sexta-feira, 10 de julho de 2015

Vaticano: “Crucifixo comunista” sinal de diálogo, não ideologia


Nicole Winfield

Comentário de Julio Severo: Esta reportagem, da Associated Press, traz uma surpresa: O crucifixo comunista dado por Evo Morales ao Papa Francisco foi na verdade feito por um padre jesuíta. A reportagem cita também outro padre jesuíta defendendo o crucifixo comunista.

SANTA CRUZ, Bolívia (AP) — O presente polêmico do presidente boliviano Evo Morales de um “crucifixo comunista” para o Papa Francisco ameaçou ofuscar a visita do papa à Bolívia na quinta-feira, com o Vaticano e a Bolívia insistindo em que ninguém quis ofender e ninguém ficou ofendido.
Morales deu a Francisco o crucifixo entalhado num martelo e foice na chegada de Francisco à Bolívia na quarta-feira, imediatamente mostrando-se surpreendido, considerando os ataques passados de Morales à Igreja Católica e sua inclinação socialista.
No final das contas, revelou-se que o crucifixo foi originalmente projetado e feito por um ativista jesuíta, o Pe. Luis Espinal, que foi assassinado em 1980 por suspeitos paramilitares durante os meses que precederam um golpe militar. Francisco, que também é jesuíta, parou sua carreata para rezar no local em que o corpo de Espinal havia sido jogado.
O Rev. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse na quinta-feira que o papa não tinha ideia de que Espinal havia projetado o crucifixo e ficou surpreso em recebê-lo — uma reação claramente visível na gravação filmada do encontro. Algumas reportagens sugeriram que o papa disse a Morales “Isso não foi bom.” Um dos amigos de Francisco enviou um tuíte citando-o como dizendo isso. Mas Lombardi disse que não se sabe o que o papa havia dito.



Lombardi disse que Espinal havia projetado o crucifixo como símbolo de diálogo e compromisso para com a liberdade e progresso para a Bolívia, não com alguma ideologia específica em mente. Lombardi disse que, pessoalmente, ele não ficou ofendido com o crucifixo.
“Você pode questionar o significado e uso do símbolo agora, mas a origem é de Espinal e o sentido do crucifixo foi sobre diálogo aberto, não sobre uma ideologia específica,” Lombardi disse.
Ele comentou o contexto em que Espinal estava vivendo: como padre trabalhando pela justiça social na Bolívia durante um período de instabilidade que precedeu uma ditatura de direita conhecida por abusos aos direitos humanos.
Entretanto, um dos amigos de Espinal, o Pe. Xavier Albo, que também é jesuíta, disse que a intenção de Espinal era que a Igreja Católica estivesse em diálogo com o marxismo, e disse que Espinal havia alterado seu crucifixo para incorporar o símbolo mais potente dos comunistas: o martelo e a foice.
“Nisso ele claramente queria falar sobre a necessidade de dialogar permanentemente não só com o marxismo, mas também com os camponeses e os mineiros, etc.,” Albo disse à Associated Press no começo deste mês.
O Vaticano lançou uma sanção dura contra a Teologia da Libertação nas décadas de 1970 e 1980, temendo que os marxistas estivessem usando sua “opção preferencial pelos pobres” para transformar o Evangelho numa convocação para a revolução armada.
O governo boliviano insistiu em que o presente não foi uma manobra política de espécie alguma, mas foi um símbolo que Morales achou que o “papa dos pobres” apreciaria.
“Essa foi a intenção desse presente, e não foi algum tipo de manobra… Foi realmente motivado por grande afeição, um trabalho feito pelas próprias mãos de Luis Espinal,” Marianela Paco, ministra das comunicações, disse à estação de radio Patria Nueva.
A blogosfera católica estava murmurando na quinta-feira sobre o “crucifixo comunista” e qual era, exatamente, a intenção de Morales ao dá-lo ao papa.
O Pe. James Bretzke, teólogo da Faculdade de Boston em Massachusetts, disse que não existe nenhuma lei católica que trate se uma imagem cristã é sacrílega, considerando que a arte cristã é muitas vezes retratada de maneiras variadas.
Mas, ele continuou: “Isso é de bom gosto? Isso parece estar usando o Crucifixo para uma agenda política? E eu diria que a resposta é provavelmente sim. Portanto, pessoalmente eu a julgaria como de mau gosto e especialmente manipulativo dá-la de presente ao Santo Padre numa situação como essa em que claramente não havia sido autorizada antes do tempo.”



O Pe. Robert Gahl, teólogo moral da Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma, disse que tudo se resume na intenção de Espinal ao projetar a cruz e a intenção de Morales ao dá-la ao papa.
“Eu suporia que, considerando as calorosas boas vindas de Morales e as convicções pessoais de Espinal, a intenção não foi ofender, mas pelo contrário indicar potencial para diálogo e até mesmo sinergia,” ele disse num email. “Os cristãos tendem a ver nossos símbolos a partir da perspectiva do amor universal, redenção e até mesmo o triunfo de Cristo sobre o mal. Aliás, esse é o sentido da cruz!”
Traduzido por Julio Severo do original em inglês da Associated Press: Vatican: “Communist crucifix” sign of dialogue, not ideology

Como Um Papa Santo Age Diante Do Comunismo?

Publicado em 9 de jul de 2015

Papa Francisco recebe crucifixo comunista de Evo Morales na Bolívia.

Papa abraça a causa da luta para que todos sejamos escravos




Já fui católico (de araque). Na verdade eu era um deísta que gostava de ler São Tomás de Aquino e, equivocadamente, me dizia católico. Pura ignorância teológica mesmo. Acontece. De qualquer forma, desde que me tornei um incréu, essas questões de crenças metafísicas não são mais relevantes para mim, ainda que eu respeite os crentes.
Cientificamente, não temos como saber qual opção é mais racional, haja vista que a ciência não trata desta questão. Como pragmático, aliás, argumento que a racionalidade não depende de crença ou não em Deus, mas da capacidade de indivíduos, crentes ou não, argumentarem logicamente. Um crente com argumentos bons seria muito mais racional que um incréu com argumentos ruins. E vice versa. Portanto, crer ou não em Deus não garante nada em termos de racionalidade. Corra atrás de seus argumentos para conquistar este título. Isto, em uma casca de noz, é o que defendo em termos de uma visão baseada em ceticismo político.
Me empolguei e fugi um pouco do assunto. Voltemos a ele. O Papa.Hora de tomar um Engov para seguirmos…
O fato é que na Bolívia o Papa atacou o capitalismo. Para a figura, é “um sistema que impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”. Voltando aos tempos do milenarismo (de antes das Cruzadas), ele partiu para a mais abjeta religião política pedindo ‘salvação’ em Terra: “Este sistema já não se aguenta, os camponeses, trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco o aguentam. Tampouco o aguenta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia são Francisco”.
Coisa feia. Coisa muito feia.
Esse embuste dizendo que o capitalismo é o problema do mundo deveria ser o suficiente para excomungá-lo. Até porque o capitalismo é um sistema baseado em trocas voluntárias, e no qual a caridade funciona como se fala na Bíblia: por meios voluntários. O que o socialismo promete é a escravidão do povo, com um pretexto de ajudar os pobres. Isso não tem nada de caridoso. Na verdade é monstruoso. Leandro Narloch fez muito bem ao lembar que “na Idade Média, quando a Igreja dominava o mundo, a pobreza era um pouquinho maior. Não é o capitalismo que exclui os pobres, e sim a falta de capitalismo”.
A lógica papal diz que “a distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano é dever moral”. Há quem diga que o Papa foi descuidado. Discordo. Ele foi intelectualmente desonesto, pois tem conhecimento bíblico para saber que não existe absolutamente nada na Bíblia validando o discurso de “distribuição justa”, desde, que, é claro, amparado por um poder totalitário (para fazer a tal “distribuição”).
O horror campeia solto mesmo nas palavras de Francisco, pois ele chega a dizer que isso é “para os cristãos, um mandamento”. Só se for em uma versão da Bíblia que ele inventou, não na Bíblia que todos conhecem. Os mandamentos para os cristãos são 10. Não existe nada disso de “distribuição” impositiva na Bíblia. Ao contrário, a Bíblia diz “com o suor do teu rosto comerás o teu pão” (Génesis 3:19).
O apelo à coerção vem do discurso contra a privada: “Trata-se de devolver aos pobres o que lhes pertence.” O famoso discurso de “função social” da propriedade. Isto é, o que é seu não é realmente “seu”, mas “dos pobres”. Na verdade isso sempre significa que o que é seu é dos donos do estado inchado, fingindo-se de representantes “dos pobres”. A quem o Papa acha enganar? Aqui não passa.
O vídeo abaixo também é revelador. A 1h20 min, ele fala de “Pátria Grande”. Em outras palavras, defende a violação das soberanias das nações em nome de um bloco internacional de socialismo. Veja:
O grande cuspe na cara do povo vem a 1h23, quando ele pede censura de mídia, falando, feito lobo em pele de cordeiro, que “a concentração monopólica dos meios de comunicação social pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural”.
Que concentração de mídia, Francisco? Num país onde temos 7 grandes empresas de mídia, isso não é concentração, mas distribuição. O Papa sabe que o objetivo de quem fala em “regulação econômica de meios” é um só: reduzir o poder das várias empresas de mídia, para torná-las mais vulneráveis à chantagem de anúncios estatais. É precisamente o que ocorre na Venezuela e na Argentina.
O Papa já não representa a Igreja Católica. Representa o Foro de São Paulo. O discurso dele tem um único propósito: lutar para nos transformar em escravos. Vamos tolerar isso?


Leitura recomendada:
 
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)

Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário