Drug War foi a
primeira obra de Johnnie To filmada por completo na China continental, mas essa
transição não afetou em nada o estilo do prolifico cineasta, especialmente no
que concerne à sua estética, formalismos do género e a uma narrativa frenética
com personagens rígidas, onde não faltam algumas reviravoltas, e que mais uma
vez volta a ser orientada para o crime, algo que o realizador tanto gosta perseguir
na sua vasta carreira.
No filme seguimos a forma como o Capitão Zhang (Sun Honglei) e a sua equipa lutam com todas as forças para travar o tráfico de drogas. Quando Timmy Choi (Louis Koo), um traficante, é capturado, é-lhe oferecido um acordo para ajudar Zhang a deter alguns barões do narcotráfico. Porém, e apesar de Choi mostrar-se cooperativo, o Capitão Zhang não crê que ele vá mesmo trair os seus amigos, seguindo-se um contido jogo do rato e do gato, onde todos duvidam de todos e sucedem-se os momentos de tensão.
No filme seguimos a forma como o Capitão Zhang (Sun Honglei) e a sua equipa lutam com todas as forças para travar o tráfico de drogas. Quando Timmy Choi (Louis Koo), um traficante, é capturado, é-lhe oferecido um acordo para ajudar Zhang a deter alguns barões do narcotráfico. Porém, e apesar de Choi mostrar-se cooperativo, o Capitão Zhang não crê que ele vá mesmo trair os seus amigos, seguindo-se um contido jogo do rato e do gato, onde todos duvidam de todos e sucedem-se os momentos de tensão.
Mantendo-se fiel à
habitual dureza nos conteúdos, To não tem problemas em eliminar personagens
numa guerra implacável entre dois mundos, repetindo algo que tantas vezes o
fez, como em Breaking News, Vingança e claro no marcante Eleições.
Mas o que atrai mais na sua cinematografia é a independência em relação a
outras, voltando a mostrar porque é um dos embaixadores do cinema de Hong Kong
e um mestre da ação. E mesmo quando não apresenta nada de muito novo, como
aqui, é impossível ficar imune à constante tensão e nervoso miudinho, sendo a
imprevisibilidade do destino das personagens (ao contrário da ação em si) que
nos mantém atentos até à último momento.
Nisto, o filme faz lembrar Infernal
Affairs, um dos melhores thrillers que saíram de Hong Kong nos anos 2000'
[Scorsese deve concordar comigo], sobressaindo a prestação de Louis Koo, ele
que está bem habituado a trabalhar com To, sendo Throw Down, Eleições, Triângulo
[coassinado por Ringo Lam e Tsui Hark], Don't Go Breaking My Heart e
até o brilhante Accident, no qual o cineasta apenas funciona como
produtor, bons exemplos dessa profícua colaboração.
Por tudo isto, Drug
War é um filme que merece uma olhadela atenta, ainda que no todo da sua
obra seja um regresso a demasiados lugares comuns. Entretém, prende , mas não
se tatua na nossa mente como tantos outros trabalhos seus.
Filme: aqui
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Fonte: (aqui)
Uma espécie de filme de
golpe no qual Johnnie To e sua equipa da Milkyway viajam a China para tentar
realizar um filme policial nos seus termos diante dos olhar austero da censura
chinesa e sobrevivem com poucas feridas.
A imagem do gangster da China
continental solta nas ruas de Hong Kong rebatida muitas vezes desde o The Long
Arm of the Law (1984) é revertida com várias figuras carimbadas de To
adicionando cor num filme de investigação e procedimento ademais muito sóbrio.
É o filme mais hawksiano de To da maneira como personagem é visto através de
ação (nenhum dos policiais chineses é permitido qualquer história, existem
somente para o trabalho e destinados a desaparecer tão logo sua função no filme
seja cumprida) e como de forma bem consciente o filme retoma partes distintas
da obra do cineasta dos filmes de grande equipe policial (o fantasma de Expect
the Unexpected assombra toda a ação) e da série Eleição.
Drug War adia sua ação
ao máximo substituindo por uma série de cenas que apostam no acumulo de detalhes
para elevar tensão até que a violência finalmente emerge levando consigo cada
corpo que passou diante do olhar na câmera na hora anterior. Uma narrativa de
infecção, depois que que a guerra do título esta na suas veias não a saída
possível mas a da morte violenta.
Pode-se até dizer que o filme é um longo
pesadelo do condenado a morte (o filme todo se sustenta no fato que o trafico
de drogas seja punido na China com a pena de morte).
To sucede porque ele e
seus atores (e aqui vale uma menção extra ao grande Sun Hong-lei numa das
melhores atuações físicas do cinema contemporâneo, o homem literalmente faz de
tudo no filme) recém um painel pálido e regido e consegue encontrar nele uma
série de espaços e variações inesperadas (há, por exemplo, uma cena muito
peculiar em que um personagem quase tem uma overdose que parece existir
somente para puxar ao limite o que um filme como este pode registrar) e
também encontram o balanço certo de ambiguidade moral.
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