
Quando o The Times cobre uma campanha nacional presidencial, eu descobri que os editores e repórteres são disciplinados sobre como reforçar a equidade e equilíbrio, e, geralmente, conseguem fazê-lo.Entre departamentos do jornal, no entanto, muitos compartilham do mesmo progressivismo político e cultural da esquerda - por falta de um termo melhor - e esta visão de mundo praticamente sangra através do tecido do The Times.
Como resultado, acontecimentos como movimento Ocupandes de Wall Street e casamento gay parecem quase a entrar em erupção no The Times, extremamente adorados e pessimamente administrados, mais defendidos como causas e naõ como temas de notícias.
A avaliação de credibilidade do Times tem caído drasticamente entre os Republicanos (de direita) comparado com os Democratas (de esquerda), o jornal é o espelho da credibilidade da Fox News. Isto pode ser bom?
Aí meu leitor pergunta o que isto tem a ver com o Brasil?
Bom, primeiro vejam qual é a confissão de Brisbane: o jornal é de esquerda defende o casamento gay e movimentos de esquerda. Qual jornal ou revista no Brasil não faz isto?
Sobre movimentos da esquerda, você até pode encontrar posições nos jornais e revistas que atacam os sindicatos, a Veja se destaca nisto. Mas a grande maioria se cala quando o MST destrói prédios públicos, ou quando a CUT invade uma reitoria de uma universidade. Ou mesmo mostram que o governo (e o público) é refém de sindicatos de funcionários públicos. O Jornal Nacional quando mostra o MST quebrando tudo não faz nenhum comentário apenas diz o fato, não faz defesa nem ataca, é um vazio só.
Pior, no Brasil, todos defendem o casamento gay ou pelo menos nenhum meio de comunicação é capaz de colocar os prós e contras, como eu fiz qui no blog (clique aqui) ou falar quais são as restrições religiosas, como eu também fiz aqui no blog (clique aqui) ou mesmo mostram gays que são contra o casamento gay (também escrevi sobre isto).
Sem falar em casos não citados por Brisbane, como o silêncio sobre o islamismo radical ou sobre o número de abortos praticados por um país, e quanto isto é perverso para a família e a sociedade. Qual revista ou jornal do Brasil fala do aborto como prejudicial à vida, como matança da pessoa mais frágil que existe (aquele que está dentro de um útero)?
No Brasil, quando alguém é contra o casamento gay ou contra o aborto é tachado de radical. A ideologia New York Times domina a imprensa brasileira. Acho que no Brasil, o New York Times não seria nem considerado de esquerda, muito menos odiado por isto, como ele por muitos nos Estados Unidos.
Precisamos de mais diversidade nos meios de comunicação brasileiros.
(Agradeço o texto de Brsibane ao site The American Catholic)
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