Livan
Pereira - 24/08/2013 - 21h26
Não há como negar que o brasileiro adora pechinchar,
seja comprando pão ou um imóvel de milhões de reais. Em todo negócio que é
feito atualmente, você vai encontrar um comprador chorando pra baixar o preço e
um vendedor dizendo que não dá, pois aquele valor já está abaixo do praticado
pelo mercado.
Depois começam os “pô seu dotô, isso aí tá muito caro, numdápábaxá?” ou então
os mais elegantes e finos vão dizer: “doutor, seus honorários estão um tanto
quanto elevados, podemos rediscutir os termos do contrato?”E a vida dos
advogados também não é diferente, basta que um causídico informe o valor dos
seus honorários para que o cliente, escandalosamente dê um pulo em sua cadeira,
olhe com cara de assustado e grite: o quê??
Garanto que independente da classe social e do tipo
de serviço a ser contratado não há exceções, desde os mais pobres até os mais
abastados, desde os analfabetos até os doutores, todos irão chorar, bater o pé
e reclamar que tá tudo muito caro. Vão contar as mais descaradas histórias, com
uma única meta, fazer com que você se compadeça e cobre um preço menor.
SEJA FORTE! Pense na sua esposa te pedindo um
vestido novo, lembre que a escola dos seus filhos subiu a mensalidade e, o mais
importante, nunca se esqueça que a dose de vodca sueca na balada custa no
mínimo 20 reais e mantenha o preço estipulado.
Seja educado e tente explicar que advogado também
come, advogado também bebe, paga a conta de luz, telefone, internet, igual
todas as outras pessoas, mas de antemão aviso que mesmo assim, existe o sério
risco de ouvir um “pô doutor, mas tá querendo comer filé mignon às minhas
custas?”
Respire fundo, pois não acabou, o golpe baixo, eles
deixam sempre para o final, assim, depois que pela décima vez você diga que não
dá pra baixar o preço, ele vai dar a cartada final e dizer que achou outro
advogado que faz pela metade do preço!
A boa educação manda você responder polidamente o
seu preço é baseado no seu conhecimento, pois foram 5 anos de faculdade, tantos
outros de pós graduações, mestrados, doutorados, experiência adquirida em casos
práticos e coisas assim, além disso, você ainda pode sacar a tabela de
honorários da OAB e dizer: olha só, a Ordem determina um valor mínimo que eu
preciso cobrar, “tá na lei”.
Contudo, se nada disso der certo, mande a educação
pras cucuias e diga que nem relógio trabalha de graça e que você prefere passar
fome a cobrar mais barato, aumente o tom de voz, e continue dizendo que
valoriza o seu trabalho, e choradeira nenhuma nesse mundo irá te fazer baixar o
preço!
Mentira, não diga isso não, tá tão difícil arrumar
cliente!
Diga que você abaixa e ainda parcela em 18 vezes em
juros!
Osvaldo Aires Bade
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