NEM A BÍBLIA ESCAPA!
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Klauber Cristofen Pires
"Edição Pastoral" em que os Pastores ecoam a cantilena da luta de classes do lobo comunista, ao pregarem a construção de uma "nova história" e uma "ordem nova" pelos pobres e oprimidos |
Venho denunciar um fato gravíssimo. Minha esposa adquiriu uma Bíblia nova (a nossa estava meio velhinha), e o que encontramos? A Teologia da Libertação apoderando-se da palavra de Deus para pregar Karl Marx!
Trata-se da Bíblia Sagrada — Edição Pastoral, 70ª edição, editora Paulus. O exemplar é idêntico ao da foto ao lado, pelo preço aproximado de R$ 16,00. Apesar de se tratar de uma edição razoavelmente bem acabada — possui notas de referências e mapas, o que a torna interessante — os livros bíblicos são precedidos por introduções que manifestam claramente o caráter marxista da TL.
Vejam o que está escrito na introdução ao Evangelho Segundo São Marcos, à página 1221:
Toda a atividade de Jesus é o anúncio e a concretização da vinda do Reino de Deus (Mc 1,15). E isso se manifesta pela transformação radical das relações humanas: o poder é substituído pelo serviço (campo político), o comércio pela partilha (campo econômico), a alienação pela capacidade de ver e ouvir a realidade (campo ideológico). Trata-se de proposta alternativa de sociedade, que leva ao nivelamento fraterno das pessoas.
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Agora vamos dar uma olhada na introdução ao Evangelho
Segundo São Lucas, à página 1248:
O caminho de Jesus inicia o processo de libertação na história, e por isso realiza nova história: a história dos pobres e oprimidos que são libertos para usufruírem a vida dentro de novas relações entre os homens. O programa de ação libertadora de Jesus é apresentado no seu discurso na Sinagoga de Nazaré (4,16-22). Por essa razão, o caminho provoca confronto, choque com aqueles que julgam a história como já realizada e querem manter o sistema organizado. Tal sistema, porém, mostra apenas a história tal como é contada pelos ricos e poderosos, que exploram e oprimem o povo, reduzindo-o à miséria e fraqueza. O caminho de Jesus força a revisão dessa história, e começa a contar a história a ser construída pelos pobres (1,46-55; 1,67-79). [grifos dos editores]
(...) O caminho de Jesus é, portanto, a pedagogia que ensina a fazer a história dos pobres que buscam um mundo mais justo e mais humano. Com efeito, Jesus traz o projeto para uma ordem nova, a libertação que leva os homens à relação de partilha e fraternidade, substituindo as relações de exploração e dominação.
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Bom, só por amostragem já deu para perceberem a deturpação e a subjugação do ensinamento cristão à doutrina marxista. Eu não sou um doutor dos textos sagrados, mas tenho que Jesus jamais afirmou qualquer coisa contra o sistema econômico vigente. Pelo contrário, ele disse: "No meio de vocês sempre haverá pobres; ao passo que eu não estarei sempre com vocês." (João, 12, 8); bem como aceitou ser recebido pelo cobrador de impostos Zaqueu, e ainda mais, ensinou a um soldado romano a não reclamar do seu salário!
"Campo político"? Quando que Jesus fez política? Aqui recorro à autoridade de quem entende de Política: Lula! Não foi ele quem disse recentemente que, se Jesus se metesse com a política, teria feito alianças? Arre! Os editores querem distorcer a idéia da solicitude, do amparo e da caridade para tratar da dialética marxista das "relações", à luz do método Paulo Freire, para construir uma sociedade materialmente igualitária, isto é, sem classes sociais.
"Campo político"? Quando que Jesus fez política? Aqui recorro à autoridade de quem entende de Política: Lula! Não foi ele quem disse recentemente que, se Jesus se metesse com a política, teria feito alianças? Arre! Os editores querem distorcer a idéia da solicitude, do amparo e da caridade para tratar da dialética marxista das "relações", à luz do método Paulo Freire, para construir uma sociedade materialmente igualitária, isto é, sem classes sociais.
Em João, então? Com quem os editores confundem Jesus? Com Lênin, Stalin ou Hitler? Pois o novo homem há de nascer da sua proposta de uma nova história (agora os grifos são meus), fruto da revolução (confronto, choque) que "libertará" os homens pobres (a luta de classes e a vitória do proletariado), substituindo as relações de "exploração e dominação", conforme, aliás, o que prega o determinismo histórico barbudão.
O atual Papa Bento XVI já se manifestou contrário à Teologia da Libertação [1] e ao Socialismo, razão pela qual deveria ter conhecimento desta obra eivada de infiltrações maliciosas. Tenho que os cristãos conservadores devem tomar alguma atitude com respeito a isto.
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Klauber Cristofen Pires formou-se Bacharel em Ciências Náuticas no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar, em Belém, PA. Técnico da Receita Federal com cursos na área de planejamento, gestão pública e de licitações e contratos administrativos. Em 2006, foi condecorado como "Colaborador Emérito do Exército", pelo Comando Militar da Amazônia. É Editor do blog Libertatum.
Artigo publicado em Libertatum.
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Nota de Sacralidade:
[1] A edição dessa Bíblia Sagrada — Edição Pastoral recebeu o Imprimatur de D. Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB, concedido em Brasília, em 26 de novembro de 1991, de acordo com o Cân. 825 do Código de Direito Canônico. Não obstante, a Teologia da Libertação foi condenada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI. Também João Paulo II manifestou-se contrário à Teologia da Libertação em sua Alocução de Puebla:
“Circulam hoje em muito lugares — o fenômeno não é novo — ‘releituras’ do Evangelho, resultado de especulações teóricas mais do que de autêntica meditação da palavra de Deus e de um verdadeiro compromisso evangélico. Elas causam confusão ao se apartarem dos critérios centrais da Fé da Igreja, caindo-se ademais na temeridade de comunicá-las, à maneira de catequese, às comunidades cristãs.
Em alguns casos, ou se silencia a divindade de Cristo, ou se incorre de fato em formas de interpretação conflitantes com a Fé da Igreja. Cristo seria apenas um ‘profeta’, um anunciador do Reino e do amor de Deus, nem seria portanto o centro e o objeto da própria mensagem evangélica.
Em outros casos se pretende mostrar a Jesus como comprometido politicamente, como um lutador contra a dominação romana e contra os poderes e, inclusive, como implicado na luta de classes. Esta concepção de Cristo como político, revolucionário, como o subversivo de Nazaré, não se compagina com a catequese da Igreja. Confundindo o pretexto insidioso dos acusadores de Jesus com a atitude de Jesus mesmo — bem diversa — se aduz como causa de sua morte o desenlace de um conflito político e se silencia a vontade de entrega do Senhor, e ainda a consciência de sua missão redentora”(Insegnamenti di Giovanni Paolo II, Libreria Editrice Vaticana, vol. II, 1979, pp. 192-193).
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